The World Of Akumas escrita por Hinata2000


Capítulo 23
Ponham suas máscaras...


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais :3 *desvia de pedradas e sai correndo*



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Adrien:

Minha cabeça latejava de dor e quase não consegui abrir meus olhos, nunca me senti tão cansado como naquela hora. Minha mente se embaralhava, discutindo sobre o que é real e o que eu sonhara naquela noite. Um nó se formava no meu pescoço e a dor nas costas só se intensificou quando tentei levantar de onde eu estava sentado, mas eu não consegui ficar de pé. Meus pés não conseguiam se mexer, alguma coisa os prendia.

 Ouvi gemidos vindos de algum lugar e como eles obviamente não vinham de mim, abri os olhos rapidamente para identificar o que produzia aquele som que ilustrava tamanho sofrimento e angustia. Olhei ao redor, mas não cheguei a ver ninguém, e os gemidos abafados estavam começando a se assemelhar com o barulho de choro. Foi quando olhei para o chão e me deparei com algo que partiu meu coração e fez com que meus olhos se enchessem de lágrima e desprezo.

—Ch-Chat...- foi tudo que ela conseguiu dizer antes que mais lágrimas brotassem de seus olhos azuis

Ladybug estava esparramada no chão e amarrada a um poste por algumas cordas. Ela possuía alguns cortes na testa e sangue seco mesclava-se a coloração de seus cabelos negros. Por impulso tentei me levantar para ajuda-la, mas, novamente, fui impedido por amarras que prendiam minhas pernas e braços a uma cadeira velha e enferrujada, então foi daí que surgiu meu desconforto.

—Quem fez isso com você? –sussurrei, segurando para conter as lágrimas. Então me lembrei do rosto de Margot antes de me apagar naquela manhã, lembrei-me do quadro e de Bad Lady. Quem havia feito aquilo?

Ela abriu a boca para responder, porém, foi abruptamente interrompida pelo rangido estridente da porta ao abrir-se. Um clique se ouviu no meio de todo aquele silêncio e escuridão e, em segundos, as várias luzes tubulares presas ao teto se acenderam uma atrás da outra. Apertei meus olhos para acostumar-me com a claridade que invadiu o galpão escuro e quando finalmente consegui enxergar a figura que se aproximava, ela já estava sentada no meu colo segurando uma taça de vinho.

—Eveline?!- indaguei arregalando os olhos – O que você... Vamos, nos desamarre logo! Temos que descobrir quem fez isso e...

—Fui eu. – ela bebericou o resto do vinho enquanto passava os dedos em volta dos babados de seu vestido roxo

— O que?

Eveline riu.

— Ah ah, pensei que isso seria mais divertido, gatinho. – finalmente direcionou seu olhar a mim- Admito que foi extremamente fácil.

— O que foi fácil? – perguntei confuso. Recusava-me a acreditar que ela seria capaz de tal coisa...

Eveline me olhou de cima para baixo, como se quisesse ter certeza de que eu falava sério. Quando percebeu que eu não estava brincando, ela levantou-se e começou a gargalhar:

—Ah, é disso que estou falando! Você realmente acreditou? Devo confessar que foi fácil ganhar sua confiança, já a dela... Deu-me mais dificuldade. E isso começou a me irritar, ela teve o que mereceu - Eveline olhou para o corpo machucado de Ladybug enquanto sorria abertamente. – Eu tive mais de cem oportunidades para mata-los, mas achei que, se fizesse isso logo ficaria menos interessante. Entretanto, foi um desperdício. Deixa-los viver não tornou absolutamente nada interessante, se tivesse matado vocês, no mínimo, teria menos trabalho. – ela deu de ombros, como se aquilo fosse uma explicação simples.

Senti meu sangue ferver e tive uma vontade enorme de fazê-la se arrepender de cada palavra que pronunciou.

—Como você pôde fazer uma coisa dessas? Como foi capaz de vender sua alma desse jeito? E ainda mais para uma pessoa como ele! – gritei, praticamente cuspindo as palavras. – Eu juro que vou te fazer pagar por cada machucado que você fez nela!

—Isso sim parece interessante- formou um sorriso sádico em seus lábios- deixarei que os dois vivam por mais um tempo, vamos ver no que vai dar. – Eveline aproximou-se e cochichou ao pé do meu ouvido- Se vocês se tornarem um estorvo para mim... Bom, saibam que não darei mais chances como estas.  

Aquele sorriso sarcástico permaneceu estampado em seus lábios e com um giro ela caminhou para fora do galpão e bateu a porta atrás de si. Esperei para ouvir o barulho de seus passos se distanciarem, precisava agir rápido.

—A taça... – Ladybug murmurou enquanto tentava permanecer com os olhos abertos- Quebre-a.

Fiquei um tempo refletindo sobre seu conselho, não demorou muito para que entendesse. Desviei meu olhar para uma detonada mesa de madeira onde se localizava a taça de vidro, precisava que ela caísse no chão de alguma maneira.  Mas eu não conseguiria fazer com que ela fosse derrubada, já que estava amarrado nos braços e pernas.

—My Lady, consegue chutar a perna daquela mesa?- fiz uma menção com a cabeça

Ladybug assentiu levemente com a cabeça antes de concentrar o resto de suas energias acertando um chute poderoso na mesa, não o suficiente para derruba-la, porém conseguiu que o cálice se estilhaçasse no chão, perfeito. Empurrei o peso do meu corpo para trás, forçando a cadeira e, logo em seguida, conseguindo que ela tombasse para trás. Arrastei-me o mais perto possível dos cacos de vidro e peguei o maior que consegui identificar, posicionei-o de frente as amarras de minhas mãos e consegui corta-las, em seguida fiz o mesmo com as que estavam prendendo meus pés. Ao me levantar do chão, corri até ela e a libertei das cordas ásperas que prendiam suas mãos. O canto de sua boca sangrava e as fitas vermelhas de seu cabelo estavam jogadas ao seu lado, deixando que seu cabelo curto e liso caísse sobre seus olhos azuis.

—Está tudo bem- sussurrei, pegando-a no colo e a abraçando- agora é a minha vez de te proteger e eu juro que não vou deixar que ninguém encoste um dedo em você. Nunca mais. – Ladybug fechou os olhos calmamente, rendendo-se ao cansaço e mal estar.

Ao sair do local, percebi que ainda estávamos em The World Of Akumas e isso era ótimo, porque precisava obter algumas respostas... 

Marinette:

—Me ajudem!- Eu berrava esmurrando as paredes brancas e pálidas- Tirem-me daqui!- choramingava e acertava chutes nas paredes lisas e escorregadias, mas isso só serviu para me fazer escorregar e cair sentada no chão igualmente branco.

Estava presa em um cubículo estranhamente branco e vazio, sem ninguém para me fazer companhia, sem ninguém para me salvar. Eu sabia muito bem que ninguém me escutaria, entretanto, continuei a gritar como se minha vida dependesse disso, e eu chorava, muito. Minhas lágrimas praticamente estavam inundando o chão.

Desesperei-me quando as paredes brilhantes e lustrosas começaram a se mover, como se fossem me esmagar. Quando elas estavam chegando perto pude ouvir risadas perversas por todo lado, como se estivessem se divertindo e zombando de meu sofrimento. Já me rendendo, desisti de gritar e chorar, apenas fechei os olhos na esperança de que tudo aquilo acabasse logo.

Mas elas não vieram, pelo contrario, elas pararam. Abri os olhos vagarosamente, com medo de que algo pior acontecesse. Ele segurou-as com as próprias mãos e lançou um olhar de segurança para mim e, quase simultaneamente, as paredes foram de desmanchando, como um quebra cabeça, e delas borboletas brancas e puras voaram sobre nós, nos deixando apenas em uma escuridão um pouco assustadora e sem fim.

—Está tudo bem- ele sussurrou, tomando-me em seus braços- agora é a minha vez de te proteger e eu juro que não vou deixar que ninguém encoste um dedo em você. Nunca mais.- eu envolvi meus braços em volta de seu pescoço e sorri, aliviada que tudo tinha acabado, ele me puxou para um abraço quente e terno, que aceitei e retribui.

—Obrigada fiquei com tanto medo de que tudo acabasse para mim- confessei apertando ainda mais o abraço

Ele não respondeu, apenas passou suas mãos pelo meu pescoço, fazendo um carinho bom e suave, sorri com o ato.

—Chat!- comecei a rir, mas ele não respondeu e envolveu suas mãos em volta do meu pescoço- Chat?- chamei de novo, suas mãos começaram a apertar meu pescoço de forma desconfortável, e logo eu não conseguia respirar, ele estava me sufocando.

Afastei-me bruscamente e vi o sorriso sádico e manipulador de Chat Blanc.

—N-não...- eu gritei já perdendo a consciência pela dor e falta de ar...

Acordei suando e com a respiração ofegante, graças a Deus tudo não passava de um sonho... Abri os olhos e percebi que não estava em minha cama e sim nos braços de Chat Noir, estreitei os olhos, mas logo tudo veio à tona e consegui recordar-me de tudo que passara na noite passada, tudo que passara há horas atrás.  Levantei meu olhar para ver seu rosto e olha-lo diretamente nos olhos. Nunca o vira com uma expressão que demonstrava tamanha fúria e desgosto, cheguei até a assustar-me. Quando percebeu que eu estava acordada e o encarando, sua expressão se tornou mais serena, porém ele ainda apresentava raiva em seu olhar.

— Vai ficar tudo bem- foi tudo o que ele disse antes de continuar a andar. Quantas vezes já havia ouvido aquela frase só hoje?

Pelo caminho todo ficamos em silêncio, nenhum de nós ousou quebra-lo. Quando chegamos a porta do castelo eu entendi o que estava acontecendo.

—Saíam da minha frente- ele esbravejou, fitando os guardas. Eles se entreolharam e ambos engoliram em seco, saindo do caminho sem hesitar. Acho que eles ainda não sabiam que a princesa deles era uma das vilãs que estava aterrorizando Paris e que, no momento, éramos inimigos deles.

Chat Noir continuou a marchar e em momento algum ele olhou pra trás ou desviou seu olhar. Admito que fiquei um pouco assustada, ele não era assim. Sempre estava fazendo brincadeiras e piadinhas ruins, passava a maior parte do tempo sorrindo e conversando, mas agora ele estava sendo o oposto disso.

Fui tirada de meus devaneios quando ele parou de caminhar e colocou-me, cuidadosamente, sentada com as costas apoiadas a uma pilastra de gesso. Ele lançou um ultimo olhar gélido para mim, estremeci e olhei para baixo.

—Isso tudo vai acabar logo- Chat suspirou e se inclinou para beijar minha testa- confie em mim.

Ele se afastou da porta da cozinha e, se aproximando com tudo, acertou um chute potente fazendo com que ela abrisse de uma vez e causando um estrondo enorme. Assim que ele adentrou o local, estiquei minha cabeça para ver o que se passava lá dentro.

Margot estava sentada em uma cadeira estranha e metálica enquanto apoiava seus pés em um banquinho de madeira, posicionado a sua frente. Ela lia um livro extremamente grosso enquanto cruzava suas pernas cobertas por sua meia-calça preta e seus curtos cabelos violeta estavam presos a uma fita azul.

Remy, como sempre, estava cozinhando algo e, por mais que eu não quisesse admitir aquilo naquele momento, o cheiro estava simplesmente delicioso. Seus cabelos loiros estavam molhados e a parte raspada de sua cabeça apresentavam alguns pequenos fios dourados de cabelo, indicando que ele precisava corta-lo novamente.

Mesmo com o estrondo, nenhum deles levantou o olhar ou se quer parou de realizar suas tarefas, e isso só serviu para irritar ainda mais o gato preto.

Com um movimento brusco, Chat partiu para cima de Remy e o ergueu pela gola de seu uniforme, obrigando o cozinheiro a encara-lo.

—Precisamos de respostas- ele rosnou e o levantou ainda mais. Remy sorriu, como se sentisse vitorioso por ter irritado Chat Noir.

—Ah! Então ela liberou vocês, bom isso não é uma surpresa pra mim- ele riu enquanto gesticulava com as mãos- se ela quer tornar o jogo ainda mais longo, quem sou eu para contradizer?- Remy disse, como se não tivesse escutado o que o felino acabara de dizer. Havia uma ponta de desgosto e raiva em sua voz.

Jogo? Do que ele estava falando?

—Jogo? Do que você está falando?- ele indagou como se pudesse ler meus pensamentos

Ele não respondeu, apenas abriu um sorriso ainda maior e o fitou nos olhos.

—Eu disse para responder!- Chat esbravejou e soltou-o no chão com força, acertando um soco em sua boca.

Involuntariamente minhas mãos cobriram minha boca, por conta do espanto. Não era preciso tortura-lo por respostas... Era?

A cabeça de Remy estava inclinada para o lado por conta da potencia do soco e seu lábio inferior começou a sangrar, não era muito sangue, mas o bastante para fazer com que algumas gostas deslizassem de seus lábios até o queixo e, em seguida pingassem no chão branco.

— O que vocês pretendem?- vociferou- Por que nos enganaram?

Ele levantou-se e continuou calado, porém, ele não sorria mais. Seus olhos estavam tão raivosos e frios quanto os de Chat Noir. O mesmo não esperou mais nenhum segundo antes de cerrar os punhos novamente, preparando-se para surra-lo mais uma vez. Fechei os olhos, não queria ver aquilo.

 Porém, ele não acertou o soco, as mãos de Margot detiveram-no.

—Quer suas respostas? Ótimo! As darei com o maior prazer, só pare de soca-lo como se ele fosse um saco de pancada em que você pode desperdiçar toda sua ira. – ela gritou, sua voz emanava ódio por Chat.

Suspirei aliviada, nunca fiquei tão feliz por ver Margot se metendo em alguma coisa...

Continua...?


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Notas finais do capítulo

Tudo bem, eu sei que vocês devem estar bravos eu demorei 23 dias pra postar e.e (é isso mesmo? acho que é ç.ç ) Gente, eu juro que eu tento postar dentro de uma semana, mas é praticamente impossível! A escola dá prova atrás de prova e elas estão ficando cada vez mais difíceis, ou seja, preciso estudar mais e passar menos tempo escrevendo... Eu fiz um capítulo maiorzinho, como um pedido de desculpas, entendam não é por má vontade que eu fico sem postar...
Espero que me perdoem e que tenham gostado do capítulo
Sugestões? Aceito todas nos comentários ;)



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