Kinjou Shingo, por mais que fingisse não ver, podia notar com muita facilidade o olhar completamente diligente de Fukutomi sobre si. Não importava a ocasião, sempre que conversavam, caminhavam, davam voltas com suas bicicletas ou em qualquer outra situação, ao colocar seus olhos sobre o ex-capitão da escola Hakone, Shingo notava a apreensão, o cuidado e o carinho direcionado a ele.

Ele sabia dos motivos e, sinceramente, ele nem sabia do porquê isso ainda atormentar os pensamentos de Fukutomi... Kinjou nunca tinha sido o tipo de pessoa que guarda rancor ou que tem dificuldades para perdoar, sempre fora alguém que os outros consideram um verdadeiro “altruísta” e isso não mudaria agora, ele já tinha perdoado seu amigo há muito tempo atrás e, mesmo assim, Fukutomi não tinha se perdoado.

Juichi abraçava Kinjou como se ele pudesse quebrar em qualquer momento, admirava seu rosto como se fosse uma obra de arte e o amava como se Shingo fosse seu maior tesouro. Por mais que Kinjou não fosse nenhuma princesa em perigo, alguma peça de porcelana, alguma estatua frágil ou qualquer outra coisa do tipo, por mais que ele já tivesse perdoado Fukutomi desde sempre, a verdade, nada mais era, que Kinjou estava amando ser paparicado daquele jeito por Juichi... Quase tanto quanto ele amava o próprio Fukutomi Juichi.

É, em algum momento desses últimos anos Kinjou se pegou caindo de amores pelo homem mais forte que já conheceu... Mal sabia ele que Fukutomi, por sua vez, se apaixonara perdidamente pelo homem mais altruísta que conhecera.