Doce Ophelia escrita por Lady Allen


Capítulo 2
Território Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Heeey amores, obrigada pelos 7 comentários, fiquei muito feliz, desculpem demorar a postar o capítulo e espero que gostem.



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Ophelia respirou fundo se olhando no espelho do provador, havia provado um milhão de roupas, Kaleb reprovou metade delas, sua paciência já estava no limite. 

— Pelo amor que você tem a vida e pelo amor que eu tenho por mim, saia desse provador Ophelia – grunhiu impaciente. 

A loira se materializou na frente dele, o vestido a deixou com um jeito sedutor, mas seu jeito meigo a puxava para seu lado princesinha. 

— Eu não gostei desse – prendeu o cabelo dourado em um nó. 

— Eu pelo contrário... Vamos ficar com esse – se levantou – Você está... Agradável

—Te dói admitir que eu estou bonita? 

— E quem disse que você está? – questionou. 

— Prepotente – mostrou a língua. 

— Criança – retrucou. 

— Mais alguma coisa senhores? – a vendedora questionou. 

— Eu vou ao caixa e a senhorita poderia, por favor, mandar essas sacolas para o Instituto de Beleza do Shopping? 

— Claro senhor, nossa alegria é ajudar os nossos... 

— Clientes – completou – Eu sei, eu sei. 

— Kaleb tenha modos – Ophelia repreendeu. 

— Vá até o salão, eu já dei todas instruções a hair stylist, fique tranquila – deu um beijo na testa dela – Nos vemos na festa. 

—Hey, você vai me deixar sozinha?  

Kaleb sorriu de lado e saiu andando.  

 

Ophelia respirou fundo, a enorme porta de madeira maciça estava com as duas bandas escancaradas. Quando a loira cruzou a entrada sentiu os olhares dos, ao menos 20, convidados. 

Kaleb não deu tempo para que as pessoas se questionassem que era ela, apenas abraçou a cintura fina de Ophelia e caminhou pelo salão onde todos os convidados os olhavam admirados. A loira sentou em uma cadeira e ficou olhando o vai e vem, ouvindo os burburinhos.  

— Me dá a honra de uma dança senhorita Ophelia? – Kaleb mostrou seu melhor sorriso galanteador a reverenciando.  

— Eu não sei dançar – ela confessou.  

— Vai me deixar nessa posição a noite inteira?  

A moça corou as bochechas e entrelaçou os dedos nos do rapaz a sua frente, ele a conduziu até o meio do salão.  

— Eu vou passar vergonha, nunca dancei uma valsa.  

— Fique calma, eu te conduzo, seja apenas a princesa delicada, eu faço o resto – colocou uma das mãos na cintura dela – Eu escolhi a valsa do Imperador.  

— Você conhece as valsas por seus nomes?  

— Algumas, a minha preferida é essa, mas devo dizer que Danúbio Azul tem um encantamento.  

— Eu gosto do Lago dos Cisnes, aquele do filme da Barbie.  

Ele abriu um sorriso de menino, um sorriso que ele nunca havia mostrado a Ophelia, ela se encantou com o segundo “eu” de Kaleb, o garoto que ele sufocava dentro da armadura de metal.   

— Vai começar – ele avisou e ela assentiu.  

Os nervos de Ophelia chegavam a doer de tanta tensão.  

— Faça apenas o que eu digo  – Kaleb suspirou, todos mantinham seus olhos no casal – Pegue minha mão – ela o fez e a orquestra convidada começou a tocar com harmonia perfeita “A Valsa do Imperador”.  

Delicadamente ele puxou a loira para mais perto de si, o corpo dela leve estava tenso como uma pedra, ela mal conseguia respirar, o coração saltando para fora do peito.  

— Um, dois, três – um compasso, um passo, ele ia contando devagar, ela ia olhando a maneira com que os pés dele se moviam – Um, mantenha seus olhos nos meus, dois, deixe a música guiar seu corpo, três, um, dois, três – Kaleb sussurrava ao pé do ouvido.  

Ela olhou dentro dos olhos dele, estremeceu por dentro, nunca havia notado o quão misterioso o olhar dele poderia ser.  

Lá no meio da música ela já havia começado a se entregar aos passos firmes de Kaleb, de repente ele colocou as duas mãos na cintura finíssima dela e então a impulsionou para cima, ela sentiu seus pés perderam o chão, ele a rodou e ela se sentiu nas nuvens por alguns segundos, logo quando ele a colocou no chão novamente, ela já não sabia mais o que fazer, estava tão nervosa que quanto ele a rodopiou pelo salão algumas vezes, ela se perdeu a ponto de tropeçar em seus próprios pés.  

— Está tudo bem, estou aqui, mantenha os olhos nos meus – ele pediu enquanto a rodopiou de volta para si – Eu vou te colocar para cima novamente, não tenha medo de cair, estou aqui para te segurar, apenas mantenha seu olhar no meu.  

Ela o fez, enquanto ele apertou suas mãos na cintura dela e colocou no alto de sua cabeça, ela se entregou ainda com medo, fechou os olhos e sentiu seu corpo escorregar rente ao corpo dele, só então ela abriu os olhos, os lábios dos dois estavam quase colados, as respirações misturadas, ela podia sentir o perfume dele. 

Então a música parou.  

Todos aplaudiram de pé.  

— Está viva? – ele perguntou enquanto a tirava do meio do salão.  

— Foi mágico, a gente pode fazer de novo?  

— Não agora, mas prometo te ensinar a dançar – disse sorrindo. 

— Sério, existe algo que você não saiba fazer? – parecia uma criança empolgada perguntando coisas sem parar. 

— Venha, deixa eu te mostrar o jardim daqui – ele saiu puxando–a para fora do local.  

O jardim estava iluminado, as roseiras pareciam se entrelaçar umas nas outras, rosas de todas as cores, a fonte perfeitamente colocada exatamente no meio do jardim, a água escorrendo pela flauta transversal da estátua de anjo.  

— Tudo nessa noite parece ser mágico – Ophelia suspirou.  

Ele ficou calado, parado ao lado dela, só então com tal proximidade Ophelia reparou o quão alto Kaleb era, ela prendeu a respiração quando ele se virou para encara–la.  

Terrivelmente lindo, como se tivesse roubado toda a beleza do mundo só para ele.  

— Posso te pedir uma coisa? – ela olhou hipnotizada.  

— Claro que sim, o que você quiser.  

Era incrível ouvir seu nome ser pronunciado com um sotaque britânico perfeito. Kaleb Allen parecia um príncipe vestido em um terno de três peças.  

— Deixe–me consertar sua gravata, está torta – não era  realmente o que ela queria pedir, mas não tivera coragem o suficiente para dizer o que queria.  

Suas mãos delicadas tocaram o tecido de seda da gravata vermelha que se misturava perfeitamente na camisa de grife.  

— Perfeito – não só a gravata, mas também o dono. 

Kaleb esqueceu por um segundo que estava em frente a parte de seu plano, olhou para ela como uma bela menina mulher parada ali em frente ele vestindo um vestido de festa, as bochechas rosadas, os lábios vermelhos, os olhos azuis.  

Ele deu um passo à frente, ela permaneceu pregada no chão, perdeu a respiração, seu corpo se arrepiou quando as mãos dele mergulharam dentro dos longos fios avermelhados, ele se inclinou, ela se levantou um pouco, os lábios quentes dele tocando a pele gelada no pescoço dela.  

 

Eles se assustaram com o som de um pigarreio, a loira pulou para trás, Kaleb encarou duramente a  moça a sua frente.  

— Tsc, tsc, tsc isso é coisa de se fazer? Que feio Kaleb – desdenhou.  

Ophelia saiu de trás do "namorado" e contemplou a imagem de um ser quase perfeito.  

— Poderia me dar um segundo com a minha nova cunhadinha? – Camille cruzou os braços enquanto esboçava um sorriso malicioso. 

Kaleb se inclinou e sussurrou.  

— Tome cuidado com ela, essa daí pode ser bem perigosa quando quer, veneno é segundo nome dela.  

— Eu estou ouvindo – a morena reclamou.   

A loira assentiu e Kaleb tombou no ombro da ex-namorada e deixou as duas mulheres sozinhas, uma encarando a outra.  

— Então você é a Santa Ophelia, ouvi sobre você o dia inteiro – estreitou os olhos.  

— Você é a...  

— Camille Foster, ao se dispor – reverenciou.  

Alta, com um porte prepotente, olhos graúdos e castanhos escuros, ela caminhou com passos firmes e olhou dentro dos olhos da rival.  

— Você até que é uma coisinha bonitinha – levantou o rosto dela colocando o dedo indicador no queixo dela.  

— Eu não sou uma coisinha, tenho nome – grunhiu. 

— Eu sei, Ophelia – cuspiu o nome da garota como se fosse um palavrão.  

— Com licença – Ophelia desviou de Cami.  

— Seja uma boa garota e desista do Kaleb, é um conselho, seja esperta e se mande daqui – arqueou a sobrancelha esquerda.  

— De jeito nenhum  – continuou andando.  

— Então seja bem vinda ao meu jogo Ophelia – Camille disse e gargalhou sozinha.  

 

Ophelia apenas a ignorou, agora sim ela tinha um motivo pra continuar com esse plano idiota. Camille veria do que a "Santa Ophelia" "Coisinha bonitinha" é capaz. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, por favor comentem, não quero que a fic flope. Até logo, beijos.