Arborescente escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 19
Capítulo dezenove


Notas iniciais do capítulo

Eu odiei ter quebrado a minha relação de atualizar diariamente, mas estou trabalhando em um projeto secreto, e me estou tendo que me dedicar a ele e Arborescente ao mesmo tempo. Eu deixaria pra depois da fic, que está meio que na reta final (depende da minha criatividade), mas o projeto meio que tem prazo de validade. Não dá pra explicar... Quando eu postar, entenderão ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/673569/chapter/19

— Trudie está realmente focada em nos formar — disse Reilly, desgostosa.

— O que houve? — perguntei.

— Eu quero visitar Petal — ela murmurou.

— Então vá! — Mischa deu um sorriso de canto.

— Mas... Trudie não nos permitiu — Reilly arregalou os olhos.

— E daí? É sua melhor amiga! — exclamou Mischa.

— E se me pegarem? — perguntou Reilly — Eu posso perder pontos...

— Isso é mais importante do que a sua melhor amiga? — perguntou Mischa, levantando uma sobrancelha.

Isso foi o suficiente para que um plano se formasse.

Passamos a manhã inteira com Trudie, ela parecia com medo de tentar uma simulação novamente, depois do meu desmaio. Então, voltamos para a parte entediante de avaliar as pastas, eu já estava considerando a ideia de joga-las pela janela, simulando um acidente.

— O que vocês estão aprontando? — Todd veio nos perguntar, na hora do almoço.

“Droga de facção que não nos permite mentir” pensei.

— Vamos ajudar a Reilly a visitar a Petal no hospital — disse Mischa, tranquilamente.

— Eu e a Karen sabemos os corredores vazios — ele começou a falar, mas parou ao ver nossas sobrancelhas erguidas.

— Parece que estiveram muito tempo procurando — disse Mischa, e Todd ficou vermelho de vergonha.

— Eu não confiaria nesses dois juntos — eu disse para Reilly, segurando o riso pela situação.

— É só eles nos falarem os lugares — a loira disse, dando de ombros — Se fosse para vigiar, aí mesmo que eu não confiaria...

— Tanto faz — Todd nos interrompeu, engasgado — Eu vou procurar um papel pra desenhar a planta da sede.

— Obrigada — agradeceu Reilly.

Quando sentamos em nossos lugares, Karen e Steven discutiam sobre sorvete de laranja.

— Existe isso? — Mischa perguntou, incrédula.

— É claro que existe! — exclamou Steven, indignado.

— É claro que não! — contradisse Karen.

— Eu já provei — disse Steven.

— Nunca fizeram esse sabor aqui — retrucou Karen.

— Essa discussão vai ser longa... — Nolan murmurou.

— Desde que o final não seja o mesmo das discussões da Karen com o Todd... — deixei no ar, fazendo Karen se calar e Steven começar a gargalhar.

— Vocês são fofoqueiras, hein? Meu Deus! — reclamou a garota.

— Omissão é uma forma de mentira — cantarolou Mischa.

— Você ama isso, não? — perguntou Jesse.

— É lógico! — Mischa disse, entre risos.

— Desde que ela era da Audácia — disse Jesse, virando-se para nós — Ama jogar verdade na cara dos outros, pra provocar, arrumar briga...

— Eu faço isso com gente que se acha mais do que é — explicou Mischa — É divertido!

— Temos ideias diferentes de diversão — disse Karen.

Mischa deu de ombros, dando a entender que não se importava com a nossa opinião.

— Se você tivesse apenas 24 horas de vida, o que você faria? — Karen jogou a pergunta para Mischa, de repente.

— Você vai fazer o jogo da verdade aqui? — ela franziu o cenho.

— Responda! Estou entediada — eu disse, apoiando meu rosto em minha mão.

Ela bufou, mas resolveu colaborar com a brincadeira.

— Eu me jogaria da tirolesa de um prédio — ela respondeu, com o olhar perdido — É a iniciação da Audácia.

— E nós iríamos juntos, pra rir da sua cara quando gritasse, e te pegar lá debaixo — brincou Nolan, recebendo um soco em seu braço.

— Quando e com quantos anos você deu seu primeiro beijo? — eu perguntei.

— Foi em um jogo de desafios — disse Mischa, e não me surpreendi com isso — Aos... 7 anos.

— 7 anos? — exclamou Karen — Meu Deus!

— Ei! Isso não é nada na Audácia — ela deu de ombros.

— Está bem... Qual seu maior segredo que você nunca contou pra ninguém? — perguntou Reilly.

— O meu maior segredo, eu já contei — ela olhou de soslaio para mim, quando disse isso, e entendi que se referia à sua mãe.

— Então pense em um segundo maior — Reilly insistiu.

— Não é tão fácil assim... — Mischa deu de ombros.

— Os audaciosos não são cheios de segredos? — perguntei.

— Eu bebi pela primeira vez aos 11 anos — ela disse, embora fosse óbvio que aquilo não era algo alarmante na Audácia.

— E a piranha não teve ressaca — Nolan resmungou, olhando para ela.

— A resistência vem de família — Mischa sorriu debochadamente para ele, sem se importar com o xingamento.

— Minha família era bem resistente! — Nolan pareceu ofendido.

— Então, você quem era o fracote mesmo — ela disse, despreocupada.

Alarmei-me com a faísca de fúria nos olhos dele. Sabia que eles eram amigos, mas se até mesmo casais se batiam... Não queria imaginar como aquela série de provocações poderia acabar.

— Vamos! — Trudie nos chamou, para continuar a treinar.

A tarde parecia passar lentamente, considerando que estávamos planejando fazer algo “errado”. Foi um alívio ver a noite cair do lado de fora dos vidros, e a hora do jantar ser anunciada.

— Ai, droga! — ouvi Karen resmungar, ao meu lado — Rey, pode pegar o sal para mim?

Ela levantou o olhar para Karen, desconfiada.

— Claro — respondeu, por fim, antes de se levantar.

Todd esbarrou em Nolan, e Karen me passou um pedaço de papel. Abri discretamente, por baixo da mesa, e vi que era um mapa da sede. Dobrei-o e escondi em minha meia curta, em um movimento rápido.

— Tudo bem, Aeryn? — perguntou Steven, perspicaz.

— Sim — respondi, franzindo o cenho.

— Abaixou-se — ele constatou o óbvio.

— Estava escondendo um bilhete que a dei — interferiu Karen.

— Bilhetinho de amor? — brincou Mischa.

— Estou perdidamente apaixonada — brincou Karen, fazendo Todd engasgar-se.

— Calma aí, garanhão! — Steven bateu nas costas dele — Duvidando da heterossexualidade da tua ficante?

Ele precisou se retirar mais cedo do jantar, acompanhado por Todd e Karen, corados e furiosos.

— É com a gente agora — Mischa murmurou.

Fomos ao nosso dormitório, e esperamos por um tempo, ainda com nossos uniformes.

— Certo — murmurou Reilly, desdobrando o bilhete.

Seguimos o caminho indicado com cautela, para não sabermos pegos. Se fôssemos, que fosse na volta, quando Reilly já tivesse visitado a Petal.

— O hospital não tem horário para visitas? — perguntei.

— Não será a primeira regra que quebraremos nesta noite — retrucou Mischa.

Foi um alívio chegarmos ao parque. Já desconhecia aquela paisagem, pelo tempo que passei trancada na sede.

— Vocês não vêm? — Reilly perguntou.

— Você é a melhor amiga, ficaremos vigiando — disse Mischa, o que não era reconfortante, por sermos membras da Franqueza.

Ela acabou concordando, e sumiu pelos corredores, agora, vazios.

Quando ela começou a demorar, não nos preocupamos, era compreensível, embora nossa situação piorasse, se assim fosse.

— Rey! — exclamou Mischa, quando ela passou correndo por nossa frente.

Não demoramos a segui-la, seríamos todas descobertas.

Ela parou de correr no meio da praça, ofegante e chorando, isso fez com que eu percebesse que havia algo de errado.

— Ei! O que foi? — Mischa ajoelhou-se, envolvendo-a com seus braços.

— Ouvi os médicos conversando... Ela não estava lá — ela contou, entre soluços.

Ela tentou continuar falando, mas os soluços a impedirem.

— Calma! Vai ficar tudo bem — consolou-a Mischa.

— Morta — a palavra escapou, entre os gemidos incompreensíveis — Não vai voltar! Petal está morta!

O grito ecoou pela praça vazia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Final meio deprê... Queria desejar parabéns para a Ker, que faz niver nessa semana (ou já fez, ela não me disse a data).



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Arborescente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.