Passou a viagem xingando Aomine de todos os nomes possíveis, encontrou seu pai depois de tanto tempo ainda relembrando daquele ''Eu gosto de você, Bakagami'', passou vários dias pensando no quanto Daiki havia sido sacana à ponto de se confessar de forma tão natural e fugir logo após e, quando deu por si, Kagami passou a viagem de volta ao Japão se contorcendo por causa das palavras de Aomine.

Descendo do avião foi que percebeu que não tinha pensado em sua resposta... Tinha passado todo aquele tempo xingando Aomine e revivendo aquela cena em pensamentos que esquecera completamente dos próprios sentimentos a respeito de Daiki.

Estalou o pescoço e bufou em seguida. Várias semanas se passaram desde a confissão de Aomine, mas Kagami continuava tão confuso quanto antes, e, se levarmos em consideração o quanto corava só por lembrar daquele dia, tão vermelho também.

Optou, como da outra vez, por chamar um táxi e quando o mesmo chegou Kagami só jogou as malas no banco de trás e se jogou junto. Murmurou o endereço o qual o taxista deveria ir e voltou-se mais uma vez aos próprios pensamentos...

A corrida foi rápida e, após poucos minutos, lá estava Kagami subindo as escadas para seu apartamento. Tirou a chave do bolso, mas percebeu que a porta estava aberta... Já lamentava o pior, provavelmente havia sido roubado ou algo do tipo, acreditou nisso até ouvir gemidos.

Abriu a porta devagar já imaginando o que ia encontrar e não se surpreendeu muito ao ver Aomine esparramado no sofá assistindo um vídeo pornô na sua televisão. Pigarreou na esperança de chamar a atenção do outro, com sucesso.

— Nem adianta ficar nervoso Bakagami... Se realmente não queria que eu viesse aqui e fizesse companhia para sua televisão LCD gigante era só não ter deixado as chaves embaixo do carpete na entrada... –disse Aomine com um sorriso típico sem nem desviar os olhos da TV.

Então era assim? Fingir que nada aconteceu, sério?

Mesmo que estivesse incomodado, Kagami apenas caminhou até seu quarto e jogou suas malas na cama indo para cozinha logo após. Kagami retornou para sua sala e se jogou no sofá com um prato de sanduíches no colo e Aomine já tinha tirado aquele vídeo indecente de sua TV. Daiki inclinou-se para pegar um lanche do prato, mas foi impedido por um tapinha na mão.

— Quem disse que pode pegar? –disse Kagami sorrindo enquanto ainda estava com a boca cheia.

Se era provocação que Kagami queria era o que ele teria. Daiki se inclinou novamente para a direção de Kagami.

— Você fica lindo sorrindo, mesmo de boca cheia... –disse em um sussurro de tom sacana.

Kagami bobeou por um momento por causa daquelas palavras e Daiki roubou um sanduíche. Quando Taiga recobrou as ações só conseguiu ver o sorriso de vitória estampado no rosto do outro enquanto mordia o lanche.

— Maldito... –praguejou baixo, mas não o suficiente para Aomine não ouvir e a única reação dele foi sorrir mais ainda.

— Xingamentos à parte, que tal você parar de agir como o Uke que é e me dar uma resposta? –Aomine soltou com um olhar predador.

Mais uma vez, Kagami se viu sem reação. Após algum tempo com a mente em branco, Kagami levantou-se rapidamente e começou a empurrar Daiki para fora de seu apartamento.

— Ei.. Ei! O que está fazendo, Bakagami? –disse Aomine já do lado de fora.

— Me vingando! Também gosto de você, Ahomine! –e após suas palavras, Taiga fechou a porta na cara de Daiki.

Sorriu singelo por finalmente revelar seus sentimentos e gargalhou ao ouvir os resmungos de Daiki do outro lado da porta.