Don't Lie To Me escrita por MamaRamona


Capítulo 13
Capítulo 13 - AGUENTAR




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676512/chapter/13

— McCall. Reed. Aula Agora! _ela parecia furiosa.

Não consigo olhar para Scott, minhas pernas então no piloto automático. Separamo-nos no corredor seguinte, cada um para um lado sem dizer nada. Eu não sei o que pensar, não sei o que acabou de acontecer. Mas sei que não sou mais a Antiga Aluna Normal do Mystic Falls High School.

Adentro na sala, todos viram-se para mim. Ignoro os olhares de cabeça baixa. O professor já está na sala. Elena tem seus olhos grudados na minha direção, e sei que tem seu pequeno sorriso sem mostrar os dentes em seu rosto. Ela parece contente em me ver, sinto sua empolgação. Ao lado, Stefan Salvatore, seus olhos rapidamente passam por mim e voltam para Elena. Não dou muita atenção para ele, afinal é o menor dos meus problemas. Pensando bem, nem um problema ele é. Sento-me na cadeira vazia ao lado esquerdo de Elena, viro-me séria para ela.

— Você está bem? _Elena sussurra_ Você parece meio pálida. _ela desfaz seu pequeno sorriso.

Como resposta balanço minha cabeça em afirmativa. A aula segue normalmente.

Sinto-me estranha, quero gritar. Não sei o que esta acontecendo, não sei o motivo das coisas serem assim. Por que as visões futurísticas? E por que sentimentos estranhos sobre Stefan? Ainda que eu tente ignorá-lo como da última vez. Ele nunca me fez nada, nunca machucou Elena. Balanço minha perna com o nervosismo, mas só percebo quando encontro Elena olhando preocupada para minha perna. Tento parar o movimento e é quase uma tortura, volto a balançar  urgente e ansiosamente. Com isso, a ansiedade cresce dentro de mim, preciso sair daqui. Tudo parece terrivelmente silencioso o professor que escreve no quadro para de escrever, mas ainda permanece dês costas para a turma. Olho para Elena.

Elena sobe seu olhar para mim. Suas feições estão inquietadas, ela não parece bem. Elena esta mais pálida, assustada, ela olha pra mim, diretamente nos meus olhos, os seus estão cheios de lágrimas, pavor, pânico e terror.

O tempo lá fora fica mais escuro, penso que uma nuvem grande e negra afetou o Sol. Parece final de tarde, a própria sala de aula está mais sombria. Meu coração bate forte, sinto-me apavorada. Aquele sentimento. Aquela sensação. A morte abraça-me novamente.

— Não me deixe morrer. _ela implora, lágrimas escorrendo repentinamente sobre suas bochechas. Elena começa a tossir, ela põe a mão na boca. Estou paralisada, não consigo mover-me.

Elena começa a tossir de forma que não consegue parar, ela engasga-se e tira a mão da boca. Algo chama-me atenção, sua mão está cheia de sangue. Estou focada em suas mãos quando vejo Elena jogar o corpo para frente e vomitar sangue. Muito sangue.

E essa abundancia espirra em mim, meus movimentos retornam, coloco a mão na frente para proteger-me, o sangue continua a sair da boca de Elena de forma violenta e incontrolável. Como se todo o sangue de seu corpo resolvesse simplesmente sair. Vejo uma forma, algo ao lado dela, algo terrível, o rosto como um demônio. Dentes afiados e olhos vermelhos com veias pulsantes abaixo deles. Sei que o conheço de algum lugar. Grito em desespero e jogo meu corpo para trás, não tenho o apoio, a cadeira some abaixo de mim e sinto o vácuo. Não consigo controlar a vontade de gritar e caio no chão. Batendo o braço esquerdo, as costas e encolhendo-me depois.

Estou tremendo e chorando. Meus olhos estão fechados e encolho-me mais do que achei que fosse possível um dia. Sinto calor, algo agarra-me. Grito em desespero, é o demônio, sei que é.

— Abra os olhos, querida, por favor, abra os olhos. _continuo debatendo-me sobre seu toque, agora dando-lhe socos como defesa_ Querida, por favor, abra os olhos, sou eu, Elena. _ela segura meus punhos. Tento balançar-me, mas ela parece mais forte.

Sinto uma força maior, o calor invade meu corpo, uso essa força para livrar-me de suas mãos e solto-me de seu toque. Puxo a respiração com força e abro os olhos. É de manhã novamente, o Sol lá fora brilha e todo aquele clima apavorante desaparece. Elena está de joelhos no chão, seu tronco virado sobre o meu corpo. Sem sangue e sem monstros, mas todos os olhares estão sobre mim. Alguns espantados, outros curiosos, mas todos lançados para mim. Sento-me no chão, Elena tem seus olhos nos meus.

— Nada está pegando fogo. _ela sussurrou tão baixo para que apenas eu pudesse ouvir enquanto secava minhas lágrimas.

Elena coloca sua mão em meu braço e olha-me com compaixão.

— Vamos embora, Crys. Você já passou por muito hoje.

Ela levanta-se e ajuda-me em seguida. Todos os olhos estão sobre em mim ainda. O professor nos acompanha até a sala da diretora, onde ele e Elena explicaram o que aconteceu, eu não consegui dizer uma única palavra. Eu e ela somos liberadas imediatamente, Elena para cuidar de mim, já que não tenho responsáveis, digamos que os pais dela que cuidam de nós as vezes. Mas eles não estão na cidade.

Quando saímos da sala vejo Stefan Salvatore sentado no banco à frente.

— Fomos liberadas. _Elena comenta por alto._ Nos vemos amanhã, Stefan. _ela segura meu braço com carinho e puxa-me antes que Stefan pudesse falar alguma coisa. Afastamo-nos dele e viramos no corredor seguinte.

O sinal toca. O segundo tempo começa. O corredor rapidamente lota, evito olhares que sei que estão sobre mim. Algumas pessoas fofocam entre si, algumas olham e comentam com as outras de forma mais discreta, e tem aqueles que se afastam e desviam o olhar. O assusto do dia: Crystal Reed, a desequilibrada, maluca e perturbada.

— Vem, querida, já estamos quase na saída. _Elena encoraja-me.

••••••

Chegamos em casa e no caminho inteiro não falamos nada. Subo para meu quarto, tiro meus sapatos e minha jaqueta, deito-me na cama, Elena cobre-me e beija minha testa. Adormeço e acordo no final da tarde, que consegue ser mais clara e menos aterrorizadora do que daquela visão mais cedo. Tomo um banho e deito-me novamente na cama, Elena aparece no quarto alguns minutos depois. Ela pergunta como estou e depois arruma o cobertor para mim.

— Vou fazer alguma coisa para você comer. _ela faz carinho no meu rosto._ não vou demorar_ ela levanta, e sai.

Às vezes acho que Elena pensa que sou um filhote machucado, frágil, traumatizado, que precisa de ajuda. Um lado diz-me que realmente sou isso, mas o outro se opõem, dizendo que sou ao contrario. Uma menina nada estável, louca, que assiste melhores amigas morrendo, demônios perto delas, gatos que no espelho são humanos e que falam outro idioma, mulheres medievais com avisos enlouquecedores, sonhos que inexplicavelmente antecipam futuras conversas com Scott McCall. Fecho meus olhos e sinto as lágrimas molharem o travesseiro. Estou tão cansada de mim, tão cansada de chorar, de sentir medo, de viver uma vida repleta de insanidades e alucinações. Meu coração dói, o que as pessoas vão pensar de mim amanhã? Será que terei coragem de aparecer como se nada tivesse acontecido? O que eles vão achar de mim? E se zombarem, me excluírem ou qualquer coisa do gênero? Eu serei forte para aguentar?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá amigas, como estão?
Por hoje é só.
Beijos ♥



Postando a semente da dúvida:
Nos capítulos anteriores Katherine estava colocando sangue pela boca. No de hoje Elena na visão de Crystal estava também.... A doppelganger sofrerá os mesmos danos da pedra, ou Crystal não viu Elena e sim Katherine?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Don't Lie To Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.