The World Of Akumas escrita por Hinata2000


Capítulo 22
Boa Noite


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pela demora >—< Mas esse capítulo foi bem difícil de escrever... Então, já peço desculpas se alguma coisa ficou confusa ou ruim, esclareço dúvidas nos comentário :3



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Adrien:

Após um bom banho para espantar minha insônia, desci para tomar o desjejum e tentar a qualquer custo desculpar-me com ela, mas eu já sabia o quanto aquilo seria difícil. Ela podia ser a melhor garota de todo o Universo, mas uma de suas características que às vezes me deixava confuso e até mesmo irritado era a teimosia. Na verdade duas características. Ladybug podia mostrar-se um tanto orgulhosa, quando queria.

Mas todos os meus pensamentos foram em vão, pois ela não estava lá. Em lugar nenhum, para ser exato.

Sentei-me a mesa e esperei que eles servissem o café da manhã, o que não demorou muito, porque Margot se apressou e, acompanhada por Remy, trouxeram uma travessa cheia de quitutes e bebidas.

—Eveline não acordou ainda?- perguntei, olhando para o prato de bolo que colocaram em minha frente e sentindo meu estomago revirar automaticamente.

—Não, - ela me encarou com seus olhos violeta gélidos e colocou alguns tipos de sucos a minha frente- ela teve de sair.

“E a Ladybug?” tive vontade de indagar. Porém, não foi preciso. Remy se adiantou e inclinou-se para sussurrar algo em meu ouvido.

—A garota inseto- o loiro a apelidou- foi acompanha-la.

E sem se virar para trás, Remy se dirigiu em direção à cozinha e, como sempre, deu um sorriso debochado e irritante. Nunca senti tanto ódio de alguém como estava sentindo de Remy. Margot me olhou de soslaio e cruzando os braços a frente do corpo, perguntou:

—Deseja algo?- ela parecia um pouco distraída e seus olhos violeta vacilaram por alguns instantes, parecia estar refletindo sobre algo importante.

—Não. – rosnei, olhando para a porta. Sem dizer mais nada, ela tirou do bolso de seu uniforme um laço roxo e prendeu seus curtos e lisos cabelos. Quando ia me virar para a serviçal, ela já havia dado as costas para mim e estava subindo as escadas.

Tomei alguns goles do suco que ela havia me servido e, já sentindo uma tontura causada pela fadiga, decidi subir e talvez, dormir um pouco. E foi o que eu fiz, cambaleando subi à longa e cansativa escada de mármore que me levaria até segundo andar.

— O plano foi brilhante, e o melhor é que finalmente será concluído. – um sussurro rouco chegou aos meus ouvidos

—Foram dez anos de planejamento- alguém murmurou em resposta- eles merecem isso.

A pedido de minha curiosidade acompanhei as vozes para descobrir de onde estavam vindo e quem eram seus donos. Sobre o que aquelas pessoa estavam conversando? E quem exatamente eram eles? Depois de um tempo, as vozes cessaram e o castelo se encontrava tão silencioso, que se ouviria uma agulha caindo sobre os tapetes aveludados de ceda. Mais nenhum ruído podia ser ouvido, entretanto consegui chegar a um corredor mal iluminado e sem janelas. Onde eu estava? Ao final do corredor, se encontrava um único quadro. Sua moldura era feita de uma madeira tão escura que quase atingia o tom mais negro possível, deslizei os olhos e estreitei- os para tentar enxergar o que estava sendo retratado na figura, aquela escuridão toda não ajudava em nada.

Decidido, comecei a tatear a parede em busca de algum interruptor, ou até mesmo um abajur. Qualquer coisa que fornecesse um pouco de claridade, já seria de grande ajuda.  Em questão de segundos, meus dedos tocaram algo áspero e duro, era uma corda. Sem hesitar, puxei-a para baixo sem muita força. Logo após, ouvi um ruído comparável ao de um zíper de casaco sendo aberto, cortinas azuis desbotadas e gastas se abriram, recuei alguns passos e apertei os olhos, numa tentativa falha de acostumar-me com a luz que invadiu o corredor negro, espalhando um pouco de cor pelo lugar. Esfreguei meus olhos e dirigi meu olhar para o tal retrato misterioso.

Tudo começou a girar e o chão parecia não existir mais, era como se tudo tivesse começado a desabar quando pus meus olhos naquele sorriso sádico e naqueles olhos que pareciam me sugar para uma escuridão tão solitária e fria.

Apoiei-me a parede e soltei a corda bruscamente, minha respiração se intensificou e vários fleches e pensamentos começaram a surgir em minha mente e por um instante minha visão ficou turva. O que não ajudou foi a pancada que senti vinda de trás de minha cabeça, com minha visão embaçada e uma dor de cabeça completamente insuportável, cambaleei até cair no chão e esparramar-me sobre o tapete de seda vermelha. A última coisa que pude ver foi à efígie, que vira antes, de meu irmão passando seus braços compridos e pálidos em volta dos ombros delicados e nus de Eveline...

—Só falta mais uma... – Margot comunicou

Marinette:

Logo após tomar um banho naquela manhã, Eveline decidiu chamar-me para sair um pouco do palácio. Na verdade ela queria convidar Chat também, mas a meu pedido ela não o fez.  Eu não estava me sentindo disposta e nem estava com vontade de iniciar uma “guerra” com o felino, então aquele convite veio em boa hora. Tinha sido um dia divertido e, quando voltei para o palácio, quase não percebi que ele não se encontrava por lá. Primeiramente, pensei em questionar os guardas para saber se alguém havia saído. Porém, segundo eles, as únicas que se retiraram dali foram Eveline e eu, então, a menos que ele tenha pulado pelas janelas, o que era praticamente impossível ser feito sem ser visto, ele não havia se deslocado do castelo.

Eveline tratou de procura-lo em todos os quartos e cômodos do recinto, mas ele não estava lá. Não estava em nenhum deles.

Comecei a desesperar-me, tudo isso era culpa minha, eu não deveria ter sido tão dura com ele na noite passada, se eu tivesse questionado seus motivos talvez ele ainda estivesse aqui. Eu não tinha moral alguma para chama-lo de egoísta, pois eu agi daquela maneira rude com ele. Deveria ter conversado ao invés de gritar e chama-lo de egoísta e todas as coisas horríveis que lhe disse.

—Você não me parece bem- escutei alguém murmurar- aconteceu algo?

Remy ficou me examinando com o olhar, pela primeira vez desde que o conhecera na noite passada ele não apresentava um sorriso, mas sim um olhar um tanto perdido e sem rumo. Como se não estivesse em um dos seus melhores dias. Os fios loiros e brilhantes de seu cabelo estavam molhados e seus sapatos lamacentos.

Ele havia saído na chuva? Mas os guardas disseram...

—Eveline- interrompeu meus pensamentos com sua voz firme- disse que você estava nervosa. Tome- Remy tirou das costas um copo de vidro com detalhes brancos do lado de fora. Dentro do copo um líquido verde claro se remexia. Ele estendeu a bebida para mim e seus dedos pareciam pressionar o copo com uma força exagerada. – Ela pediu que preparasse algo para acalmar-lhe, e aqui esta. – reforçou como se quisesse ter certeza que eu tomaria.

—Obrigada- sussurrei, tomei a bebida de suas mãos e levei-a aos lábios, experimentando um gole. Ela desceu queimando em minha garganta e minha boca ficou seca e com um gosto amargo, como se tivesse tomando um xarope. Tossi algumas vezes e coloquei o copo de vidro sobre um criado mudo de madeira. – O que tem aqui?- Arfei entre uma tosse e outra, referindo-me ao líquido que agora estava pela metade. Ao levantar meu olhar, percebi que Remy havia sumido. Estranhei seu repentino sumiço, mas não tentei procura-lo, para falar a verdade preferia não saber o que estava acontecendo com esses dois criados estranhos.

Subi as escadas com o intuito de perguntar a Eveline se ela tinha noticias sobre Chat Noir. Atravessei o corredor do segundo andar, e percebi que ninguém se encontrava lá. O local estava silencioso como nunca, o que era muito estranho. Ontem, por exemplo, podíamos ouvir as canções antigas que as criadas cantavam enquanto limpavam os quartos, o barulho dos utensílios de cozinha caindo no chão e o apito do forno indicando que alguma refeição estava pronta e conversas animadas vindas de todo canto do palácio.

 O barulho de um trovão tirou-me de meus pensamentos e me fez olhar em direção à janela mais próxima. A chuva caía sobre o solo e fazia aquele barulho gostoso de ouvir, como se fosse uma melodia tranquilizante da natureza. Em outra ocasião, eu teria parado ali mesmo, na janela, para admirar a chuva e sentir o cheiro que ela proporcionava. Mas eu não o fiz. Já estava bastante amedrontada para fazer qualquer coisa. Tudo aquilo era muito estranho... Para onde foi Chat Noir? Ou melhor, para onde foram todos?

Engoli em seco e continuei a caminhar, até encontrar a escada que levava ao terceiro andar. Subi por ela e continuei a andar pelo corredor gelado cheio de pinturas, vasos de flores e velas. Quando cheguei a uma porta vermelha com pequenos detalhes amarelos, bati e esperei que ela viesse abrir, afinal era seu quarto. Mas, ao encostar na porta, ela se abriu sozinha soltando um rangido que só bastou para aumentar ainda mais meu medo.

As luzes estavam acesas e a janela do quarto estava aberta, deixando que toda aquela chuva entrasse e molhasse o chão e até alguns objetos, já as cortinas agitavam-se em um ritmo violento. Apressei-me em fecha-la, antes que o lugar ficasse completamente encharcado.

 Jogado na escrivaninha de qualquer jeito, estava aquele livro. O livro que Eveline havia se empenhado a escrever. O livro que continha informações valiosas sobre nossos inimigos.

Ele estava aberto em uma página que eu nem sabia que existia. Ao topo da página, havia o título “Ladybug & Chat Noir”. Não havia nada escrito, mas duas fotos nossas se encontravam coladas ali, a de Chat Noir estava marcada com um “X” em vermelho. Estremeci e larguei o caderno bruscamente. Isso significava que...

Senti uma tontura repentina e uma dor de cabeça forte. Cambaleei até a porta do dormitório e corri pelo corredor gélido e sombrio. Precisava encontrar Eveline. Rápido. Não parei de correr, nem mesmo ao chegar à escada. A dor de cabeça intensificou-se e minhas pernas pareciam perder as forças, ao colocar os pés no segundo andar, eu me rendi por completa. A dor chegou a um nível que era impossível ignora-la e eu quase não conseguia dar mais nenhum passo.

O máximo que pude fazer foi cambalear como uma bêbada até a porta de meu antigo dormitório, aquele que, segundo a ruiva, estava sendo “faxinado”. Escorreguei pela parede, até cair sentada no chão. E, de repente, tudo fez sentido. Aquele mal estar estava sendo causado pela bebida que aquele loiro miserável tinha preparado.

De súbito, a porta de meu quarto se abriu e pude perceber que a luz do mesmo estava acesa. Em seguida, pude ouvir alguém murmurando uma música calma e leve. Fazendo um esforço gigantesco, consegui esticar minha cabeça para ver o que estava acontecendo do lado de dentro, e eu a vi. Eveline estava trajando um vestido roxo que não era nada menos que estonteante, seus cabelos ruivos estavam divididos e presos a dois rabos de cavalo e ela exibia um sorriso brilhante. Ela girou a maçaneta de seu armário e tirou de lá um par de brincos negros com pintinhas vermelhas e, cuidadosamente, os colocou em suas orelhas.

—Transformar- murmurou e em um piscar de olhos seu cabelo se tornou curto e negro, seus olhos avermelhados como fogo se transformaram em um azul claro e penetrante e suas roupas ficaram negras com pintas vermelhas. Diante de meus olhos ela se tornou Bad Lady.

Arregalei meus olhos, que já estavam ficando marejados, e fiquei boquiaberta. Era ela. Esse tempo todo, sempre foi ela a nossa inimiga.

—Boa noite – ouvi a voz de Chat Blanc, que me deu um golpe no pescoço, o que me fez cair no chão e desmaiar- My Lady.

Continua...?


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Notas finais do capítulo

.... ainda acham que a Margot é a Bad Lady? -3-



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