Adrien:

Entramos em um tipo de castelo, seguindo Eveline, que estava sorridente e saltitando, e o senhor que parecia ter algum parentesco com ela.

Depois de um tempo caminhando, entramos em um cômodo iluminado apenas pela luz fraca de uma tocha, sentei-me em um pequeno sofá azul que estava do lado de uma enorme cama de casal com lençóis vermelhos:

—Podem perguntar o que quiserem. - ele piscou e deu um calmo sorriso para nós

Quando ia abrir a boca para perguntar algo, Ladybug se apressou e indagou, sem desviar o olhar dele:

—Como estamos transformados se nossos kwamis não estão em nossos miraculous?

—Imaginei que esta seria a primeira pergunta de vocês. – Ele nos olhou, ainda com seu sorriso.

—E então...?- Ladybug arregalou os olhos, parecendo extremamente curiosa.

—Pelo visto, os kwamis de vocês deixaram um pouco de poder em seus miraculous, mas só o suficiente para continuarem transformados- ele esclareceu

Ela olhou para o senhor, com as sobrancelhas franzidas, assentindo com a cabeça.

E assim se seguiram uma serie de perguntas, todas feitas por Ladybug. Até que sua ultima pergunta foi sobre algo que despertava minha curiosidade por dias:

—Quem são Chat Blanc e Bad Lady?

Eveline trocou olhares com o senhor desconhecido e logo limpou a garganta,ficando séria e um pouco preocupada.

—Suas identidades são desconhecidas- a borboleta começou- mas, eu andei pesquisando umas coisinhas sobre eles. - Ela se levantou e abriu um caderno azul escuro, folheou algumas páginas, parando em uma cheia de anotações e rabiscos. Eveline estendeu o caderno para Ladybug com a testa franzida. – Espero que isso ajude vocês.

Cheguei mas perto dela para ler o que estava escrito:

“Chat Blanc: Sua aparência é extremamente semelhante à de Chat Noir, porém ele possui alguns poderes diferentes ao de Chat. Um exemplo deles é o Flamme Blanc, uma imitação do Cataclysma, que pode ser usado para colocar fogo em tudo o que toca...

Bad Lady: Muito parecida com a original, Ladybug, a diferença é que suas roupas puxam mais o tom de preto do que o vermelho. Possui um poder semelhante ao Lucky Charm, o Bad Lucky. A diferença de seus poderes é que o Bad Lucky concede um objeto que dá um novo poder a Bad Lady...”

Olhei um pouco atordoado para Eveline que estava remexendo as mãos inquietamente e olhando para Ladybug, que ainda estava lendo informações.

Os olhos de Eveline encontraram os meus e seus olhos começaram a brilhar, um sorriso que parecia um pouco nostálgico brotou em seu rosto. O que ela estava acontecendo com ela? Para ela não pensar que eu estava a ignorando, retribui o sorriso e pisquei para ela, que balançou a cabeça e colocou as mãos no rosto, parando de sorrir, por alguns segundos escutei-a se repreender.

—Como conseguiu essas informações?- Ladybug estreitou os olhos, parecendo desconfiada.

O rosto da garota ficou um pouco vermelho, então ela limpou a garganta e olhou para ela:

—Eu tive que ir ao mundo de vocês – ela fez uma careta e fechou o olho esquerdo-Não que eu goste daquele mundo todo errado! Mas... porque a pergunta?- perguntou a borboleta purificada, se inclinando para frente.

—Nada, só achei um pouco estranho- My Lady repetiu o gesto e estalou a língua- Acho que nos temos conceitos diferentes do que é certo e errado. Mas tenho certeza de que o seu mundo não é o certo.

—Muito menos o seu, joaninha. – ela sorriu, parecendo um pouco irritada.

—Eveline!- O homem de idade, que até agora estava quieto, a repreendeu- Desculpe Ladybug, minha neta é um pouco impulsiva. Nós sentimos muito certo, Eveline?

Então, o velho era avô dela? Ah! Isso explica muita coisa.

A borboleta assentiu com a cabeça e suspirou, pedindo desculpas e se retirando do quarto.

—Vamos peça desculpas. – Cochichei para Lady, que apenas revirou os olhos e soltou um suspiro cansado.

—Bem, se suas perguntas acabaram, acho melhor deixa-los descansar. – Ele apontou para o relógio que indicava que já era meia noite – qualquer coisa que precisarem podem chamar a mim ou a minha neta. - ele se virou para mim- Vou leva-lo até seu quarto, Chat Noir.

O segui, fechando a porta do quarto de My Lady. Depois de um tempo caminhando, chegamos ao quarto em que ficaria hospedado. Uma enorme cama de casal estava ao lado de um pequeno e novo criado mudo, várias pinturas se localizavam ao lado de uma janela enorme que estava sendo coberta por cortinas pretas de ceda.

O avô de Eveline saiu do quarto, então aproveitei para me jogar na cama e dormir, estava extremamente cansado. Quando estava prestes a fechar os olhos, ouvi um barulho que veio da porta e logo em seguida ouvi passos rápidos se distanciarem de meu quarto. Estranhei e me arrastei até lá, para ver o que era.

Chegando perto da porta, percebi que pisei em algo. Levantei meu pé e puxei um envelope rosa lacrado por um adesivo. Abri a carta e comecei a ler:

“Sinto muito pelo que eu disse para sua parceira, não tinha a intenção de ofendê-la e nem deixar aquele clima chato... Desculpe-me. Gostaria de me encontrar? Queria falar com você um pouco fora do castelo. Se não for, eu entendo, afinal você fez uma ‘viajem’ cansativa. Mas se for eu estarei te esperando no jardim, do lado de fora do castelo, espero que venha.

Eveline”

Fiquei um tempo parado olhando para a carta e depois de rele-la algumas vezes, fiquei dividido entre voltar para a cama e dormir ou ir encontra-la no jardim. Suspirei e cocei a cabeça, era provável que ela ficaria um pouco magoada se eu não fosse, e eu devia muito a ela. Além de estar nos ajudando a derrotar dois vilões que não tem nada a ver com eles, ela estava me hospedando na casa dela, e sem pedir nada em troca.

Abri a porta e fui até o jardim, não sem antes procura-lo por alguns minutos. Procurei-a com o olhar e logo a avistei-a sentada em um banco girando uma violeta entre os dedos.

Coloquei a mão em seu ombro, fazendo-a olhar para mim com seus olhos grades e vermelhos.

Sua expressão não era a das melhores, o que ela queria conversar comigo?

Continua...?