Doce Desastre escrita por Kaline Bogard


Capítulo 2
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo! Nem me atrevo a tentar dizer quando é desafiador escrever uma história Original, mas estou adorando.

Já tenho mais uns quatro capítulos digitados, assim não corro risco de demorar muito entre as atualizações (ou assim espero).

Sem mais delongas, boa leitura!!



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Doce Desastre

Kaline Bogard

Capítulo 02

Então Walker abriu os lábios e deu inicio a revelação mais surpreendente da vida de Benjamin Robinson.  Algo que mudaria as coisas dali para frente.

 

— Expliquei tudo na correspondência, não tem outro jeito de te colocar a par nesse instante, a não ser sendo direto.  Essa é Elinor Robinson, Ben, ela é sua meio-irmã.  E o juiz do caso determinou que você é novo tutor-guardião dela.

—--

Ben franziu as sobrancelhas, incerto sobre o que acabara de ouvir.  As mãos foram para os bolsos da calça e sua pose tornou-se um tanto displicente.  Nunca antes se interessara por conhecer a nova esposa de seu pai ou ter qualquer outro contato com a outra família dele.  Pelo contrário, evitava o assunto de todas as maneiras; e era até fácil, pois aquelas pessoas moravam na distante Costa Leste.  Nomeara Walker seu procurador para que o advogado o representasse durante as sessões no tribunal a respeito da herança, apenas evitando encontros desagradáveis. Sabia, claro, que tinha uma meio-irmã; mas sequer imaginara que podia ser tal menina.

Agora o advogado aparecia em sua casa e dizia que ele tornara-se responsável pela guarda de alguém que não queria contato? Que diabos?!

— Ben? — Walker perguntou preocupado com o longo silêncio.

— Presumo que não seja nenhuma brincadeira de mau gosto — Ben soou azedo, finalmente aceitando a oferta de sentar-se no sofá.  Enganara-se: a conversa não seria rápida ou fácil.  Cravou o olhar que era com um punhal de gelo azul no outro homem e exigiu detalhes — Explique-se.

— Você, atualmente, é o único responsável que pode assumir a guarda da senhorita Robinson e o juiz determinou que ela fique sob seus cuidados...

— O quê? — cortou impaciente, passando a mão pelo cavanhaque — Onde está a mãe dessa menina? E por que essa decisão tão repentina?

Walker limpou a garganta demonstrando desagrado.  Tivera o cuidado de explicar tudo isso na carta ao seu cliente e ele simplesmente ignorara, colocando-os na situação de tratar de assuntos delicados na frente de uma criança.

— Mamãe morreu — a resposta veio do garoto que Ben ainda não sabia o nome.  Ele revelou em um tom indiferente, apesar de manter o queixo um tanto erguido, em uma atitude desafiadora. Ben quase riu da postura, só não o fez porque a informação o deixou consternado.  Não queria contato com a mulher que roubara o pai de sua família e tentava abocanhar mais da metade da herança, mas nem por isso desejava sua morte.

— Calma, Ben. A situação é mais complicada do que parece — Walker retomou a palavra, soturno. Refletiu por alguns segundos, mas logo desistiu de ter cautela; afinal de contas, era um advogado — A senhora Robinson que estamos enfrentando no tribunal não é a mãe dessas crianças.  Descobri quando fui chamado para a representação da guarda e tive acesso a uma parte do processo que não consta na disputa da herança.  A senhora Robinson faleceu antes de seu pai, Ben.  E ele casou-se pela terceira vez.  Natasha Robinson, a terceira esposa de Charles e madrasta deles que está brigando nos tribunais.

Ouvir aquilo teve o poder de quebrar a máscara de seriedade de Ben, e ele pareceu levemente chocado, por segundos os olhos azuis deixaram de refletir tamanha frieza.  Seu pai se casara uma terceira vez? Como não soubera daquilo antes?

Nem se deteve muito na dúvida.  Evitara e repudiara todo e qualquer contato com o homem depois de saber que ele trocara a si e sua mãe por uma nova família.  Fizera questão de manter-se a parte e, desse jeito, proteger o que restara daquele lar.

As novas descobertas deram voltas em sua mente, numa confusão da qual lutou para achar o fio da meada.

— Então esse tempo todo estivemos lutando contra essa Natasha Robinson, sem saber que ela é a terceira esposa do meu pai? — voltou a soar seco.

—Exatamente.  A lei não quer saber se houve uma pessoa entre sua mãe e Natasha, pois ela já morreu e não tem como reclamar nenhuma parte na herança, apenas os filhos.  Por isso Natasha assumiu a guarda dos enteados e os representou no tribunal.  Essa é a parte que consta no processo.

— E o que aconteceu com essa Natasha? — a pergunta era necessária.  Se a mulher que tinha a guarda daqueles dois brigava por dinheiro, não ia abrir mão disso tão fácil.  Então por que Walker batia à sua porta dizendo que era o novo responsável por eles?

— Tá presa — novamente o rapaz respondeu, naquele tom de voz um tanto agressivo. Ben ergueu uma sobrancelha, analisando-o com mais atenção.  A atitude tipo valentão não combinava nada com o jeito de nerd.  Pelo contrário, observando bem, ele parecia mais assustado do que a menina.

— E quem diabos é você? — acabou perguntando sem rodeios, a mão voltou a passear pelo cavanhaque, gesto típico de quando estava impaciente.

— Esse é o senhor Thomas Hildebrand.  Ele é meio-irmão da senhorita Robinson, filho do primeiro casamento de Cinthia Robinson.  Na época seu pai o incluiu como menor tutelado.

A cabeça de Ben deu uma volta com tanta informação.

— E isso quer dizer o que? Que o juiz determinou que eu vou ficar com a guarda dele também?

— A situação do senhor Hildebrand é um pouco mais delicada. Ele não é menor de idade, mas cumpre uma medida restritiva de liberdade e é parte da pena ter uma pessoa responsável além do agente da condicional.

Pelo visto as notícias inacreditáveis não acabariam jamais.  Além de tudo, Ben descobria que tinha um criminoso debaixo do seu teto. Mas não por muito tempo, nem mesmo com o garoto tendo zero de periculosidade em sua aparência! Só queria voltar a sua vida pacata e regulada, sem a presença de ninguém mais.  E tal decisão incluía sua recém-conhecida meio-irmã.  Dividiam o sangue, não podia negar.  Via isso nos olhos sagazes, apesar de assustados, nos traços firmes do rosto ainda dominado por feições infantis. A menina, apesar da cor, era parecida com Charles, nem Bem negaria isso.

Sentiu a impressão de bombardeio abandoná-lo, tornando-se um pouco mais senhor de si.

— Não há nada que eu possa fazer — decretou firme — Entre com a papelada para recorrer dessa decisão.  De jeito nenhum vou assumir a responsabilidade.

— Sim, já imaginei isso, Ben — Walker provou mais uma vez como era competente — Mas até lá não há o que fazer, você precisa ficar com a senhorita Robinson até que saia uma nova decisão.

— Por quanto tempo? — sua voz revelava muito desanimo com a informação.

— Casos envolvendo menores costumam ser rápidos. Posso entrar com um pedido de anulação da decisão e medida cautelar que a encaminhará para uma Casa Abrigo até que o juiz feche o caso.  Talvez amanhã mesmo já possa levá-la outra vez. E quanto ao senhor Hildebrand?

— Não é problema meu — Ben lavou as mãos sobre o caso — Não quero um criminoso em minha casa — falou com toda a sinceridade de que era capaz. Em troca recebeu um olhar feroz (embora nada assustador) do rapaz, que se manteve em silêncio.

Ouvindo a palavra final de seu cliente, Walker levantou-se e ajeitou o terno finíssimo.

— Excelente.  Vamos ao meu carro pegar as coisas da senhorita Robinson.  Senhor Hildebrand, me acompanhe.

O rapaz não se moveu, talvez se dando conta só agora do que a escolha de Ben significava em sua vida.  Lançou um olhar um tanto perdido para o homem, incerto sobre o que fazer.  Mas foi a menina que quebrou a inércia e, falando pela primeira vez, também quebrou o coração dos outros na sala.

— Por favor! — a voz saiu baixinha e tímida, como se tivesse medo de falar mais alto.  Usou o braço bom para enroscar-se no braço do meio-irmão — Tommy é tudo o que eu tenho. Não separa a gente...

Até a jovenzinha compreendia que Ben não os queria ali.  Ela seguira com o coração apertado de angústia, desejando secretamente que o desconnhecido meio-irmão fosse gentil e os acolhesse, pelo menos até Thomas encontrar um jeito de manter os dois juntos.  Ele sempre conseguia, era seu maior herói.

Ben Robinson ficou consternado e acuado.  Aquele pedido singelo chegou a um lado seu que achava já ter enterrado.  Lembrou-se de como era difícil ter uma única pessoa da família ao seu lado e em como tal sentimento fortalecia os laços e solidificava a união.

Ainda assim, não era tão fácil aceitar uma mudança tão radical em sua vida! Por que isso tinha que acontecer mesmo? A dúvida acabou trazendo outra questão.

— Por que a madrasta deles foi presa? — a resposta o ajudaria a saber quanto tempo seria tutor da meio-irmã.  Se Natasha Robinson saísse em pouco tempo, melhor ainda.  Pois, obviamente, a mulher pegaria aqueles dois outra vez para continuar brigando pela herança.

A pergunta fez com que o advogado limpasse a garganta um tanto incomodado.  Aquele era um dos poucos assuntos que o tiravam do brio profissional, a ponto de nunca se envolver em questões que envolviam crianças, a fraqueza mais contundente na carreira de sucesso.  Na vida de sucesso.

— Por algumas pequenas causas que estão sendo julgadas.  Mas o que a condenou em primeira instância foi abuso de menor.

Ben demorou meio segundo para compreender o que Seth Walker estava dizendo, tempo que levou para lançar um breve olhar para o braço quebrado de Elinor, que ainda se prendia ao outro meio-irmão como se sua vida dependesse disso.

Houve uma troca de olhares significativa entre Ben e seu advogado, gesto que veio acompanhado por um sinal de cabeça quase imperceptível por parte de Walker.  Ele quis afirmar que era justamente o que seu cliente estava pensando.

E as implicações da descoberta estavam longe de acabar.

— Quanto tempo ela pegou?

— Ainda é primeira instância, o advogado dela pretende recorrer da decisão.  Mas Natasha Robinson foi sentenciada a cinco anos de prisão, com condicional em dois.  Mas pense no bom comportamento, dificilmente ela cumprirá um ano.

Um gosto amargo veio a boca de Ben.  Depois de um ano ela poderia tentar recuperar a guarda dos enteados? Não compreendia muito de leis; mas, de repente, pareceu cruel e desumano virar as costas para a garotinha naquele momento.  Não podia explicar bem o porquê, já que nunca a vira antes.  Talvez o motivo fosse o mesmo que o fazia manter o quadro do pai em seu escritório.  Laços de sangue tinham seu peso.  Elinor Robinson era parte do legado de Charles naquela vida.  Se abrisse mão da guarda e a mandasse para um abrigo, em menos de um ano podia estar de volta às garras da mulher gananciosa que brigava nos tribunais por dinheiro.  Tal pensamento o ajudou a ver mais uma coisa: estivera guardando magoa das pessoas erradas, afinal de contas.  Cinthia Robinson já não estava mais viva e, aqueles dois que o olhavam com ansiedade mal disfarçada provavelmente não faziam parte dos esquemas de Natasha.

Ainda assim era complicado tomar uma decisão que mudaria sua vida tão drasticamente.  Estava mesmo cogitando abrir as portas de seu lar para dois desconhecidos? A mão voltou a acariciar o cavanhaque, de modo pensativo e distante.

Walker viu a luta interna pela qual seu cliente passava e ofereceu uma solução viável para todos.

— Por que não fica com eles essa noite? Conheça-os um pouco, antes de tomar uma decisão definitiva.  Enquanto isso dou entrada nos papeis para que você não seja mais o guardião legal de ninguém.

Ben sentiu que estava quase cedendo.  Quase.  Ainda voltou-se para Thomas, criminoso condenado, estudando a face que tentava camuflar medo com agressividade.  Se perguntou se era tão fácil ler o rapaz ou se os sentimentos se intensificavam por ele estar na situação incerta.

— Quantos anos você tem?

— Vinte e três — a resposta veio um tanto desaforada.

— E foi condenado por quê? — ergueu uma sobrancelha.  Ele parecia mais novo.

— Isso é um interrogatório? Cadê seu distintivo? — o garoto retrucou cruzando os braços a frente do corpo e olhando feio para Ben.

— Tommy é um Black Hat! — Elli respondeu no lugar do meio-irmão, estufando-se toda de orgulho, como se aquele fosse um motivo para tanto.

Ben meneou a cabeça.  Fazia muito sentido que Thomas fosse, na verdade, algum tipo de hacker e o crime cometido atrás da tela de um PC.  Em um mundo informatizado não havia como evitar esse tipo de criminoso.

Apesar disso ficou mais aliviado.  O delito estava no nível ‘nerd’, não algo perigoso como tráfico de drogas ou assassinato.  Mas, no caso de crimes graves, ele não estaria apenas pagando com liberdade assistida. Lembrar-se disso o fez sentir-se meio bobo. Claro que um pirralho franzino daqueles não era uma ameaça.

Dando-se por vencido, Ben cedeu.

— Tudo bem, os dois podem ficar aqui essa noite, enquanto você dá entrada na papelada... — a frase reticente trouxe uma tonelada para cada um dos ombros de Ben.  Ele não fazia ideia da furada em que estava se metendo, embora intuísse que nada de bom podia vir de tal situação.  Abria as portas de seu lar para dois desconhecidos que traziam a estampa “Encrenca” brilhando em neon nas testas.

E mesmo com essa certeza bicando sua nuca, Ben não voltou atrás na situação, implorando interiormente para não estar metendo (muito) os pés pelas mãos.

— Vamos pegar as coisas deles — Walker fez um gesto de cabeça — Esperem aqui.

Então Benjamin levantou-se do sofá e caminhou para fora de casa, seguido de perto pelo advogado.  Atravessaram toda a área da frente em silêncio, até alcançar o Aston Martin preto de Walker, uma beleza que ele usava para mostrar a excelente situação financeira na qual vivia.

— Você sabia que eu ia concordar, não é? — Ben foi direto, assistindo o outro homem abrir o porta-malas e tirar duas malas lá de dentro. Passou a mão pela face, sentindo o cavanhaque pinicar-lhe a palma.

— Não no começo.  Eu te mandei cartas e e-mails porque também evitei me envolver.  Mas você não respondeu meus contatos, nem por telefone.  Como seu advogado não pude mais ignorar a ordem do juíz, sem sua ordem expressa para recorrer da decisão.

A acusação foi direta e certeira.  Se Ben não tivesse fugido às responsabilidades que considerava desagradáveis, não estariam ali no impasse.  Nunca conheceria a meio-irmão pessoalmente, nem ficaria a par de suas dificuldades.

— Isso é sério, Walker? Meu pai casou-se de novo, uma terceira vez? E com uma mulher que não parece ter boa índole? Essa Natasha abusava da minha meio-irmã?

— Não tenho certeza, Ben — ele fechou o porta-malas e esperou que o outro pegasse as malas — Essas informações não fazem parte do processo de disputa pela herança.  E eu não tive tempo de ler o processo de entrega da guarda, porque sabia que ia recusar.  Mas posso estudar com mais calma, caso queira saber com certeza.

Ben balançou a cabeça.  Já que se envolvera na história preferia saber de certas coisas.  Não que considerasse fazer algo pela menina, a não ser o que o dever humanitário exigia.  Se fosse o caso, pagaria para a firma de Walker assumir o caso e poderia lavar as mãos de uma vez, com a consciência tranquila.

— Faça o que achar certo, garoto — Walker deixou claro que no pretendia voltar para dentro da residência — Amanhã entro em contato com mais informações. Atenda minha ligação.

— Claro. Aprendi a lição.

— Sinto muito por ter ido tão longe — o homem disse ao abrir a porta do carro e sentar-se ao volante.  Foi uma das poucas vezes, em todos aqueles anos que se conheciam, que Ben o viu sem a máscara de distinção e profissionalismo.  Seth pareceu apenas humano — A menina...

— Eu sei, Walker — cortou a frase soando sincero. Ambos sabiam que o advogado trazia uma marca em seu passado, algo do qual nunca se recuperaria e que ainda influenciava em sua carreira, mesmo após tantos anos.  Uma marca ligada a filha única, tirada brutalmente do seio familar quando ainda era uma criança indefesa. O ponto fraco do severo advogado.

Aquela foi a despedida entre os dois.  Walker entrou no Aston Martin e deu a partida, guiando para longe da casa do seu cliente.  Ben observou até o veículo desaparecer de vistas e respirou fundo, muito fundo.  Ficara com dois problemas nas mãos, e não se referia as malas que segurava.

Deixando de protelar o momento seguiu rumo ao lar.  A cada passo se perguntava o que diabos tinha na cabeça, para aceitar a tarefa.  Sentia-se em contradição: bem consigo mesmo, por não ter virado as costas à meio-irmã, pelo menos não completamente.  E um tanto arrependido, por agir às cegas.

Mas, apesar de severo e taciturno, Ben era um homem justo. Alimentara uma imagem negativa da família de seu pai, enquanto moravam na distante Costa Leste.  E talvez estivesse enganado em manter a mágoa de quem não merecia.

Com a mente finalmente entrou em casa e flagrou seus novos hóspedes em uma cena carinhosa.  Elinor continuava encarrapichada no braço do meio irmão e o rapaz afagava os cabelos curtos.

— Não se preocupe, Elli.  Prometo que isso é provisório.  Vou dar um jeito em tudo!

— Não faça promessas que não pode cumprir, Hildebrand — Ben entrou na sala e caminhou até os dois, deixando as malas no chão a frente deles.

— Meu irmão prefere que o chamem de Tom.  Ou Tommy! — Elinor falou em tom de quem explica algo muito importante — E ele sempre cumpre o que promete.

Benjamin ergueu as sobrancelhas, tanto pelo tom de voz usado pela menina quanto pela sugestão de que devia chamar Thomas Hildebrand de um jeito tão carinhoso.  Era só o que faltava mesmo.

Antes que pudesse rebater, a governanta apareceu à porta de ligação com a sala de jantar, sua expressão era neutra.

— Devo deduzir que teremos convidados para o jantar, senhor Robinson?

Tal questão fez Ben lembrar-se de que tinha que tomar providências imediatas em relação aqueles dois.

— Senhora Esquer, essa é minha meio-irmã Elinor Robinson e Thomas Hildebrand.  Peço que os leve ao quarto de hóspedes provisoriamente, pois ficarão até amanhã — fez as apresentações sem esconder nada, já que rodeios não eram de seu feitio. Acabou emendando: — Talvez mais uns dias.  E pode servir como de costume mesmo.

Não viu motivos para mudar velhos hábitos.

— Imediatamente, senhor Robinson.  Por favor, venham comigo, crianças.

Foi obedecida sem hesitação.  Tanto Thomas quanto Elinor pareciam impressionados por serem atendidos por uma governanta.

Ben apenas observou, assistindo enquanto Hildebrand levava as duas malas e ia caminhando sem fazer questão de ser discreto ao avaliar cada detalhe da elegante casa.  Que garoto mais inconveniente!!

Só ao ficar sozinho permitiu-se sentar no sofá.  O peso da responsabilidade caiu sobre seus ombros e ele sentiu-se um tanto perdido.  Usaria aquela noite para pensar com muito cuidado no que fazer dali pra frente.  Pensar calma e detalhadamente.

Não queria se arrepender de nenhuma decisão tomada.

continua...


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Notas finais do capítulo

GEEEEEEEEEEEEENTE, tem tanta coisa para acontecer! ÇOCORRO

Okay, mas vamos um passo de cada vez! Espero vocês na próxima atualização! :D

Abraços!



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