Desajustadas escrita por KitKatie


Capítulo 8
Completamente


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus leitores lindos! Viu? Não demorei ^^
Como prometido nesse capitulo tem Percabeth e o começo de uma amizade, espero que gostem :3
Aproveito para agradecer os comentário fofos do capitulo anterior, vocês são maravilhoso ♥
Aproveitem ^^
Boa leitura!



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Annabeth não havia perdido a consciência, mas manteve os olhos fechados para evitar piorar a situação ainda mais, os braços, que antes estava se debatendo, parara. A menina achou que seria melhor assim, afinal ela havia lido em algum lugar que se debater piora a situação num possível afogamento.

Tentou ao máximo prender a respiração, o que não era muito. Vários pensamentos aleatórios passaram pela cabeça de Annabeth, mas ela não se prendeu a nenhum deles, se concentrou nas vozes dos colegas, alguns estavam gritando coisas como “Minha nossa, ela morreu” ou “Alguém ajuda ela”.

Annie sabia que se ficasse mais 20 segundos ali ela já era, mas por sorte, ou ação dos deuses, ela sentiu um corpo se aproximar do seu e impulsiona-la para cima. A pessoa pegou Annabeth, que permanecia de olhos fechados e totalmente imóvel, no colo e colocou sobre a borda da piscina.

Ficou deitada por alguns segundos puxando o máximo de ar que conseguiu, ainda ouvia os múrmuros dos colegas e queria socar todos eles. Tomou coragem e finalmente abriu os olhos, e a primeira visão que teve foram um par de olhos verdes, olhos verdes perto demais.

—Se fizer isso eu soco você. –Annabeth alertou o garoto que estava perigosamente perto da sua boca, provavelmente ele achou que Annie havia desmaiado por isso iria fazer uma respiração boca a boca.

O garoto se afastou rapidamente e virou o rosto, a garota pode perceber um resquício de rubor na face dele. Passou a mão pelo rosto e se sentou, sentindo-se tonta, ignorou os olhares dos colegas e mirou em Febe, que parecia envergonhada mas não parecia disposta a desculpar-se. Annabeth poderia facilmente levantar-se e socar a cara de Febe até ela ficar com o nariz ao contrário mas percebeu que não valeria a pena, mancharia suas mãos e seu histórico perfeito e isso era uma coisa que Annie não podia deixar acontecer.

Levantou-se e passou pelos colegas, ignorou os risinhos ao fundo e as piadas sobre o quase afogamento, seguiu até o vestiário e teria entrado caso uma mão no seu braço não tivesse a impedindo.

—Você está bem? –Uma voz masculina pronunciou-se. Annabeth virou-se e viu o mesmo garoto que havia a “salvado”, agora ela pode analisar ele melhor.

—Sim. –Respondeu, desviando o olhar, o garoto era bonito demais, ninguém deveria ser bonito assim, deveria ser proibido.

—Sabe, quando alguém salva a gente, o mínimo que podemos fazer é agradecer. –Ele murmurou, soltando o braço da menina. Annabeth arqueou as sobrancelhas e esperou ver o sarcasmo em sua frase, mas o garoto parecia muito sério.

—Er... Tem razão. –Annie respondeu, meio confusa. –Obrigado.

—De nada. –Ele respondeu abrindo um grande sorriso, Annie mais uma vez precisou desviar o olhar, dessa vez corada, ele era bonito mas o sorriso conseguia ser mais. –Meu nome é Perseu, mas todo mundo me chama de Percy.

—Perseu... –Annabeth praticamente sussurrou. –Como o herói. –Mais afirmou do que perguntou.

—Isso. –Percy sorriu ainda mais. –Meu pai gosta dessas paradas de mitologia. E o seu nome é....?

—Annabeth, Annabeth Chase. –Respondeu.

—É um nome bonito, combina com você. –Percy falou e Annie sentiu o rosto esquentar ainda mais, precisava sair dali logo, antes que o garoto pudesse ouvir a pulsação descompassada do seu coração.

—Hãm, obrigado, Percy. –Annie murmurou e se virou para a porta. –Preciso me trocar.

—Certo, te vejo depois, Annabeth –Percy respondeu. –Quer me ver depois, né? –Perguntou, meio envergonhado. Annie se virou confusa para o colega.

—Como assim? –Perguntou, franzindo o cenho.

—Ah, sabe, eu quase te beijei antes, algumas garotas me chamaria de assediador, me bateria e evitariam. –Disse e soltou uma risada baixa.

—Você queria fazer respiração boca a boca. –Annie respondeu nervosa. –Não é exatamente um beijo.

—Tem razão, então, quer dizer que você não vai me evitar e nem me chamar de assediador? –Perguntou abrindo um sorriso tímido.

—Não. –Respondeu antes que pudesse se controlar, Percy abriu um grande sorriso e foi impossível para Annabeth não retribuir.

Ouviu Percy dizer adeus mais uma vez e Annie correu o mais rápido que pode para se trocar, mentalmente revisava o conteúdo de história, para o trabalho que teria depois. Não se permitiu pensar no colega, não podia se distrair, sua atenção estava totalmente focada na matéria que revisava, apesar do coração, que batia exageradamente rápido.

 

 

 

Thalia estava sentada atrás de uma lanchonete aleatória, fumando.  O céu já estava totalmente preto, o que significava que quando chegasse em casa ouviria um sermão gigante, sobre responsabilidades e deveres. Suspirou frustrada e levantou-se e guardando o restante do cigarro.

Colocou as mãos dentro do casaco e começou a caminhar para a casa, evitou seguir pela avenida e desceu para uma ruazinha irritantemente familiar para Thalia. Seguiu, desviando dos eventuais buracos pelo caminho e conseguiu ouvir vozes a frente, soltou uma respiração pesada, conhecia bem aquele cenário.

Subiu o olhar e viu um bar extremamente familiar, o bar favorito de sua mãe. Thalia se lembrava bem dele, na época em que morava com sua mãe e ela desaparecia para beber era sempre ali que ela se escondia, a menina já havia perdido a conta de quantas vezes foi até ali, resgatar a mãe, que mal se aguentava em pé.

Analisou o lugar e surpreendeu-se ao ver ali a uma garota de seu colégio, a garota hippie, ela estava dentro do bar, olhava para os lados confusa, procurando alguém. Thalia por alguns momentos se viu ali, no mesmo lugar da garota, procurando sua mãe desesperadamente. Definitivamente, Thalia tinha muito em comum com essa garota.

Pode ver vários homens mirando a garota de uma forma nada boa, suspirou e atravessou a rua, correndo em direção a menina, não deixaria que aqueles homens fizessem o que queriam.

—Hey. –Falou, tocando levemente o braço da garota, que se virou extremamente assustada.

—Ah, oi. –A garota murmurou, visivelmente aliviada por a pessoa ali ser outra garota.

—Você está procurando alguém? –Thalia perguntou, puxando a garota, sem brusquidão, para um canto mais afastado de olhares.

—Sim. –Respondeu, meio acanhada.

—Quer ajuda? –A punk perguntou, e ao ver a expressão da garota completou. –Duas pessoas procurando funcionam melhor do que uma, irá acabar bem mais rápido.

—Se não for te incomodar... –A garota murmurou envergonhada. Thalia abriu um sorriso leve.

—De jeito nenhum. –Estendeu a mão para ela. –Meu nome é Thalia Grace e o seu?

—Katie Gardner. –Respondeu apertando a mão dela e abrindo um sorriso simples.

—Certo, Katie, quem está procurando? –Thalia perguntou, passando o olhar pelo bar.

—É... –Katie murmurou, ela parecia relutante em falar.

—Não precisa me dizer quem é, se não quiser, respeito isso. –Thalia a cortou. –Mas para te ajudar preciso de pelo menos uma descrição básica.

—Bom, obrigado. –Katie agradeceu. –Ele tem mais ou menos 1,74, tem cabelos castanhos já um tanto grisalhos e olhos verdes, ele estava usando uma camiseta xadrez azul e uma calça jeans, pelo que me recordo.

—Já está bom, não vai ser tão difícil, eu espero. –Thalia afirmou, já prevendo que passaria, se tivesse sorte, o resto da noite procurando.

Mas, graças a algum milagre, Thalia errou, eles encontraram o homem depois de uns 20 minutos procurando em cerca de 4 bares diferentes. O estado dele estava deplorável, caído a beirada de um bar, abraçado a uma garrafa vazia, babava levemente e tinha uma poça de vômito, provavelmente dele, próxima; Thalia reparou que um dos olhos dele estava arroxeado, o que significava que, talvez, ele havia se envolvido em uma briga.

—Ah meus deuses. –Katie murmurou, agachando-se ao lado do homem inconsciente e chegando sua pulsação, felizmente, ele ainda estava vivo.

—Quer ajuda para carrega-lo? –Thalia perguntou, ao ver a garota tentar, desajeitadamente, levantar o bêbado.

—Já abusei demais da sua boa vontade, pedir para você carregar um velho, bêbado, mal cheiroso é exagero. –Katie respondeu.

—Se eu ofereci ajuda é porque estou disposta a ajudar, não precisa negar tudo que te oferecem, sabia? –Thalia revirou os olhos e seguiu até a garota, apoiando o homem com um dos braços sobre seus ombros.

—Por que? –Katie perguntou.

—Por que o quê? –Thalia perguntou, arqueando as sobrancelhas.

—Porque está me ajudando? Você nem me conhece. –Katie respondeu, apoiando o homem de forma semelhante.

—Tenho mais em comum com você do que pode imaginar. –Respondeu baixinho. Katie não disse mais nada e o caminho até a casa da garota foi em completo silencio.

Thalia entrou na casa dela e ajudou ela a ajeitar o homem no sofá, Katie ofereceu água ou café mas Thalia negou, foi até a porta, seguida por Katie.

—Muito obrigado, Thalia. –Katie falou, verdadeiramente agradecida. –Nem tenho como te agradecer.

—Tem sim. –Thalia sorriu.

—Como? –Katie perguntou, desconfiada.

—Seja minha amiga. –Thalia afirmou, apontando para si mesma, sorrindo confiante.

—O que? –Perguntou, sem entender direito.

—Quero que seja minha amiga. –Thalia repetiu, pausadamente.

—Por que? –Katie perguntou, surpresa e um tanto feliz.

—Porque eu não tenho amigos, ninguém naquele colégio me interessou o suficiente para que eu quisesse ter algum tipo de relacionamento, mas com você é diferente. Você é parecida comigo, eu gostei de você.

—Eu não sou uma pessoa interessante, nunca tive amigos e não sei como lidar com um. –Katie confessou abaixando a cabeça.

—Ah, qual é, Kit? –Thalia falou, socando levemente o braço de Katie. –Assim parece que não quer ser minha amiga.

—Eu quero. –Katie respondeu, levantando a cabeça com brusquidão.

—Ótimo. –Thalia sorriu para a mais nova amiga.

—Tem certeza que quer ser minha amiga? –Katie perguntou, unindo as mãos e mexendo os dedos freneticamente.

—Acho que ajudar você a carregar seu pai bêbado é uma prova bem grande de amizade. –Thalia respondeu sorrindo de canto, Katie mirou o olhar confusa. –Não é muito difícil deduzir que ele é seu pai.

—Ah... –A voz de Katie morreu antes que ela pudesse completar a frase.

—Não vou contar para ninguém, não se preocupe. –Thalia assegurou. –Acredite, já estivesse em uma situação parecida com a sua.

—Jura? –Katie perguntou, expondo claramente sua curiosidade.

—Sim, mas não com meu pai, foi com a minha mãe, ela bebia muito, era até pior. –Thalia murmurou, desconfortável.

—Não precisa falar sobre isso, eu sei que não é um assunto confortável. –Katie falou, pousando a mão sobre o ombro de Thalia, que sorriu levemente.

—Obrigado, mas somos amigas, não vejo problema em te contar isso, acho que superei, em partes. –Thalia falou e suspirou antes de continuar. –Quando morávamos junto, ela sumia todos os dias para beber, passava a noite fora e voltava só depois que eu acordava, isso quando voltava, perdi a conta de quantas vezes a vi caída pelas ruas.

—Como resolveu isso? –Katie perguntou, esperançosa.

—Não resolvi. –Thalia respondeu, amargamente. –Nos afastamos, meu pai pediu o divórcio, casou de novo e eu fui morar com ele, não vejo minha mãe há alguns meses; prefiro assim.

—Ah... –Mais uma vez Katie não completou a frase, visivelmente desapontada.

—Mas esse foi meu jeito de resolver. –Thalia completou, rapidamente. –Ela não tinha salvação, seu pai pode ter.

—Acho pouco provável, mas obrigado. –Katie murmurou, agradecida e amarga.

—Sem problemas. –Thalia respondeu. –Acho melhor eu ir, meu pai vai surtar por eu estar demorando tanto.

—Ok, te vejo na escola, certo? –Katie perguntou, esperançosa.

—Não duvide disso. –Thalia despediu-se com um sorriso e seguiu feliz para casa, como há muito tempo não acontecia, finalmente havia feito uma amiga, uma pessoa que a entenderia completamente.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Deixem um comentário ^^
Sinceramente, eu tive várias ideias sobre o começo da amizade entre a Thalia e a Katie e esse foi o que mais me agradou, elas perceberem o quanto são iguais logo assim, muitas amizades surgem em meio a momentos de ruins, queria mostrar isso, espero ter agradado ^^
Bom, era isso... Um grande beijo a todos e até o próximo capitulo