Marinette:

Um pouco antes de dormir recebi uma carta enviada por Eveline. Na carta, ela pedia desculpas por seu comportamento mais cedo (pensando bem o meu não foi o dos melhores também...) e pedia para que eu fosse ao jardim encontrá-la.

Fiquei um pouco apreensiva, o que ela queria de tão importante que não podia esperar até amanha? Depois de alguns momentos refletindo, decidi descer, afinal eu não tinha nada a perder, certo?

Depois de uma longa caminhada em busca do dito jardim, encontrei-o. Ao fundo do local, estavam Eveline e Chat Noir, eles estavam conversando animadamente, seja qual era o assunto, era capaz de deixar o rosto do gato preto vermelho. Assim que ela me viu, deu um sorriso arteiro e pediu para que me aproximasse. Confusa, cocei a cabeça e me aproximei dos dois sem entender o que diabos estava acontecendo ali?

—Preparei uma surpresinha para me desculpar- sussurrou ela- acho que vai gostar, o Chat parece estar gostando- a borboleta apontou para Chat que estava olhando para mim com os olhos brilhantes.

—O que...?- Olhei para ela com os olhos arregalados- Você... não... err...

Eu acho que fiquei vermelha, porque Eveline começou a rir loucamente e apoiou as mãos em meus ombros:

—Não conte para ninguém, mas- ela aproximou os lábios de um ouvido e cochichou o mais baixo possível- eu shippo LadyNoir!- e então fez um sinal de positivo para ele, deu uma piscadinha para mim e saiu saltitando, como sempre.

Bati a mão na testa com força e revirei os olhos. LadyNoir? Sério? Parece até a Alya falando! Essa garota podia não ser ela, mas seu jeito era extremamente comparável ao dela!

Direcionei minha atenção para o gato preto que estava com uma rosa nas mãos, parecendo pensativo. Toquei seu ombro e sentei ao seu lado, dando de ombros. Ele olhou para mim e abriu um sorriso malandro, girando sua calda negra:

—Viu, my lady? Todos querem que fiquemos juntos, talvez seja o destino. - disse ele, convencido.

Ignorei seu comentário sem graça e olhei para o céu estrelado, naquele dia, a noite estava realmente muito bonita.

—Pensei que ela gostasse de você... Essa garota é louca. – passei o dedão sobre meus lábios, voltando a encara-lo.

— O que posso dizer? Eu enlouqueço as mulheres. - Eu não sei o que era pior: seu convencimento ou seus trocadilhos sem graça.

Chat Noir segurou minha mão direita e deu um beijo em suas costas. Não tive nem tempo de puxar minha mão de volta, pois, logo em seguida, ele me entregou a rosa que segurava. Fiz uma careta e devolvi a rosa a ele, me levantando:

—Desculpe gatinho, mas não precisa. – me virei e dei alguns passos, mas logo ele ficou em frente a mim, parecia um pouco decepcionado.

Eu poderia sair dali e deixa-lo triste e sozinho ou ficar com ele e deixa-lo feliz e satisfeito. Por fim decidi não ir embora, eu não queria que ele se magoasse novamente e além do mais, iríamos passar um bom tempo juntos, por isso, não seria bom se ele não quisesse falar comigo ou ficasse deprimido na hora da batalha.

Olhei para seus olhos verdes, que se iluminaram quando me sentei novamente no banco e bati a mão no lugar vago ao meu lado, chamando-o para sentar-se, suas orelhinhas de gato, que antes estavam abaixadas, se levantaram rapidamente e um sorriso que ia de orelha a orelha brotou em seus lábios.

—Quem você acha que são eles?- perguntei, coçando o queixo e olhando, de novo, para o céu estrelado.

—Eles quem?- Chat olhou para o chão, onde estava a violeta que Eveline havia deixado cair- Bad Lady e Chat Blanc?

Assenti com a cabeça e passei as mãos pelos braços, estava começando a ficar com frio.

—Eu não faço ideia- ele reencostou as costas no banco e soltou um suspiro- Pra falar a verdade eu não sei nem porque eles estão atrás de nós. Tipo... Por que Hawk Moth precisa de clones nossos, quando ele podia simplesmente akumatizar uma pessoa infeliz para capturar nossos Miraculous? E por que ele ainda esta atrás de nós se Tikki e Plagg estão com ele? Por que ele precisa tanto dos nossos Miraculous?

—Eu... não sei...- Bufei irritada, essas duvidas me deixavam cada vez mais frustrada! Apesar de muitas coisas terem sido esclarecidas pelo avô de Eveline ainda tínhamos muitas dúvidas que nem mesmo ele sabia responder. - Isso é frustrante!

E então ficamos ali, conversando de coisas aleatórias por um tempo. E quando me dei conta havia adormecido com a cabeça encostada no ombro de Chat Noir. Quando acordei ele estava me carregando em seus braços e me colocando na cama, antes de sair ele me cobriu e deu um beijo em minha testa, em seguida apagou a luz, fechou a porta e saiu do quarto. Eu teria ficado relutante contra todas essas ações, mas como estava extremamente cansada, acabei cedendo e me deixando levar.

Mas o meu verdadeiro susto foi quando acordei naquela manhã...

Continua...?