Lembre-se escrita por Amanda


Capítulo 11
Capítulo dez




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Draco e Hermione pareciam ter entrado em um acordo silencioso. Toda a manhã ele a acordava com uma xícara de chá ou café e deixava-a ajeitar sua gravata, aproveitando o rápido contato físico.

Hermione continuava presa com documentos e arquivos, ao menos até aquela manhã.

— Hermione? — Eram poucos os que a chamavam pelo sobrenome, ouvira num corredor que não combinava. — Preciso de um reforço, poderia vir comigo?

Theodore Nott segurava a porta, mostrando o quão apressado estava.

— Não temos mais ninguém, Hermione...

O departamento estava vazio, reparara nisso no momento em que chegara, talvez as férias atrasadas estivessem sendo distribuídas naquela semana. Não tinha certeza. Olhou para a sala de Harry, cheia de planilhas e pergaminhos enrolados. Levantou-se num pulo e vestiu a capa.

— Qual o problema?

Theodore sorriu e acompanhou-a para fora.

Uma missão era tudo o que Hermione precisava: ar fresco e a varinha entre os dedos. Haviam recebido queixas de dois bruxos brincando com as varinhas no meio da feira de Herbologia numa cidade próxima à Londres, sendo assim, precisavam ser rápidos antes que acontecesse algum acidente com os visitantes ou com as plantas exóticas.

Theodore enxergou de longe os jovens que cutucavam tudo sem medo algum, inclusive uma mandrágora adulta em exposição. Sinalizou para Hermione que entendeu e afastou-se pelo outro lado, esgueirando-se entre os bruxos e folhagens densas.

— Solte a mandrágora, agora! — Exigiu Theodore, apontando a varinha para os rapazes que estavam evidentemente bêbados para entender as consequências dos atos.

O rapaz soltou as folhas, mas pegou a varinha no bolso do casaco com movimentos rápidos, porém desconexos.

Hermione posicionada atrás dos jovens sinalizou para Theodore, indicando o bruxo ao lado que parecia prestes a vomitar, empurrou-o com força, desequilibrando-o até o parceiro. Ainda com uma agilidade invejável desarmou o rapaz que tentava segurar a varinha e correu para segurá-lo, imobilizando suas mãos com um feitiço simples.

— Tudo bem? — Perguntou a Theodore em completo terror. O rapaz estava colocando toda a bebida que tomara para fora ali mesmo.

— Que droga! — Murmurou enquanto Hermione ria e segurava o rapaz imobilizado. — Esses idiotas que não sabem a hora de parar de beber... Não foi nada grave, acho que só podemos prestar queixa.

Theodore tomou o nome dos bruxos e entregou a notificação a eles assim que ficaram sóbrios graças a uma poção. Os jovens desculparam-se e partiram para longe da feira “Herbológica” resmungando que estavam ferrados.

— Poderia ter cuidado deles sozinho. — Hermione disse já no elevador do Ministério da Magia. — Por que pediu para que eu fosse, Theodore?

— Você não foi feita para ficar trancada naquela sala, Hermione. E eu realmente odeio sair em missões sozinho, sabia que aceitaria e agradeço pela companhia. — Disse com sinceridade. — Assinei um documento, já que oficialmente está proibida de sair, então não terá problemas.

Hermione sorriu e apenas sacudiu a cabeça.

— Obrigada, Theo.

A tarde voltou a ser frustrante e entediante, os papéis e documentos continuavam lá para assinar e tudo mais, mas agora sentia-se um pouco mais leve do que antes, havia saído e mesmo que tivesse sido uma missão muito fácil e simples, foi revigorante.

Sentia-se preparada para enfrentar qualquer coisa, uma guerra se fosse necessário.

Não sabia, entretanto, que o faria ao chegar em casa.

Draco estava sentado do lado de fora, observando as árvores nuas e bebendo direto de uma garrafa de uísque. Hermione atravessou a sala até os fundos da casa e sentou-se ao lado do marido, colando seus ombros, tentando aquecer-se em meio ao vento gélido que soprava.

Continuaram alguns minutos em silêncio, até que Draco passou-lhe a garrafa pela metade. Hermione virou e ingeriu alguns goles, observando o rótulo em marrom e dourado, aquela bebida era ótima, forte e tenra.

— Quer me contar o que aconteceu? — Perguntou depois de um tempo, deixando Draco decidir o que faria. Não o pressionaria, não dessa vez.

Draco bebeu mais alguns goles.

— Eu estava no meio de um procedimento realmente perigoso e tive esse lapso de memória. — Falou baixinho, girando a garrafa nos dedos compridos. — Quase estraguei tudo, Hermione. Não sei se estou pronto para voltar ao trabalho, poderia ter acontecido o pior. Se Ethan não tivesse...

— Realmente sinto muito.

Draco sorriu sarcástico.

— Você quer saber o que lembrei... — Constatou.

Hermione pegou a garrafa de sua mão sem delicadeza alguma e sorveu um pouco mais do líquido, tentando disfarçar o sorriso que crescia em seu rosto.

— Não quis parecer egoísta, realmente sinto muito pelo o que aconteceu e coloco a maior fé em você. Acho que deve continuar, Draco. — Disse com um breve sorriso. — Você é um ótimo medibruxo.

Não mentia quanto aquilo, Draco era o melhor na sua área, já o vira em ação várias vezes e seu peito enchia-se de orgulho em cada uma delas. Havia algo em Draco quando estava trabalhando no hospital, um fogo emocionante ardia em seu olhos e não existia nada mais que o deixasse daquela forma.

— Posso contar o que lembrei? — Perguntou, passando a mão por todo o braço de Hermione até entrelaçar seus dedos num nó indecifrável. A esposa assentiu, e então, deixou-se mergulhar nas lembranças.

 

Era alguma festividade que Draco realmente não se importava, estavam na mansão Malfoy novamente e ele observava Hermione dançar com Blásio, o copo de licor estava pela metade em sua mão. Agitava o líquido lentamente, sem tirar os olhos da namorada que voltara naquela tarde de uma missão em outro país.

Não haviam conversado muito, fora busca-la no Ministério, mas descobrira que Hermione já havia chegado fazia algumas horas e ido direto para casa. Aparatou então e encontrou-a vestida para a festa, terminava a maquiagem marcante e benfeita, por isso, apenas deixou-o beijar-lhe rapidamente.

Hermione fora cordial e gentil como todos os convidados de Narcisa, inclusive aqueles que olharam-na com desprezo, desarmando-os com seu sorriso marcante. Exibia-se ao lado de Draco com orgulho e realmente enturmou-se aos seus amigos Sonserinos. Dançava com Blásio naquele momento, movendo-se graciosamente enquanto num giro ou outro a recatada fenda de seu vestido mostrava sua perna definida.

— Certo, Blásio. — Aproximou-se do amigo que contava algo divertido para Hermione já muito sorridente. — Preciso da minha namorada!

— Até mais tarde, Hermione. — O rapaz disse e afastou-se, mas não antes de surrupiar o copo de Draco.

Draco passou os braços pela cintura de Hermione, apertando-a um pouco mais do que esperava, mas seu corpo pedia pelo contato físico, por calor. Juntou suas testas e começou a mover-se no ritmo da música clássica que tocava suavemente pelos instrumentistas engravatados no canto do salão.

— Senti sua falta. — Murmurou e abriu os olhos para encontrar os de Hermione, encarando-o com toda a intensidade do castanho. — Vamos para um lugar mais calmo, por favor.

Hermione assentiu e Draco tratou de segurar sua mão e guia-la para o andar de cima, até seu antigo quarto — teriam privacidade lá. O cômodo ainda abrigava os móveis de madeira nobre e escura, mas era bem iluminado, diferente do que Hermione imaginava. Havia claro, bandeirolas da Sonserina, mas era a única decoração do lugar.

— Senti sua falta. — Repetiu segurando-a possessivamente. — Muito mesmo!

Beijou-a sem pudor, passando as mãos pelas costas nuas da namorada, buscando o zíper lateral habilmente. Hermione não perdeu tempo e puxou o laço da gravata borboleta de Draco, jogando-a em algum canto do quarto, os botões da camisa foram mais complicados e precisou de ajuda.

— É aniversário da sua mãe... Tem u-uma festa no andar de baixo! — Murmurou enquanto Draco distribuía beijos calorosos por sua clavícula. — E eu... Eu... Eu realmente não me importo!

Puxou-o de volta para seus lábios, deixando-se ser levada pela sensação de prazer constante quando suas peles tocavam-se ritmadas. No fim, seus corpos estavam úmidos pelo suor e Draco, ao passar a mão pela bochecha de Hermione, retirou parte da maquiagem, revelando pontinhos arroxeados abaixo do olho esquerdo.

— Você está ferida, Hermione. — Segurou-a para analisar o hematoma.

— Estou bem, Draco. Foi apenas um descuido, isso some daqui uns dias. — Pousou a mão sobre a de Draco e inclinou-se para beijá-lo. — Só quero ficar aqui com você, certo?

Draco assentiu e puxou-a para seu peito.

 

— Fiquei tão constrangida quando a sua mãe entrou no quarto com o café da manhã. — Hermione comentou, lembrando-se perfeitamente daquele dia. — Estávamos nus e...

— E eu estava beijando você.

Draco riu por um momento, mas virou-se para olhá-la e voltou à expressão séria.

— Eu queria tentar uma coisa. — Acariciou a mão de Hermione que sacudiu a cabeça.

Virou o corpo para ficar cara a cara com a esposa, aproximou-se lentamente e a observou fechar os olhos e inclinar a cabeça, dando a devida permissão para continuar. Passou a mão indecisa pela nuca de Hermione e juntos seus lábios, e foi somente com um pouco de pressão que abriu passagem para um beijo mais animador. Correu a mão livre pelo corpo feminino e esguio da esposa, traçando mentalmente as curvas escondidas sob tantas camadas de roupa.

O vento soprou forte, fazendo-os estremecer e finalizar o beijo.

Hermione arfou e continuou com os olhos fechados.

— Isso foi... Bom. — Disse, observando as feições leves no rosto de Hermione. — Pensei que talvez pudesse ativar minhas memórias, mas não deu certo.

— Seria pedir demais, não é?! — Comentou e abriu os olhos, encarando os tempestuosos de Draco. Soltou-se do marido abruptamente e pôs-se de pé. — Vou preparar algo para jantarmos.

Draco ficou surpreso com a reação de Hermione, queria continuar beijando-a mesmo que suas memórias não voltassem, decididamente havia feito algo errado... Por que tudo tinha de ser tão complicado? Não era aquela reação que estava esperando. Longe disso!

Levantou-se num salto, deixando a garrafa no chão.

— Hermione! — Chamou e entrou como um animal enfurecido em casa, atravessando a sala foi direto para a cozinha.

Hermione o encarou surpresa, mas não teve tempo para qualquer outra coisa. Draco a pressionou contra a bancada, beijando-a sem delicadeza alguma enquanto passava as mãos pelo corpo colado ao seu, sentindo o arfar em seu pescoço quando passou a trabalhar no casaco da esposa. Não importava mais se lembrava ou não do casamento, queria Hermione e fantasiou com seu nome saindo dos lábios rosados dela várias vezes.

— Draco... — Murmurou em êxtase, puxando a barra da camiseta azul para despi-lo, sentindo-o estremecer sobre seu corpo.

Ambos arfavam em meios aos beijos e toques íntimos, conheciam-se com exatidão. Cada cicatriz ou marca. Draco sabia onde tocá-la ou como beijá-la, inconscientemente a informação estava lá, impregnada em seu cérebro, e isso o fez perceber que realmente era possível manter o casamento.

Os talheres jaziam no chão, empurrados da bancada pelo corpo de Hermione que ajeitava-se ali enquanto Draco seguia despindo-a, descobrindo mais alguns pedaços da pele morena e lisa.

A campainha tocou, soando como um aviso para Draco que afastou-se boquiaberto e irritado.

— Se ficarmos em silêncio...

A campainha tocou novamente e Draco bufou.

— Só um minuto! — Berrou enquanto vestia a camiseta de malha novamente, sacudindo o cabelo loiro. Alcançou as roupas de Hermione e ajudou-a a descer da bancada. — Posso?

Hermione passou a manga do casaco pelo braço e assentiu, jogando o cabelo bagunçado por cima do ombro, ajeitando-o como podia, mas a vermelhidão em seu rosto denunciava a posição constrangedora que se encontrava.

— Vem. — Draco entrelaçou seus dedos e puxou-a para a sala, onde a campainha parara de ecoar.

Foi Hermione quem abriu a porta e sorriu, já Draco arqueou as sobrancelhas.

— Narcisa!


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Notas finais do capítulo

Olá, espero que tenham gostado desse momento Dramione. Obrigada pelos comentários incentivadores, adorei cada um deles!