Desajustadas escrita por KitKatie


Capítulo 30
Aquecido


Notas iniciais do capítulo

Oi.
Eu acho que não lembro como se posta aqui.
Eu nem sei o que dizer, estou com vergonha ao mesmo tempo que estou empolgada e insegura. Eu senti tanta saudade de escrever.
Faz mais de três anos que desajustadas nasceu e mais de um ano que eu não atualizo. Pois é. Eu guardo as explicações as notas finais.
No mais, caso algum leitor de Desajustadas ainda esteja por ai, desejo boa leitura (talvez você tenha que reler a historia ou parte dela para se situar, sinto muito)

Boa leitura ♥



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Silena vagava pelo hospital sem saber exatamente qual rumo tomar. Estava atordoada, anestesiada. Chorava e se quer percebia. Não conseguia pensar em nada.

Todo seu corpo doía, sua cabeça estava a ponto de explodir. Um gosto amargo invadia sua boca. Se tivesse algo em seu estomago, com toda certeza vomitaria. Tentou lembrar a ultima vez que comerá e isso embrulhou ainda mais seu estomago. Se sentiu egoísta, uma gorda idiota egoísta. Pensando em comer enquanto a sua amiga estava lá, em alguma sala do hospital, sem noticias; Silena sentia que merecia o premio de idiota do ano.

Suspirou e sentiu um forte cheiro de álcool, estava no hospital ainda. Isso lhe turvou a visão, teve que segura-se na pilastra ao lado para não tombar. Fraca, fraca, fraca. Só conseguia pensar nisso.

Queria ajuda a Katie a mal conseguia ajudar a si mesma. Patética.

Engasgou um soluço. Se corações partidos fossem afiados o suficiente com certeza usaria um pedaço do seu para cortar seu pescoço. Talvez Katie sentisse sua falta. Ela era sua única amiga real, a única no meio do emaranhado de falsidade que lhe seguia. Tinha mais de 100 mil seguidores e duvidava que um deles sentisse sua real falta. Duvidava que sua mãe ou irmãs sentisse. Silena era só a patinha feia.

Os sons ao seu redor já eram um zumbido longe. Por favor, não. Silena não podia desmaiar, não ali, não num hospital. Ela sabia o que aconteceria em seguida. Enfiariam uma agulha em seu braço, um soro hipercalórico e ali mesmo ela engordaria 20 kilos.

Limpou as lagrimas que escorriam e mordeu o lábio, a dor lhe ajudando a recuperar a lucidez. Tinha que ser forte, já não basta Katie ali.

Pensar em Katie encheu a ela de força, tinha que ser forte, por sua amiga. Ela precisava esta ali, para dar apoio a Katie quando ela acordasse, pois ela iria. E assim que tivesse certeza da segurança e bem estar da amiga, Silena iria atrás daquele monstro que não merecia o titulo de pai e faria ele pagar. Faria ele ganhar uma passagem só de ida ao tártaro, nem que fosse a ultima coisa que fizesse.

—Silena...? – Uma voz masculina chamará seu nome ao fundo.

Silena virou-se tão rápido que sentiu a visão embaçar e com toda a certeza teria tido uma queda feia caso duas mãos grandes não a tivessem segurado pela cintura, firmando seus pés. Esperou sua visão focar até reconhecer a pessoa em sua frente.

—Oh,  Charlie... – Foi quase um sussurro, seu coração disparado. Era aquele menino, perto, perto demais. Silena sentia que desmaiaria, sem duvidas.

—Vocês está bem? –O olha preocupado de Beckendorf era penetrando. O garoto sentia todo o corpo tenso, finalmente reencontrará a menina da biblioteca e ela quase desmaiará em seus braços, não sabia o que fazer e o perfume dela, ali tão perto, não o deixava se concentrar.

—Sim, obrigada. –Sorriu docemente e se afastou, um tanto cambaleante, o que fez a mão do garoto continuar firme em sua cintura. –Só uma tontura, acho que minha pressão abaixou. –Tentou soltar uma risada.

—Ainda bem que está num hospital. –Sorriu para a menina. –Está aqui por isso?

—Não, vim com uma amiga que... –Suspirou e abaixou o olhar. –Se machucou.

—Oh, ela está bem? –Charles ansiava em manter uma conversa com Silena.

—Ela entrou naquele corredor e ainda não saiu... –Respondeu a ele, começando a ficar nervosa ao se dar conta de que ainda estavam muito próximos e a mão dele ainda estava em sua cintura. Queria se estapear mentalmente, sempre fora confiante com relação a meninos, nunca teve problemas em socializar ou paquerar, mas ali estava um menino simplesmente respirando em sua frente e Silena sentia como se pudesse ter um infarto.

—É tipo a ala de sutura, provavelmente vão fazer um curativo nela e se for grave a encaminham para internamento. –Respondeu a ela, tentando acama-la e informa-la.

—Como sabe?

—Acabei de sair de lá. –Charles sorriu e tirou a mão de Silena, levantando o braço e exibindo uma grande faixa no antebraço. –Levei  8 ponto agorinha mesmo. –Soltou uma risada.

—O que? – A voz de Silena saiu esganiçada pela surpresa e mais do que depressa agarrou o braço dele, examinando o curativo. –Como isso aconteceu? Ainda está doendo? Perdeu muito sangue? Tomou alguma injeção? E suas vacinas, esta prevenido contra possíveis doenças? O corte foi fundo? É um corte? Você...

—Calma. –Cortou a afobação da garota, soltando uma risada tímida ao notar a preocupação dela. –Foi um acidente na oficina, um corte de serra. Tive sorte, não foi muito fundo nem extenso.

Silena mordeu os lábios e fez um leve carinho ao redor da faixa. Charles sentiu os músculos contraírem. Droga de garota linda. Silena era tão doce que fazia seu coração derreter.

—Precisa ser mais cuidadoso, Charlie. Não quero que nada lhe aconteça. –Silena sorriu e deu um leve selar em cima do curativo. –Meu pai me dizia que um beijo ajuda a dor a parar.

Hora da morte 18:45. Causa: Silena Beauregard. Charles não dera aquela garota o direito de fazer seu coração bater tão desesperadamente. O garoto sentiu que sua alma deixou o corpo. Hipnotizado olhava o belo rosto da garota e não tinha reação. Porque uma menina como aquela estava sendo legal com ele? Charles estava acostumado a rejeição vinda do sexo oposto. Nem em seus devaneios mais louco uma garota que parecia saltada das capas de revista de moda lhe seria tão gentil. Não sabia como reagir.

Silena não estava muito diferente de Charles naquele momento. Sentia vontade de enfiar a cabeça no chão e clamar piedade dos deuses, como pudera ser tão evasiva? Apostava que Charles lhe achava uma atirada. Sentia vontade de chorar, queria tanto impressionar aquele garoto e parecia que só dava bola fora; nunca sentirá tanto desejo em fazer alguém gostar de si como sentia em relação a Charles. Algo nele prendia Silena.

—Eu...É... –Charles gaguejou e coçou a nuca, constrangido. –Você tem razão... hum... Não esta mais doendo. –Sorriu e alargou o sorriso ao ouvir a risada de Silena.

—Fico feliz por isso, medicina é minha segunda opção de carreira. –Deu uma piscadinha.

—E qual a primeira? –Charles se mostrou verdadeiramente interessado.

—Modelo. –Respondeu meio hesitante, não gostava de dizer isso as pessoas, sempre sentia que elas ririam de si, mostrando a ela que a menina não era capaz.

—Ah. –Charles só conseguia pensar no quanto aquilo era obvio, uma garota linda daquelas precisava ser modelo, o mundo precisava conhecer aquele rosto. –Se nesse momento você me dissesse que já é uma modelo eu não duvidaria, qual é, você está num hospital e ainda assim parece saída direta de um desfile de moda.

Silena soltou uma risada e sentiu-se verdadeiramente aquecida por dentro. Charles era tão doce, tão verdadeiro. Queria tanto abraça-lo, ele se quer sabia o peso do seu elogio ao ego ferido da garota.

Mas naquele momento se dera conta de um fato, o hospital. Estava ali por Katie. Meus deuses, sentira-se péssima. Se concentrou tanto em Charles que esqueceu da amiga. Parabens, Silena. Mais uma vez se mostrando uma amiga odiosa.

Refreou o pensamento, porém, sabia que Katie gostaria de vê-la feliz.

Charles notou o conflito interno da garota e perguntou-se se havia dito algo errado; se martirizaria eternamente caso estragasse as coisas entre eles. Tão logo pensou isso, riu, coisas entre eles, como se fosse possível alguém sujo como ele ter algo com Silena.

—Eu preciso ir ver minha amiga, saber se já tem noticias dela, já faz um tempo que sai de lá. –Suspirou e mordeu os lábios.

—Ah... Claro. –Charles não podia esconder suas frustração, queria passar mais tempo com ela.

—Quer vir comigo? –Escapou da boca de Silena antes que ela tomasse consciência de seus pensamentos. –Digo, se não tiver nada para fazer...

—Eu adoraria. –Charles abriu um sorriso verdadeiro, aquilo significa que Silena também queria sua companhia? Algo dentro de si se aqueceu.

Silena sorriu e ambos começaram a andar, lado a lado, enquanto falavam de trivialidades. Charles contando um pouco sobre seu trabalho na oficina e Silena falando sobre alguns sonhos que tinha para o futuro.

Tão logo chegaram ao hall de entrada, porém, tiveram que interromper a conversar ao ver a confusão instalada ali. Silena reconhecia Thalia parada ao lado de um garoto loiro, Luke Castellan, se não estava enganada e em frente a ela, numa posição defensiva, Zeus. Conhecia aquele homem, ele era um amigo próximo de sua mãe, um grande investidor das campanhas dela.

Não entendeu o que estava acontecendo, apenas ouvia os gritos.  Trocou um olhar significativo com Charles e ambos se aproximaram um pouco mais da cena.

—Você é o pai da Katie? –Ouviu a voz embargada de Thalia questionar.

Silena arregalou os olhos e não foi a única. Luke e Zeus tinham os olhos saltados, sendo que Zeus estava claramente nervoso.

—Filha... as coisas não são assim simples... –Zeus começou a dizer e deu um passo na direção de Thalia, que na mesma hora deu um passo atrás.

—SÃO SIMPLES SIM, VOCÊ É OU NÃO É. –Thalia berrou e Silena viu que o rosto dela estava banhado em lagrimas. A dor dela era clara e Silena compartilhava dela.

O choque era grande, Zeus era pai de Thalia e, pela confusão instaurada... Era pai de Katie...? O pouco que conhecia daquele lhe dizia que aquilo era muito possível sim.

Silena deu um passo a frente, sabia exatamente o que Thalia sentia. Quando descobriu que Drew nascerá poucos meses depois de si, na época que sua mãe ainda estava com seu pai, e sendo ela fruto de outro relacionamento, sentiu-se quebrada. Queria poder abraçar a punk, mas sabia que naquele momento não era o melhor a se fazer.

Charles mordeu os lábios, sentia-se um intruso naquela cena, mas permaneceu ali, parado como um guarda ao lado de Silena, pronto para ampara-la, visto que cada vez mais ela se tornava pálida. O choque inicial parecia dar lugar a dor da realidade.

—Vamos conversar em outro lugar, Thalia Grace. – A postura defensiva anterior do homem dava lugar a uma ofensiva. Zeus não parecia mais embaraçado, pelo contrário, estava irritado pela cena que Thalia estava armando, chamando a atenção de funcionários e pessoas que transitavam ali.

—Eu não vou a lugar nenhum enquanto você não me responder claramente, Zeus. –Thalia respondeu entredentes . –Você realmente é o pai da Katie?

Zeus bufou irritado.

—Você esta criando uma cena, menina idiota. –Cuspiu uma resposta e pegou Thalia pelo braço. Silena logo se alertou, dando um passo em direção a eles, disposta a defender a nova amiga, mas não foi preciso, tão rápido Zeus apertou Thalia, Luke se enfiou entre eles, empurrando o homem.

—Você não tem o direito de machucar ele. –Luke parecia realmente irritado.

—Não se meta em assuntos que não lhe importam. –Zeus notou a aura agressiva em Luke e por isso se afastou.

—Tudo que diz respeito a Thalia me interessa e me interessa muito. –Luke respondeu zombeteiro.

Thalia abriu a boca disposta a dar exigir uma confirmação porém sua investida foi cortada pelo aparecimento de uma medica. Ela se aproximou do grupo, seu jaleco levemente manchado de sangue e sua expressão seria.

—Acompanhantes da Senhorita Gardner? –Questionou analisando o grupo.

—Aqui. –Silena e Thalia responderam em uníssono, andando em direção a médica. Silena cambaleou, sentindo a visão turvar mas logo foi apoiada por Charles, que lhe olhava preocupado.

—Bom, a senhorita Gardner chegou até nós extremamente machucada. –A medica suspirou. Sabia bem como aquela garota havia se machucado. Atendia uma mulher naquela situação por dia, maldita violência domestica. –Porém, chegou a tempo. –Tentou sorrir, tranquilizada. –Suturamos o corte em sua cabeça  enfaixamos os outros. Aplicamos doses de morfina em questão da dor e por enquanto manteremos ela sedada. O quadro dela é estável e ela ficará em observação por uns dias. Por ter machucado a cabeça gostaríamos de realizar alguns exames... –A médica seguiu explicando a situação de Katie mas Silena mal ouvia, podia chorar de alivio ao constatar que a amiga estava bem.

—E podemos visita-la? –Thalia se apressou em perguntar.

—Por enquanto não, amanha, caso se estabilize mais, sim. – A medica explicou alguns procedimentos do hospital e logo saiu, voltando ao trabalho.

A partir dali Silena se perdeu nos acontecimentos. Zeus puxou Thalia e Luke logo se enfiou numa discussão com ele, ambos três saíram do hospital, ainda discutindo e levantando burburinhos.

Silena não perdeu tempo, saiu correndo, ou tentando, atrás de Thalia. Charles não soube o que fazer e apenas seguiu a menina, preocupado com ela. Charles percebeu que algo estava errado com ela, essas tonturas não seriam somente em virtude de pressão.

Suspirou preocupado e assim que saíram do hospital. Assim que encontraram os três primeiros saídos, Silena arregalou os olhos vendo Thalia chorando nos braços de Luke e Zeus parado, metros a frente, com os pulsos fechados e ao lado de uma mulher muito bonita com uma expressão furiosa. Conhecia aquela mulher, se não estava enganada aquela era Hera, mulher de Zeus e ela não parecia feliz.

 

 


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Notas finais do capítulo

Vamos as explicações: Escrever sempre foi meu refugio. Se você ler as notas do capitulo anterior vai entender isso. Porém no ultimo ano isso se tornou uma tortura, eu travei e escrever mecanicamente me doia, eu havia perdido a paixão e abri mão de tudo.
Ontem a noite lembrei de desajustadas e chorei muito pensando em como eu amava e ainda amo esta história, ela foi tão importante pra mim e eu sei que para alguns leitores tbm. Então decidi, Desajustadas merece, no minimo, um final digno, Por isso resgatei em mim mesma o que eu achava perdido e decidi, eu continuarei a historia e a terminarei. Desajustadas é tão importante pra mim que merece isso.
Não sei se ainda tenho leitores e sinceramente eu espero que sim mas eu continuarei mesmo sem eles, pois agora é minha honra para com essa história a qual tanto sonhei,

Me desculpe a quem decepcionei e meus sinceros agradecimentos se leu isso.
Espero que continuem na fic e confiem mais uma vez em mim, farei por merecer.

Minhas mensagens estão sempre em aberto, fale comigo ♥

Ate o proximo, que sim, será logo logo ♥



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