Egoísta escrita por Mi, Shauna


Capítulo 9
IX - Acredite em mim!


Notas iniciais do capítulo

Edit: Gente, eu juro que programei esse capítulo para amanhã! O Nyah resolveu brincar com o meu coração (nossos corações) e postou hoje, automaticamente. Felizmente para vocês (acho ), eu só fui perceber depois de alguns comentários. Então, fiquem feliz! Sejam gratos a essa site maravilhoso. Ahuaha
Nos comentários desse capítulo, está liberado quantos caps lock vocês quiserem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/673514/chapter/9

Pedir desculpas pelo que fez, é o mesmo que tentar cobrir um tiro de pistola com um simples band-aid.

IX

Segui o homem até onde as atividades aconteceriam. Normalmente, antes de todas as aulas chatas, os professores organizam uma competição. Eu fui o último a chegar lá e todos os outros me olhavam, incluindo o Daniel e a Elisa. Quando me aproximei, ele desviou o olhar. A garota deu um sorriso cínico e abraçou ele no mesmo momento. Meu estômago se revirou, como naquela vez. E eu senti dor, também como naquela vez. Só que agora, é algumas vezes mais forte. Talvez muitas vezes... mais forte. A Isa me chamou para sentar do seu lado.

Todos os alunos estavam reunidos ali, esperando a professora Márcia dar alguma instrução.

— Olá alunos. — A mulher, já de idade, sorriu animada. — Como todos os anos dessa competição, vocês irão se dividir em grupos de três. E o primeiro objetivo dessa gincana é... corrida com obstáculos!

Todos gritaram animados.

— E o prêmio? — Um garoto ruivo, cheio de sardinhas gritou, lá do fundo. Todos ficaram em silêncio para ouvir a resposta.

— Hum... como no ano passado demos um prêmio físico e achamos eles no lixo no fim do dia, decidimos dar algo para comer. Eu sei que todos gostam.

A "plateia" comemorou. Eu deveria ficar feliz com esse anúncio, mas... eu não tenho a mínima vontade de participar. Nada pode me deixar feliz de verdade, nesse momento. Só ele.

— E será uma cesta de chocolates! — A mulher completou.

Mudei de ideia. Quero participar.

— O que aconteceu lá, Luc? — a Isa me perguntou, preocupada. — Quando o prêmio é doce, você normalmente grita, pula de alegria e corre para abraçar o Dan. Agora, seus olhos perderam o brilho... e seu sorriso forçado é sem graça.

— Ele acreditou nela.

— Você se declarou? Contou tudo o que ela fez?! — Perguntou, enquanto me balançava.

— Não. Eu estava prestes a contar, quando a Elisa mandou ele pegar um suco para ela enquanto se fingia de sonsa para mim. No fim, quando o Daniel voltou, ela fez parecer que eu estava dando em cima dela, e o Daniel acreditou. Ela fingiu lágrimas, fingiu dor, enquanto tudo que eu quero é esconder tudo isso.

A Isa tirou a sua camisa, ficando apenas de top preto. Prendeu seu cabelo e amarrou seu cadarço.

— Eu vou matar essa garota. — Olhou nos meus olhos. — Me desculpa... por te deixar sozinho com aquela cobra. Vou compensar o meu erro matando ela.

— Não. Não precisa matar ela. — Segurei ela, que tentou se soltar. — Calma!

— Mas...

— Por que você sujaria suas mãos com alguém assim, hein?! — Ela finalmente parou. — Hoje a noite... eu vou contar tudo para ele. Se ele não acreditar... está tudo bem. Isso significa que ele nunca foi meu amigo.

— Se ele não acreditar... tenho dois caixões reservados no meu porão. — Ela bufou e olhou para ele, que estava a poucos metros de distância. — Esse idiota. Prefere acreditar numa vadia. Por enquanto, eu me contento em ganhar dos dois.

— Precisamos de mais alguém pro grupo. — Mudei de assunto.

— Não é problema. — Ela virou para trás. — Ei, você! Quer ser do nosso grupo?

Ela apontou pro mesmo ruivo de antes, aquele que perguntou qual seria o prêmio. Ele veio na nossa direção, animado.

— Eu te amo, Isabela! — Exclamou. — Desde a quinta série, e...

Que rápido. Muito rápido.

— Então prove seu amor ganhando a corrida com nós dois. — Ela deu um sorriso sádico. Não se importou nem um pouquinho com a declaração do mais baixo. Deve ser acostumada a receber várias dessas. Insensível.

— Sim! Tudo que você quiser! — O garotinho respondeu, saltitante.

Essa garota... quando quer...

— Todos os grupos formados em direção a mata. — Dona Márcia falou, por fim. — Quem chegar primeiro... vocês sabem.

Todos os grupos correram para lá. Cada um em uma trilha diferente. Esse ano, tinham poucas pessoas e a minoria participava da corrida, por isso ali tinha no máximo vinte alunos. Vinte e um, para ser exato.

No caminho até lá, o Daniel passou por mim, sem olhar para trás. Ele estava sozinho, então, quer dizer que a Elisa não quis participar. Ela provavelmente tem medo de sujar a sua bela pele de vaca. É valiosa para os açougueiros! Fui atrás dele.

— Espera! — Gritei. Ele virou para trás e me olhou com indiferença. — Sobre mais cedo... eu posso tentar explicar?

— Vai me dizer o quê? — Ele deu uma risada extremamente sarcástica. — Se apaixonou por minha mina e não conseguiu resistir a ela?

— Não. Eu não gosto dela e nunca gostei. Nem se ela estivesse solteira, ela definitivamente não faz meu tipo! Pelo contrário, eu...

— Só fez isso para me provocar? — Sua expressão ainda era indiferente. Ele não sorria como sempre, ele não fingia estar irritado, como sempre. Sua personalidade, com certeza, não é a mesma de quando chegamos aqui. — Eu não te conheço mais, Luc. Eu queria tanto acreditar em você... mas as suas palavras soam tão mentirosas. Você não parece você! Tudo por que eu comecei a namorar?!

— Sim! Isso tudo é porque você começou a namorar ela! Você não percebe?! Ela fez aquela cena para me culpar e você acreditou! Você acreditou... nela... não em mim. — Tem algo caindo nas minhas bochechas. É quente, úmido e salgado. Eu estou... chorando?

— Por que ela faria isso? — Perguntou. Por um segundo, ele cedeu. Se eu falar o motivo dela, eu vou ter que me confessar. Eu estou preparado para isso? Não. Todo o meu corpo diz não. Tantas pessoas ao meu redor, olhando para mim e para ele. Seus olhos azuis estão me pressionando e eu juro, eu quero dizer tudo. Quero desabar. Eu quero... contar o que sinto.

— Porque, porque... — Mas as palavras não saem.

— Entende, agora? — Sorriu. — É por isso que não acredito em você. Você não confia em mim, como eu confiava em você. Quer saber? Quem é você, Lucas?

— Daniel! Vamos! A professora vai começar a contar! — Alguém gritou, de longe. Ele olhou para mim uma última vez e correu para onde seu time estava.

— Eu ouvi... — a Isa apareceu, do nada. — Você não conseguiu dizer as três palavrinhas, não é? "Eu te amo." .

— Eu não vou conseguir.

— Se sentiria mais confortável em dizer se o Daniel descobrisse tudo e terminasse com a Barbie?

— Não temos como provar... — Limpei meu rosto. Eu odeio chorar.

— Eu tenho um plano. Mas, antes, vamos ganhar desse merda do Daniel. Ele com certeza vai se ajoelhar e pedir desculpas para você! — Ela estendeu a mão, eu peguei e ela me puxou. — Mas... você sabe... a situação dele também não é das melhores. Talvez, ele esteja pior que você.

— Eu sei. Sei de tudo que você falou. Por isso, eu quero contar. Pode me ajudar a provar? Que ela armou para mim?

— Que pergunta. É um prazer destruir aquelazinha. — Sorriu.

— Bella! Vai começar. Vamos?! — O ruivinho apareceu, recuperando o fôlego.

Nós o seguimos. As trilhas são diferentes mas dá para ver o caminho de cada um dos grupos. E nenhuma regra impede alguém de invadir o caminho dos outros. Por isso poucos participavam da corrida. Trapaças.

— E a contagem vai começar. Três, dois, um... — Uma voz feminina foi ouvida. Todos se prepararam. — Já!

Todos começaram a correr.

— Eu vou procurar um atalho com o Mateuzinho e você continua em frente, ok, Lucas?! — a Isa falou.

— Sim! — Assenti e ela correu para o lado.

Continuei meu caminho. Pensei no prêmio, na cesta de chocolates, mas... o que me fez correr mais rápido foi pensar que com a minha vitória, ele me perdoaria. Gosto de me iludir.

Eu tô correndo a mais ou menos seis minutos, e sei que na trilha ao lado o Daniel está correndo também. Eu consigo ver ele e ele consegue me ver. A diferença é que eu quero ver ele, mas ele não quer me ver. É só não pensar nisso...

Fechei os olhos e quando abri novamente, alguém apareceu do meu lado.

— Olá. Meu nome é Vitor e como você está na frente, eu vim te atrapalhar. — O garoto sorriu. — Tudo por chocolate, amigo. Não pense que é pessoal.

— Tenta a sorte. — Também sorri. Ele é do grupo do Daniel.

O garoto acelerou seus passos e conseguiu me acompanhar, por poucos segundos. Tentou se atirar em cima de mim, mas eu empurrei ele. Caiu e rolou até o início da corrida.

Na disputa por chocolate, eu sempre ganho! E você roubou meu companheiro de equipe. Ou eu que o perdi... de repente, eu fiquei triste, de novo. E eu não olhei para baixo. Tinha uma pedra enorme ali. Dois segundos depois, tudo ficou preto.

— Quem caralhos desmaia por causa de uma simples pedrinha?! — Acordei com a voz da Isa. Olhei ao redor. Enfermaria... quantas vezes aqui. — Finalmente, bela adormecida!

— Oi. O que aconteceu? — Senti a minha cabeça, estava toda enfaixada.

— Você tropeçou em uma pedra, bateu a cabeça em outra pedra. O Dani viu e correu até você. Te carregou nos braços, como uma princesa! Foi tão lindo...

— C-como?! Mas... ele não estava bravo comigo? E cadê ele, agora?!

— Enquanto todos estão se divertindo na piscina, ele está no dormitório, sozinho, esperando uma declaração. — a Isa assobiou. — Vai logo!

Levantei daquela cama sem autorização da enfermeira e corri até o quarto. Bati na porta uma, duas, três vezes, não ouvi ninguém responder. Ele tem autorização pra trancar isso?

— Dan, sou eu... — Falei através da porta. — E eu preciso falar com você.

— Não quero. — Respondeu, soluçando. Ele também está chorando. Automaticamente, minhas lágrimas voltam a cair. Vai embora. Você me odeia, por isso fez aquilo.

— Não fiz aquilo! Eu já te expliquei. Por favor, acredite em mim!

— Por que a Elisa faria tudo isso, que você disse?! Ela não tem motivos!

— Ela tem. Respondi e ele ficou em silêncio. Ela tem ciúmes.

— De você? Por que? Você é meu melhor amigo! Por que ela teria ciúmes? Ele estava do outro lado da porta e, por algum motivo, isso me deu mais confiança. Ainda estou tremendo e com medo. As palavras, com certeza, não vão sair com segurança. Mas... eu não aguento mais guardá-las para mim.

— Porque ela sabe... Me sinto quente. Que eu gosto de você. Não! Na verdade, ela sabe... que eu amo você. Mais do que deveria, para apenas um amigo. Porque, quando você sorri, meu coração dispara. Porque, sempre que ouço a sua voz, minhas mãos suam. Porque, perto de você... eu me sinto bem. Mais do que deveria. E eu prefiro que pare de falar comigo por eu te amar do que por eu te odiar.

Ele destrancou a porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!