Mais que amizade escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 22
Vigésimo segundo capitulo:


Notas iniciais do capítulo

Musica do capitulo:

https://www.youtube.com/watch?v=9sLW5hT6NwE



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Pov. Conrad:

Pequenos segundos na vida podem torna-la inesquecível ou desesperadora.

É incrível como esses mesmos pequenos segundos podem determinar se uma pessoa vive ou morrer, e era nesse angustiante dilema de vida ou morte que se encontrava a minha amiga de infância, a qual havia se tornado o grande amor da minha vida.

—Tome, isso irá lhe fazer bem.- o tio de Ang disse assim que se aproximou de mim com um copo de agua e um comprimido.

—O que é isso? - questionei com a voz embragada enquanto esperava por notícias da cirurgia de Ang.

Ang havia sofrido um grave acidente de carro que a fez perder muito sangue causado por uma hemorragia interna, a qual os médicos estavam tentando contê-la em uma cirurgia.

—É um sedativo leve Conrad, ele não irá fazê-lo dormir, só o deixará mais calmo.

—Não quero ficar calmo.- disse angustiado enquanto olhava para a porta do centro cirúrgico.- Por que eles não vêm nos dizer o que está acontecendo?

—Isso é um bom sinal Conrad, e uma cirurgia como essa demora mesmo, pois eles estão tentando descobrir o que está causando a hemorragia.

O tio de Ang era um dos mais renomados neurocirurgiões de NY e o marido de Hayley era um de seus pupilos na área.

—Eu não devia ter dado aquela pasta para ela, se algo acontecer a Ang...- solucei com dor e ele me abraçou com carinho enquanto chorava em seu ombro.- Não posso perder mais uma pessoa que amo por causa de um acidente de carro.

—Tenho certeza que Angélique ficará bem. Ela é forte, Conrad. Ang lutou pela vida quando era apenas um bebê e venceu, tenho certeza que dessa vez não será diferente, e você precisa ter fé nisso.- ele disse enquanto acariciava minhas costas de leve com a mão livre tentando me acalmar.

Apesar da insistência de Theodore em que tomasse o remédio me neguei e ele respeitou, pois não queria estar dopado quando chegasse alguma notícia de Ang.

Assim que recebi o telefonema da assistente social do hospital Rose acabei desmaiando e meu avô pegou o telefone para saber do que se tratava enquanto minha avó e Connie tentavam me acordar.

No momento em que abri os olhos ainda meio confuso do por que havia perdido os sentidos, meu avô já havia ligado para a família de Ang e lhes contado tudo e o jatinho da família Labonair já estava pronto para nos levar direto para Washington.

Assim que chegamos a capital três carros já nos esperavam na entrada do aeroporto, dois deles nos levariam direto para o hospital Rose e o outro levaria Connie e meus avôs para nossa casa daqui, prometi a eles que no momento em que tivesse alguma notícia ligaria.

—Familiares da Srta. Masen? - um médico chamou assim que saiu da porta do centro cirúrgico.

Rapidamente todos se aglomeraram em volta do médico para sabermos notícias.

—E então Dr. James, como está minha sobrinha? - Theodore questionou aflito.

—Por hora está estável Dr. Price.- Dr. James disse e respiramos aliviados.

—Mas? - Theodore questionou enquanto olhava para o médico.

—Mas foi uma cirurgia muito complicada, quase a perdemos, mas a Srta. Masen queria viver e lutou por isso. Tivemos que usar todo o estoque de “O negativo” do hospital na cirurgia.

—Entendo.

—O que isso quer dizer? - questionei confuso.

—Que se Ang voltar a ter outra hemorragia a situação será complicada, afinal ela é a única da família com esse tipo sanguíneo.- Daniel explicou preocupado.

—Vamos rezar para que isso não aconteça.- Anabelle disse e concordamos.

—Quando poderemos vê-la? - questionei ansioso para ver com meus próprios olhos se ela estava bem.

—Vou liberar a entrada de um por um na UTI, apenas para a verem rapidamente. – Dr. James disse e concordamos.

Fiz questão que a família dela fosse primeiro, esperei que cada um deles a visse antes de mim.

Assim que chegou a minha vez tive que colocar uma roupa especial para poder entrar na UTI, pois segundo as enfermeiras qualquer infecção poderia ser mortal para Ang naquele momento.

Me aproximei de sua cama e segurei a sua mão fria na minha enquanto a olhava.

Sua pele estava mais pálida, seu rosto possuía alguns arranhões assim como seus braços e suas mãos, seu cabelo loiro estava em forma de trança lateral. E ali vendo-a totalmente inconsciente e entubada percebi que poderia perde-la a qualquer momento.

—Me desculpe por ter brigado com você na última vez que nos vimos. – sussurrei entre lagrimas enquanto acariciava seu rosto de leve.- Eu te amo tanto Ang e sei que você também me ama. Então, amor lute por nós. Lute para ficar ao meu lado, por favor.

—Sr. Labonair.- a enfermeira chamou e suspirei antes de beijar a testa de Ang e implorar que ela continuasse resistindo.

Passamos a noite toda no hospital, depois de alguma insistência nossa Hayley e sua mãe foram para a casa dos meus avôs descansar um pouso, ficando apenas Theodore, Daniel, Caleb e eu no hospital.

—Trouxe isso para você da lanchonete.- Caleb disse me entregando um copo térmico.- É uma vitamina de mamão, afinal você não pode ficar doente por que Ang irá precisar de todos para ajudá-la na recuperação.

—Obrigado Caleb.- disse antes de aceitar o copo que ele me oferecia.

—Pelas caras do papai e do Dani as coisas não parecem estar boas.- ele disse enquanto olhávamos os dois conversando com o Dr. James, que logo foi chamado as pressas por uma enfermeira que lhe disse algo antes dele correr para a UTI.

—Aconteceu alguma coisa com a Ang.- sussurrei entregando o copo para Caleb antes de ir até Theodore e Daniel.

—O que aconteceu? - questionei angustiado enquanto olhava para os dois.

—Ang teve outra hemorragia e estão levando-a para o centro cirúrgico de novo.- Daniel disse e perdi o ar.

—Mas o hospital não tem mais sangue. O que vai acontecer?

—Eles estão aguardando respostas do pedido que fizeram, mas isso pode demorar e ela não tem tempo para escapar. Se ao menos soubéssemos de alguém com o mesmo tipo sanguíneo que ela...- Theodore disse angustiado e sorri ao me lembrar de algo.

—O que foi? - Daniel questionou confuso.

—O pai de Ang tem o mesmo tipo sanguíneo que ela.

—Será que ele estaria disposto a doar? - Theodore questionou esperançoso.

—Claro que estará, nem que seja a força.- disse decidido.

Os dois tentaram me convencer a ir com calma, mas não havia tempo para ser calmo. A vida de Ang estava por um fio e faria de tudo para salvá-la. E para garantir que eu não cometeria nenhuma loucura os dois insistiram que Caleb fosse comigo.

—Espero que você saiba o número de um bom advogado.- caleb disse assim que comecei a bater com força na porta da casa do senador.

—Esqueceu que sou advogado?!

—Não. Mas espero que você conheça um advogado muito melhor do que você, por que só assim sairemos da cadeia.- ele comentou e revirei os olhos antes de bater com mais força na porta.

—Mas o que significa isso? - o senador questionou sem paciência assim que atendeu a porta.

—Sua filha precisa do senhor.- disse sério e ele me olhou confuso antes de rir.

—Mas isso é um engano. Nunca tive uma filha.- ele disse sério e respirei fundo tentando não perder a paciência.

—Você tem sim. Ela é filha de Tessa Masen, a garota com quem você namorava no ultimo anos. Segundo a amiga de Tessa, a Nora, vocês sempre transavam na cabine de projeção da escola. E a Tessa tinha certeza que foi em uma dessas vezes em que acabou ficando gravida de você.- disse sério e ele me olhou pasmo.

—Como você sabe disso?

—Por que eu investiguei o passado da Tessa a pedido da filha dela. A mesma filha que precisa de uma doação de sangue “O negativo”, o mesmo tipo sanguíneo que corre em suas veias. Por favor, salve a vida da mulher que amo.- implorei entre lagrimas e ele me olhou severo.

—Não vou cometer o mesmo erro de 25 anos atrás. Dessa vez vou garantir que ela irá morrer de verdade. E se ela precisa de mim para ser salva acho melhor começar a procurar uma boa empresa funerária por que não irei ajuda-la.

—Mas que tipo de homem é você?! Ela é sua filha.- gritei agarrando-o pelo robe.

—Conrad, pare com isso.- Caleb disse me puxando de cima do senador.- Você quer ir preso?

—Ele vai deixa-la morrer para que ninguém saiba que deixou de reconhecer sua própria filha. Que espécie de pai é você? - gritei enlouquecido assim que caleb me tirou de perto do senador.

—Você não entende o que é ser pai, é apenas um garoto.- o senador disse ajeitando seu robe enquanto Caleb me levava de volta para o carro.

—Eu tenho uma filha de 4anos, e seria capaz de matar por ela. E é isso que me faz ser um pai melhor do que você, a capacidade de dar a minha própria vida pela da minha filha sem pensar duas vezes. Agora, se a minha mulher morrer por sua causa vou fazer da sua vida um inferno.- jurei furioso antes de entrar no carro e Caleb dirigir de volta para o hospital.

—Como ela está? - questionei a Anabelle assim que cheguei ao hospital.

—Ela conseguiu sobreviver a cirurgia, mas a situação é grave. Sem uma doação de sangue ela pode não resistir.- ela soluçou com dor e a abracei forte.

—Tentei fazer o pai de Ang ajuda-la, mas ele se recusou. Aquele homem é um mostro. Me desculpe por não ter conseguido ajuda-la Anabelle.- solucei em seu pescoço e ela me afastou para vê-la.

—Você não tem que se desculpar por nada Conrad, fez tudo o que estava ao seu alcance.

—Eu.... Não posso perder a Ang, Anabelle. Será dor demais, e não vou suportar isso.- solucei sem ar e ela me abraçou com força tentando acalmar os tremores causados por meu choro.

—Com licença, mas os senhores são os familiares da Srta. Masen? - uma voz questionou e me separei de Anabelle para ver um rapaz por volta dos 20 anos ao lado de uma senhora.

—Sim somos. Por que? - Theodore questionou cansado.

—Por que sou Benjamim Coleman, e ouvi na madrugada de hoje o um pai discutir com um homem na porta da nossa casa. Ouvi quando ele disse que não doaria sangue para a própria filha.- Benjamim disse parecendo chocado ao lembrar das palavras do pai.

—Só que Douglas não é o único que pode ajuda-la.- a senhora ao seu lado disse amorosa.- Meu filho Benjamim tem o tipo sanguíneo “O negativo”.

—E você está disposto a salvá-la? - questionei esperançoso.

—Jamais deixaria minha irmã morrer.- ele sussurrou emocionado e sorri antes de abraça-lo com força em sinal de gratidão.

E quando pensávamos que tudo estava perdido, conseguimos ver a luz no fim do túnel. Uma luz que nos deu a esperança de que tudo ficaria bem.


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