Don't Lie To Me escrita por MamaRamona


Capítulo 12
Capítulo 12- EU...




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“Você não sabe o que lhe espera, Katherine Pierce.” Penso, imaginando meus dentes rasgando toda sua garganta.

Encaro-a sem piscar, alguns segundos são necessários para ela desviar o olhar.

Segunda, 27, Janeiro, 2014. Mystic Falls
Crystal Reed

Quando acordei do pesadelo e conversei com Elena, falei para ela que deveria ir na frente, que eu iria logo depois para a escola. Elena disse que ficaria, mas eu implorei e ela aceitou. Arrumei-me e tomei café. Precisava de um tempo sozinha, para pensar, para entender. Terminei de arrumar-me na frente do espelho do primeiro piso, ciente de que estaria atrasada para a aula de história. Entrei na garagem e abri o carro.

Quando me sentei e lembrei-me rapidamente da mulher do espelho.

— Flashback do capítulo 1 –

Quando finalmente peguei minhas chaves e entrei na garagem, que tinha uma porta para ela no primeiro piso. Apertei o botão do alarme do carro e entrei rapidamente quando as portas foram destravadas. Minha mente estava a mil. De cabeça baixa coloquei a chave no carro e tentei ligar. Merda não é hora de não querer pegar! Tentei mais uma vez e não consegui. Levantei meu rosto olhando para o espelho retrovisor ao ouvir o barulho atrás do carro. Lá estava ela. Sim era uma mulher e estava sentada no banco de trás. Olhei para trás e não vi ninguém e quando voltei a olhar para o espelho retrovisor ela estava ali. Gritei ainda mais, agora fechando meus olhos, e então algo sussurrou no meu ouvido.

— Flashback do capítulo 1 –

— Cuidado com quem você convida para a sua casa. _sussurrei o mesmo que ela.

Lembrei-me de acordar no meu quarto, nunca soube se aquilo foi real ou não, eu sabia que a mulher medieval era, mas não tudo o que passamos, eu jamais conseguiria responder. Sei que também sua aparição no espelho junto com a Outra Elena e de como ela livrou-se da mulher foi real. Mas, de tudo que acontecia comigo, apenas metade parecia real. Passei a mão pelo rosto, deveria esquecer tudo isso. Liguei o carro e fui para a escola. O caminho inteiro foi silencioso. Quando eu ia com Elena, eu e ela ficávamos conversando. E eu sentia falta disso agora.

 Enquanto dirigia pelas ruas tentei achar a Gata, mas não a encontrei. Perguntei-me o que tinha sido toda aquela cena e todo aquele sangue. As coisas não estavam normais. Tudo parecia anormal. Um novo, estranho e apavorante mundo sobrenatural aparecia a cada segundo para mim, mas o que seriam suas criaturas? Mulheres medievais no espelho? Gatos em forma de melhores amigas? Alucinações? Eram muitas as coisas que assombravam-me, mas eu também poderia mencionar o fogo no dia do acidente da mamãe? Eu não sei. Metade de mim dizia que tinha sido papai e a outra metade questionava-se como eu teria saído ilesa.

Sem problemas pulmonares, sem marcas de queimadura. Os médicos diziam que eu tinha sorte e que tinha sido presenteada com um milagre divino, mas enquanto falavam que eu tinha sido sortuda e que deveria estar grata para o resto da minha vida eu só conseguia pensar em um bizarro fogo dando-me passagem enquanto eu estava em transe. Eu deveria mencionar o homem que estava em minha frente e simplesmente desapareceu? Lembro-me de perguntar dias depois o que tinha acontecido com ele, se tinha queimado-se ou morrido no acidente, os doutores apenas responderam:

 “Querida, eram apenas você e sua mãe na casa. Seu pai incendiou tudo e fugiu.”

Ainda que eu duvidasse lá no fundo sobre isso, mas eu não tinha outras explicações, nem a polícia e nem os médicos. Uma casa simplesmente não pegaria fogo sozinha.Mas, no final da papelada inteira mamãe saiu como suicida, papai homicida e eu como órfã, de novo. Papai agora era um fugitivo, mamãe já estava a palmos abaixo da terra e eu estava indo para a escola.

Quando cheguei ao colégio percebi que apenas o barulho do meu carro era ouvido, tudo estava silencioso do lado de fora. Estacionei na primeira vaga que encontrei, cinco minutos depois, sério, as vagas estavam lotadas, peguei minha bolsa e desci do carro. Caminhei até a entrada do edifício, abri as portas, respirei fundo quando entrei. Isso sim era Crystal Reed, a aluna normal, com uma amiga amada e quase popular na escola. Eu não era super popular e também não era a esquisita do colégio. Era apenas eu. As pessoas falavam comigo, outras não. Realmente uma aluna normal, mas depois desse final de semana eu ainda seria a Antiga Aluna Normal do Mystic Falls High School? Talvez sim, pelos menos por enquanto.

Fui até o armário e deixei alguns livros. Virei-me para caminhar para a sala de aula. Não pude deixar de notar o quanto o corredor estava deserto.

— Reed? _ele perguntou atrás de mim._ O que faz aqui? _sinto-o aproximando-se.

Franzi minha testa virando-me para ele.

Meu corpo congela.

Ele usa uma camisa quadriculada aberta e dentro outra camisa branca, calça jeans surrada e tênis preto. Ele está exatamente do mesmo jeito que vi em meu sonho. Seu cabelo está grande e escuro. Gosto de penteado dele do mesmo jeito que gosto em meu sonho. Sua franja ainda combina com seu rosto inocente e com seus olhos meigos e escuros. No meu sonho eu lembrava-me de uma vez ele observava-me na aula de história, foi ano passado, no primeiro ano, e agora eu lembrava a mesma cosa.

— McCall? _ murmuro.

— Olá Reed. _ele sorriu_ O que faz aqui? _ele perguntou.

— Só caminhando. _respondo a mesma coisa que em meu sonho, forçando-me ao mesmo sorriso que tinha forçado antes. Por dentro controlo um medo e uma vontade inesperada de gritar. _ O que você faz por aqui? _ pergunto a mesma coisa.

Preciso saber...

— Vi uma garota andando e percebi que era você, então quis saber se estava bem. _ele respondeu, meu coração gela de terror, a mesma resposta. Aceno com a cabeça para parecer natural.

Como no sonho não sei o que dizer, mas, diferente dos sonhos, sei que isso é real, mas também não sei o que posso fazer contra ele. Agora é a hora que ele irá balançar a cabeça.

Assisto Scott McCall balançando a cabeça segundos depois.

A qualquer momento ele vai franzir a testa, olhar para minha roupa e perguntar o que aconteceu com ela.

 _ O que aconteceu com a sua blusa?

— Sujei enquanto comia alguma coisa. _respondo automaticamente o mesmo que respondi no sonho, a voz quase sem sair.

 “Na hora do café”, pensei. Ainda não estou acreditando. Abaixo minha cabeça e olho para uma pequena mancha marrom na camisa.

“Você está bem?” penso relembrando as falas dele.

— Você está bem? _McCall pergunta segundos depois. Levanto a cabeça agora encarando-o. Essa é a hora que respondo.

— Estou.

E essa é a que ele me chama para sair.

— Esse final de semana eu queria saber se podíamos sair, sei lá. _ele da de ombros, visivelmente envergonhado_ podíamos ir ao cinema, meus amigos assistiram o filme novo e falaram que é incrível. _ele encara o chão, não consegue manter seus olhos nos meus_ então pensei em levar você comigo. _ele finalmente olha para mim_ O que você acha?

Essa foi a hora que fui interrompida por Elena. Olho para os lados e não vejo-a.

— Eu... _ sou interrompida.

A diretora aproxima-se e fala em bom tom. Meus olhos estão arregalados.

— McCall. Reed. Aula agora! _ela parecia furiosa.

Não consigo olhar para Scott, minhas pernas então no piloto automático. Separamo-nos no corredor seguinte, cada um para um lado sem dizer nada. O medo crescente dentro de mim espalha-se para todo o meu corpo com uma vontade de chorar quase incontrolável. Não sei o que pensar, não sei o que acabou de acontecer. Minha única certeza é que não sou mais a Antiga Aluna Normal do Mystic Falls High School.


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Notas finais do capítulo

Olá amigas, como estão?
Por hoje é só, beijos ♥



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