Lembre-se escrita por Amanda


Capítulo 13
Capítulo doze




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Naquela manhã o despertador tocou e Hermione sobressaltou-se. Sempre acordava com a movimentação de Draco pelo quarto, mas estava sozinha. Levantou-se desajeitada e cambaleou até o banheiro, lavou o rosto e fez a higiene necessária para começar o dia.

O café da manhã estava servido, ao menos a xícara ainda fumegava assim como duas torradas. De baixo do prato um pedaço de pergaminho dobrado com o nome de Hermione escrito na mais simples caligrafia.

"Emergência no hospital, preferi deixa-la dormindo. Não esqueça-se do nosso encontro."

Sorriu porque sentia as borboletas vibrando em sua barriga como no início do relacionamento, e isso era a prova de que Draco estava indo pelo caminho certo.

 

O Ministério estava uma loucura e já havia congestionamento no átrio, onde filas imensas se formavam em frente aos elevadores. As vozes dos bruxos se juntavam num burburinho alto e foi um alívio quando finalmente pôde descer no Quartel General dos Aurors, este, infelizmente estava uma loucura também.

— Hermione Malfoy? — Alguém gritou em meio a tantas vozes altas.

Não conseguiu reconhecer de onde vinha a voz, mas alguém já havia apontado sua localização e o entregador caminhava em sua direção.

— Para a senhora. — Entregou o buquê de rosas vermelhas e amarelas à Hermione e despediu-se com um movimento rápido.

As flores exalavam um perfume realmente agradável, nada forte ou exagerado que pudesse contaminar o ambiente. Draco sempre sabia quais escolher.

— Isso não é muito Grifinório para o Malfoy? — Hermione levantou a cabeça e sorriu para o ruivo parado a alguns metros de distância. — Como está, Mione?

Abraçou o amigo com força.

— Senti sua falta! — Murmurou. — Como foi a missão?

— Cansativa, e ainda tenho uma pilha de relatórios pra assinar. — Sacudiu a pasta grossa em sua mão. — Pode me ajudar?

— Claro, estou dividindo a sala com Harry. Vamos lá!

— Com Harry? As audiências ainda não aconteceram? — Perguntou curioso, abrindo a porta para que a amiga passasse.

— Ainda não, e só vou poder sair daqui depois de uma resposta. — Ajeitou as flores num vaso e jogou-se na cadeira giratória. — O que posso fazer por você, Weasley?

Rony riu e passou a mão pela barba por fazer.

— Pode me ajudar a terminar isso antes que Harry chegue e...

— Tarde demais! — Harry passou pela porta com alguns envelopes de baixo do braço. — Sorte que estou de bom humor e não vou cobrar os relatórios ou qualquer outra coisa de você hoje. Como foi de viagem?

Rony começou a contar sobre a missão que o afastara de Londres no primeiro dia do ano, e de como havia sido maravilhoso trabalhar com o Ministério Francês. Assim como a viagem em si.

Hermione "desligou-se" da conversa e passou a observar as flores. Draco fora atencioso em mandar o presente, lembrou-se então de procurar pelo cartão e depois de remexer nos caules verdes encontrou o papel.

"O próximo será verde e prata. Até o jantar!"

— Hermione?

— Ah, perdão. —Balbuciou e fechou o cartão. — Existem rosas verdes ou prateadas?

Rony e Harry se olharam sem entender que tipo de pergunta era aquela e Hermione apenas sorriu e fez um sinal com a mão para que não se preocupassem em responder. Já sabia a resposta.

No fundo estava nervosa com o recomeço, e passou a tarde inteira batucando com a varinha na mesa enquanto a pena arranhava pilha e mais pilhas de pergaminhos. Rony pediu somente que revisasse quando terminasse. Focou, portanto, nos processos a serem despachados para prateleiras e entregou novas missões para os colegas, intimamente imaginava-se do lado de fora resolvendo todos aqueles problemas.

— Hermione? — Theodore colocou a cabeça para dentro da sala, da mesma fora que fizera há alguns dias. — Vou precisar de ajuda nessa missão, poderia me acompanhar? Weasley, você voltou!

Rony levantou-se para cumprimentar Theodore e engatou numa conversa sobre Quadribol e o vencedor da temporada.

— Para onde vamos? — Perguntou terminando de vestir o casaco, apertando a varinha no bolso da calça.

Theodore estendeu uma pasta púrpura que foi logo aberta e revirada por Hermione e sua avidez por aventuras.

O caso tratava-se de um antigo Comensal da morte que ainda estava foragido, assim como tantos outros que desapareceram após a queda de Voldemort. Contudo, o Ministério recebera informações de que este estava vivendo num vilarejo trouxa, escondendo-se.

— É uma ótima missão, não é?! — Theodore a observava com a sobrancelha erguida. — Achei que fosse se interessar, e não quero levar os novatos comigo.

— É claro que eu vou, não participo de um bom duelo há semanas. — Jogou a pasta sobre sua escrivaninha e sorriu para Rony. — Pode nos ajudar se quiser.

Mas o ruivo sacudiu a cabeça.

— Já tive minha cota de azarações essa semana, vai lá. — Piscou. — Vou preparar a sua dispensa, na volta precisam assinar.

Hermione sacudiu a cabeça e saiu quase saltitante atrás de Theodore.

A missão fora de longe uma das mais complicadas, apesar do Comensal da morte estar afastado do mundo bruxo ainda tinha muita habilidade com a varinha, principalmente em magia negra. O duelo estava muito interessante, mas quando Theodore tropeçou e quase foi ferido, Hermione deu o basta e lançou o homem contra a parede, fazendo com que ficasse imediatamente inconsciente.

Theodore sacudiu a cabeça e sentou-se para ver Hermione imobilizar com amarras e feitiços fortes o Comensal da morte.

— O que eu seria sem você nesse momento? — Falou com divertimento. — Ótimo trabalho!

Hermione virou-se e sorriu.

Não importava-se nem um pouco com o rasgo na manga de seu casaco ou com o filete de sangue que escorria de sua sobrancelha. Estava adorando as saídas com Theodore, ao menos naqueles momentos conseguia sentir-se no controle novamente.

— Você precisa de um curativo aí, pelo o menos até parar de sangrar. — Theodore dizia enquanto Hermione caminhava com um sorriso vitorioso nos lábios.

— É só um arranhão. — Respondeu com toda a calma. Voltavam de Azkaban, onde o Comensal fora devidamente identificado e preso numa cela separada até o julgamento adequado. — E não tenho tempo para ir ao St. Mungos, preciso trocar de roupa, já estou atrasada.

Mas Theodore olhava por cima de seu ombro.

— Draco?

Hermione girou e encontrou o marido conversando com Harry, mas já encontrara seu olhar em meio a todos.

— Por Mérlin, Hermione. O que aconteceu? — Draco eliminou o espaço que os separa em poucos passos, e alcançou rapidamente o rosto de Hermione.

— Fui numa missão, e estou bem. — Disse segurando as mãos de Draco. — Vou me trocar e podemos ir, desculpe o atraso.

Harry e Theodore trocaram um olhar rápido.

— Como eu ia dizendo, Malfoy, estamos com pouco pessoal e Hermione foi para ajudar Theodore. Espero que tudo tenha corrido bem. — Olhou para a amiga ainda sem jeito com toda a troca de carinho em público.

— Hermione foi ótima, se possível gostaria de tê-la como parceira. — Dirigiu o olhar para Draco, pedindo permissão. Não recebeu resposta, porém.

Draco ainda observava o corte de poucos centímetros com preocupação.

— Alguém deve ter um curativo. — Resmungou. — Potter?

Harry sinalizou para que seguissem-no e alcançou um pergaminho para Theodore assinar — a dispensa de Hermione.

— Estão fazendo um alarde por causa de uma bobagem. — Reclamou enquanto Harry e Draco a encaravam e limpavam a linha vermelha.

Draco colou sobre o corte um curativo pequeno e branco, usado por trouxas, capaz de fechar um ferimento pequeno que precisaria de pontos em outra situação.

— Não estamos fazendo alarde, você estava sangrando. — Explicou e beijou a testa de Hermione sem se dar conta de que Harry assistia a situação. — Quer voltar pra casa? Podemos cancelar o jantar.

— Não! — Saltou da cadeira decidida. — Vou trocar de roupa e vamos a esse jantar.

Capturou a bolsa pendurada na cadeira e se dirigiu para fora da sala. Àquela hora mais ninguém trabalhava, ao menos não ali dentro nos cubículos do Quartel general.

Em questão de poucos minutos já estava trajando um vestido sob o sobretudo grosso e quente, e sapato de salto.

Elegante como uma Malfoy.

— Harry já foi? — Perguntou assim que encontrou Draco no corredor.

— Sim, disse que Gina precisava de alguma coisa. — Deu de ombros, porque realmente não se importava com os desejos de grávida da ruiva. Não naquele momento. — Podemos aparatar daqui?

Hermione riu.

— Não exatamente.

Usaram então uma lareira no átrio para ir até o Caldeirão Furado, de onde partiram para o restaurante que Draco escolhera. Durante o trajeto ressaltou que era um lugar maravilhoso, e que tinha certeza de que a surpreenderia. Quando chegaram Hermione sorriu e apertou o braço do marido com carinho.

Contudo, foi na hora de fazer os pedidos que o encanto se desfez.

— Senhora Granger, suponho que vá pedir o vinho se sempre? — O garçom perguntou com entusiasmo após anotar os pedidos num bloco.

Depois de Hermione assentir com o lábio inferior preso nos dentes, Draco virou-se e ergueu a sobrancelha.

— Já viemos aqui, não é? — Esperou a confirmação que veio em poucos segundos. — E pelo o visto várias vezes. Desculpe, queria fazer surpresa.

Hermione tocou a mão de Draco sobre a mesa e acariciou-a.

— Você, sem saber, reservou um jantar no meu restaurante preferido. Draco, não tem que se desculpar! — Insistiu com veemência. — Obrigada pelas flores e pelo o curativo.

Draco sorriu quase imperceptivelmente.

— Você tinha razão, eu exagerei. É apenas um arranhão, mas havia sangue e não gosto de vê-la ferida!

Hermione sorriu e entrelaçou seus dedos.

— Você sempre diz isso!


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Notas finais do capítulo

Antes de qualquer coisa eu quero me desculpar pela promessa de um capítulo maior que não pude cumprir. Minha vida está uma loucura e talvez eu atrase alguns capítulos até uma prova importante acontecer...
O que acharam desse capítulo??
Até