Contos de Mentora Russa - Morte do Gavião Arqueiro escrita por Helem Hoster


Capítulo 6
Uma droga de vida, mas é minha vida.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora amores, mas sofri de um bloqueio muito chato. Espero que gostem. Bjus boa leitura. enjoy♥♥♥



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Depois de deixar o carro no estacionamento, os dois entraram no shopping.

— Onde vamos almoçar? Subway? McDonald’s? Habib’s? – ele perguntou. Ela o encarou.

— Não é a toa que você anda meio rechonchudo. – ela apertou o braço dele e ele lhe fez uma careta. – Além do mais, McDonald’s nem usa carne de verdade. – ela comentou.

— O quê?? Aaahhhh! Minha vida foi uma mentira esse tempo todo? – ele reclamou. Ela o olhou estranhando.

— Vai me dizer que queria ganhar um McLanche Feliz?! – ela ralhou. Ele deu de ombros.

— Eu morri. Não mereço? – ele questionou.

— Estou presa com a criança mais chata do universo, que se chama Clint Barton. – ela revirou os olhos.

— Sem drama Romanoff. – ele resmungou. Ela deu um pequeno sorriso enganchando seu braço com o dele.

— Tadinho do bebê. A tia malvada vai deixar ele sem brinquedinho do McDonald’s. – ela debochou.

— Nat, para com isso. – ele reclamou, mas sem afastá-la. Ela riu baixo.

— Vamos, só parar na praça e fazer um lanche. Tá bom? – ela pediu. Ele deu de ombros.

— Parece bom. – ele falou. – Plano simples.

— É. Plano simples. – ela suspirou.

Os dois caminharam até a praça de alimentação e se sentaram numa mesa num canto. Pegaram os cardápios de cima da mesa e começaram a ler.

— Escolha o que quiser. – Clint falou. Natasha deu ar de riso.

— É claro que vou escolher o que eu quiser. O dinheiro é meu. – ela riu lendo o cardápio. Clint a olhou.

— Nada disso. Você já fez muito por mim. Deixa que eu pago. – ele falou.

— Clint, você não pode usar seu cartão, ele vai ser rastreado, e mesmo que pudesse, eu duvido que se lembraria da sua senha. – ela debochou olhando as opções de bebidas.

— Eu me lembro da minha senha, e não preciso usar o meu cartão pra pagar o almoço. – ele falou com ar de deboche.

— Eu não me importo. Vamos almoçar, e eu vou pagar. Fim de papo. A menos, que prefira ficar trancado no mesmo quarto que o Arman. – ela ameaçou. Clint suspirou derrotado. Sabia que não podia rebater, mas compensaria ficando emburrado. Ela deu um pequeno sorriso. – Certo, acho que eu vou querer um x-salada, e um suco de manga.

— Você sempre pede comida sem graça. – ele debochou.

— Eu peço comida que me permita entrar no uniforme, sr Barton. – ela retrucou. – Ao contrário de você, que toda semana troca de numeração.

— Sua vida é triste. Sem sorvete, chocolate, fritas, ou hambúrguers. E sem mim. – ele comentou lendo o cardápio. – Só enfornada numa casa, com um urso de pelúcia asiático, quase sozinha.

— É. É uma droga. Mas eu gosto assim. Simples, sem nada a perder. – ela deu um pequeno sorriso tentando mascarar a pontadinha de tristeza de ter isso jogado na cara. Mas não ia deixar barato. – Muito melhor do que viver num buraco, com uma lata velha na garagem, dormindo com qualquer coitada que dê trela, arriscando pegar alguma DST, e se empanturrando de chips arriscando ficar com pressão alta, pedra no rim,  veia entupida, ou qualquer coisa do tipo.

— É. – ele concordou. – Bom, nossas vidas são uma droga, e nossos empregos não valem a pena, mas tem um lado bom. – ele sorriu.

— É? Qual? – ela perguntou.

— Temos um ao outro. – ele falou.

— É. – ela concordou pensando. – Mas minha vida é melhor.

— Ah! Não é não. É uma droga de vida miserável. – ele falou. – E já que você vai pagar, eu quero um x-bacon com um milk-shake de morango. – ele pediu.

— Ok. – ela sorriu se levantando e se dirigindo até o balcão. Fez os pedidos e voltou para a mesa. – Vão trazer logo. – ela falou.

— Ótimo. Eu tô com fome. – ele comentou.

— Você tá sempre com fome, Clint. E a minha vida não é uma droga miserável.

— É sim. Você fica lá no seu sobradinho, com seu cachorro, sua tv a cabo, seu armário de bebidas, seu carro esporte, seu jardim florido... – ele debochou.

— Me parece uma vida bem legal. – ela comentou.

— Seria se a dona disso tudo não fosse chata, fria e com um grande humor negro, além do ego, e da extraordinária beleza que a faz ganhar uns drinks em todo bar que vai. – ele cruzou os braços.

— Nossa.  –ela comentou olhando pra baixo pensativa. – Eu tenho uma vida legal, né?

Clint bufou desviando o olhar.

— Claro que tem. – Clint ironizou. Natasha lhe fez uma careta, e a garçonete chegou com os pedidos.

— Aqui estão, um x-salada e um x-bacon, com um suco de manga, e um milk-shake. – ela falou colocando as coisas na mesa. – Querem acrescentar algo no pedido? – ela perguntou. Natasha olhou pra Clint que negou com a cabeça.

— Não. É só isso, obrigada. – Natasha respondeu.

— Certo. Tenham um bom almoço. – a garçonete falou e saiu.

Logo os dois começaram a comer. Clint parecia pensativo.

— Posso perguntar uma coisa? – ele pediu.

— Só uma coisa? – ela questionou em resposta.

— Como Coulson te convenceu a ficar com um cachorro? – ele perguntou.

— Ele não convenceu. Na verdade, nem tentou. – ela respondeu calmamente e mordeu o sanduíche.

— E como foi que vocês... sabe... se conheceram?  - Clint perguntou. Ela mastigou pensando na resposta.

— Bom, - ela começou depois de engolir. – nós invadimos uma das bases da KGB, em Nikolsk. Soubemos que tinha sujeira lá. E tinham alguns agentes disfarçados que nos mandavam informações. Então, Nick nos mandou pra limpar a base e destruir tudo. Era uma base de treinamento. Tinham jovens, militares, e cães em treinamento. Sabe, eles criavam pra mandar pros quartéis da policia militar da cidade. – ela contou. Clint acenou com a cabeça indicando que estava entendendo. – Eu entrei pra ver se tinha mais alguém. Tinha apenas um menino e uns três filhotes de cachorro. Eu me aproximei, e uma granada explodiu perto de nós. Quando me recompus, eu voltei pra ver se estavam bem. Só ouvi um ganido de cachorro entre os escombros. Eu revirei pra ver se encontrava alguma coisa.

— E encontrou? – Clint perguntou. Natasha concordou com a cabeça e olhou para o lado, mas logo voltou a encara-lo.

— Encontrei o menino e dois dos filhotes mortos. – ela falou friamente. Clint concordou sem desviar o olhar. – Mas, tinha um sobrevivente. Um pequeno Husky siberiano que tropeçava nas próprias patas pra andar.

— E o que te fez ficar com ele? – Clint perguntou.

— Responsabilidade. E um pequeno pedaço que sobrou, da minha consciência. – ela respondeu.

— Responsabilidade? – ele repetiu.

— Eu revirei os escombros atrás de sobreviventes, não é? – ela deu um pequeno sorriso tomando um gole do suco.

— E porquê chamou ele de Arman? – Clint a olhou.

— Porque ele era valente. E tentou proteger os corpos... de mim. – ela respondeu. Clint concordou com um leve aceno.

— E você... simplesmente pensou “Olha que fofinho! Tentando proteger um cadáver, vou ficar com ele.” – ele tentou descontrair. Ela não falou nada, apenas deu um pequeno sorriso olhando pra baixo. – Ele demorou pra se acostumar com você?

— Não. – ela respondeu. – Ele ficou um pouco doente no início, por causa da mudança de clima, e o fuso horário. Achei que não iria sobreviver. Mas ele é forte.

— Mas e você? – Clint perguntou a olhando. – Demorou a se adaptar a ser responsável por alguém além de você mesma?

— Não. Diferente de você, eu tenho senso de responsabilidade. – ela respondeu.

— Vai. Esculacha. Joga na cara. – Clint desviou o olhar tomando um gole do seu shake.

— Se você ao menos cuidasse direito daquela lata velha, talvez, eu até considerasse a hipótese de que se importa com algo mais além de si mesmo. – ela comentou arqueando a sobrancelha.

— Quem disse que não me importo? Se não me importasse, eu não teria te salvado mais de duas vezes por missão. – ele comentou.

— Duas vezes? Eu te salvo dezenas de vezes por missão, porque você simplesmente nunca olha onde pisa. – ela retrucou. – Você só tenta quitar sua conta.

— Minha conta? Você já olhou a sua, Romanoff? Tá entrando no vermelho, e eu nem tô contando com quando nos conhecemos. – ele falou pousando o copo vazio na mesa.

— O hospital foi um acidente. – ela comentou desviando o olhar. – Não foi culpa minha.

— Mesmo assim pediu minha ajuda. Me fez sair de Washington, pra ir te ajudar a salvar um cara. – ele comentou. – De um incêndio que ele mesmo causou.

— Missões de salvamento nunca foi  meu forte. Se lembra de Odessa?- ela retrucou. Estava desconfortável. Odiava falhar nas missões, e odiava que pessoas inocentes morressem por sua causa. Mas odiava ainda mais, ter que pedir ajuda. E Clint sabia disso.

— Tudo bem. – ele reprimiu os lábios. – Desculpe, cutuquei onde não devia.

— Tudo bem. Não seria a primeira vez. – ela deu um pequeno sorriso. Ele concordou com um leve aceno. – Bom, se já terminou de comer, eu vou lá pagar o almoço.

— Tá bom. – Clint concordou.

— Espere aqui. – ela falou se levantando.

 Clint permaneceu onde estava. Observou Natasha se afastar. Ele era apaixonado por ela. Isso era muito claro. Sempre estava por perto, procurando mantê-la segura. De tudo. E quando não conseguia ficar com ela, seus pensamentos eram sempre nela. Ele adorava as missões em dupla. Principalmente as longas. Mesmo que Natasha nunca permitisse que algo acontecesse entre eles, o simples fato de estar perto dela, já era o suficiente pra deixa-lo feliz. Quase extasiado. Mas às vezes, ele chegava ao ponto de isso não ser o bastante.

Clint olhava Natasha no caixa pagando a conta, mas algo lhe chamou a atenção. Algo ao longe. Perto da entrada do shopping. Um homem, que parecia olhar pra eles também. Principalmente para Natasha. Clint estava acostumado a ver homens sempre encarando e se derretendo pela ruiva, mas aquele olhar era diferente.

Clint se levantou de imediato e o homem sumiu no meio da multidão.

— Clint? – a voz de Natasha lhe chamou a atenção, e ele se assustou a ver que ela estava ao seu lado.

— Oi. – ele sorriu a olhando. Ela franziu o cenho.

— Você tá bem? – ela questionou. Ele concordou com a cabeça, e olhou em volta procurando qualquer sinal de perigo. – Clint...

— Tá tudo bem. – ele respondeu a olhando. – Vamos?

— Vamos, claro. – ela respondeu tomando a dianteira.

— Tem algum lugar em mente? – ele perguntou.

— Se você vai ficar na minha casa, precisa de roupas. – ela respondeu.

— Eu tenho roupas. – ele respondeu.

— Eu não chamaria quilo de guarda roupas. Vamos, eu não vou deixar você ficar andando com aquelas coisa por aí. Vamos fazer compras. Pijama, roupas formais, sociais...

— O que você vai fazer? Me fazer andar de terno e gravata pela sua casa? – ele perguntou. Natasha deu ar de riso.

— Como se você soubesse dar nó de gravata. – ela comentou baixo.

— Ué? Como não? Eu faço isso quase todo dia? – ele questionou.

— O nó de gravata a que me refiro, não é um golpe, Clint. – ela comentou. Ele a olhou com um pequeno sorriso.

— Eu sei. – ele falou segurando a mão dela.

— Pois é. – ela suspirou afastando sua mão da dele, e enganchando seus braços. – Mas confesso, que esse nó de gravata você sabe dar muito bem.

— É. Eu sou bom nisso, né? – Clint a olhou com ar brincalhão.


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Notas finais do capítulo

Diz aí, eles são perfeitos, né? Esses dois se amam, não dá pra esconder. Espero que tenham gostado. Não esqueçam dos comentários. Se tiverem pelo menos 4 comentários, eu posto o próximo cap ainda nessa semana. bjus ♥♥♥



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