Egoísta escrita por Mi, Shauna


Capítulo 11
Chocolate (Bônus)


Notas iniciais do capítulo

Muitos ficaram em dúvida sobre o destino da Elisa, o passado da Isa, etc e etc. Então, eu gostaria de dizer que tudo isso vai ser explicado em ouuutra história... não sei, quem sabe. E esse aqui é o capítulo bônus! Na verdade, é só um especial para vocês se despedirem dos personagens. Até mais, pessoal! o/



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Você é mais gostoso que meu doce favorito.

Especial

Nós voltamos daquele acampamento faz um dia. Lugar onde eu briguei com meu melhor amigo, chorei por meu melhor amigo, me confessei ao meu melhor amigo e ele, surpreendentemente, me correspondeu. Lugar onde minha respiração falhou, meu coração se acelerou, minha sanidade desapareceu. Lugar onde eu chorei, dei risada e sorri. Esse lugar, com certeza... foi o cenário de toda a minha história. 

— Você está feliz desde que chegou do acampamento, ontem. — Minha mãe sorria. — Que bom. Você até desceu para almoçar. 

Almoçar as 17h30. Tá bom, mãe.

— Ah... — Dei um gole no meu suco. — Eu preciso de energia para hoje. É a noite dos vídeo games, certo?! Vou ganhar do Dan a qualquer custo. 

E eu pensei em uma aposta diferente da outra vez. 

— Sei... — O sorriso da minha mãe não saiu do seu rosto em nenhum momento. Por algum motivo, isso me fez bem. — Onde está a Isabela? 

— Ah, ela foi viajar para espairecer. — Respondi. Viajar no meio das aulas é algo que ela faz com frequência. Mas é inteligente demais, por isso, sempre arruma um jeito de passar. 

— Ela deixou uma caixa para você. Coloquei no seu armário. 

— Tudo bem. 

— Vou indo, filho. Bons jogos. — Ela levantou da cadeira, pegou sua bolsa e saiu pela porta. 

— Te amo! 

— Também, muito. — Disse de longe. Sorri.

Eu corri para o quarto. Vindo da Isa, não poderia ser um presente fofo. Eu sabia disso. Mas, mesmo assim, abri. Eu pensaria em qualquer coisa... eu pensei que já tinha visto de tudo... de tudo! Pensei que os planos dessa garota já tinham alcançado o limite. 

Peguei um papel que estava escrito em letras amarelas. 

''Presente mais para o Daniel do que para você. Hum... tudo que você tem que fazer é seduzir no Dan Dan comendo chocolate! Bem, como esse é líquido, é bem fácil. Você finge que deixou escorrer pelos dedos e... ele termina de limpar com a língua! Abaixo, as instruções.''

Ela desenhou instruções?! Ela fez chocolate caseiro só para esse momento?! Se bem que... as receitas delas são tão boas... mas não! Definitivamente, não! Eu não vou fazer isso! 

Eu não sou tão desesperado, e... espera, a colher com brigadeiro entrou automaticamente na minha boca?! Mas é tão bom... tão doce... 

— Você não me esperou e está comendo?! — Ele apareceu no meu quarto, sem bater. — Isso é maldade, Luc. Muita maldade. 

— Você tem que bater antes, idiota! Estou em um momento que exige concentração. — Disse, enquanto tentava colar nas instruções. De acordo com isso, eu tenho que deixar cair nos meus dedos ''sem querer''. Tudo bem, feito. Agora é só lamber onde o chocolate caiu? Isso é muito vergonhoso! 

— Você é muito desajeitado, cara. — Ele sentou ao meu lado, na cama, e se aproximou de mim. Pegou as minhas mãos e antes que eu pudesse puxar de volta, ele roubou o chocolate dos meus dedos. Ah, descobri que a Isa tem razão. Isso é exageradamente... qual a palavra? Hum... estranho. Não. É gostoso. Em outros sentidos... ah!! Me sinto quente. Muito quente. 

— Você roubou meu chocolate! — Disfarcei e olhei para ele, que sorria. Vou me vingar. 

— Desculpe. — Ele deu risada. — Vamos jogar? 

— Hum... sim. — E é agora que vou me vingar! 

Nós conectamos os controles na TV do meu quarto e eu coloquei um jogo bem aleatório. Por coincidência e para minha sorte, era o mesmo jogo de antes, aquele de corrida. Eu fui o player um, ele o dois. Dei start. O começo foi bem fácil para mim, eu já tinha muitos truques na manga. Ele viu que quem estava com vantagem era eu e tentou a velha trapaça. 

Mas, dessa vez, eu estou preparado! Quando ele colocou as mãos no meu cabelo, eu a puxei. Deixei o carro andar sozinho, já que estava em sua frente, e soltei o controle. Ele continuou. 

— O que está fazendo, hein? — Sorriu. — Eu vou ganhar. E aquela aposta da outra noite ainda vale... 

— Heh? — Abracei ele, tentando atrapalhar. Ele deu risada. Não funcionou. Sentei em cima dele e brinquei com os seus cabelos, atrapalhando a sua visão. Não funcionou. Droga, ele vai me passar. Fiz cócegas. Quem não sente cócegas?! Pelo jeito, ele... droga! O que eu posso fazer? Já sei! Ainda em cima dele, aproximei meu rosto do seu e fiquei encarando seus olhos azuis, que continuavam concentrados no jogo. — Ei, ei! Olha para mim. Por favor...

Ele largou o controle, naquele momento.

— Fazendo todas essas coisas para me fazer ceder... — Antes de sair de seus braços para continuar o jogo, ele me segurou. — Eu aguentei meus desejos por todo esse tempo, por que agora não consigo controlar meus sentimentos por poucos segundos?! 

— Isso me torna vencedor. — Sorri, convencido. As palavras dele não me afetam mais. Talvez, se eu pensar isso, pode se tornar verdade. Porque, agora, minha temperatura aumentou. E não foi só a temperatura. 

— Na verdade, quem ganhou fui eu... — Ele me beijou. Agora sim, eu posso desmaiar. Cedi por um momento e tentei afastá-lo. Quer dizer, não que eu tenha força para isso... tudo bem, eu não tentei. Aprofundei o beijo ainda mais. É ainda melhor na segunda vez. Segurei a sua camisa com força, ao contrário dele, que fazia carinho nos meus cabelos... carinho esse que me deixou seguro para tentar qualquer coisa. Eu poderia fazer aquilo muitas e muitas vezes por dia. Eu, facilmente, me viciarei nisso. 

Ele se afastou, sorrindo. 

— Doce. — Disse. — E, no fim, eu ganhei o jogo. 

Ele apontou para a tela. Realmente, ele ganhou.

— Idiota! Então só soltou o controle quando teve certeza que ganharia?! — Dei vários socos em seu peito. Ele deu risada.

— Eu queria tanto ganhar... — Se aproximou novamente. — Afinal, o prêmio é roubar alguém do time aliado para mim, não é?

— Eu posso me acostumar com isso. — Respondi, sorrindo. 

—-

— E foi isso que aconteceu. — Eu falava com a Isa pelo celular. Ela gritou no meu ouvido. 

— Você não gravou?! No fundo da caixa tinha uma câmera! Uma câmera! Droga, Lucas! Estou tão orgulhosa e decepcionada com você ao mesmo tempo. Ah, dane-se! QUE LINDO! QUE LINDO! Eu amo tanto vocês... estou tão feliz.

 — Obrigado por tudo. — Sorri, embora ela não pudesse ver o meu sorriso. Ela deu risada. 

— Ainda vão se pegar na minha frente.

— Ah, claro, claro... e ei, não está na hora de arrumar alguém?

Nos falamos por algumas horas. Com certeza, quando ela voltar, nós vamos viver vários momentos juntos. Sem Elisa. 

Minha outra certeza é que tenho um novo vício. E ele tem nome.

 


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