Don't Lie To Me escrita por MamaRamona


Capítulo 3
Capítulo 3 - KATHERINE




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— Stefan. _ela sussurrou quase não acreditando.

    Seu coração batia forte, muito forte. Raiva, felicidade, medo, paixão, tudo misturado. Ele não deveria estar aqui. Ele não poderia saber que ela estava viva, não depois de tudo que ela fez. Forja a própria morte em 1864, ele jamais entenderia o porquê mesmo que ela explicasse um milhão de vezes, se esconder era a melhor saída.

    Depois de 1864, quando Stefan transformou-se em vampiro, ela o visitará de década em década, e sempre o encontrava. Stefan nunca estava no mesmo lugar, claro, já que as pessoas poderiam notar que ele jamais envelhecia, mas de qualquer forma ela sempre o encontrava. Ela tinha seres sobrenaturais que estavam ao seu lado e sempre que precisava os obrigava a fazer algum feitiço localizador para encontrar Stefan em qualquer canto do planeta, ele jamais saberia disso e ela jamais o perderia de vista assim.

    Nas primeiras três décadas, desde que ela forjou sua morte, sempre o via sentando em algum bar da época, enchendo a cara e falando de uma namorada que morreu graças ao irmão invejoso que ele tinha. Quando perguntavam sobre esse irmão, Stefan dizia com muito rancor e exaltação que ele já havia morrido há muito tempo, e até mesmo agradecia por isso. E quando perguntavam quanto tempo fazia, ele respondia cinco anos, quando na verdade tinham se passado trinta. Ele não iria abrir sua boca para os humanos.

    Mais dez anos depois, agora em outro lugar, até mesmo ao perguntarem sobre a namorada que ele tanto falava, respondia entre dentes que estava morta, era fato que ele ainda aborrecia-se com isso cada ano mais, ficava irritado ao lembrar que ela morreu por causa do maldito irmão. Lembrar-se dela fazia lembra-se dele também, uma coisa levava a outra e isso deixava-o bem puto. Falando no cretino, ele nem o mencionava mais.

    Mais uma década, em meados de 1914, cinquenta anos depois do ocorrido, ele passará a falar com frieza da namorada. Tinha superado, ou pelo menos fingia bem. Em 1924 ele sequer mencionava o nome dela.

    E isso a magoou bastante, claro.

             De todas essas visitas secretas que ela fazia, Stefan jamais ficou sabendo de sequer uma delas, mas agora Stefan estava ali, a sua frente. A última vez que tinha visto-o foi em 2004. Estava previsto para encontrá-lo no final de 2014, uma década depois como sempre fazia, tinha sempre um plano e agora não era hora de colocá-lo em prática, já que não estava nem um pouco preparada, claro.

    Ela deu um passo para trás. Escondendo-se de Stefan.

    Tudo teria dado certo, se não tivesse perdido o equilíbrio. Com a fome que estava ficou tonta, estava fraca e precisava alimentar-se logo. Para não cair apoiou a mão em uma árvore e pisou em um pedaço fino de um pequeno galho que estava logo atrás de si, emitindo algo como o estrondo de um raio aos ouvidos de Stefan.

    Ele levantou a cabeça rapidamente e com os dedos furou os olhos do veado que ainda estava em sua mão, o resto de sangue que tinha sobrado jorrou como tinta vermelha em seu rosto. Sangue não era o que faltava em seu corpo. Suas roupas, seu cabelo e boa parte de sua pele estavam cobertas pelo liquido vermelho do pobre e morto animal.

    Ela virou-se rapidamente, pegando fôlego e correndo o mais rápido possível. Isso fez com que o extinto caçador de Stefan fosse religado como um interruptor. Ela correu e poderia sentir Stefan alguns metros dela.

    Ela poderia estar fraca, mas ainda era mais forte que ele, bem mais forte, bem mais poderosa, bem mais rápida. Mas para isso dar certo, tinha que concentrar-se em suas habilidades e ignorar a fome, ao contrário Stefan a alcançaria. Ela correu. Sua vida dependia disso e até mesmo a do próprio Stefan, saber que ela ainda estava viva significaria colocá-lo em risco... mais uma vez.

    Ela correu, correu até não aguentar, quando conseguiu um lugar pra se esconder, era no subúrbio de Mystic Falls, nos fundos de uma casa, bem atrás de um galinheiro antigo, de primeira recusou-se a entrar, mas era necessário. Todas as galinhas estavam em uma perfeita paz quando ela entrou, isso não duraria muito tempo.

    Ela atacou o máximo de galinhas que conseguiu, pelo menos o suficiente para se livrar de Stefan. E enquanto as outras galinhas assistiam as companheiras sendo mortas, em vez de ficarem caladas como boas presas, ficaram fazendo um barulho infernal, acordando todos os moradores da casa.

     Ela foi rápida o suficiente, conseguiu sair de lá sem os donos da casa a verem e sem Stefan a achar, ela tentou voltar para a casa de Crys sem Stefan a seguir, mas o barulho das galinhas tinha feito ele perceber que talvez ela não estivesse muito longe.

    Ela só tinha conseguido tempo o suficiente para sair do quintal daquela família e se afastar bons quilômetros daquela maldita casa. Não se sentia 100% renovada, mas já estava melhor. A tontura já tinha passado e agora poderia correr melhor. E assim ela fez.

    Uma coisa era certa, o sangue animal era nojento e ela cobiçava muito mais o sangue humano.

    Seu plano era afastar Stefan de Mystic Falls, então o deixaria no estado mais próximo e voltaria para casa. Ela correu o máximo que conseguiu e depois de 282,2 mil quilômetros percorridos finalmente chegou em North Carolina. Já era de manhã, o Sol já acariciava e queimava levemente o rosto dela.

    Stefan não estava tão perto, só alguns quilômetros de distancia, que para um vampiro não era muita coisa, mas se ele aproxima-se um pouco mais saberia que quem atrapalhou sua refeição estava próximo e o tempo que ele levaria para chegar pelo menos nas redondezas da cidade seria o tempo perfeito para ela trocar de roupa, já que poderia jurar que estava cheirando a galinha podre.

    Pensou que se trocasse de roupa despistaria seu cheiro. Foi à loja mais próxima de roupas, uma que ainda estava abrindo, e compeliu a mulher para lhe dar roupas de graças. Escolheu tudo a dedo, porém bem rápido. Isso de fato era uma das habilidades que ela mais cobiçava, compelir alguém para fazer algo que queria fazia sentir-se superior, mais forte, mais poderosa.

    Colocou tudo em uma sacola e escolheu o perfume que de fato não chegava nem perto do que costumava usar. Isso ajudaria a despistar o cheiro. Ela era bem vaidosa, todos que a conheciam sabiam disso. Em 1864 Stefan sabia disso, mas ele de fato não sabia que era ela que estava vigiando-o enquanto alimentava-se. Seria incrível se ele soubesse, mas isso não iria acontecer.

    Quando ela terminou, foi em um hotel mais próximo e fez uma reserva, sempre compelindo as pessoas para fazerem de graça, e claro não fez em seu nome e sim em um falso. No principio o homem a olhou de cima a baixo, o cabelo dela estava bagunçado, sua roupa amarrotada e suja. Nesse momento ela odiava-se mais que tudo, mas depois de compelir o homem da recepção ele tratou-a como se fosse a Primeira Dama.

    Ela escolheu o melhor quarto, claro. Sempre muito mimada. Ela tinha que ser sempre coberta de luxúria e roupas de marcas. Tomou um banho até ter certeza de que todo aquele cheiro de galinheiro tinha sido exterminado de seu corpo. Trocou de roupa. Calça jeans, jaqueta de couro, uma regata preta e salto alto, bem o tipo dela, marca registrada junto com seu cabelo castanho em um perfeito cacheado. Todos que a conheciam nos tempos atuais sempre a viam assim. Stefan não a encontraria agora, o único rastro que ele tinha dela agora já deveria estar no esgoto da cidade e em uma sacola.

    Ela chamou pelos serviços do hotel e assim que camareira entrou alimentou-se dela, compelindo-a para calar a boca e não se mexer, fincando com vontade seus caninos nas veias da mulher. Ela tomou o suficiente para deixar a camareira viva, mas só percebeu isso quando a mulher já estava tonta. Ela estava lutando contra seu extinto, queria arrancar todos os membros da mulher, mas hoje teria que lutar contra isso, falou para a camareira fazer um curativo no pescoço e esquecer tudo o que tinha acontecido. Ela chamou por outra camareira e a compeliu para jogar suas roupas sujas no lixo _aquelas que estavam na sacola_ e esquecer o que tinha acontecido em seguida. Ela odiava deixar rastros.

    Falando em rastros Stefan só iria achá-lo dentro do lixo. Ela tinha tempo suficiente para se mandar para Mystic Falls. Ela era ótima nisso e faria isso antes mesmo do meio-dia.

Domingo, 26, Janeiro, 2014. North Carolina

Stefan Salvatore

    Saí de Mystic Falls em busca de quem estava vigiando-me. Era rápido, forte, implacável. Era um vampiro, isso eu poderia ter certeza, mas estava sempre muito longe para que eu pudesse decifrar quem era, homem ou mulher, eu apenas não conseguia, mas eu precisava saber.

    E se fosse ele... Não, ele odiava Mystic Falls.

    Por alguns minutos cogitei a ideia de ser Damon, mas aquele maldito morreu em 1864 junto com ela...  Lembrei-me dele sempre dizendo: “Qualquer lugar é melhor que essa cidadezinha.” Que babaca.

    Antes de chegar ao estado vizinho me joguei em um lago para tirar todo aquele sangue do corpo, ninguém poderia me ver assim. Essa ação me causou consequências, atrasei-me ainda mais para achar o bisbilhoteiro.

    Já estava amanhecendo quando cheguei em North Carolina, o rastro tinha trago-me até aqui, mas eu ainda não tinha achado aquele filho da puta que me observará mais cedo. Andei por toda a cidade, o rastro ficava mais cada vez mais fraco.

    Senti meu corpo cansando aos poucos.

    Quando notei que não encontraria mais, pensei que reservar um hotel seria a melhor coisa a se fazer.  Já era quase 16:00 da tarde. Entrei no quarto, tomei banho, coloquei apenas a calça e deitei na cama. Fiquei ali por algum tempo, o suficiente para descansar.

    Acordei com um pesadelo. Sonhei com o meu irmão.

— Merda. _passei a mão pelos cabelos. Eu estava suado, minha respiração estava acelerada.

    “Atormentando-me até em meus sonhos Damon?” balancei a cabeça ao concluir o pensamento.

    Olhei em volta e já tinha anoitecido. “Quanto tempo eu dormi?”, pensei. Levantei-me da cama e coloquei a mesma blusa de ontem, preciso trocar isso. A blusa só estava um pouco manchada, mas ninguém falaria que é sangue. Sai do quarto e tranquei a porta, desci pelo elevador e fui comprar alguma coisa para vestir. O tempo todo evitando pensar no maldito sonho.

    Quando voltei para o quarto tomei outro banho, sai do chuveiro com a toalha envolvida na cintura e coloquei a roupa que comprei, então desci para comer alguma coisa no hotel. Depois fui até uma concessionária de carros e compeli um homem a me “vender” um carro novo. Olhei no relógio e já eram 20:30 da noite.

    Eu não gostava de compelir ninguém, mas precisava voltar para casa e não seria andando que eu faria isso. Todo o meu jantar de ontem já estava indo buraco abaixo, eu não conseguiria chegar nem na fronteira se fosse correndo. Sai da concessionária a caminho de Mystic Falls, mas ainda em North Carolina senti novamente Aquele Rastro.

    Freei o carro bruscamente, ouvindo o motorista atrás xingando-me com todos os palavrões possíveis. Sai do carro e fui até o ponto X do local. Franzi minha testa ao encontrar-me em um beco, dei mais alguns passos lentos, prestando atenção em tudo enquanto meus extintos ampliavam-se por ali.

     O rastro estava aqui em.... Uma lata de lixo? Olhei em volta para ter certeza que não via ninguém, abri a lata e vasculhei um pouco, não demorei muito para achar... Uma sacola de roupas? E de mulher? Franzi minha testa. Que porra é essa? Inalei o cheio mil vezes, duvidando das minhas próprias habilidades, sim esse era o rastro.

             Seja lá quem foi o gênio, fez isso pra despistar. Trocou de roupa e jogou aqui. Irritado, joguei a roupa no lixo e encaminhei-me de volta para o carro. Abri a porta do motorista e ouvi alguém gritar.

— NÃO, POR FAVOR, NÃO!

    Estava longe e provavelmente se eu não fosse um ser sobrenatural não teria escutando, como muitas das pessoas aqui não tinham ouvido, nem a senhora que estava do outro lado da rua, nem o rapaz que estava na entrada do hotel, nem ninguém. Somente eu. Ampliei mais minha audição.

— NÃO, POR FAVOR _Era uma mulher, e estava chorando.

    Olhei em volta freneticamente, entrei no carro e rodei as chaves. Assim que o carro deu o primeiro ronco fui o mais rápido que consegui para o local dos gritos, pisando fundo no acelerador. Era um beco, uma parte mais quieta e escura da região. Perto das lojas que a essa hora já estavam fechada a muito tempo. Talvez seja a bisbilhoteira da noite anterior. Aproximei-me do beco silenciosamente, e por algum motivo, meu subconsciente dizia-me que conhecia aquela voz.

— Me deixe ir, por favor. _ela implorava, estava dês costas para mim, como o homem que estava atrás dela.

— Cala a boca sua vadia. _ele levantou a mão para dar-lhe um tapa. Corri até ele e segurei sua mão ainda no ar, quebrando-a em seguida e dando-lhe uma joelhada na costela, ouvi o barulho dela quebrando em seguida. Ele soltou a menina imediatamente e caiu no chão.

    Eu ainda olhava para o homem, mas pude perceber que ela arrumava a blusa, eu podia sentir o seu medo. Tanto o seu, quanto o do estuprador aos meus pés. Pisei na barriga dele com tudo e soquei sua cara varias vezes, até fazê-lo desmaiar, o que não demorou muito, já que antes disso ele agonizava pela mão e pela costela quebrada.

    Minha respiração estava ofegante, senti as veias do meu rosto pulando para fora quando o primeiro corte apareceu no rosto daquele babaca, eu não poderia atacá-lo, caso eu atacasse ele, atacaria ela também por falta de controle. Eu não tenho limites, a noite passada foi só mais uma das muitas confirmações sobre isso.

    Passei a mão esquerda nas costas da minha mão direita, não estava doendo, mas era uma tentativa de tentar conter a vontade de matá-lo ali mesmo, e caso eu quisesse fazer isso não seria na frente dela. Levantei meu rosto quando ele finalmente tinha voltado ao normal e encarei a menina.

    Minha respiração, que estava ofegante, foi bruscamente interrompida de forma que até engasguei quando finalmente olhei para o rosto da menina. Olhos castanhos, assustados e cheios de lagrimas encaravam os meus. Era ela.

— KATHERINE?


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Notas finais do capítulo

Olá amiguinhas, como estão?

A fanfic está crescendo, eba! Mais uma pessoa favoritou desde o capítulo passado, obrigada, hihi! Obrigada também pelo tempinho que gastam lendo minha fanfic, isso me deixa feliz.

Sintam-se livres para opinar e perguntar qualquer coisa.
Acho que por hoje é só.
Um beijo ♥



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