Desajustadas escrita por KitKatie


Capítulo 25
Imponente


Notas iniciais do capítulo

Oi oi! Me desculpem a demora ^^ Eu tive alguns problemas (leia-se: eu fui viajar e lá não tinha internet :P)
Não vou enrolar muito mas nas notas finais tem recadinho :3
Espero que gostem ^^
Boa leitura ♥



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Assim que a porta foi fechada, causando um leve estrondo, Thalia teve de reprimir a vontade de berrar, berrar em pura e completa frustração. Detestava o que senti, odiava aquele sentimento, odiava com todas as suas forças sentir-se imponente.

Trocou um leve olhar com Silena e a garota parecia na mesma situação que a sua, os olhos abaixados e os ombros comprimidos revelavam que Silena sentia-se tão imponente quanto a punk.

Era terrível senti aquilo, e o mais terrível era que Thalia não sabia o que fazer, sua melhor amiga estava ali, desmoronando em sua frente e Thalia sequer sabia o que fazer. Estava vendo Katie ser destruída e não conseguia fazer nada para impedir. Sentia-se inútil, sentia-se desnecessária e principalmente sentia-se culpada.

Mas o que superava esses sentimentos era a raiva, a raiva que estava sentindo do pai de Katie. Não importava o quanto Katie tentasse disfarçar, para Thalia estava mais do que claro de quem era a culpa pela amiga se encontrar naquele estado. Thalia a entendia, não culpava ela por não ter contado, entendia os motivos dela, porque Thalia já sentiu aquilo antes.

Medo. Thalia sabia que o que a amiga sentia naquele era o mais puro e genuíno medo. Thalia sabia com exatidão o que Katie sentia, entendia-a muito bem, afinal já sentirá aquilo. Tudo que a Punk conseguia lembrar ao pensar em sua infância era em sua mãe bêbada.

Thalia nunca chegou a ser agredida de forma tão cruel pela mãe, mas conseguia se lembrar do medo, aquele sentimento de insegurança, não saber o que viria em seguida, nunca sabia se sua mãe voltaria e lhe bateria, ou se sequer voltaria.

Thalia suspirou e olhou para Silena, que parecia tão absorta em seus pensamentos quanto si. Mordeu os lábios e tentou pensar no que fazer, chamar um médico? Não, provavelmente Katie ficaria chateada caso Thalia fizesse isso e a Punk não queria perder a amizade com a garota. Não sabia o que fazer, chamar ajuda, chamar a policia, orar...

Aquela maldita impotência lhe dominava. Thalia não sabia o que fazer. E isso lhe machucava, doía saber que nem conseguia ajudar sua única amiga, ela era inútil a esse ponto? Fechou os olhos com força, o ódio lhe dominava. Ódio de si, ódio de sua maldita inutilidade e ódio do pai da Katie. Como existia um monstro daqueles? Como alguém possuía a maldita coragem de machucar alguém tão puro como Katie?

—O que a gente vai fazer...? –Silena quebrou o silêncio com a voz vacilante.

—Eu não sei. –Thalia teve de passar pelo seu orgulho para admitir em voz alta aquilo, sua voz soava quebradiça e aquilo mais uma vez lhe afetou.

—Eu me sinto tão inútil... –Silena resumiu exatamente o que Thalia sentia em poucas palavras.

—Eu também. –Thalia praticamente sussurrou, suspirando logo em seguida.

—Você sabe quem fez isso com ela, não sabe? –Silena encarou a Punk por alguns segundos.

—Eu tenho minhas suspeitas. –Admitiu, desviando o olhar.

—Pode provar? –Silena perguntou, quase de forma afobada. –Quer dizer, se conseguirmos provar ele pode ir preso ou algo assim, não é?

—Sim, ele pode, mas eu não posso provar, pelo menos não ainda. –Thalia cerrou o olhar.

—Podemos tentar? –Silena questionou.

—Está disposta a isso? –Thalia não evitou surpreender-se.

—Estou disposta a fazer o babaca que machucou a Katie pagar, e muito caro. –O brilho no olhar de Silena fez Thalia sorrir, a convicção dela era palpável. De certa forma saber que existia mais alguém tão preocupada com Katie aquecia o coração de Thalia.

—A gente pode tentar armar alguma coisa, sabe? Arranjar algum jeito de filmar ou algo assim, arranjar uma prova incontestável. –Thalia disse e mordeu os lábios, assumindo uma expressão pensativa.

—Seja lá o que você estiver planejando, eu estou dentro. –Silena disse.

—Está mesmo? –Thalia a olhou, com duvida, e aquilo feriu o orgulho de Silena.

—É claro, a Katie é minha amiga, eu vou fazer qualquer coisa para que esse alguém que teve a coragem de machuca-la se arrepender.

—Precisamos de um plano. –Thalia cruzou os braços.

—Não seria melhor sairmos da frente da casa da Katie? –Silena perguntou, olhando em volta. –Discutir isso em um café ou algo do tipo.

—Não. –Thalia logo cortou os planos.  –Se há um lugar onde vamos conseguir provas será aqui.

—Mas ficaremos assim, paradas na frente da casa? –Silena arqueou as sobrancelhas.

—Não. –Thalia olhou em volta e ao ver um emaranhado de arbustos seguidos uma lixeira, logo tratou de pegar o pulso de Silena e puxa-la.

—O que está fazendo? –A olhou como se fosse louca.

—Te levando para nosso esconderijo. –Thalia se abaixou e Silena a imitou, estava “meio escondidas”, o suficiente para que não notassem sua presença mas também para que conseguissem ver alguém se aproximando.

—A gente vai ficar sentadas aqui, só esperando? –Silena questionou, parecendo decepcionada.

—Não podemos fazer muito mais. –Thalia mordeu os lábios em frustração. –Precisamos esperar.

—Esperar o que? –Silena murmurou, abraçando seus joelhos.

—O pai dela. –Thalia sussurrou e viu Silena arregalar os olhos.

—O pai dela... Foi ele que...? –A garota mal conseguia formular uma frase, Thalia apenas assentiu. –Oh meus deuses. –Silena parecia totalmente horrorizada e Thalia não podia julga-la, sentia-se da mesma forma. –Que covarde... –Ela sussurrou, parecendo estar com raiva.

—Eu posso estar errada, mas tudo indica que é o pai dela quem faz isso. –Thalia disse, abrindo um espaço por entre as flores do arbusto para poder enxergar com mais clareza.

—Isso é tão horrível, como a Katie deixou isso acontecer? –Silena perguntou e Thalia logo a olhou, mudando sua expressão.

—Você está culpando a Katie? –Thalia questionou de forma quase acusadora.

—O que? –Silena parecia ter levado um susto. –Não, eu só... Quer dizer... Eu só acho estranho ela não ter feito nada...

—Como você sabe que ela não fez nada? –Thalia mostrou toda sua raiva. –Como pode dizer isso? Como pode culpar a vitima aqui?

—Eu não estou culpando ela. –Silena defendeu-se.

—Você acha mesmo que ela gosta disso? Acha que ela teve escolha? –Thalia mantinha a postura acusadora. –Acha que ela poderia fazer algo contra?

—Thalia, para, eu não a estou acusando. –Silena a olhou de forma incrédula.

—Pois para mim parece que está. –Thalia rangeu os dentes.

—Eu só queria entender porque ela não fez nada. –Silena sussurrou, assustada.

—Por medo. –Thalia disse. –Ela está com medo.

—Mas ela pode confiar em nós... –Silena abaixou o olhar.

—Alguém que foi tão machucada quanto ela, e acredite eu não estou falando dos machucados físicos, tem dificuldade em confiar, em se abrir. –Thalia suspirou. –Precisamos respeitar o tempo dela, ok? Ela foi humilhada, maltratada, machucada, não teve amigos ao seu lado, não teve em quem confiar, a pessoa que mais deveria amar ela a odeia, como acha que ela se sente? ELA ESTÁ COM MEDO, PARA DE ACUSAR ELA. –Thalia passou de um discurso compassível para um acusatório, logo berrando com Silena, que se encolheu institivamente.

—Thalia... Você está falando da Katie ou... De si mesma? –Silena sussurrou.

Thalia não soube o que responder.


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Notas finais do capítulo

Eu preciso agradecer imensamente a duas pessoas. Izzy, sua menina linda, eu nem tenho palavras para te agradecer pela lindissima recomendação, eu li e reli cada palavra umas 10 vezes, sério, estou agradecidissima e emocionada com seu carinho ♥
E a fofa da Filha de Apolo, eu fiquei tão emotiva com sua recomendação, juro que nem soube o que pensar, eu simplesmente amei e fiquei tão feliz por ter te comovido assim, muito obrigado ♥
E um muito obrigado a todos que fazem essa fic acontecer, que comentam, recomendam, favoritam, acompanho, choram, vibram e me emocionam com seu carinho, meu muito obrigado a todos os leitores ^^
Espero ver vocês na próxima ♥