Contos de Mentora Russa - Morte do Gavião Arqueiro escrita por Helem Hoster


Capítulo 14
Noite de Porre


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoal. Mais um cap quentinho pra vocês. Espero que gostem. bjus boa leitura. enjoy♥



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Era tarde da noite. E lá estavam Natasha e Clint, sentados no balcão conversando, e um pouquinho alterados. Quer dizer, só Clint, pois Natasha não poderia ficar alterada nem se quisesse. Juntos já tinham matado uma garrafa de vodka, e Clint matou sozinho meia garrafa do Burgundy 1921.

— Então, eu estava lá. Entrei no bar pra pegar... o zuspeito. – Clint falou enrolado por estar bêbado. – Eu vi ele se esgonder atrás dos capangas dele. – ele contava. – Dize pra eles que era pra atirarem no bêvado. Mas não tinha bêvado nenhum! Eu só tava um pouquinho alterado. – ele garantiu. – Aí, eu “acidentalmente” deixei a fleza explosiva cair no chão. Aí, eles me deixaram sair vivo. Guando eu estava longe, eu exblodi o bar, madando o mavioso mais perigoso de Paris. – ele contou envergando um pouco para o lado, ameaçando cair da cadeira.

— Ok. Calma. Pega leve. Você bebeu demais. – Natasha riu o amparando de forma que ele não caísse da cadeira. – E o que aconteceu depois?

— Bom... o Nick. Sabe, aquele careca de taba-olho. – Clint gesticulou com as mãos.

— Sei. O nosso chefe. – ela concordou.

— É. O Nickizinho. – Clint riu. – Me deixou afasdado por um mês, e nunca mais me mandou pra Paris. Disse que eu não bodaria meus pés lá de novo depois do que aconteceu. – Clint contou. – E eu nunca mais entrei numa compedizão de vinho. Mas tudo bem! – ele falou alto de repente. – Eu nunca gostei da Franza mesmo.

— Nunca gostou da França? – Natasha perguntou. Clint negou com a cabeça fazendo uma careta. – É, eu também nunca fui muito fã de lá. – ela concordou.

— Cara! Ninguém no mundo! Mundo todo. Nosso planetinha azul. – ele gesticulou qualquer coisa com as mão. Natasha concordou. – Ninguém, faz vinho como os franceses.

— Mas e os italianos? – ela questionou.

— Ah. Eles são bons. Mas mandam melhor com a ...máf...máfia. – ele se enrolou pra falar.

— Máfia? – ela repetiu. – Mas e quanto à máfia russa? – ela questionou.

— Bom, eu não esdou autorizado pra esse dipo de informação. – ele comentou tentando parecer formal. – Mas, pra mim, russo é bicho ruim. Sabia? – ele comentou como se contasse um segredo. – Eles são cruéis, e todo metidos. – ele comentou.

— É mesmo? – ela perguntou.

— É. Mas sssssshhhhh! – ele ergueu o indicador. – Não conta pra Natasha. Ela não gosta que fiquem falando mal de russos. Mesmo que pra mim ela seja uma exezão à minha regra. – ele comentou.

— É mesmo? – Natasha perguntou com um pequeno sorriso. – Ela não é metida e cruel?

— Claro que ela é. Ela é russa. Mas ela também é sinzera, doce, gentil e corajosa. Eu amo isso nela. Além de que ela é linda! – ele contou. Natasha pareceu compreender com um leve aceno. – Mas não conta pra ela. – ele pediu.

— Tá bom. Não vou contar. – ela concordou. Ele deu um meio sorriso. Ele franziu o cenho.

— Acho melhor eu begar mais leve gom o vinho. Já tô vendo dois copos no valcão. - ele comentou enrolado por estar bêbado.

— É porque TEM dois copos no balcão. Só que um é meu. - Natasha explicou.

— Acho melhor eu ir dormir, Nat. Já torrei uns miolos com esse vinho. E a resaca de amanhã vai ser brava. - ele falou se levantando meio cambaleante.

— Quer ajuda pra chegar no quarto? - ela perguntou olhando para seu copo.

— Não brezisa. Eu ainda tenho meu orgulho, já que a minha dignidade eu perdi cinco tazas de vinho atrás. - ele comentou encarando a escada que a seus olhos, parecia se mexer.

— Boa noite então.- Natasha falou.

— Boa noite, Nat. - ele respondeu. Então começou a subir. Um degrau de cada vez.

Vários segundos depois, Natasha ouve um barulho como o de um saco de pancadas rolando por uma escada. O que foi mais ou menos o que aconteceu.

Ela se levantou e se aproximou dele que estava de bruços no chão. Ele gemeu de dor.

— Eu não gaí! - ele declarou tentando se levantar, mas as forças de seus braços falharam e ele voltou pro chão.- Foi essa escada quem me derrubou.

— Não. - Natasha negou o juntando do chão. - Foi a garrafa de vinho que você tomou. - ela deu ar de riso.

— Você acha engrazado? - ele perguntou enrolado. - Ah! Claro. "O Vardon esdá vêbado. Vamos rir dele enguando ele gai da esgada." - ele falou tonto.

— "Vamos"? Como assim "Vamos"? - Natasha perguntou passando o braço dele por cima de seus ombros.

— É. Você, e a ruivinha linda do zeu lado. - ele falou acenando pra algo ao lado de Natasha. Ela riu baixo.

— Tá, deixa ela em paz e presta a atenção nas escadas. - ela falou com ar divertido.

— Tá bom. - ele concordou olhando pros degraus.

Um degrau de cada vez, Natasha o ajudou a chegar até o quarto.

— Prontinho. – ela falou ao ajuda-lo a sentar na cama. – Não seria melhor você tomar um banho antes de dormir? Ajuda a cortar o efeito do álcool e assim você não fica enjoado. – ela comentou.

— Você ia adorar dar banho em mim, né? – ele perguntou.

— O quê? – ela o olhou séria.

— Nada. Nada. – ele negou. – Mas se acha que um banho vai ajudar...

— Vai sim. Só tome cuidado com esse ombro. – ela mandou. Ele concordou. – Qualquer coisa, me chame. Boa noite.

— Boa noite. Pras duas. – ele desejou enquanto ela saía. Natasha deu um pequeno sorriso.

Natasha desceu as escadas e começou a guardar as coisas.

— É tão fácil lidar com ele quando está bêbado. – ela pensou alto olhando a garrafa de vinho que Clint tinha matado. Terminou de guardar tudo, e lavou a pouca louça que tinha sobrado.

Apagou todas as luzes do andar de baixo e subiu para seu quarto. Parou no corredor na porta do quarto de hóspedes. Pelo som do chuveiro, Clint devia estar em um relaxante e agradável banho quente. Ela negou com a cabeça mordendo lábio inferior.

Foi até seu quarto e entrou no banheiro. Ligou o chuveiro na água quente, o que consequentemente deixou a água do banho de Clint fria. Ela ouviu ele gritar e deu um pequeno sorriso. Foi até a porta do quarto de hóspedes.

— Tá tudo bem, Clint? – ela perguntou divertida.

— A água tá gelada! – ele reclamou.

— Que ótimo. Continue aí, vai começar a fazer efeito. – ela  ordenou.

— O quê tá acontecendo? – ele perguntou. Natasha deu um pequeno sorriso.

— Não sei, mas tá funcionando. – ela comentou ao notar que ele não falava mais todo enrolado.

— Sério! Pare com isso! – ele falou irritado.

— Eu não estou fazendo nada! – ela retrucou.

— Natasha! É sério... – ela ouviu o chuveiro ser desligado. – Pare com... ôôooohhh!!  - ela ouviu Clint exclamar, e então ouviu o som como de um saco de pancadas caindo, e uma bola de boliche aveludada batendo em uma superfície dura.

— Matei ele! – ela falou e entrou correndo e adentrou ao banheiro. Clint estava caído no chão, desacordado, vestido de nada além de um roupão. – Droga. Matei ele! – ela reclamou.

— Não te daria esse prazer. – ele resmungou se esforçando para levantar. Ela suspirou e se abaixou o ajudando a levantar.

— Você tá bem? – ela perguntou o fazendo sentar na privada.

— Claro. – ele concordou com um suspiro. Tinha um corte na lateral da testa.

— Bateu a cabeça. – ela falou segurando o rosto dele avaliando o ferimento. – Fique aqui. Eu vou remendar esse estrago na sua cara. – ela falou se levantando.

— Ah não. Não posso ficar com a cara desfigurada. Eu tenho que continuar bonitão. – ele reclamou.

— Lamento. – ela deu de ombros saindo do banheiro.

— Posso vestir uma roupa pelo menos? – ele perguntou. Um minuto de silêncio e um pijama é arremessado contra o rosto dele. – Valeu. – ele ironizou.

Logo Natasha voltou com o kit de primeiros socorros, uma trouxa térmica com gelo e um banquinho. Sentou-se de frente para Clint que já estava com pijama. Começou a limpar o corte com gaze molhada no soro. Ela notou que ele não parava de olhá-la.

— Que foi? – ela perguntou.

— Você tem belos olhos. – ele comentou. Natasha deu um pequeno sorriso.

— Talvez eu deva fazer um café pra você, porque o banho não resolveu o problema do álcool. – ela comentou.

— Nunca estive tão lúcido. – ele retrucou.

— Então bateu a cabeça com muita força. – ela rebateu começando a fazer o curativo.

— Talvez. – ele deu de ombros. – Talvez eu esteja alucinado, afinal, eu tô vendo um anjo. – ele comentou.

— Anjo? – ela riu.

— É. Você é não é? Ouvi dizer que eles são as criaturas mais lindas do universo. – ele comentou.

— Caramba, você tá alucinando. – ela riu. – Eu não sou um anjo. Estou longe disso.

— Você é meu anjo da guarda. – ele respondeu. – Você protege.

Ela suspirou terminando o curativo.

— Coloca isso no rosto e não tire. – ela deu pra ele a trouxa térmica. Ele colocou no rosto, mas reclamou tentando afastar. Natasha segurou a mão dele contra o rosto. – Falei pra não tirar. – ela ralhou.

— Isso é gelado. – ele reclamou.

— Claro que sim. É gelo. – ela retrucou.

— Tô com tanto sono. – ele comentou.

— Mas não vai dormir. – ela ordenou.

— Por quê?

— Porque se dormir pode ter uma concussão. Você bateu a cabeça. – ela explicou guardando as coisas de volta no kit. – Então, não durma.

— E como espera que eu fique acordado? – ele perguntou. Ela suspirou levantando.

— Se vira. – ela respondeu e saiu. Ela entrou em seu quarto e guardou o kit no armário do banheiro. Olhou suas mãos. Ainda estavam machucadas. Seus punhos tinham hematomas, e estavam ralados. O corte em sua mão, ainda era profundo, e ainda estava doendo, mas estava bem melhor do que antes. Devido ao soro, sua cicatrização era mais rápida. Ela enfaixou suas mãos e saiu do banheiro.

Entrou no closet e vestiu uma blusa regata, e um shortes de pijama. Voltou pro seu quarto, e deitou-se em sua cama.

Em sua mente, vagavam as lembranças daquele dia. Um dia cheio de altos e baixos. Lembrou-se de seu beijo com Clint. Eles poderiam não falar mais sobre isso, mas com certeza ela não iria esquecer. Ela não podia negar o fato de que já imaginara diversas vezes, como seria ter um relacionamento com Clint. Poder ficar junto com ele, sem medo, sem nada a esconder. Talvez, até ter uma vida normal.

— Até parece que eu seria capaz disso. – ela pensou alto.

De fato, ela já tentou tanto antes. Nunca deu certo. Sempre que tinha esperança, algo ruim acontecia. Algo pra deixa-la no chão. Foi assim com Alexi, o homem com quem ela se casou em 1957. Ele era piloto da KGB. Morreu em um “acidente”, num teste com o novo modelo de caça, da KGB. A morte dele serviu como incentivo para ela se tornar voluntária em ser cobaia dos testes com o soro que a organização estava desenvolvendo.

Depois quando já estava na SHIELD, conheceu Elihas. Era um brilhante cientista. Talentoso e genial. Se apaixonaram desde o primeiro momento em que se viram. Ele sempre a ajudava no que ela precisasse, fosse com algum problema de equipamento, ou com um ombro amigo. O relacionamento foi ficando sério, e ambos estavam felizes. Então, ocorreu uma invasão à uma das bases da SHIELD. A LEVIATÃ atacou, e enquanto Natasha estava ocupada em deter o ataque, Elihas foi sequestrado. Dias depois, a Leviatã enviou de volta para a SHIELD o corpo do cientista. Ninguém sabe porquê. Mas talvez tenha sido por diversão. Natasha ficou arrasada por anos.

Então, numa missão no bairro de Hell's Kitchen, ela  conheceu Mattew Murdock. Eles se davam bem. Gostavam muito um do outro. Mas, foi paixão momentânea. Logo cada um havia priorizado algo além de seu relacionamento. Seu trabalho. O sentimento caloroso que sentiam um pelo outro foi esfriando, e os dois se separaram seguindo cada um com seu próprio caminho, não sendo nada além do que bons amigos.

— Pelo menos com o Matt, nada ocorreu de forma trágica. – Natasha comentou baixo. Suspirou.

— Tasha? – ouviu a voz de Clint vindo da porta.

— Que foi? – ela perguntou sem se mover.

— Sua casa é tão grande. Me sinto tão sozinho. Posso ficar com você? – ele perguntou. Natasha o olhou. Não valia a pena perder a paciência com ele, pois apesar de tudo, ele ainda estava bêbado, e meio abobado por ter batido a cabeça.

— Venha. Mas se tentar qualquer coisa, eu capo você. – ela alertou.

— Tá bom. – ele concordou já deitando na cama. Natasha suspirou, se arrumando na cama ficando de costas pra ele. –Tasha? – ele chamou novamente.

— Que foi? – ela perguntou sem se mover.

— Desculpa pelo que eu falei mais cedo. Peguei pesado demais. – ele pediu. – Sobre o Alexi, o Elihas e o Mattew. – ele falou.

— Quando estiver sóbrio, pode pedir desculpa que eu aceitarei. – ela respondeu.

— E eu não estou? – ele perguntou.

— Ainda enxerga duas ruivas ao invés de uma? – ela perguntou.

— Quase. Mais ou menos. A outra tá indo aos pouquinhos. – ele respondeu.

— Então ainda está bêbado. – ela afirmou. Ele resmungou em resposta.

Fez –se silêncio por um tempo. Natasha estava quase dormindo quando sentiu dedos correrem por seus cabelos.

— Clint, o que está fazendo? – ela perguntou.

— Seu cabelo é tão macio, cheiroso...bonito. – ele comentou sem parar com suas carícias. – Vermelho...eu gosto dessa cor. – ele falou com a voz mansa.

— Que bom. Eu também. – ela concordou segurando o riso.

— Tenta dormir um pouco. – ele aconselhou.

— Vou tentar. – ela concordou. – Boa noite.

— Boa noite, Tasha. – ele respondeu.

Natasha relaxou fechando os olhos. Sabia que ficaria tudo bem, por enquanto. Bêbados mansos costumam ser obedientes. Soltou um longo suspiro, e logo adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Natasha sendo dramática. Que novidade. Tadinho do Clint.Só ficou com medo.
Espero aque tenham gostado. Não esqueçam de comentar. bjus amores. nos vemos nos rewiews



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