Lembre-se escrita por Amanda


Capítulo 26
Capítulo vinte e cinco




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Hermione já estava na sua terceira xícara de chá, mas apenas Draco notara a ansiedade com que bebia o líquido quente. Gina chegara pouco depois de Narcisa e carregava um enorme álbum com opções para o convite de casamento. Havia pergaminhos coloridos, rendados, impressos e decorados para todos os gostos, assim como os envelopes que enchiam um segundo álbum.

— Precisa ser algo sofisticado e clássico. — Disse Narcisa, apontando para um modelo. — Como este aqui. Vê a renda feita à mão? É simplesmente divina!

— Mas a renda rasgaria no envelope. As corujas não são cuidadosas! — Gina mordeu o lábio.

Draco olhou para Hermione e notou que ela já havia se decidido, e não pode conter o sorrisinho. O convite era branco e bastante simples, o charme estava nos traços dourados e prateados entrelaçados por toda a borda do papel cartão.

As chamas da lareira bruxulearam, chamando atenção de todos.

— Hermione! — Theodore saiu das chamas, parecia assustado. — Emergência no Ministério, a missão é nossa.

Draco observou a esposa ficar rígida por poucos segundos antes de levantar-se com bastante calma e certificar-se de que a varinha estava no bolso.

— Preciso ir. — Murmurou lançando um olhar de desculpas para Gina e Narcisa.

— Tome cuidado. — Draco pediu baixinho quando as chamas verdes engoliram-na pouco depois de Nott.

Narcisa não levantara-se, e cinco segundos depois já voltara ao assunto os convites, virando as páginas com modelos atrás de um que encaixasse-se na categoria “perfeição”.

— O que acha desse, querido? — Levantou o pergaminho e sacudiu.

Draco virou-se para as duas e piscou algumas vezes.

— Hermione já escolheu, e estou de acordo! — Empurrou o convite que a esposa escolhera antes de ir, e deixou claro que perdera a vontade de continuar. — Já enviei a lista de convidados para você, pode enviar os convites. Se me dão licença...

Não aguardou resposta e apenas seguiu para seu laboratório.

Havia reparado naquilo há pouco tempo, toda vez que Hermione partia para uma missão seu peito apertava como se fosse perdê-la, e seu humor simplesmente mudava como céu ensolarado numa tempestade repentina. Dispensou Narcisa e Gina para não se estressar, e focou toda a sua atenção numa poção — uma tentativa de ocupar-se.

A lembrança da primeira missão de Hermione após o inicio do namoro era muito clara, como se tivesse acontecido há poucos dias.

Naquela época trabalhava no Ministério e no St. Mungos, vivia cansado e ocupado, mas estava quase terminando a residência e logo poderia dedicar-se a um lugar apenas. Estava namorando Hermione há duas semanas e tudo estava maravilhoso, simplesmente estava encantado com o relacionamento que nascera entre eles. Acordava de madrugada para observá-la e sorria toda a vez que ela o chamava pelo nome sem agressividade. Delirava quando ela gritava seu nome quando chegavam juntos ao extremo prazer.

Estava analisando a ficha médica de um auror que encaminhara para o St. Mungos quando Harry e Rony entraram carregando Hermione semi-desacordada com um talho na cabeça. O sangue que escorrera do corte cobria metade do seu rosto, e Harry tentava mantê-la consciente, repetindo palavras rápidas e agitadas enquanto as piscadelas tornavam-se cada vez mais espaçadas.

— O que aconteceu? — Draco correu em direção ao trio e tratou de pegar Hermione, levando-a imediatamente para a sala de atendimento. — Drgoa, Potter, o que aconteceu?

A voz alta saía sem que pudesse se controlar, e na verdade, não queria. Precisava garantir que Hermione acordaria e que tudo ficaria bem.

— Foi minha culpa, ela pediu cobertura e me distraí. Ela nem viu o que a atingiu! — Rony explicou em pouco menos de três segundos. Nervoso.

A vontade de socar a rosto sardento de Ronald foi quase incontrolável, os nós de seus dedos fechados ficaram brancos e teve de respirar algumas vezes para se controlar. Voltou a atenção para a namorada e começou os procedimentos, primeiro estancando o sangramento e depois checando se havia mais algumas errada. Quando terminou permitiu-se acariciar o cabelo sujo de sangue seco dela, e com alivio virou-se para Ronald e Harry que o encaravam em expectativa.

— E então?

— Ela ficará bem, deve acordar em alguns minutos. — Deu o veredito. — Vocês tiveram sorte, seja qual for o feitiço que a tingiu, podia ter sido muito pior. Espero que não aconteça novamente, Weasley!

Ronald o encarou por alguns momentos com raiva, já estava se odiando o suficiente, mas não importava. Ao menos não quando Draco Malfoy estava com razão. Saiu da sala e pouco depois Harry o seguiu.

Quando a porta fechou Draco soltou a respiração e encarou as bolas de algodão sujas de sangue, seu jaleco também tinha algumas manchas e sentiu-se nauseado. Sem coragem alguma de olhá-la imóvel na maca. Foi quando percebeu que poderia tê-la perdido, se tivesse errado na poção ou o feitiço...

Sentiu o toque leve em sua mão e virou-se atordoado com a imaginação que o levara para longe em alguns segundos.

— Como está se sentindo? — Perguntou ao notar que Hermione ainda não abrira os olhos. — Está com dor?

Ela sacudiu a cabeça.

— Rony? — Perguntou num fio de voz e abriu os olhos castanhos quando a resposta demorou a chegar. — Ele está bem?

Draco virou o rosto e riu sem humor.

— Que foi? — Perguntou

— Foi você quem chegou coberta de sangue e quando acorda, pergunta pelo cabeça de cenoura... É inacreditável!

Hermione rolou os olhos e fechou-os, mas continuou acariciando a mão de Draco com o polegar.

— Obrigado. — Disse.

E não precisou explicar o motivo de tê-la agradecido.

Abriu os olhos, acordando do cochilo, quando ouviu o som de aparatação dentro de casa.

— Hermione? — Perguntou assim que chegou na sala.

— Desculpe, não quis acordá-lo. — Disse e jogou-se no sofá.

Draco sentou-se ao lado da esposa e puxou-a para seu peito, beijando-a gentilmente na testa.

— Agora vou conseguir dormir.

Hermione aconchegou-se mais perto de Draco e juntou seus lábios num beijo calmo, como se quisesse dizer que tudo estava bem e continuaria assim.

— Está cansada? — Levantou uma sobrancelha, o tom de sua voz tinha certo divertimento.

— O que tem em mente?

— Bem, Blásio me mandou algumas garrafas de vinho que sobraram do casamento... Que tal bebermos até cair? Tem tempo que não fazemos uma loucura!

— Não somos mais adolescentes, Draco. — Repreendeu, Hermione, no tom sério de sempre. Mas o sorriso no rosto desmentia aquela frase.

— Nós nunca tivemos a chance de ser, e vamos nos casar pela segunda vez em algumas semanas, temos que aproveitar antes que viremos aqueles velhos que não fazem mais sexo para não acordar os filhos! — Dito isso ouviu Hermione gargalhar alto, como se fosse a coisa mais engraçada que já ouvira na vida.

— Seria um desperdício não aproveitar essa noite... Onde guardou o vinho?

Draco riu.

— Na cozinha!

Hermione então levantou-se graciosamente e descalçou o sapato, enrolou o cabelo e seguiu em direção a cozinha. E era em momentos como aquele que Draco tinha a certeza absoluta de que jamais encontraria uma mulher como Hermione, e queria leva-la naquele segundo para o altar e novamente, casar-se com ela. Viveria aquele momento milhares de vezes e jamais se cansaria.

Amava-a.


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Notas finais do capítulo

Dessa vez eu quero muito agradecer pelos comentários inspiradores, entendo perfeitamente que nem sempre temos tempo ou o que comentar, mas saber que tem gente lendo é essencial. E agradeço muito mesmo!!!
E agora quero pedir desculpas pelo tempo que fiquei sem postar. Minhas aulas na faculdade começaram e estou trabalhando voluntariamente, então meu tempo encurtou quase que 100%. O capítulo está curtinho, mas não queria deixar vocês esperando mais tempo. Vou me organizar para postar o próximo, e claro, melhorar o tamanho!
Obrigada novamente e até logo!



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