Adrien:

Acordei, sentindo que minha cabeça iria explodir, nunca havia sentido uma dor de cabeça tão forte assim. Passei as mãos pela mesma, (o que foi um desafio, pois minhas mãos e pés estavam presos a uma corrente de metal rigorosa), sentindo minhas pontudas orelhinhas de gato, eu estava transformado em Chat Noir? Arregalei os olhos e percebi que eu não estava em casa...

O local em que eu estava era iluminado apenas por uma grande janela de vidro e o vento gelado do inverno parisiense batia contra meu rosto. Estava preso em um tipo de cela cinzenta e com barras grosas, impedindo que até o menor dos camundongos entrasse ou saísse.

A única parte aberta do “xadrez” era em cima, no rumo de minha cabeça, assim dando para enxergar, quase, tudo que estava do lado de fora. Estreitei os olhos tentando descobrir onde estava, quando uma borboleta negra começou a voar em minha direção, engraçado parecia uma Akuma... ESPERA! Não parecia com uma... ERA uma Akuma!

Não podia deixar que nenhuma me encostasse, comecei a me remexer freneticamente tentando desviar dela, porém meus movimentos foram todos em vão, ela se aproximou e pousou em meu anel, que a propósito não estava mostrando nenhuma patinha verde, fechei os olhos com força, desejando que não machucasse nem Paris, nem Ladybug...

Quando abri os olhos, percebi que a borboleta negra continuava lá, parada. Alguns segundos depois ela pareceu levar um tipo de choque e se afastou bruscamente de meu miraculous. Franzi o cenho, e a vi sair de minha cela, o mais rápido que podia.

—Impressionante, não? – Hawk Moth parou em frente a mim, cerrando os dentes e sorrindo de maneira irritada. – Parece que minhas Akumas reagem mal ao seu anel, Chat Noir.- Ele abriu a cela e segurou meu queixo, apertando-o com o indicador e o polegar.- O que você fez com o miraculous?- ele rangeu os dentes e apertou com mais força.

Soltei um sorriso irônico, tudo o que podia fazer agora era blefar:

—Não sei, porque não pergunta para suas borboletas negras? Ei, tive uma ideia! Quem sabe não abre um show de horrores? Ah ah, você e suas borboletas de macumba seriam a atração principal. – pude ver que ele tinha uma veia que saltava de sua testa

— Como ousa se dirigir a mim dessa forma, gato imundo?- Ele berrou, acertando um tapa no lado direito de meu rosto. Minha cabeça tombou para o lado oposto, sorri e dei uma risada curta e fria.

—Porque não me solta? Eu não tenho nada e nem ninguém a perder. E além do mais, você precisa de mim, se quiser que os miraculous funcionem. Não pode me prender aqui para sempre.

Hawk Moth colocou uma mão no bolso e tirou de lá algo que não consegui identificar de primeira, mas quando ele o aproximou de mim puder ver o que era, ou melhor, quem era.

— E este aqui?- Ele apertou Plagg com força em sua mão. Pude ouvi-lo gemer de dor- Não sente nada por ele? – Seu sorriso era no mínimo irritante.

—Solte-o!- Ordenei, cerrando os punhos e me remexendo para sair dali.

Quando me dei conta, ele já tinha ido embora, levando Plagg consigo. Sua sínica risada estridente ecoava pelo local.

Bufei, sentindo uma raiva crescente dentro de mim. Mas, foi quando percebi, se meu kwami estava nas mãos de Hawk Moth... por que eu estava transformado em Chat Noir?

Espantei os pensamentos e dúvidas, precisava de uma ideia para sair, mais tarde focaria em descobrir o que estava acontecendo. Tentei usar o Cataclysma para corroer as correntes, mas eu não consegui aciona-lo. Fitei meu Miraculous, que estava sem nenhuma patinha verde, em busca de alguma ideia para me salvar.

 Foi quando tive uma ideia, eu não iria conseguir ir até ele para me transformar, mas ele consegue vir até mim, certo?

—Plagg, me transforme! – Exclamei um pouco alto, mas não o suficiente para ser ouvido pelo vilão.

Alguns segundos depois, ele estava sendo sugado pela minha miraculous, mas parecia cansado. Pude perceber que, quando ele entrou em meu anel, só uma patinha apareceu, as outras estavam apagadas. Mas eu só precisava de uma mesmo, então destruí as correntes e as barras da cela.

Saí correndo pelo local, não sabia muito bem onde estava indo, mas precisava achar uma saída.  Passando pelas celas ouvi alguém chamar por mim. Parei bruscamente e olhei para a cela, e lá estava ela. Jogada no chão demonstrando cansaço e com os olhos quase se fechando.

—Lady!- Destruí sua prisão e a puxei para fora. Ladybug caiu no chão, ofegante.

— O que aconteceu com você?- Peguei-a no colo, ela não lutou só ficou parada me olhando com lágrimas nos olhos.

Seus cabelos negros estavam soltos e caiam sobre os olhos, ela devia estar aqui há muito mais tempo que eu. Voltei-me minha atenção para ela, que havia desmaiado em meus braços.

—Chat?- Ouvi uma voz fina e bonitinha vinda de alguém que estava próxima de mim

—Hãm?- Olhei para os lados, sem encontrar ninguém.

—Aqui!- Um tipo de joaninha falante sentou em meu ombro

—Q-q-quem é você?- Olhei para ela, surpreso e um pouco assustado. Ela, obviamente, não era um Akuma

Antes que ela conseguisse se identificar, meu kwami saltou do anel, caindo ao lado do ser desconhecido.

—Tikki- Ele sorriu, colocando as mãos na barriga, com certeza ele estava com fome.

—Plagg!- A pequena joaninha abraçou meu kwami com força e sorriu, ela parecia feliz em vê-lo.

—Quem é ela?- Perguntei, me dirigindo a Plagg

—Ah, essa é kwami da Ladybug, Tikki.- Ele ficou um pouco vermelho e coçou a cabeça- Mas antes de outras explicações eu preciso comeeeer!- Reclamou, se deitando em meu ombro.

Revirei os olhos, dando um pedaço de queijo para ele, que comeu de bom grado.

—Quer?- Apontei o queijo para ela, que tampou o nariz e disse que não gostava de queijo. Agora alguém entendia.

—Você gosta de comer o que?- Indaguei, olhando para a pequena kwami

—Bom, Ma... – ela parou de falar bruscamente e limpou a garganta, com os olhos arregalados- Quer dizer, Ladybug costuma me dar biscoitos. Acho que deve ter alguns na bolsa dela. - Ela apontou para uma bolsinha rosa e toda empoeirada, jogada no chão da cela onde ela estava.

—Oh, ok. – abri a pequena bolsa e puxei um pacotinho de biscoitos, dando dois para ela. – Então, agora que vocês já comeram, podem me explicar o que está acontecendo aqui?

Eles se entreolharam e então Plagg começou a falar, enquanto eu andava tentado buscar a saída:

— Hawk Moth, como não estava conseguindo pegar os miraculous de vocês, ele decidiu tomar uma providencia um tanto... radical. – ele engoliu e olhou para Tikki- Ele descobriu que é impossível akumizar Ladybug e Chat Noir.

—Então- continuou Tikki- ele esperou vocês ficarem tristes e zangados para tentar realizar um projeto que ele tinha em mente. E quando isso aconteceu, ele conseguiu realizar o tal projeto.

—Que projeto é esse?- A interrompi, sem entender do que estavam falando.

— Akumizar duas pessoas para se passarem por vocês, só que em versões maldosas. - o pequeno gatinho afirmou - Eles são versões diferentes de vocês dois e tem outros poderes, mas mantém a aparência idêntica as suas.

—E porque Hawk Moth não pegou nossos miraculous?- apontei para meu anel

—Ele não conseguiu. As únicas pessoas que podem retirar os miraculous são os portadores dos mesmos. - foi a vez da joaninha opinar. – As cópias de vocês são Chat Blanc e Bad Lady. Não é seguro para vocês ficarem em Paris enquanto não sabem do que esses dois são capazes. Precisam obter o máximo de informações possível, para tentar vencê-los e livrar Paris dos Akumas e dessas cópias.

— E pra onde vamos?- Indaguei, sentindo meu estômago revirar.

—The World Of Akumas- Eles responderam, em coro.

—Onde?- Cocei a cabeça e olhei para os dois

— É um lugar onde Hawk Moth jamais achará vocês. E terão todo o tempo preciso para aprender a como se defender e saberão de tudo sobre essas duas novas ameaças. – Afirmou ela

O barulho de passos começou a ecoar pelo local, logo ele nos veria.

 Engoli e concordei com a cabeça, Tikki tirou os brincos de Ladybug e meu anel. Plagg levantou meu anel o mais alto que podia, juntamente com Tikki que levantou os brincos.

Segurei Ladybug o mais forte que podia, enquanto os dois chocavam os dois miraculous. Um brilho azul tomou conta do local e, sem perceber, um pequeno portal da mesma cor se abriu na minha frente:

—Tomem cuidado- Advertiram os kwamis

 -Vocês não vão?- Ergui os olhos para olha-los, eles trocaram olhares e balançaram a cabeça negativamente.

—Hawk Moth vai descobrir aonde vocês foram se nos formos com vocês. Fique tranquilo, ficaremos bem- Ele sorriu segurando a mão da pequena kwami.

Os passos dele estavam ficando mais altos, ele estava se aproximado. Com My Lady nos braços, saltei pelo portal...

Continua...?