Houve uma época em que Rose Tyler era a chapeuzinho vermelho. Uma garota inocente, quase que assustada, saindo de sua casa, de seu planeta, apenas por causa de um estranho. E que estranho! Rose viu coisas inimagináveis. Ela andou ao lado de princesas e robôs, viu planetas sendo construídos e destruídos e voltando a ser apenas poeira estelar. Ela não se importaria em continuar sendo a chapeuzinho vermelho se sua vida fosse um conto de fadas para sempre.

E então o lobo veio. Destruindo tudo ao seu redor, reduzindo as criaturas mais mortais do universo a pó. O lobo destruía vidas com um simples sopro. Ele, porém, também as dava com a mesma facilidade. Afinal, o lobo era e sempre foi uma parte de Rose Tyler. Um deus destruidor, com o poder de galáxias, e ainda assim uma garotinha já não tão assustada.

E é claro que, para completar a história, o caçador surgiu. Ele veio na forma de uma Rose ainda mais corajosa, determinada. Não restava mais nada da garota de chapeuzinho vermelho lá. Rose estava pronta para quebrar o próprio universo se aquilo fosse necessário para encontrar o Doutro. Seu Doutor. O caçador era egoísta e Rose gostava daquilo. Ela precisava daquilo.

E então havia uma flor. Uma rosa. Rose Tyler, em seu cerne mais profundo. Ela já fora tantas coisas que era difícil se lembrar se realmente ainda era alguém. Mas ela era. Uma humana rosa e amarela. Amável, corajosa e determinada. A garotinha, o lobo e o caçador. Rose era os três. Rose era nenhum. Rose era Rose. E por enquanto isso seria ao bastante.