The World Of Akumas escrita por Hinata2000


Capítulo 21
Eu não quero voltar


Notas iniciais do capítulo

Eu sinto muito pela demora, é que eu queria deixar o capítulo maior e talz. E eu tive que reescrever isso um milhão de vezes para ficar, no minimo, aceitável.



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Adrien:

Olhei através da janela de meu quarto e pude perceber que já era de manhã, porém, isso não importava muito, já que virei à noite em claro. O acontecimento da noite anterior ainda estava me perturbando, e o que não ajudou foi à dor de cabeça que começou a martelar em minha cabeça.

Sentei-me na cama e abracei meus joelhos, colocando meu queixo em cima dos mesmos. Soltei um suspiro, estava me sentindo exausto, e o que mais queria era dormir e me esquecer que tudo aquilo aconteceu, mas eu não consegui pregar o olho a noite inteira, porém, naquele momento, minhas preocupações eram bem maiores do que minha insônia.

Algumas partes da noite anterior estavam nebulosas, como se eu não quisesse me recordar daquilo. Outras estavam claras até de mais, ou seja, não importava o que fizesse eu me lembrava a cada 5 minutos.

~~

Autora:

Chat Noir suspirou ao ver Ladybug subindo com Margot pelas escadas, assim que elas sumiram de sua vista se virou para Remy, que estava indo em direção à cozinha. Ele deu de ombros e seguiu o criado, apenas estranhou o fato de ter que passar pela cozinha para se dirigir ao seu novo quarto.

Adentrando a impecável e arrumada cozinha branca de bancadas pretas, olhou para o loiro, que cortava despreocupadamente algumas frutas e preparava alguma bebida no fogão, que o felino desconfiava ser chá. Ele encheu seus pulmões com o cheiro delicioso de comida, tinha que admitir que os pratos daquele garoto eram, no mínimo, deliciosos.

—Então... – começou a falar, sentindo-se um pouco sem graça- onde fica o meu quarto?- ele colocou as mãos na bancada, usando-a de impulso para sentar em cima dela.

—Não sei, onde você anda dormindo?- ele arregaçou as mangas de sua camisa branca e colocou alguns morangos em cima de panquecas quentes e macias. Primeiramente, o felino pensou que era apenas um trocadilho do serviçal, entretanto, quando ele começou a encara-lo esperando uma resposta, percebeu que ele realmente estava falando serio.

—No final do corredor do terceiro andar... – disse ele, hesitante.

—Então é para lá que deve ir – sorriu como se estivesse explicando a uma criança a coisa mais fácil e simples do mundo.

—Mas a Eveline disse que meu quarto estava sendo limpo – duvidou, sem entender mais nada - e que eu deveria ir para outro esta noite...

—Bom, ela errou. O único quarto que esta sendo limpo é o da sua parceira- largou a faca e, finalmente olhou para ele.

—Ah, entendo. Obrigado- se dirigiu até a porta da cozinha e quando ia empurra-la para frente ouviu a voz calma e despreocupada de Remy novamente.

—Tem alguma coisa que queira me perguntar? – ele olhou de soslaio para Chat, quase como se adivinhasse seus pensamentos.

Tinha. Claro que tinha. Sua vontade de perguntar se ele era Chat Blanc era enorme, afinal, suas aparências eram extremamente similares, mas ele não podia simplesmente encara-lo e indagar: “Você é o vilão que quase matou Eveline, que estava atrás de Ladybug, que tentou nos matar em uma batalha e que, ainda por cima, me chamou de inútil?” O gato admitia que ele estava no topo de sua lista de suspeitos, juntamente com Margot, mas isso seria ousadia de mais, até mesmo para o desinibido Chat Noir.

—E então, tem algo para me perguntar? – ele repetiu sua pergunta

—Na verdade... – Adrien ainda estava decidindo entre falar ou não. – eu tenho sim.

Como se ele já esperasse pela resposta, sorriu de canto e parou de preparar o café da manhã.

—Ótimo!- exclamou e virou-se para ele- Então, que tal um jogo?

—Um jogo?

—Sim, você pode me fazer três perguntas e eu tenho que respondê-las, mas, se eu não quiser responder alguma eu perco um ponto e vice-versa, ganha quem tiver os três pontos.

—Só isso? – O felino sorriu de forma travessa, seria assim que provaria sua utilidade para todos que duvidavam dele, poderia arrancar uma confissão facilmente do loiro. E quando fosse sua vez de responder? Inventaria qualquer mentira.

—Não minta- ele advertiu como se pudesse ler sua mente – eu sei quando mentem para mim- sorriu de forma irritante e secou as mãos molhadas em um pano de prato pendurado ao lado do fogão.

—Quem disse que iria tentar te enganar? – Mentiu, fingindo estar incrédulo com o que o rapaz disse. - Que ideia absurda!

Remy olhou em seus olhos verdes, como se já tivesse escutado aquele discurso inúmeras vezes, porém ficou calado por alguns segundos, como se esperasse que o herói questionasse mais alguma coisa sobre o jogo.

—Você e a Margot são...

—Chega!- a voz alta e irritada de Eveline interrompeu a brincadeira, fazendo com que os dois olhassem para ela. Seu rosto estava vermelho e Chat podia jurar que nunca a viu tão brava.

Ela estava com uma expressão de fúria, seus olhos mostravam uma raiva inconfundível, seu rosto estava vermelho e seus punhos estavam cerrados. Ajeitou a camisola verde que usava e marchou até ficar de frente a Remy que abriu um sorriso em seus lábios, mesmo estando um pouco decepcionado por ter que para com sua brincadeira.

—Quantas vezes eu já disse para não importunar meus convidados com isso?- esbravejou, posicionando as mãos em seus quadris e chegando bem perto de seu rosto para falar. – Onde está Margot? Ela te impediria de fazer uma coisa dessas... – bufou parecendo frustrada – não faça mais isso!

—Sim, chefe- ele assentiu com a cabeça e deu um sorriso um tanto travesso, como se os dois fossem velhos amigos, ele bagunçou os cabelos ruivos e ainda úmidos de Eveline. Ela encolheu os ombros, como se sua irritação tivesse ido embora e empurrou o loiro levemente para o lado.

—Está bem, já chega – ela limpou a garganta – Chat, já para cama- mandou, como se ela estivesse lidando com uma criança.

—Ei! Eu não sou uma criança- bufou

—Não me importa, vá! – ela o empurrou para que andasse e quando ia atravessar a porta recebeu um olhar desafiador vindo de Remy acompanhado de um sorriso sínico e totalmente fingido.

Ao chegarem ao quarto do gato, Eveline desabou em sua poltrona violeta e soltou um suspiro cansado.

—Sinto muito – disse, encarando-o – Remy sempre faz esses tipos de jogos com meus convidados. Somos amigos há um bom tempo – ela fez uma pausa como se estivesse pensando em como terminar aquela frase – creio que seja ciúme.

—Tudo bem- respondeu como se não se importasse – Mas... Qual era o objetivo daquele jogo?

—Bem, ele não o fez muitas vezes, no máximo duas ou três. Ele usa para descobrir que lugar você prefere, The World Of Akumas ou o lugar onde você mora, no seu caso- a ruiva fez uma pausa – o seu mundo. Eu ainda não entendi direito porque ele insiste em fazer esse jogo...

— Que tipo de perguntas ele geralmente faz?

Seus olhos avermelhados o encaravam de forma indecisa, não sabia se deveria contar-lhe sobre as estratégias “sujas” de seu amigo ou despedia-se, ia se deitar e nunca mais tocava naquele assunto. Logo após um silêncio que foi, no mínimo, constrangedor para ambos, Eveline decidiu-se e resolveu relatar a ele e adverti-lo sobre as brincadeiras de Remy:

— Você prefere estar em um lugar em que as pessoas gostam de você ou em um que ninguém se importa com você? Prefere ser rodeado por pessoas boas ou pessoas ruins? Ficar com quem você ama ou com quem você finge gostar?

O felino a encarou e franziu o cenho, qual era a lógica desse jogo? A resposta era simples e sensata, era obvio que ele preferia ficar em um lugar em que as pessoas gostassem dele. Por alguns segundos, se arrependeu amargamente de não ter jogado com o cozinheiro. Se ele tivesse feito essas perguntas para ele, não precisaria nem se esforçar para inventar uma boa mentira.

A segunda resposta? Obviamente ele escolheria a primeira opção, quem no mundo gosta de estar perto de pessoas frias e amargas, como... seu pai? Adrien sentiu-se extremamente incomodado ao pensar sobre aquilo, para ser franco nem esteve pensando em seu pai ultimamente. E isso o preocupava, que filho monstruoso não se importa com seu próprio pai? Se bem, que ele nunca o viu como tal, e sim como o serio e sem emoções Gabriel Agreste.

Já a terceira resposta... Bom, ele ficaria com a primeira opção novamente, aliás, era muito melhor ser verdadeiro do que ser uma pessoa falsa e que finge ser outra pessoa. Sim, era exatamente aí que estava o problema. Ele era uma pessoa falsa e que finge ser outra pessoa. O loiro preferia muito mais ser Chat Noir a ser Adrien, porque quando estava transformado em um super-herói, Adrien podia ser ele mesmo. Ele não precisava mentir ou fingir que era o tímido e “perfeito” modelo teen, filho de um dos maiores estilistas de toda a Paris. Ele era o despreocupado, desinibido e extrovertido Chat Noir, e ele adorava tanto isso que, se pudesse, seria assim por tempo integral.

— E então? – Eveline tirou-o de seus devaneios

— A resposta para todos são as primeiras opções- respondeu, coçando os olhos e olhando para o teto. - qual o resultado?

 -Você prefere The World Of Akumas... – A ruiva encolheu os ombros e tentou pronunciar calmamente cada silaba que dissera. Ao ver a expressão de descontentamento estampada no rosto do gato preto, tratou de explicar-se- Não! É só um jogo infantil e idiota, não leve a serio... - gaguejou

Silêncio. Nenhum dos dois ousou dizer mais nada, ficaram apenas vivenciando aquele desconfortável silêncio, até que Eveline decidiu quebra-lo:

—Eu vou indo, já esta tarde... – e, dizendo isso, se retirou do cômodo deixando lá dentro apenas o confuso gato preto.

Aquilo não poderia ser verdade, certo? Ele adorava Paris! O loiro não se incomodava nem um pouco de ter um pai que não se importava com ele, uma mãe que nunca conheceu, um irmão que o odiava, garotas superficiais e insistentes o sufocando o tempo todo, aulas chatas e cansativas, sessões de fotos que ele nem gostava de fazer... Deus! Ele odiava Paris. Ou talvez odiasse ser Adrien.

“...Ou talvez odiasse ser Adrien.” Ele... odiava?

Sem saber mais o que pensar, colocou as mãos na frente dos olhos e soltou um gemido abafado e cansado. Queria muito esquecer tudo aquilo e ir dormir, mas... por que aquilo estava o incomodando tanto?

Chat Noir não sabia direito o que estava fazendo, mas, quando se deu conta, já tinha batido na porta de Ladybug e estava pronunciando a seguinte frase:

“Eu quero ficar aqui e não pretendo voltar para Paris”

— O que?- Ela perguntou, sentindo-se atordoada.

— Eu não quero mais voltar, quer dizer... Nós temos muito mais futuro aqui. Podemos nos livrar daquele mundo cruel e cheio de armadilhas, podemos nos divertir todos os dias e...

—Você acha que eu iria me divertir sabendo que meus amigos e a minha família estão em apuros?- ela indagou, sentindo-se incrédula ao ouvir aquelas palavras vindas do felino

—Bom eu...

— Não é uma ou duas pessoas que contam conosco, Chat Noir. São milhares de pessoas que estão sofrendo nas mãos daquelas três pessoas cruéis e abomináveis!- Ladybug parou de falar, como se esperasse que ele fosse se defender ou algo do tipo, mas ele se calou, na verdade, mal conseguia encara-la. Então ela continuou: - Eu pensei que você fosse melhor que isso, só que eu vejo que estava errada. Como fui capaz de me enganar, a ponto de não perceber que você era um grande egoísta?!- enfurecida, ela bateu a porta na cara do herói e bufou de raiva.

Chat estava paralisando do lado de fora do cômodo, ela tocou a porta e bateu a cabeça levemente na mesma. Ele sentiu um nó em sua garganta e com um fio de voz sussurrou:

—Lady eu... – ele foi interrompido pelo som da tranca da porta, sentindo-se mal e derrotado abaixou suas orelhas negras e sussurrou, esperando que ela escutasse do lado de dentro- sinto muito...

Ele saiu de lá e caminhou até o seu quarto, mas antes que entrasse, pôde ver Remy ao pé da escada, sorrindo sarcasticamente enquanto o encarava e voltava para seu serviço...

Continua...?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :) de novo, desculpe pela demora :/
P.S: Leiam a fanfic Além dos Miraculous, tenho certeza que vão gostar :)



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