Renegados escrita por Elentiya


Capítulo 6
Capítulo 5 - Coldre


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores! Eu devo desculpas a cada um de vocês que leem essa história. Este capítulo deveria ter saído no domingo passado, mas bom... Ele não saiu. Fim de semana passado foi minha formatura do ensino médio, e é costume da minha escola fazer uma festa e uma colação como as de uma faculdade, já que onde estudei era ensino médio e técnico ao mesmo tempo. Resultado, fiquei morta no sábado e no domingo e como estou em curso pré-vestibular, passei a semana estudando; então, sinto muito por essa falta de atualização! Não acontecerá mais, prometo!
Gostaria apenas de explicar isso, então, desejo uma boa leitura!



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A construção em que Lucien instalara seus aliados era grande o suficiente para que a maioria dos membros tivesse seu próprio quarto. Prioritariamente, os mais importantes tinham os melhores. Axell era a carta na manga do plano e por isso, seu quarto era o mais agradável possível, além de ter uma janela que permitia que as brisas dos dias entrassem no cômodo. Poucos eram os móveis, mas o arranjo e a disposição deles davam ao quarto uma sensação reconfortante.

Ainda era manhã quando uma das abas da janela do quarto de Axell se abriu estupidamente; o sol havia acabado de mostrar seu resplendor. O ranger da madeira o fez pular da cama de susto. Momentaneamente, uma leve tonteira se apossou dele, e ele recuou com a reação. Assim que o baque do susto o abandonou, Axell notou uma silhueta familiar sentada na beirada da janela observando-o. Segurando uma maça pela metade, Knight o encarava com cobiça nos olhos.

Axell suspirou ao lembrar-se do pedido de Lucien do dia anterior. “Deixe que ela te faça de aprendiz.”

— Você só pode estar de brincadeira — Murmurou enquanto esfregava o rosto com uma das mãos. Sentiu remelas serem reveladas ao passar os dedos na região superior do rosto e forçou-se a limpar os olhos.

Com a mão contrária a que segurava a maça, ela levantou o dedo indicador e o pressionou contra os lábios ressecados.

— Só eu quem pode falar aqui — Axell mirou-a com incredulidade. Ele estava começando a duvidar da sua capacidade de lidar com a mulher. Os lábios dele estavam comprimidos.

Knight avançou na direção de Axell e ao chegar a polegadas de seu corpo, estendeu a mão para o rosto dele. Instintivamente, Axell recuou; o que não impediu que ela segurasse o queixo do homem e o erguesse para que os olhos de ambos se encontrassem.

— Um rosto tão bonito... — Ela passou um de seus dedos no lábio inferior de Axell, deixando-o desconfortável e levemente corado — Eu ainda quero aproveitar esse rosto, então não feche a cara para mim novamente, tudo bem?
Axell deixou que as rugas de sua testa se desfizessem, porém permaneceu em silencio.

— É assim que eu gosto — Ela sorriu abertamente, os dentes amarelados ainda residiam em sua boca. Contudo, o odor podre saíra.

— Você tem dez minutos para me encontrar no salão de treinamento.

Dito isto, ela se foi.

Não fora um pedido, mas uma ordem; e Axell sabia bem disso. Ele não conseguia aceitar que teria que passar por aquilo, porém se recusava a negar aquele pedido de Lucien. Aceitando seu destino do dia, ele jogou-se de costas na cama abruptamente, respirou o mais fundo que pôde, buscando inspiração, e levantou-se rapidamente outra vez. A missão implícita que Lucien não falara o aguardava; conquistar a afeição da mulher, acima de tudo.

Axell vestira-se rapidamente, não havia motivo para se demorar levando em consideração seus poucos bens. Sentindo os mornos raios de sol entrando por sua janela, deixou o quarto e se encaminhou para a escada central.

A construção tinha partes no subsolo também, e o salão de treinamento residia nesta área. A localização deles era privilegiada. Quem quer que olhasse, acharia que era apenas mais uma guilda ou um bordel qualquer; mas caso conhecesse o interior do lugar, veria que era muito maior do que aparentava. Há muito havia sido uma guilda de assassinos, o que explicava as construções abaixo da terra; era uma rota de fuga brilhante.

Axell continuou descendo as escadas, corria em direção à lareira. Na pressa, esbarrou em um dos brutamontes que ali moravam enquanto pulava degrau após degrau rapidamente, fazendo-o quase cair.

— Mas que porra foi essa? — Wade era um homem grande e sua idade não fazia jus a sua aparência, visto que parecia ser bem mais velho do que realmente era. Os dois não se davam muito bem, Wade sempre suspeitara que Axell não era o que dizia ser e a desconfiança dele resultou em uma rixa desconfortável para ambos.

Axell respirou fundo.

— Desculpe, Wade.

— Desculpas não reparam nada, pirralho.

— Mesmo assim, desculpe. Eu estava com pressa e...

— Acha que eu me importo? Vai, sai logo daqui.

Axell rogava por paciência sempre que colidia com Wade, e graças aos deuses, ele a ganhava. Forçando-se a aliviar o semblante, saiu em disparada novamente. Na sala de visitas, havia uma lareira, e nela, tudo ocorria.

Ainda haviam cinzas espalhadas no local em que o fogo antes crepitava, e ao se agachar nele, sentiu os dedos enegrecerem. A parte que deveria ser preenchida por parede era, na verdade, um encaixe de pedra que ao ser empurrado, liberava uma pequena passagem para o outro lado do cômodo.

Uma passagem rústica, porém útil.

Os mais novos aliados sempre soltavam risadas de deboches ao ver alguém empurrar a rocha, a infantilidade da comparação da posição em que ficavam com a da de uma mulher na cama os faziam gargalhar. Axell nem mais se importava, era homem o bastante para enxergar a estupidez existente nessas comparações de desrespeito.

Um som ríspido atingiu seus ouvidos. Notou que havia empurrado o encaixe de pedra o bastante para que ela caísse no pequeno vão que existia logo a frente dela. “Graças aos deuses”, agradeceu. Ele odiava a força que precisava fazer para mover aquele encaixe. Com o espaço livre, ele se esgueirou para a escuridão do buraco e sumiu do alcance dos raios de sol da manhã.

Assim que seu corpo adentrou por completo no espaço, ergueu-se. O encaixe de pedra repousava no pequeno vão que ficava a polegadas da entrada do buraco. Juntando toda a força que lhe cabia, segurou as extremidades da rocha e levantou-a para o ar, jogando-a logo em seguida ao seu local de encaixe; fechando novamente a entrada da lareira.

Com a entrada selada, Axell começou a procurar a tocha que sempre repousava à direita da entrada. Como o fogo era um elemento chamativo, acha-la não fora difícil. Uma escadaria em direção ao subterrâneo se estendia e o fogo era sua única iluminação.

O campo abaixo era como um labirinto, propositalmente, claro. Por este motivo, muitos não podiam entrar lá sem permissão de um tutor. Felizmente,
Axell conhecia cada pedacinho daquelas extensões. Seguindo a ordem certa de corredores, chegaria a uma enorme porta de madeira pútrida. E após isso, bastaria abri-la para o inferno começar.

As portas, percebeu Axell, começavam a tomar uma grande importância na vida dele. Era como se seu próprio passado fosse aberto e desfiado pouco a pouco. Por um lado, ele gostava, pois talvez fosse mesmo a hora de aceitar-se para si mesmo; mas por outro lado, ele tinha medo de quem desfiaria os fios de sua vida.

Jogou os pensamentos de lado para deixar um suspiro pesado sair de si e encorajou-se.

Com um ranhar estranho, a porta se abriu; e para além dela, os cabelos negros de Knight se revelaram. A porta se fechou atrás dele e Axell encarou os olhos longínquos da mulher.

Sem que ele pudesse reagir ou se dar conta do que estava acontecendo, ela puxou uma adaga de seu coldre e lançou-a na direção de Axell. Quando ele percebeu o que vinha em sua direção, já era tarde demais. Ele não fazia ideia de onde Knight havia mirado, ou se havia realmente mirado em algum lugar, pois a adaga cravou-se na porta de madeira logo após rasgar sua orelha. Instintivamente, ele tocou seu lóbulo e as partes acima dele.

Sangue.

Sangue escorria de sua orelha, fora um corte perigoso. E se aquilo fosse parar na cabeça dele? Ou em sua garganta? No que diabos Knight estava pensando?

Rapidamente, Axell olhou para a adaga encravada na madeira da porta e retornou o olhar para ela. A expressão dele demonstrava tudo que a garganta o impossibilitava de dizer. Com nojo aparente, ela proferiu sua explicação.

— Você demorou treze minutos.


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Notas finais do capítulo

Olá, olá! O que acharam do capítulo? Debatam comigo! Obrigada por lerem mais um capítulo da minha história, que Batman os abençoe! E gostaria novamente de pedir a vocês que caso encontrem algum erro no capítulo, avisem-me! Seja ele de ortografia, concordância, coesão ou digitação. Como não tenho beta, fica tudo por minha conta, então alguns erros acabam passando graças ao vício de leitura. Bom, é só isso. Espero que tenham se divertido lendo e os vejo nos comentários e no próximo capítulo!