Desajustadas escrita por KitKatie


Capítulo 10
Professor


Notas iniciais do capítulo

MINHA NOSSA SENHORA, PODEM ME BATER EU DEIXO
ME DESCULPE, SEU LINDOS, ME PERDOEM, SE VOCÊS ESTIVEREM COM RAIVA EU DEIXO ME XINGAREM NOS COMENTÁRIOS, NEM RECLAMO.
Bom, acho que alguns perceberam que eu sumi, por, sei lá, umas duas semanas, e eu tenho uma explicação, eu tive que mudar de colégio, sim. Eu tive uns problemas bem sérios no meu colégio, do tipo que envolve expulsão, não no meu caso, graças aos deuses, mas enfim, tive que mudar e adivinhem o colégio que meus pais escolheram? Quem disse um colégio integral ganha uma bala.
Basicamente eu estou estudando tanto de manhã quanto a tarde e isso está me esgotando, eu fiquei tão desanimada nessa semana que mal queria me mexer quando chegava da escola por isso não atualizei, mas agora, já passado essas coisas, voltei a ativa e trouxesse um capitulo fofo para vocês ^^
Mais uma vez, me desculpe ;-;
Boa leitura ♥



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Annabeth não conseguia raciocinar corretamente, um raro momento em sua vida. Havia acabado de levar um tapa, e um tapa bem forte, diga-se de passagem. Colocou a mão sobre, a possível, marca que haveria ali, sentiu um formigamento leve e uma leve quentura no local. Olhou em volta, ninguém parecia ter notado a ceninha, suspirou aliviada.

Por um momento considerou todas as suas ações, na noite anterior, antes de finalmente conseguir pegar no sono, Annabeth considerou vários tópicos de sua vida, desde a escola que estudava até os colegas ali, em algum momento seus pensamentos recaíram sobre Silena Beauregard, a garota que a havia ajudado com o Ethan.

Ela parecia disposta a ser amiga de Annie, havia até dado um apelido e isso no ver de Annabeth era uma expressão de intimidade. Revirou-se na cama várias vezes, pensando no que poderia fazer, uma parte de seu cérebro mandava Annabeth procurar a garota e tentar ser sua amiga mas outra parte mandava a garota ignorar Silena, trata-la mal, afasta-la, Annabeth precisava se concentrar nos estudos, não em amizades.

A segunda parte falou mais alto e Annabeth decidiu que repudiaria colega, amizades atrapalhariam seus estudos, Annie sabia que a mãe não havia tido um círculo social no colégio, ela se concentrava unicamente nos estudos.

Annabeth sentiu um tanto de pena de Silena, por alguns segundos, ela parecia disposta, realmente, a ser amiga de Annie, parecia sincera, mas o sentimento não durou muito, logo Annabeth se lembrou do quanto Silena era popular, vivia cercada de pessoas, uma a menos não faria diferença.

Isso era o que Annabeth pensava, mal sabia ela que estava completamente enganada em relação a colega, mal sabia ela que por mais que Silena estivesse cercada de pessoas ela continuava sozinha.

Suspirou e analisou sua situação, a reação de Silena fora muito inesperada, Annabeth não imaginava que ela a daria um tapa, Silena parecia o tipo de pessoa que corria de uma lagartixa. Revirou os olhos, não acreditando no que faria a seguir, provavelmente se arrependeria mas naquele momento não se importou, tudo que passou por sua cabeça foi o pedido de desculpas que deveria fazer a Silena.

Levantou-se e puxou seu material consigo, por um momento ponderou sobre o que estava prestes a fazer, sair da sala de aula no meio de uma aula? Era demais para Annabeth, mas ela não podia pensar nisso, precisava falar com Silena. Saiu da sala, quase totalmente despercebida, vantagens de se ser praticamente invisível para seus colegas.

Andou, leia-se quase correu, procurando por uma cabeleireira castanha exageradamente bem cuidada. Passou por quase dois corredores diferentes e esbarrou em alguém, quase indo ao chão.

—Ah, desculpa. –Uma voz familiar se desculpou. Annie suspirou e concordou com a cabeça.

—Sem problemas. –Respondeu passando o olhar por todos os lados.

—Ah, Annie é você, oi. –Percy falou com uma animação invejável, Annabeth poderia responder no mesmo tom, mas estava ocupada demais no momento.

—Oi, você viu a Silena? –Perguntou, afobada.               

—Beauregard? –Percy perguntou, franzindo o cenho, Annie concordou com a cabeça. –Ela passou por aqui faz uns 2 minutos, eu acho que ela ‘tava chorando.

—Você viu para aonde ela foi? –Annie perguntou, sentindo um estranho aperto no peito em imaginar que havia feito Silena chorar.

—Acho que para o ginásio... –Percy mal completou a frase e Annabeth já estava correndo em direção a quadra, ouviu o garoto chamar seu nome mas ignorou.

Depois de alguns segundos correndo, Annie já estava na quadra, e a mesma se encontrava completamente vazia, resmungou, frustrada e deu meia volta, mas antes de conseguir sair ouvir um soluço, seguido de um fungada de nariz. Arqueou as sobrancelhas e seguiu o som, curiosamente o som vinha de baixo das arquibancadas.

Annabeth abaixou-se para conseguir chegar em baixo da arquibancada e visualizou Silena encolhida no chão, sua posição denunciava o choro, Annie sentiu-se o pior ser humano vivo por ter magoado Silena a ponto de fazer a menina chorar daquele jeito. Andou, silenciosamente, até Silena e colocou a mão no ombro da menina, ato que a fez pular com o susto.

—Eu sinto muito. –Annie sussurrou, após 3 segundos de silencio. Silena não disse nada, apenas abaixou a cabeça envergonhada.

—Tudo bem... –Silena respondeu, vagamente, tentando limpar os resquícios de seus lágrimas.

—Não, não está tudo bem, Si. –Annie falou, elevando o tom, segurou o queixo da colega delicadamente e o levantou, até ficar a altura do seu rosto. –Eu realmente sinto muito, não quis falar daquele jeito com você, me desculpe.

—Você falou sem pensar, está tudo bem. –Silena respondeu, soltando um leve sorriso.

—Não foi sem pensar, foi exatamente ao contrário. –Annie confessou e sentou-se ao lado da colega.

As duas mantiveram-se em silencio por longos minutos, ambas envoltas em seus próprios pensamentos. Silena mirou a colega pelo canto do olho, ela parecia tão inquieta, como se estivesse travando uma batalha contra si mesma, Silena reconhecia aquela expressão, aquela expressão de que você não é suficiente, aquela expressão que quase sempre Silena possuía em seu rosto.

—Por que fez aquilo? –Silena perguntou, sussurrando, sua voz soava magoada.

—Eu não sei. –Annie confessou, incerta, sentindo os próprios olhos marejarem. –Eu nunca sei de nada.

—Isso não é verdade. –Silena rebateu, prontamente. –Você é provavelmente a pessoa mais inteligente desse colégio, não só daqui, provavelmente de todo o resto do país, não, do país não, do mundo. –Completou, quase empolgada.

Annie soltou uma risada anasalada, mas não era porque foi engraçado, e sim porque era trágico, uma risada irônica.

—Do que adianta eu saber tudo isso e mesmo assim continuar me sentindo burra? –Annie sussurrou, já conseguia sentir as lágrimas descendo, lentamente. –Eu não consigo ser o suficiente.

Silena ficou sem palavras, não esperava ouvir uma confissão da colega, ela parecia tão afetada, tão diferente da Annabeth usual, que sempre parecia tão forte e independe, ali, sob as arquibancadas, Annie parecia uma garotinha indefesa que precisava do colo da mãe. Silena não hesitou, puxou Annie para seu próprio colo.

Annabeth se assustou momentaneamente, pelo carinho inesperado, mas logo em seguida se aconchegou e permitiu que as lágrimas descessem livremente, se permitiu, pela primeira vez em muito tempo, ser apenas ela mesma.

O silencio se instalou, Silena acariciava os cabelos de Annie, com um amor quase materno e Annabeth organizava seus pensamentos.

—Por que está me ajudando? –Annie perguntou, sussurrou.

—Por que não ajudaria? –Silena respondeu perguntando.

—Porque eu fui maldosa, magoei você. –Annie respondeu, com a voz embargada.

—Mas você se arrependeu, veio até que pedir desculpas, até matou aula para isso. –Silena soltou uma risadinha baixa. –Todos merecem uma segunda chance e se você está magoada é meu trabalho como amiga te consolar. –Finalizou, decidida.

—Trabalho como amiga? –Annie perguntou fungando.

—Sim, um dia te mostro todas as regras do “tratado da amizade”, não se preocupe. –Silena garantiu, sorrindo.

Annie sorriu de volta, ainda contra o abraço de Silena. Um silencio gostoso se espalhou por entre as duas e se manteve até que Annie perguntou.

—Você não vai questionar o porquê de eu ter chorado desse jeito?

—Você tem seus motivos, sei disso. –Silena murmurou, gentilmente. –Sei que deve ser algo que doa em você e não vou te forçar a dizer se não quiser, todos tem seus segredos, suas cicatrizes.

—Obrigado, Si. –Annie respondeu, apertando forte a amiga, aliviada.

—De nada, Annie. –Silena respondeu, gentilmente, sorrindo pela nova amiga.

 

Thalia puxou a fumaça com força, aproveitando o alivio momentâneo que o trazia. Suspirou e tragou mais uma vez o cigarro, sentia-se em paz. Estava no colégio, era a terceira aula mas Thalia não a fazia, era educação física, nem sob tortura máxima a garota participaria de uma aula cujo objetivo era fazer os alunos suarem como porquinhos indo ao forno, era inútil.

Não havia visto Katie no colégio, possivelmente a garota havia falto, o que era estranho já que pelo que Thalia sabia a menina tinha um histórico quase perfeito, não tinha nada para fazer por isso foi até o terraço do colégio.

Thalia tinha medo de altura, por isso evitava a borda do prédio, estava sentado no meio do terraço, olhando o céu e fumando; era um local calmo, havia só dois ou três alunos que tinha coragem de ir ali, já que ser pego no terraço matando aula rendia uma suspensão, e nenhum deles estava ali para atrapalhar Thalia.

—Sabia que fumar da câncer, Punk? –Uma voz masculina preencheu o ambiente, Thalia nem precisou virar-se para confirmar quem era o dono dela, o apelido usado denunciava.

—Sabia que o pulmão é meu? –Thalia respondeu, com um leve sorriso.

—Quanto mau humor. –Luke respondeu sorrindo abertamente e sentando ao lado de Thalia.

—O que está fazendo? –Perguntou, arqueando as sobrancelhas.

—Sentando. –Respondeu Luke, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, Thalia revirou os olhos e teria tragado mais seus cigarro, mas ele foi arrancado de suas mãos.

—Ei. –Thalia falou com agressividade, e tentou pegar o cigarro de volta, mas Luke o puxou, fazendo Thalia pegar apenas ar. –Me devolve.

—Não. –Luke disse, pela primeira vez, sério. –Isso faz mal para a saúde.

—Não me lembro de ter pedido sua opinião–Thalia respondeu irritada.

Luke soltou um sorriso debochado e apagou o cigarro contra o chão.

—Ops. –Falou, fingindo-se.

—Idiota. –Thalia murmurou, com raiva, era seu último cigarro, e não gostava de voltar ao lugar de sempre para conseguir mais.

—Me xingando, Punk? Você deveria estar me agradecendo. –Luke falou, fazendo-se se coitado e gesticulando exageradamente.

—Te agradecer por jogar meu dinheiro no lixo? –Thalia perguntou inocentemente, usando seu sarcasmo.

—Me agradecer por preservar sua saúde. –Luke respondeu, usando um tom profissional.

—Luke, olha, como posso dizer isso sem soar rude? –Thalia murmurou e revirou os olhos. –Não se meta onde não foi chamado.

—Isso soou rude. –Luke respondeu, sorrindo, sem se afetar pelo comentário.

—Você não pode me deixar em paz. –Thalia suplicou, mesmo que internamente desejasse que Luke ficasse.

—Posso. –Ele disse. –Mas não quero, encher você virou meu novo hobby. –Completou, com um sorriso. Thalia revirou os olhos mas não conteve o sorriso.

—Você sabe que se os professores nos pegarem aqui a gente vai estar completamente ferrado, não sabe? –Thalia perguntou, soltando uma risada.

—Você não parece o tipo que se importa com o histórico escolar. –Luke respondeu, arqueando uma das sobrancelhas.

—Eu me importo. –Thalia defendeu-se, sem alterar o tom de voz. –Mal posso esperar para completar 18, ir para uma faculdade qualquer e sair finalmente da maldita casa.

—Problemas familiares? –Luke perguntou.

—Você nem imagina. –Thalia respondeu, com um suspiro.

Luke não se pronunciou mais e Thalia manteve o olhar no céu, completamente perdida em pensamentos. O silencio era reconfortante para Thalia e um tanto desconfortável para Luke que queria muito conhecer cada vez mais a garota do seu lado.

—Vai fazer do quê? –Luke perguntou, repentinamente, quebrando o silencio.

—Fazer o quê? –Thalia perguntou, confusa, desviando o olhar do céu e mirando Luke.

—Faculdade, você disse que mal podia esperar pela faculdade.

—Eu disse que mal podia esperar para sair de casa, não estou exatamente animada com o lance de faculdade, nunca pensei sobre, não sei o que fazer. –Thalia murmurou, pensando pela primeira no que queria fazer.

—Acho que música combinaria com você. –Luke disse, com um sorriso.

—Sou um desastre. –Thalia respondeu, soltando uma risada baixa. –E você? O que pretende fazer na faculdade?

Luke baixou o olhar e soltou um suspiro, quebrando totalmente a aura despreocupada de sempre, Thalia logo percebeu que havia tocado em um assunto complicado para o garoto.

—Meu pai quer que eu faça administração, sabe? Para assumir a empresa dele.... –Luke respondeu, forçando um sorriso.

—Não perguntei. –Thalia respondeu, cerrando os olhos, Luke logo fez uma careta confusa.

—Mas você perguntou... –O menino começou mas logo foi cortado por Thalia.

—Perguntei o que você pretende fazer não o que o seu pai quer que você faça. –Luke soltou um sorriso, percebendo o quanto a garota punk ali ao seu lado era incrível.

—Promete não rir? –Luke perguntou, pela primeira vez desde que Thalia o viu, incerto.

—Claro. –Respondeu de prontidão.

—Quero ser professor. –Luke quase sussurrou, como se aquilo fosse o maior segredo de sua vida.

—Jura? –Thalia perguntou, incrédula.

—Sim... Pode rir vai, eu deixo dessa vez. –Luke murmurou, abaixando a cabeça, com as bochechas vermelhas.

—Está brincando? Por que diabos eu riria disso? –Thalia perguntou, sorrindo. –É incrível, Luke.

—Sério? –Perguntou, levantando a cabeça rapidamente.

—É obvio, aposto que você vai ser um professor incrível. –Thalia disse, alargando o sorriso.

—Que tipo de professor acha que eu vou ser? –Luke perguntou, retornando a velha confiança de antes.

—O tipo que é o primeiro amor das alunas. –Thalia respondeu, quase por impulso e ao perceber o que tinha dito sentiu as bochechas em chamas. Luke demorou alguns segundos para associar as palavras da garota e quando o fez sentiu-se corar também, mas logo recuperou-se e abriu um sorriso malicioso.

—Isso quer dizer que você disse indiretamente que eu sou lindo? –Luke perguntou, em um tom divertido.

—Não. –Thalia negou, envergonhada.

—Confesse agora, Grace. –Luke disse, fingindo um tom autoritário que fez Thalia rir.

—Nunca arrancara a verdade de mim. –Responde e levantou, correndo para dentro com Luke ao seu encalço, gritando “Admita que me ama, Punk.”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e.e
Como sempre, se puderem deixem seu comentário, isso é importante demais para mim ^^
Podem me dizer se estão chateados ou não e como eu posso compensar, eu realmente to mal por ter sumido assim sem mais nem menos ;-;
Bom, era só isso, mais uma vez, desculpe e até o próximo.

Ps: É THALUKE MINHA GENTE