Desajustadas escrita por KitKatie


Capítulo 4
Desaparecer


Notas iniciais do capítulo

Oh my deuses, vocês são tão maravilhosos ♥
Já estou marcando meu casamento poligamico com vocês, seu fofos ♥
Estou in love com os comentários do cap anterior, serio, você são incriveis ^^
Desculpe a demora, minhas aulas voltaram e eu tive alguns probleminhas com relação a matricula ai quase não consegui escrever, mas cá estou eu!!
Bom, sem delongas, espero que gostem do capitulo
Boa leitura ^^



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Thalia Grace andava pelas ruas sem prestar muita atenção nos arredores, os fones de ouvidos estavam tocando Green Day a todo volume, o cigarro em sua boca estava quase no fim e o casaco amarrado na cintura estava quase caindo.

Thalia sentia vontade de fugir para bem longe, de nunca mais voltar para aquela droga de casa, para aquela droga de família e aquela droga de vida. Sentia vontade de pegar suas coisas e correr, sem rumo, apenas sendo livre, experimentar a liberdade que sempre lhe foi negada, mas infelizmente ela não podia fazer isso, não que lhe faltasse coragem, pelo contrário, ela apenas sabia que se desse um passo fora da permissão de seu pai ele contrataria deus e o mundo para acha-la, fugir era algo que ela nunca conseguiria.

Divagou sobre diversas coisas, desde a escola até as bandas que ouvia, estava tão concentrada e perdida em pensamentos que nem mesmo reparou que já estava na rua de casa, fez o caminho automaticamente, sem prestar atenção, e por pouco não passou reto pela entrada luxuosa. Suspirou e tirou o que restou do cigarro da sua boca, guardando em uma caixinha que levava especialmente para isso, tirou os fones, vestiu o casaco e passou os dedos entre os cabelos, desembaraçando levemente. Ajeitou a mochila em suas costas e entrou, cumprimentou o jardineiro que estava regando as plantas e passou pela porta.

—Vejo que me obedeceu e veio direto para casa. –Zeus disse dando um sorriso satisfeito.

—Tanto faz. –Thalia deu de ombros e seguiu para a escada.

—Deixei um vestido em cima da sua cama, querida, tem os sapatos junto e por favor faça uma maquiagem menos carregada. –Hera disse sorrindo com uma falsa simpatia, Thalia limitou-se a revirar os olhos e concordar levemente. –Ah, arrume o cabelo também.

Thalia suspirou profundamente e mordeu os lábios, tentando não xingar Hera com todos os palavrões que conhecia, e não eram poucos. Seguiu para o quarto e sentiu vontade rir, o vestido ali era a coisa mais ridícula que já vira na vida, Hera estava ficando completamente louca se achava que Thalia algum dia, em sã consciência, vestiria aquilo.

O vestido, se é que aquele bolo de tecido pudesse ser chamado de vestido, era completamente rosa, rendado e rodado, muito rodado, exageradamente rodado. Era um rosa claro que entrelaçava com rendas brancas, e caia em uma saia rodada, que devia ir até o joelho de Thalia. A parte cima era até que simples, se não fosse a alça entrelaçada e o excesso de purpurina ali, Thalia estava com medo de vestir aquilo e se engasgar com o brilho, no meio dele, na cintura, havia uma laço enorme, cheio de brilho e perolas, ridículo, diga-se de passagem e saia era horrível. Os sapatos também não passavam longe, um salto da mesma cor com um laço igualmente grande e ridículo.

Thalia encarou as peças e pensou por alguns segundos e em seguida abriu um sorriso maldoso, Hera teria uma bela surpresa e o melhor de tudo, Thalia não seria punida na hora, já que os compradores, ou sei lá o que, estaria ali e a única coisa que Hera presava na vida era sua classe.

A menina soltou uma risada baixa e seguiu para o chuveiro, não se prolongou muito e saiu de lá, limpando o resto da maquiagem da manhã. Seguiu para as roupas, selecionou um vestido bem mais apropriado; o vestido que Thalia tinha em mãos era o total oposto ao que estava na cama, era tomara que caia, justo, preto, nem um pouco bufante e especialmente bonito, possuía alguns spikes e rendas apropriadas, era uma das peças que Thalia mais gostava.

Vestiu-se e sorriu ao olhar o espelho, seguiu para os calçados e, ignorando qualquer senso de moda existente no mundo, pegou um coturno cheio de spikes, calço-o e seguiu para a penteadeira, penteou os cabelos ao seu estilo, dando destaque as mechas azuis, maquiou-se sem pressa, passando delineador, sombra, lápis, rímel e tudo que pudesse para ficar carregado, passou um batom vermelho e um pouco do seu perfume favorito. Contemplou seu reflexo no espelho e soltou mais uma risada maldosa, Hera teria um surto e seu pai um derrame, seria fantástico ver a cara deles.

Thalia sentou-se na cama e pegou uma revista qualquer que tinha ali, ela nem estava prestando a devida atenção nas letras ali impressas quando ouviu vozes no andar de baixo, provavelmente, eram os investidores. Mais uma vez sorriu, seria incrivelmente divertido.

Levantou-se num pulo e conferiu pela última vez o visual, definitivamente Hera teria um surto, puxou a parte superior do vestido para cima e saiu do quarto, não sem antes se virar e trancar a porta, apenas pro caso de Hera querer entrar ali e queimar tudo por raiva. Sorriu e desceu as escadas em pulinhos.

—Minha filha já vai descer, só um minut... –Zeus começou a dizer as pessoas que estavam na sala mas parou de falar no momento em que viu Thalia no pé da escada, sua boca se abriu em um “o” perfeito e Thalia sorriu desafiadora.

—Olá a todos. –Thalia disse com simpatia e sentiu o olhar fuzilador de Hera. Encaminhou-se até uma mulher elegante e sorridente, que nem parecia se importar com o visual de Thalia, abraçou a depositou dois beijinhos em sua bochecha, andou até o, provável, marido dela, apertou a mão dele, cumprimentando de forma respeitosa e percebeu que ele também não estava espantado com seu visual, na verdade ele parecia se divertir com a reação de Hera e Zeus.

Por fim, foi até o garoto, que devia ser o filho do casal, e involuntariamente prendeu a respiração por alguns segundos, o garoto ali era simplesmente lindo, tinha cabelos loiros, cor de areia, olhos azuis brilhantes, eles eram furtivos e possuíam um quê de misteriosos, ele era mais alto que Thalia e tinha um porte atlético, a única coisa que destoava em sua aparência era uma enorme cicatriz que cortava praticamente todo o lado esquerdo de seu rosto.

Thalia só saiu do transe quando viu o meninos arquear a sobrancelha, meio duvidoso meio divertido, Thalia sentiu o rosto esquentar e sorriu envergonhada, droga, provavelmente ele devia estar pensando que Thalia o encarou pela cicatriz, mas a verdade é que a menina mal notou ela; ainda sorrindo envergonhada, abraçou o garoto e pode sentir o perfume dele, era algo meio estranho, era um cheiro amadeirado muito bom, passava uma sensação de casa. Soltou-se dele e seguiu para o lado de Zeus, que parecia querer matar a menina.

—Bom, como eu dizia. –Zeus se pronunciou, limpando a garganta. –Está é minha filha, Thalia Grace.

—É um prazer. –A menina murmurou sorrindo divertida.

—Igualmente, Thalia. –A mulher disse sorrindo gentilmente. –O meu nome é May Castellan, este é meu marido, Hermes, e meu filho, Luke. –Apontava para cada um deles à medida que falava.

Hera parecia disposta a dizer algo, para manter a conversa, mas Héstia chegou logo, avisando que o almoço estava servido, todos se dirigiram para a sala de jantar com exceção de Hera que ficou parada e apertou o braço de Thalia com força.

—Se você acha que vai ficar por isso mesmo, você está redondamente enganada, pirralha. –Hera disse, praticamente, sussurrando, ameaçadoramente.

—Está me ameaçando, Hera, querida? –Thalia perguntou, com um falso ar inocente.

—Não seja cínica, garota. –Hera respondeu com raiva.

—Ser cínica é sua profissão, não se preocupe. –Thalia respondeu e puxou o braço bruscamente, fazendo Hera soltar. –Não tenho medo de você.

—Deveria ter, posso transformar sua vida em um inferno. –Hera murmurou.

—Você já transformou. –Thalia, praticamente, cuspiu as palavras na madrasta e seguiu para a mesa de jantar, sendo seguida por Hera, que já exibia um sorriso falso no rosto.

Hera sentou-se e Thalia também, ao seu lado, em frente a Luke, que parecia tão entediado quanto Thalia, provavelmente ele também foi obrigado a estar ali. Hera e Zeus puxavam assuntos constantemente, e May e Hermes pareciam interessados nos assuntos chatos deles, Thalia revirou os olhos e concentrou-se em sua comida, até que sentiu uma cutucada de Hera, virou-se irritada e viu ela mexer os lábios, quase sussurrando, “puxe assunto com ele” ela ‘falou’, Thalia suspirou e desviou o olhar para Luke e percebeu que ele a encarava.

No momento que seus olhares se encontram, Luke desviou o olhar rapidamente, possivelmente, envergonhado, Thalia achou a atitude fofa e soltou uma risada baixa. O garoto ao perceber que a menina não havia ficado com raiva sorriu aliviado e mais uma vez Thalia prendeu a respiração, o sorriso dele poderia ser considerado uma das coisas mais lindas do universo, era brilhante e verdadeiro, muito diferente dos sorriso que Thalia estava acostumada.

O almoço seguiu normalmente, após ele, Zeus e Hermes seguiram para o escritório do pai de Thalia, para discutirem o investimento. As mulheres e Luke ficaram na sala, May e Hera sentaram-se mais afastadas e começaram a falar sobre algum assunto aleatório, Thalia sentiu pena de May, ela parecia ser alguém muito gentil, a menina rezava para que Hera não conseguisse corromper a bondade que havia ali, porque, acredite, se havia uma coisa na qual Hera era boa, era em corromper pessoas e leva-las para o seu pequeno exército das sombras.

—Hey, Punk. –Thalia ouviu uma voz masculina ao seu lado e sentiu alguém sentando ao seu lado, levou o olhar para o lado e viu Luke com um sorriso divertido ao seu lado.

—Punk? –Perguntou, arqueando as sobrancelhas.

—É um apelido. –Ele respondeu simplesmente e passou o olhar pelas roupas e rosto de Thalia. –Combina com você.

—Não me lembro de ter ‘te dado intimidade suficiente para me dar um apelido. –Thalia respondeu fechando a cara, em brincadeira.

—Bom, acostume-se, Punk. Dou apelido a todos meus amigos. –Luke respondeu divertido.

—Desde de quando somos amigos? –Thalia perguntou arqueando, mais uma vez, as sobrancelhas.

—Desde de agora. –Luke respondeu simplesmente.

—Você é algum tipo de maníaco, por acaso? –Thalia perguntou franzindo o cenho. –Nem te conheço, garoto.

—Que não seja por isso, milady. –Luke disse pegando a mão de Thalia e depositando um beijo ali, em um ato de cavalheirismo, que fez Thalia soltar um sorriso pequeno. –Meu nome é Luke Castellan, tenho 17, estou no último ano do colégio, tenho dois irmãos mais novos, moro com meus pais, minha cor favorita é branco e já tive passagem pela polícia por furto.

—Dizer que tem passagem pela polícia é um ótimo modo de começar uma amizade. –Thalia respondeu soltando uma risada.

—É o meu charme. –Ele respondeu sorrindo. –Sua vez, Punk.

—Meu nome é Thalia Grace, tenho 16 anos, estou no segundo ano, tenho um irmão mais novo que é um pequeno prodígio por isso está num internato em Roma, moro com meu pai e minha madrasta hedionda, como já pode perceber, minha cor favorita é preto e não tenho passagem pela polícia.

—Ainda. –Luke disse sorrindo. –Acredite, se vai ser minha amiga, uma hora ou outra vai ter.

—Uau, a cada segundo me sinto mais tentada a ser sua amiga. –Thalia respondeu sarcástica, soltando uma risada.

—Meu charme é irresistível, sei disso. –Luke disse com um falso ar egocêntrico, Thalia soltou uma gargalhada e controlou a vontade de concordar, ele era, inegavelmente, charmoso.

Ambos estavam dispostos a continuar a conversa, mas Hermes e Zeus chegaram a sala, ambos exibindo sorrisos satisfeitos.

—Foi rápido, querido. –Hera comentou, como aquela falsa fofura de sempre, Thalia sentiu vontade de vomitar.

—Foi muito gratificante, agradeço imensamente. –Zeus disse, apertando a mão de Hermes.

—Digo o mesmo, obrigado pelo almoço e pela conversa. –May disse sorrindo e abraçando a Hera, caminhou até Thalia e abraçou, depositando um beijo na bochecha da garota. –Foi um prazer, Thalia, espero te reencontrar em outra oportunidade.

—Digo o mesmo. –Thalia respondeu sorrindo, Hermes andou até ela e a cumprimentou.

—Tchau, Punk. –Luke disse a abraçando. –Te vejo na escola.

Thalia franziu o cenho e ficou olhando para o nada, por alguns segundos, enquanto Hera e Zeus conduziam os convidados para a porta. A menina ficou divagando sobre as últimas palavras de Luke, ela não se lembrava de ter visto o garoto alguma vez no colégio, ela com certeza se lembraria de alguém sobre ele.

Thalia suspirou e soltou um breve sorriso, que logo foi interrompido ao ouvir a porta sendo fechada, a menina correu para o seu quarto, subindo a escada dois degraus por vez, a fim de evitar o sermão, que mais cedo ou mais tarde viria.

 

Annabeth fazia o caminho até sua casa enquanto lia um livro de biologia, dividia sua atenção entre o livro e a rua, e caminhava sem rumo. Ela sabia que pai não estava em casa e não queria ficar lá sozinha, ficar sozinha fazia Annabeth pensar em todas as coisas que já haviam acontecido e era isso que ela mais queria evitar.

Annabeth passou ao lado de um restaurante e o cheiro de comida que exalava dele fez o estomago dela se embrulhar, a menina suspirou e seguiu seu caminho, concentrada nas imagens, mas, ao mesmo tempo, atenta ao caminho.

Andou por, pelo menos, duas quadras e avistou um parquinho, desviou sua rota e andou até ele, seguindo diretamente a um banco vazio. Sentou-se e concentrou-se no livro, ouvindo ao fundo risos de crianças, promessas de algum casal apaixonado aleatório e um vendedor de algodão doce. Ignorou tudo e suspirou, leu algumas páginas e ouviu alguns barulhos e levantou o olhar.

A alguns metros de si, um casal com uma criança pequena armavam um piquenique, a menininha estava sorridente, com as mãos entrelaçadas com a da mãe, o pai sorria e ajeitava a tolha. Eles estavam tão sorridentes, tão alegres e eram tão familiares.

Annabeth voltou seu olhar para o livro o mais rápido que pode, mas não conseguiu evitar que as grossas lágrimas descessem sobre o livro que lia, não conseguiu segurar a dor, era demais. Quando era pequena, todo o primeiro domingo de cada mês, Annabeth, seu pai e Atena saiam para um piquenique, nesta mesma pracinha, neste mesmo lugar.

A menina levantou-se rapidamente, guardou o livro e correu para a casa, sentindo as lágrimas embaçando sua visão, ela não estava se importando com quem a visse ou ouvisse, tudo que ela queria era desaparecer.

Desaparecer do mesmo jeito que sua mãe desapareceu da sua vida.


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Notas finais do capítulo

THALUKE, PORRA!! ~me exaltei
Finalmente as coisas tão andando, né
Ah, genteney, eu sei que ficou meio nhenhe a parte da Annabeth, é que o foco aqui foi Thalia e Luke, ok? ok. Nossa linda Annie logo terá a chance de brilhar, não me matem (eu sei que ela tá sofrendo, mas logo ela vai arranja um belo de um boy magia, não se esqueçam)
Espero que tenham gostado ^^ se gostaram, por favor, deixem um comentário (se não mando a tia Hera fazer uma visita pra ôces muahahahhaa ~midira, so do bein)
Beijos a todos que leram e até o próximo capitulo, povo lindo