Arborescente escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 16
Capítulo dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a Argent, pela crítica maravilinda que fez da fanfic ♥
Espero que continue lendo a fic, amiga!



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― Por que não podemos participar? ― Todd exclamou, indignado.

Vambora, cara! Elas vão falar de garotos ― disse Nolan, revirando os olhos.

― Nós, no caso ― brincou Jesse.

― Nos seus sonhos, Maldani ― retrucou Mischa, com um sorriso debochado.

― Querem é nos privar de sua companhia ― reclamou Todd, antes de serem “gentilmente” expulsos do quarto por Karen.

― Finalmente! ― exclamou Mischa ― Pensei que eles não iam mais embora...

― Era só usar a desculpa da menstruação que eles se mandavam ― disse Petal, dando de ombros.

Sua voz estava rouca, tinha um aparelho de respiração embaixo de seu nariz e seu braço esquerdo tinha um cateter, ligado ao soro. Apesar disso, ela estava sentada na maca do hospital, sentada como índio, e um sorriso no rosto.

Decidimos brincar de “verdade”, para descontrair um pouco.

― Como se eles fossem próximos de você, como somos ― argumentou Reilly.

― Tá legal! Você começa, Rey ― disse Karen, sentando-se e virando-se para ela.

Ela parou, olhando para a parede, concentrada.

― Qual a coisa mais constrangedora que você já fez? ― perguntou.

― Levantei, usando essas roupas de hospital ― Petal fez uma careta.

Mischa segurou o riso, enquanto que Karen parecia decepcionada, ela poderia facilmente se adaptar à Audácia. Sorte minha que ela permaneceu na Franqueza.

― Vai você, Mischa ― disse Karen.

― Virou a líder do jogo? ― perguntou Mischa, levantando o olhar.

― Sou a única nascida franca aqui ― justificou-se.

― Qual foi a última pessoa que te beijou ou você beijou? ― perguntou Mischa, dirigindo-se a Petal.

Por um instante, ela permaneceu impassível, como se não entendesse que a pergunta era dirigida a ela. Depois, desviou o olhar do nosso, corando profundamente.

― A-ha! ― exclamou Karen, saltando da cadeira, animada ― Pode ir contando!

― Calma, Karen ― disse Reilly, revirando os olhos.

― Não finja que não está curiosa também ― retrucou Karen ― A não ser que ela já tenha lhe contado...

― O que acontece se eu me negar a responder? ― perguntou Petal, erguendo uma sobrancelha, desafiadora.

― Você vai pagar um desafio ― Karen deu um sorriso malicioso.

― Gente! Ela está no hospital, pega leve ― repreendeu Reilly.

― Então, responda ― insistiu Karen.

― Eu... Tava com insônia... ― Petal hesitava, olhando para Reilly e Karen.

― Ai, meu Deus! Vocês são lésbicas? ― perguntei Mischa, chocada, interpretando errado os olhares de Petal.

― O quê? Não! ― Petal quase gritou, os olhos arregalados.

― Para variar, a Audácia vindo acima da Franqueza ― suspirou Reilly, olhando para Mischa, que corou, murmurando desculpas.

― Fale logo, ou Karen vai ter um ataque e lhe fazer companhia aqui no hospital ― pedi, sorrindo minimamente.

― Como estava dizendo, antes de tomarem... Conclusões precipitadas ― Petal ainda estava constrangida. Acrescentou, antes de ser interrompida novamente, vendo a expressão interrogativa de Mischa ― Não foi anteontem, quando passei mal, foi antes... Eu tenho muita insônia, então costumo ir para a sala, resolver alguns casos. Naquele dia, o Pacey estava lá...

― Não precisa dizer mais nada ― assegurou Karen, com seu sorriso irritante ― Você já mentiu para os seus pais?

― Todo mun... Ah! Desculpe-me. Todo mundo, exceto os da Franqueza, ― corrigiu-se Petal, aliviada pela mudança de assunto ― já mentiram alguma vez para os pais.

― Eu trabalho com detalhes ― disse Karen, olhando para as unhas desiguais.

― Eu queria sair para uma festa que ia rolar... Não lembro sobre o que era, mas era uma das únicas em que pessoas de outras facções podiam se unir ― Petal começou a contar ― Eles não me deixaram, é claro. Disseram que eu deveria me preocupar com os estudos e tal... Então, eu saí escondida.

― Isso não é exatamente uma mentira ― eu disse.

― As mentiras devem ter vindo no dia seguinte, quando ela voltou para casa ― disse Karen, fazendo um gesto de sem importância com as mãos ― Quem falta? Reilly!

― Não tenho o que perguntar ― disse Reilly.

― Se quiser, podemos sugerir ― disse Mischa ― Quero dizer, isso não é apenas para a pessoa que pergunta, também é para o resto de nós nos conhecermos melhor.

― Se você pudesse escolher, onde estaria agora? ― perguntou Reilly.

― Que pergunta decorada ― reclamou Karen, mas ninguém lhe prestou atenção.

― Na sede da Franqueza ― disse Petal, olhando para os lençóis da cama.

― Você vai voltar logo ― prometi.

― Não tem como saber ― ela disse.

Karen olhou para mim, e entendi que era minha vez de perguntar.

― O que mais odeia que façam contigo? ― não hesitei em perguntar, eu meio que tinha montado algumas perguntas, desde a vez que me questionaram, para não ficar pensando muito quando acontecesse com as outras.

― Que me contrariem ― Petal deu um pequeno sorriso.

Eu e Mischa nos movimentamos em sincronia, estendendo a mão para que ela batesse, embora Mischa tinha sua mão fechada em punho. Petal riu, bateu na minha mão com fraqueza e deu um soco leve no punho de Mischa.

Alguém bateu na porta.

― Entre ― disse Petal, Reilly levantou-se da beirada da cama, no mesmo instante.

― Meninas, é hora de ir embora ― a cabeça de Trudie surgiu no vão da porta entreaberta.

― Ah! Não ― choramingou Reilly.

― Petal precisa descansar e fazer alguns exames ― insistiu Trudie, tranquilamente ― O médico dela virá logo, para ver os resultados do soro que usaram e, se for o caso, aumentar ou trocar.

― O médico é gato? ― Karen, na mesma forma, virou-se para Petal, curiosa.

― É ― ela assentiu com a cabeça, fazendo com que ríssemos, nunca pensei que a veria falando aquilo ― Mas não contem para os meninos.

― Você sabe, não podemos prometer isso ― disse Karen, dando de ombros, e levantando-se da poltrona.

― Desculpem-me ― ela reparou o erro, ajeitando-se na cama, e deitando a cabeça sobre o travesseiro ― Força do hábito.

― Descanse, querida ― disse Trudie, dando-lhe um beijo na testa, antes de sair do quarto.

Tivemos que ir atrás dela, desejando melhoras e prometendo voltar, assim que fosse possível.

― Daqui a alguns dias, entraremos na quarta fase ― disse Trudie, assim que voltamos para a sala de estar, na sede.

― Espere! E Petal? ― perguntou Reilly.

― Se ela se recuperar a tempo, precisará prestar as provas separadamente ― disse Trudie.

Eu não fiquei tão confiante com isso. Quero dizer, pessoas que foram capazes de expulsar um paciente com amnésia anterógrada... Precisei me lembrar que isso era coisa da Erudição, não nossa.

― Possivelmente, em alguns de vocês, na simulação da verdade, presenciaram a cena do tribunal ― ela continuou, como se não tivesse sido interrompida, embora seu semblante fosse preocupado, pela situação de Petal ― A quarta fase se tratará, de fato, disso. Será outra simulação, com outro soro modificado. A cena será um tribunal, e todos vocês estarão ao mesmo tempo, conscientes de sua presença. Será uma observação, primeiramente. Mais tarde, desenvolverão papéis importantes.

Ela passou os olhos por cada um de nós.

― Mischa, venha aqui na frente! ― ela chamou, repentinamente ― Vamos fazer o exercício da primeira fase.

― Com você? ― ela pareceu levemente apavorada, embora nunca fosse admitir isso, sem ser obrigada.

― Sim! Venha! ― Trudie insistiu.

Ela fez o mesmo com todos nós. Logo depois, ela nos fez perguntas relacionadas às leis, que tivemos de decorar anteriormente, e eu esforçava minha mente para lembrar. Por fim, ela criou casos hipotéticos, e testou as primeiras coisas que perguntaríamos e observaríamos, além de nossas conclusões nos casos.

― Está quase na hora do jantar, vamos ― Trudie declarou, olhando para o relógio de parede.

― Eu não vou sobreviver ao fim do treinamento ― gemi.

― Relaxa! Falta pouco para acabar ― Karen deu de ombros.

― Esse é o problema...


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