Agora e Sempre escrita por CielandMar


Capítulo 2
A Gravidez


Notas iniciais do capítulo

Hey!

Espero que quem leia goste do capitulo.

Erros pelo caminho, desculpem.

Beijos e boa leitura.



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Nos primeiros dias da semana seguinte, Hinata sobressaltava-se cada vez que alguém a olhava, receosa que alguém pudesse descobrir o que tinha acontecido entre ela e Naruto. Só de lembrar as coisas que fizera, sentia o rosto queimar de vergonha. Queria esquecer tudo. Mas não esqueceu.

Assim que a culpa e o medo diminuíram, começou a pensar nele constantemente, revivendo os momentos que antes se esforçava para esquecer. Deitada na cama, à noite, sentia os lábios dele em seu rosto, no pescoço, e recordava cada palavra sensual ou terna que ouvira. Mas lembrava outras coisas também, como o prazer que experimentara conversando com ele no jardim do clube Konoha. O riso de Naruto, ao ouvir certas coisas que ela dissera. Imaginava se ele pensava nela, e se pensava, por que não a procurara.  

Na outra semana quando Naruto não a procurou, Hinata concluiu que fora esquecida, que não era tão excitante como ele afirmara. Lembrou-se que ele contará que sairia em missão, mas não conseguia recordar quanto tempo ele ficaria fora. Considerou a possibilidade de ter ferido seu orgulho ao contar o que a levara a fazer amor com ele, mas descartou a ideia, quando se lembrou de como derreteu a cada toque dele, de como sons que nunca pensou que poderia produzir saíram de sua boca. O mais provável era que decidira que ela era uma garota com quem não valia a pena perde tempo.

No fim da terceira semana Hinata não queria que ele a procurasse. Sua menstruação estava quinze dias atrasada e ela pedia a Deus que nunca mais se encontrasse com Naruto Uzumaki. Os dias se arrastavam e só o pensamento aterrorizante de que podia estar grávida ocupava sua mente. Hanabi tinha doze anos, não podia dividir suas aflições com ela, e não tinha nenhuma amiga que pudesse ajudá-la ou fazer-lhe companhia para que o tempo passasse mais depressa. Esperava e rezava, prometendo que se não estivesse grávida, nunca mais teria uma relação sexual antes de casar-se.

Mas, ou Deus não ouviu suas preces, ou era imune a tentativas de suborno. Na verdade, o único que notou que ela se consumia numa agonia silenciosa foi o pai. Nos primeiros dias após o incidente se trancou em seu quarto sem falar com ninguém, quando por fim saiu do quarto, se recusava a ficar em qualquer lugar que seu pai estivesse, mas isso se tornara um problema ínfimo diante do que estava enfrentando. Hiashi começou a pergunta, sempre que a via, se ela estava bem. O que sempre respondia que estava tudo bem, e antes que ele pudesse ter a chance de fazer mais perguntas arranjava uma desculpa para se afastar.

Seis semanas após seu encontro com Naruto, deveria ocorrer nova menstruação, que não veio. O medo que ela sentia transformou-se em terror. Tentando consolar-se com o fato de que não sentia náuseas pela manhã ou durante o dia, o que podia significar um alarme falso. Para pôr um fim ao seu suplicio marcou uma consulta com o médico.

Assim que desligou o telefone, seu pai a chamou batendo na porta do seu quarto.

— Entre - ela respondeu

Seu pai abriu a porta mais não entrou, ficou parado na porta em um desconforto visível.

— Hinata... eu, bem, eu não queria dizer o que eu disse aquela noite - ela apenas o olhou em expectativa - me desculpe.

Hinata piscou, então sorriu quando o entendimento a alcançou. Pela primeira vez seu pai estava se desculpando com ela, um sentimento de alegria tomou conta do seu corpo, mas foi embora tão rápido quanto chegou, deixando uma tristeza profunda em seu lugar.

—--

Não foi ao seu próprio médico, que era amigo do seu pai, preferindo uma clínica ordinária de “planejamento familiar”, perto da periferia de Konoha onde tinha certeza que ninguém a conhecia, escondendo seus olhos atrás de óculos escuros, o médico a examinou e confirmou seus piores receios, estava grávida.

Hinata ouviu a notícia com calma feita de apatia, mas quando chegou em casa, seu entorpecimento deu lugar a um pânico louco e torturante. Não aceitava a ideia de um aborto, não podia imaginar-se entregando o bebé para adoção, ou contando ao pai que ia ser mãe solteira, provocando um escândalo para a família Hyuuga. Havia apenas mais uma alternativa, e ela a escolheu.

Seu pai havia viajado e levado Hanabi com ele, os empregados e outros membros da família não lhe prestavam muita atenção. Então não foi difícil se esgueira para fora da mansão, andar duas quadras e pegar um taxi até onde Naruto morava.

A luz do dia o pequeno prédio parecia mais deprimente, o que não ajudou em seu abatido estado de espirito, repassando em sua mente o que diria a ele bateu na porta, sem resposta, bateu novamente, nada. Com os nervos à flor da pele esmurrou a porta até que uma vizinha apareceu.

— Naruto não está.

Hinata se encolheu ajeitando os óculos no rosto diante do olhar perscrutador da mulher.

— Pode me informa onde posso encontra-lo?

A mulher a olhou de cima a baixo com um sorriso afetado.

— Eu ouvir ele dizendo que ia para o campo de treinamento, acho que era o 31.

— Obrigada - Hinata agradeceu e saiu dali o mais rápido que podia sem parecer que estava fugindo

Os campos de treinamento eram em sua grande maioria pequenos campos de futebol rodeado por arvores, Hinata parou um instante tentando se localizar, já havia passado por vários campos de treinamento, mas nenhum dele era o 31, cansada e frustrada de dar voltas em vão, virou a direita encontrando outro campo de treinamento sem nenhuma identificação aparente, mas ao longe podia ver a sombra de alguém treinando. Se aproximou com cautela para pedir uma informação e arregalou os olhos quando reconheceu Naruto.

Naruto estava sujo do que parecia terra e grama, usava calças velhas, preto padrão de ninjas e uma camisa laranja, o que trouxe a memória de Hinata que ele estava usando uma camisa laranja por baixo do colete verde quando se conheceram, e a camisa que vestiu quando a levou para casa também era laranja.

Hinata torceu suas mãos sendo dominada pelo nervosismo do problema da gravides. Naruto a olhou em surpresa, então o sorriso desapareceu.

— O que a trouxe aqui Hinata? - ele perguntou se aproximando, sua voz não demonstrando nenhuma emoção.

Ela desejou ardentemente está morta e com o mesmo fervo não ter ido procura-lo, se Naruto não quisesse ajuda-la, não queria ajuda forçada e relutante.

— Nada - disse rapidamente, dando alguns passos para trás, mas parou quando olhos azuis se cravaram nos dela, indagadores e penetrantes.

— Também estou indo embora, faço companhia a você - ele disse mais passou por ela com passos largos. Hinata o seguiu tentando acompanhar seu ritmo.

— Importa-se de ir um pouco mais devagar - pediu ofegante, ficou surpresa e aliviada quando ele parou esperando que ela o alcançasse, achando que devia iniciar uma conversa, disse a primeira coisa que lhe passou pela cabeça.

— Você vem muitas vezes treinar aqui?

— Todos os dias se não estou em missão.

— Ah... - ela murmurou

Alguns minutos mais tarde, fizeram uma curva entrando em uma pequena clareira onde havia uma velha e rustica mesa de piquenique. Naruto parou, Hinata podia sentir o sangue martelando em seus ouvidos freneticamente, tentando acostumar-se à ideia de que o homem a seu lado era o mesmo com quem rira e fizera amor, um mês e meio antes.

O problema que a fizera procurá-lo pesava sobre ela como uma mortalha sufocante, a indecisão a machucava assim como as lágrimas que se recusava a derramar queimavam seus olhos.

— Bonito esse lugar - ela disse, olhando em volta com fingido interesse e notando que sua voz soara tensa até mesmo para seus próprios ouvidos - Mas preciso mesmo ir embora.

Em vez de replicar, ele encostou-se na mesa de piquenique, apoiando o peso do corpo num dos pés, e olhou com uma sobrancelha erguida, esperando, Hinata imaginou, uma explicação mais completa a respeito daquela visita. Seu longo silêncio minavam o controle que ela lutava para manter. Os pensamentos que a haviam perseguido o dia todo recomeçaram sua ladainha aterrorizante. Estava grávida, ia ser mãe solteira, e seu pai ficaria louco de raiva e dor. Estava grávida! Grávida! E o homem que também era responsável por aquele sofrimento continuava lá a observando se debater com o frio interesse de um cientista examinando um inseto se contorcendo sob o microscópio.

De súbito Hinata sentiu-se irracionalmente furiosa.

— Está zangado com alguma coisa, ou recusando-se a falar por simples perversidade?

— Na verdade, estou esperando que você comece - ele respondeu calmamente.

A raiva de Hinata cedeu dando lugar a angustia e a incerteza, enquanto ela o olhava. Pediria o conselho dele, contrariando sua decisão de ir embora. Só um conselho nada mais. Só Deus sabia o quanto precisava conversar com alguém. Cruzando os braços no peito, como que para proteger-se da reação de Naruto, ergueu a cabeça fingindo admirar a copa exuberante da arvore sob a qual se encontravam.

— Tive uma razão específica para vir aqui - começou.

— Presumo que sim.

Ela o olhou rapidamente e voltou a olhar para a copa da árvore e viu tudo borrado, quando lágrimas escaldantes lhe encheram os olhos.

— Vim aqui porque… - Calou-se, incapaz de dizer as palavras feias e vergonhosas. 

— Porque está grávida - ele terminou por ela, sem emoção.

— Como adivinhou?

— Apenas duas coisas poderiam tê-la trazido até aqui, essa é uma delas.

— Qual é a outra?

— Bem, o fato de você não ter provado o meu incrível lamen instantâneo.

Ele estava brincando, e essa reação inesperada foi o que fez Hinata desmoronar. As lágrimas romperam os diques, e ela cobriu o rosto com as mãos, enquanto soluços sacudiam-lhe o corpo. Sentiu as mãos de Naruto se fecharem em seus ombros e deixou que ele a puxasse para o meio de suas pernas a abraçando.

— Como pode brincar numa hora dessa? - perguntou chorando, mas sentia-se agradecida pelo silencioso conforto daquele abraço

Naruto entregou-lhe um lenço, e ela tentou desesperadamente controlar-se.

— Vá em frente e diga que fui uma estúpida, deixando que isso acontecesse - choramingou, enxugando os olhos.

— Desista! Aprendi a muito tempo, da pior maneira a não começar nenhuma discussão com uma mulher chorando - ele declarou.

— Obrigada - ela replicou apertando o lenço contra o nariz - Estou me sentindo muito melhor.

Então, percebeu que Naruto estava reagindo com calma admirável enquanto sua atitude só piorava a situação.

— Tem absoluta certeza dessa gravidez

— Tenho. Fui a uma clínica, hoje de manhã, e disseram que estou grávida há seis semanas. Também tenho certeza de que o bebé é seu caso esteja duvidando e por educação não queira perguntar.

— Não sou tão educado assim - ele disse sardonicamente. Hinata ergueu os olhos lacrimosos, afrontada pelo que entendera como um desafio, Naruto abanou a cabeça antes que ela pudesse falar - Não foi por cortesia que não perguntei, passei os últimos anos ao lado do ero-sannin, por isso tenho um conhecimento básico de biologia, não tenho dúvidas que sou o responsável.

Ero-sannin?

Hinata afastou a pergunta, não era o momento, não agora. Olhando para seus pés, enxugou as lagrimas com as costas das mãos.

— O que você quer fazer, Hinata?

Essa era a pergunta que vinha lhe torturando sem cessar.

— Me matar.    

— Qual é sua segunda opção?

Ela ergueu a cabeça rapidamente, percebendo pela voz dele que Naruto sorria. O encarou de testa franzida, confusa e admirada com a força que viu em seu rosto, confortada pela inesperada compreensão que brilhava em seus olhos. Recuou ligeiramente precisando pensar, experimentou um certo desapontamento quando Naruto a soltou imediatamente. No entanto, a calma aceitação que ele demonstrara passara para ela, que começou a sentir-se muito mais capaz de raciocinar.

— Todas as minhas opções são horríveis. O pessoal da clínica disse que a melhor solução seria o aborto - Fez uma pausa, à espera da reação de Naruto. Se não captasse o modo como ele enrijeceu os maxilares e seus olhos ficaram mais escuros pensaria que ele aprovaria a ideia, mas ele se manteve em silencio - Mas não me acho capaz de enfrentar isso, pelo menos sozinha - continuou com voz embargada, desviando o olhar - Mesmo que fosse, acredito que depois sentiria desprezo por mim mesma - Respirou fundo, tentando falar com mais firmeza - Eu podia ter o bebé e dá-lo para adoção, mas isso não resolveria o problema. Não para mim, ainda teria de contar a meu pai que vou ser mãe solteira, ele ficaria furioso e nunca me perdoaria. Fico pensando em como a criança se sentiria mais tarde, imaginando por que sua mãe se livrou dela, sei que passaria o resto de minha vida olhando para todas as crianças me perguntado se uma delas era a minha se pensava em mim e me procurava. Acho que não conseguiria viver com as dúvidas e o sentimento de culpa - Enxugou outra lágrima, erguendo os olhos para o rosto de Naruto - O que tem a dizer sobre isso tudo?

 - No momento em que você disser algo com que não concordo, avisarei - ele respondeu em um tom de comando que nunca usara antes.

Hinata ficou surpresa, mas encorajada com aquelas palavras. Passou as palmas das mãos pelas pernas da calça castanha que usava, num gesto de nervosismo.

— Honra é algo muito importante para o meu pai, se eu voltar para casa e contar que estou gravida, ele me expulsar, eu não tenho dinheiro, mas talvez eu possa trabalhar e criar o meu bebé.

— Nosso bebé - Naruto a corrigiu.

Ela moveu a cabeça, concordando, tão aliviada pelo fato dele encarar as coisas dessa maneira, que voltou a chorar.

— A última opção é uma de que você não vai gostar - ela começou - Eu também não gosto. É obscena e… - calou-se, cheia de angústia e humilhação, então reuniu o que ainda tinha de coragem e prosseguiu, apressadamente - Naruto você concordaria em me ajudar a convencer meu pai de que nos apaixonamos e decidimos nos casar imediatamente, claro que depois que o bebé nascer nós nos divorciaremos. Concordar com isso?

— Com grande relutância - ele respondeu em um tom seco, depois fez uma longa pausa.

Humilhada por sua hesitação, Hinata virou o rosto.

— Obrigada por ser tão nobre, estou disposta a declarar por escrito que não quero nada de você e que lhe darei o divórcio assim que o bebé nascer, tenho uma caneta na bolsa - acrescentou tentando abrir sua bolsa decidida a escrever o contrato ali mesmo, naquele momento. 

Naruto a segurou pelo braço, a obrigando a parar, e a virou para que o encarasse.

— Como queria que eu reagisse? - perguntou em tom agressivo. - Não acha pouco romântico de sua parte dizer que acha obscena a ideia de casar-se comigo e começar a falar em divórcio no mesmo instante em que falou em casamento?

— Pouco romântico? - repetiu Hinata sentindo o impulso de começar a rir histericamente daquela observação ridícula, mas alarmada com a raiva que ele deixara transparecer.

Então, foi atingida pelo significado das outras coisas que ele dissera e o desejo de rir desapareceu.

— Desculpe - murmurou - Sinto muito. Não quis dizer que seria obsceno nós nos casarmos. O motivo desse casamento foi que me pareceu obsceno, porque não nos amamos.

O alívio que experimentou ao ver a expressão dele suavizar a deixou mole.

— Se pudermos chegar ao fórum antes das cinco horas, tiraremos a licença hoje e nos casaremos amanhã - ele disse, endireitando-se já no comando da situação.

—-----

Tirar uma licença de casamento pareceu a Hinata algo espantosamente fácil e inexpressivo. Ela ficou ao lado de Naruto e apresentou os documentos que provavam sua identidade e atestavam sua maioridade. Depois, ele assinou, e ela assinou embaixo. Saíram do fórum localizado em outra vila, o servente com evidente impaciência, fechou depressa a porta atrás deles. Comprometidos. Simplesmente e sem emoção.

— Para onde vamos agora? - perguntou, entrando na velha caminhonete que já conhecia tão bem.

— Vou levá-la para casa.

 - Para casa? - Hinata ecoou, notando que ele não ficara mais feliz do que ela pelo que acabara de acontecer, não queria ir para casa, provavelmente nem haviam percebido que passara o dia inteiro fora.

— Não me referi àquela fortaleza de pedra na área mais rica de Konoha - ele explicou, ocupando o banco do motorista - Estava falando de minha casa.

Apesar de cansada e confusa, ela sorriu ao ouvir a descrição que ele fez da mansão Hyuuga, começava a descobrir que Naruto Uzumaki não se deixava intimidar por coisa alguma.

— Tiramos a licença, mas antes de darmos o passo final, precisamos discutir algumas coisas e entrar num acordo.

— Que coisas?

— Ainda não sei. Conversaremos melhor em casa.

Duas horas depois, Hinata suspirou quando viu o velho prédio se aproximando, durante o caminho Naruto lhe contou que morava naquele pequeno apartamento desde os cinco anos, que nunca conhecera seus pais, que ero-sennin era uma espécie de mestre, avô e alguém que ele admirava muito, apesar de ser um tarado que não podia ver um rabo de saia.

Fizeram o mesmo percurso da noite que conceberam seu bebé, Naruto abriu a porta e a deixou entrar. Hinata parou no meio do quarto olhando em voltar, não havia roupas espalhadas pelo cômodo e tudo parecia bem mais limpo.

— Você está com fome?

Hinata acenou com a cabeça, não tinha comido nada desde o café da manhã. Naruto sorriu e se dirigiu a cozinha, ela pode ouvir portas sendo abertas então um palavrão e Naruto voltou para o quarto.

— Parece que nessa casa só tem lamen, e eu tenho certeza que Baa-chan me mataria se eu desse isso a você, eu vou ao mercador comprar comida descente para uma gravida, não demoro.

Assim que Naruto saiu a deixando sozinha, Hinata respirou fundo e sentou-se na cama torcendo suas mãos uma na outra, deixou seus olhos vagarem sem rumo até que eles se deterem em um porta-retrato sobre uma cômoda, três crianças e um adulto, Naruto não devia ter mais que doze anos assim como seus companheiros, a menina era a única a sorrir o outro garoto lhe pareceu estranhamente familiar, já o homem parecia se divertir com a situação. Colocou a foto em seu lugar, perguntaria depois quem eram essas pessoas e qual a importância delas em sua vida.

O cansaço a fez voltar para cama, antes que percebesse estava deitada agarrou um travesseiro e apertou contra seu rosto sentindo o cheiro de Naruto a acalmar até o sono a engolir.

—--

Foi assim que Naruto a encontrou abraçada a seu travesseiro, o longo cabelo espalhado por sua cama, se lembrou de quando a viu pela primeira vez a mais de um mês atrás, seu primeiro pensamento era que estava vendo uma fada pairando entre as flores, mas fadas não choravam e ela estava chorando. Apesar de não conhece-la e por mais absurdo que a ideia parecesse se identificou com ela. Hinata parecia tão solitária e frágil.

Quando ela tropeçou caindo em seus braços viu tanta tristeza em seus olhos. Ela era diferente das meninas ricas que conhecera, todas tão esnobes, e foi comprovado enquanto conversavam, em nenhum momento Hinata o olhou com superioridade.

Algo estranho que nunca sentira apertou seu coração enquanto a olhava dormir. Eles não se conheciam, mas se conheciam intimamente. Como tinha entrado nessa confusão?

Hinata era diferente de qualquer mulher que conhecera antes, ela era inocente e estava esperando um filho seu. E não queria nem pensar na brecha social que existia entre eles, os dois não tinham nada em comum a não ser a noite que passaram juntos. Noite cuja a lembrança o perseguia insistentemente.

Uma esposa e um filho não faziam partes dos seus planos, mas ele sempre soubera, desde que decidira se tornar um hokage que algo poderia acontecer e que teria que fazer modificações para se adaptar aos novos requisitos. Não iria desistir do seu sonho, a responsabilidade não o assustava, tanto quanto outras coisas, e uma delas era a ausência de esperança e alegria no rosto de Hinata.

Seria horrível se Hinata nunca mais sorrisse pelo que acontecerá nessa cama. Naruto não deixaria isso acontecer custe o que custasse.

—--------

Hinata despertou com o barulho de algo se quebrando, piscou tentando se localizar no quarto estranho, então lembrou e o manto do desanimo a cobriu. A única luz no apartamento era o que vinha da cozinha, uma manta a cobria e isso trouxe um sorriso ao seu rosto, não era justo com Naruto, ele já vinha encarando toda essa situação da melhor forma possível, não precisava lidar com alguém que só sabia chora e ficar depressiva. Tentando o seu melhor saiu da cama, ajeitou seus cabelos com as mãos e seguiu para a cozinha

Várias sacolas estavam sobre a mesa, e Naruto parecia lutar contra uma panela onde um liquido de cor indefinida borbulhava.

— Precisa de ajudar?

— Não, tudo bem. Está quase pronto, só preciso... - Naruto foi interrompido quando a panela resolveu descorda dele expelindo todo o seu conteúdo sobre o fogão.

Hinata arregalou os olhos e tampou a boca com as mãos enquanto ele deixou escapar uma enxurrada de palavrões, era a primeira vez que alguém usava esse tipo de palavras na sua frente.

— Você se machucou? - ela perguntou se aproximando.

Naruto fez uma careta e depois sorriu.

— Desculpa, o nosso jantar vai demorar um pouco mais que o previsto - disse um tom de rosa pintando suas bochechas.

— Se trabalharmos juntos será mais rápido.

Naruto ergueu a sobrancelha em dúvida.

— Está me dizendo que a princesa saber fazer algo em uma cozinha - sua voz vibrou com a brincadeira. 

Hinata levantou o queixo e começou a dobrar as mangas da camisa que usava, disposta a mostra a ele que não era uma dondoca. A hora seguinte se dedicaram a limpar a cozinha e na preparação do jantar, o que ela agradeceu, a atividade afastou seus pensamentos sombrios lhe trazendo uma sensação agradável, os dois trabalharam em silencio, mas em sincronia, como se tivessem feito isso muitas e muitas vezes antes.

Durante o jantar conversaram amenidades, ignorando o grande elefante rosa entre eles, o casamento, o bebé ou o que aconteceria depois.

— Anime-se!

Hinata olhou a comida em seu prato quase intocada e suspirou.

— Não posso - murmurou com a voz rouca - tudo isso parece uma loucura e as coisas só vão piorar, para nós e para o bebé se nos casarmos.

—Por que diz isso?

— Por que? - ela disse apertando as mãos uma na outra - você nunca me convidou para sair, não me procurou depois daquela noite, como...

— Eu pretendia te convidar - ele a interrompeu - mas eu sair em missão e quando voltei, pensei que uma garota como você nunca sairia com um cara como eu - Hinata teria rido se não estivesse tão infeliz - Se eu tivesse imaginado, por um instante, que você realmente queria falar comigo, teria procurado você há muito tempo.

Dividida entre a descrença e uma dolorosa esperança ela fechou os olhos, tentando inutilmente entender suas violentas e emaranhadas emoções. Tudo o que sentia era exagerado, desespero, alívio, esperança, alegria.

— Anime-se - ele voltou a pedir estranhamente feliz ao ouvir que Hinata teria gostado de tê-lo visto mais uma vez.

Presumira que ela, à luz crua do dia, avaliaria a situação, concluindo que pelo fato de ele não ter dinheiro, nem posição de destaque na sociedade, qualquer relacionamento entre os dois seria impossível, mas era evidente que isso não acontecera.

Hinata respirou fundo, Naruto podia esperar tudo, menos o que aconteceu, quando viu que em vez de animar-se, ela começou a chorar. Por um momento não soube o que fazer, então a puxou para seu colo a aninhando em seus braços, ela chorava tanto que seu corpo tremia.

— Meu pai vai me odiar - a causa real de sua angustia escapou de seus lábios entre soluços - tudo o que eu queria era que ele me reconhecesse, mas isso nunca vai acontecer agora.

— Esse é seu maior sonho? Se reconhecida por seu pai?

Naruto fez a pergunta gentilmente, mas foi como se ele tivesse lhe dado um soco. Hinata se encolheu pressionando seu rosto contra o ombro dele, sentindo-se pequena com a perspectiva dele considera-la alguém digna de pena.

— Houve um tempo que eu também desejei se reconhecido - ela se afastou surpresa e encontrou os olhos dele - e para isso decidir me torna hokage, só que eu aprendi que ter um título não me faria se reconhecido, não o tipo de reconhecimento que eu desejava, então resolvi me tornar hokage não para ser reconhecido, mas por que eu quero proteger todos em Konoha como minha família, a família que eu nunca tive.

Hinata sentiu seu coração cambalear com a determinação nos olhos azuis. A vida não dera a Naruto nenhuma vantagem, mas era obvio que ele possuía uma espécie rara de força, e havia mais, apesar de seu jeito impetuoso, ele era gentil como poucas vezes vira em outras pessoas. Seu comportamento nesse dia era a prova disso. A gravidez e o casamento apressado deviam ser tão desastrosos para a vida dele como eram para a dela. No entanto, em nenhum momento ele a criticara por ter sido estúpida e descuidada, nem a mandara para o inferno, quando ouvira sua proposta de casamento, como seria de esperar.

O desejo de ser como ele cresceu em seu peito e se espalhou por todo seu corpo. Talvez nunca tenha conseguido o reconhecimento de seu pai por que nunca verdadeiramente o mereceu, sempre se curvava diante das circunstâncias, desistindo antes de tentar. O que a fez lembrar que a única vez que seu pai se desculpara com ela foi quando estava tão focada em sua gravidez que todo o resto deixou de ter importância.

Se colocasse suas forças em algo que realmente desejasse, seu pai a respeitaria?

Vendo o modo como Hinata o observava, Naruto pensou que ela estava avaliando suas chances de concretizar seu projeto de se tornar hokage, e com certeza achava seus planos absurdos, considerando sua situação. Ali no pequeno apartamento, olhando o lindo rosto, ficou esperando que ela começasse a rir de sua pretensão. Talvez não fizesse isso, porque sua esmerada educação não lhe permitiria rir em sua cara, mas diria algo condescendente, porem seus magníficos olhos revelariam seus verdadeiros pensamentos.

— Você vai ser um ótimo hokage - Para total surpresa de Naruto ela ergueu a mão e a pousou em seu queixo tenso, estendendo os dedos para lhe afagar a face. O sorriso que havia em seus lábios brilhava nos olhos também - E eu sei que você vai superar todos os outros hokages que vieram antes, assim como será lembrado por todos que vierem depois.

Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, mas não conseguiu falar, o contato da mão dela, a proximidade do corpo esbelto e o seu olhar pareciam o estar drogando, anuviando sua mente. A louca atração que sentira por Hinata, seis semanas antes, voltou a explodir com força irresistível, o obrigando a inclinar-se e apossar-se da boca dela com desespero. Ele devorou a doçura daqueles lábios, perplexo com sua própria ânsia e também por perceber que ela não o repelia. Quando Hinata entreabriu a boca para deixá-lo aprofundar o beijo e começou a movê-la em retribuição, Naruto assustou-se com a sensação de triunfo que experimentou. O bom senso desapareceu, e ele a segurou contra seu corpo já rijo de desejo. Quase gemeu de frustração, quando mãos delicadas pousaram em seu peito o empurrando.

— Devemos... devemos tirar a mesa - ela disse ofegando, saindo do seu colo.

Naruto estava espantado com sua falta de controle no que se referia a Hinata, não pensara numa lenta e deliciosa troca de carícias, mas em possuí-la de forma completa e rápida, isso nunca lhe acontecera antes.

Respirando fundo levantou-se e a observou retirar os pratos da mesa e levar a pia, precisava se afastar da tentação, murmurando um aviso que precisava ir ao banheiro.

Quando ouviu a porta do banheiro batendo Hinata soltou a respiração que estava prendendo, o beijo a deixara tonta e seu corpo formigava onde ele a tocara. E isso a assustou, a intensidade com que desejou que ele a despisse e fizesse amor com ela, mas desejo seria o suficiente para manter um casamento? E se no fim ele terminasse a odiando, a ela e o bebé que esperava, se ambos se tornassem um impedimento para a realização de seu sonho. E como criariam uma criança nesse pequeno apartamento?

Hinata fez uma careta em desgosto com o pensamento esnobe, sentindo vergonha de si mesma. Vivera toda sua vida em uma mansão e mesmo assim nunca fora feliz.

Hinata terminara de limpa a cozinha e quase gritou quando virou-se e viu Naruto encostado em uma das colunas a olhando.

— Não queria assustar você.

— Não ouvir você se aproximar.

— Você estava tão concentrada que não quis atrapalhar.

Os dois permaneceram em um silencio constrangedor, então Naruto sorriu se aproximando a segurou pela mão e a levou até a pequena varando do apartamento, a lua parecia um disco de metal no céu.

Com esforço Naruto conteve o impulso de puxa-la para seus braços e enfiar os dedos em seu cabelo e beija-la. Hinata fora criada no luxo, com tudo que desejasse ao alcance de suas mãos. Por um tempo poderia ser divertido para ela morar nessa pequena caixa de sapato, mas quando esse prazo acabasse ela se frustraria por não ter mais acesso a todo o conforto que tinha na casa do pai? O odiaria e ao bebé? Não! Hinata não faria isso, ela provara ser corajosa e meiga, não se importou de ajuda-lo a limpar a sujeira que tinha feito, e a cozinhar. Naruto olhou a lua constatando como queria fervorosamente que pudessem fazer isso dar certo.

— Hinata, muitos casais levam meses se conhecendo antes de se casar - começou resolvido a fazer uma sugestão que talvez tornasse tudo mais fácil para ela - nos dois temos apenas essa noite antes do casamento, acha que podemos fazer caber alguns meses em algumas horas?

— Acho que sim - ela respondeu, surpresa com o tom intenso da voz dele

— Ótimo - Naruto murmurou confuso, não sabendo como continuar, como se não estivesse esperando aquela resposta positiva - O que você gostaria de saber sobre mim?

Ela o olhou hesitante.

— Está imaginando que desejo saber se você tem ficha na polícia, coisas assim?

Naruto gargalhou diante daquilo.

— Eu não tenho ficha na polícia - informou com forçada gravidade - E você?

— Digo o mesmo - ela respondeu solenemente.

Então, ele viu riso nos olhos dela e pela segunda vez precisou conter-se para não abraçá-la.

— Agora é sua vez de perguntar - Hinata concedeu - O que deseja saber? 

— Só uma coisa. Você é tão meiga quanto eu acho que é?

Ela sorriu.

— Em nome da honestidade, devo dizer que me lembrei que já passei pela polícia sim - Hinata apenas o olhou - Eu nunca conheci meus pais, não sei quem eles eram, como eles eram, eu vivi em um orfanato até os meus cinco anos, mas sempre fui diferente das outras crianças, enquanto elas se encolhiam de medo diante de qualquer situação eu batia de frente berrando a plenos pulmões. Os adultos pareciam não gostar de mim, não me enxergar - Naruto explicou, mas não havia magoa em sua voz - eu tentei fingir que não me importava, mas importava. Então decidi que eles iriam me nota, por bem o por mal. Eu comecei a fazer brincadeiras, prega peças, fazer pichações, o que me levou algumas vezes a delegacia.

Naruto fez uma pausa sorrindo, só então percebendo que estava contando a Hinata o que nunca tinha contado a ninguém, e ela o olhava com calma compreensão.

— Eu sempre era liberado após algumas horas - ele prosseguiu - e nunca fui fichado.

— Deve ter sido muito doloroso - Hinata comentou emocionada, desejando pode voltar no tempo e abraça o menininho loiro de grandes olhos tristes e azuis e dizer a ele que ficaria tudo bem, que ela o amaria - minha mãe morreu quando eu tinha 6 anos, tudo mudou depois da morte dela.

Uma nuvem de ânimo sombrio pairou sobre eles, então Naruto a abraçou a afastando, e com a pergunta seguinte ela dissolveu-se completamente.

— Você já foi casada? 

Hinata riu.

— Não, e você?

— Bem, eu tive algumas propostas, mas estava esperando a pessoa certa - ele brincou, e continuo - o que eu não entendo é como alguém tão linda como você não tem um namorado.

Hinata se afastou o suficiente para olha-lo, tentando encontrar o vestígio da brincadeira, mas tudo que encontrou foi o olhar intenso dele demonstrando que não estava brincando o que a deixou acanhada.

— Você é a primeira pessoa que diz que eu sou bonita

Naruto a olhou atentamente e sorriu

— Você está falando sério? - o sorriso se desfez, Naruto a segurou pelo rosto - eu não tenho certeza do por que não há uma fila de caras naquele monte de pedras que você chama de casa implorando para apenas olhar para você. Você é uma das mulheres mais lindas que eu já vi. Se tivermos uma menina eu quero que ela se pareça com você.

Uma lagrima deslizou pelo rosto de Hinata, e ele encurtou a distância entre os dois, afundando o rosto no cabelo perfumado, surpreso com a ternura que o invadiu ao pensar que ela se julgara feia, emocionado por que merecera sua confiança, e havia outro sentimento, mas se recusava a tentar descobrir qual era. Tudo que importava era que Hinata correspondeu seu abraço o rodeando pela cintura.

Após um momento não estavam mais fazendo um esforço consciente para se conhecerem só porque Hinata estava gravida e precisavam se casar. Eram apenas um casal fora de casa numa noite de fim de verão, apreciando o fato de estarem juntos.

Apoiando seu queixo na cabeça de Hinata, Naruto fechou os olhos ouvindo os barulhos que vinham da rua.

— No que está pensando - ele quis saber.

— Que logo estaremos no outono - ela respondeu - Minha estação favorita. Superestimam a primavera, quando chove muito e as árvores ainda estão despidas. O inverno se arrasta, o verão é agradável, mas sempre a mesma coisa. O outono é diferente, existe perfume que se compare ao cheiro de folhas queimando? O outono é excitante, porque as coisas estão mudando, é como o crepúsculo.

— O crepúsculo?

— A hora do dia de que mais gosto, pela mesma razão. Quando eu era menina, costumava descer a alameda de nossa casa ao entardecer, e ficava parada perto do portão, observando as pessoas. Todo mundo tinha um lugar para ir, alguma coisa para fazer. A noite estava apenas começando - Ela fez uma pausa, embaraçada. - Você deve achar que eu era boba demais.

— Não - ele negou - Solitária, assim como eu.

— Eu não me achava solitária. Eu tinha a minha irmã, e meu pai. Sei que você deve ter uma impressão ruim dele, depois do primeiro encontro de vocês, mas meu pai me amar e sempre tentou me proteger e me dar o melhor de tudo - sem aviso o suave estado de espirito de Hinata desapareceu - e em troca eu vou chegar em casa gravida e casada.

— Vamos tentar não pensar em nada disso hoje - Hinata concordou com um gesto de cabeça e tentou sorrir - O outono é a coisa de que você mais gosta. O que é que mais a desagrada? - Naruto perguntou em uma tentativa de distrai-la.

Ela refletiu por um momento.

— Floriculturas que vendem árvores de Natal, um dia depois do Natal - respondeu - Há alguma coisa muito triste naquelas belas árvores que ninguém comprou. São como órfãos que ninguém quer.

— Já passa de meia-noite - ele avisou, notando que não havia mais como erguer o ânimo de Hinata - Por que não vamos para a cama?

Em silencio entraram, Naruto lhe entregou uma camisa e um short e Hinata entrou no banheiro para fazer sua higiene, uma onda de pânico a atingiu com a possibilidade dele quere leva-la para cama, estava casando-se com ela por obrigação, e mesmo que ele tenha sido gentil, ele não a amava.

Quando saiu do banheiro, Naruto tinha colocado uma coberta e um travesseiro no chão ao lado da cama, suas emoções penderam contraditoriamente entre alivio e desapontamento. Talvez uma mulher gravida não seja sexualmente atraente pensou.

Naruto colocou o copo na pia com mais força do que pretendia, respirou fundo, tentando controlar a vontade de ir atrás dela, beija-la e arrancar sua roupa, alguma coisa lhe dizia que se tentasse persuadi-la com beijos e caricias ela iria para cama com ele, mas por alguma razão não sentiu desejo em fazer isso, sentiu-se surpreso ao perceber o motivo profundo do por que não queria fazer isso. Queria um sinal de que Hinata estava realmente preparada para um relacionamento com ele, com tudo que ela teria que abrir mão, durante um curto tempo se dependesse dele, se o escolhesse, mas essa decisão deveria vir dela, devia se sua livre escolha.

Ainda permaneceu um momento na cozinha olhando o copo até ouvir Hinata sair do banheiro, nessa noite ouvira ela falar da irmã e do primo, as duas únicas pessoas que pareciam ter afeto por ela. Hinata era completamente despojada de artifícios, não tinha nenhuma afetação, no entanto possuía uma elegância inerente, uma doçura indisfarçável que o atraiam tanto quanto seu rosto bonito e seu sorriso.

Não tinha como prever ou controlar o que viria a acontecer, agora apenas daria espaço a ela até que ela estivesse pronta.

Hinata passou a mão no ventre ainda chato em um gesto inconsciente, estava amedrontada, confusa e atraída por um homem que não conhecia, com o coração aos saltos deu o primeiro passo em direção a ele, mas antes que conseguisse dar o segundo, Naruto saiu da cozinha, parando abruptamente quando a viu, seus olhos brilharam selvagemente, as batidas do seu coração se deterão como um cervo na mira de uma arma. Hinata girou nos calcanhares seu cabelo flutuando a sua voltar pronta para fugir dele.

— Não faça isso, não fuja de mim.

Hinata deteve-se esperando que Naruto a alcançasse, ele roçou seus dedos pelo pescoço dela, os dois se olharam percebendo que estavam prestes a dar o primeiro passo em uma trilha desconhecida.

— Não sei por quê, mas desta vez estou com mais medo do que da primeira - ela confessou, com voz baixa e meio trémula.

— Eu também estou - ele murmurou.

Naruto inclinou-se e a beijou a envolvendo em seus braços. A mesma magia de seis semanas antes a envolveu, enquanto ele a levava para a cama, um pouco diferente, porque era mais quente, mais deliciosa e turbulenta. E mil vezes mais significativa.

Quando tudo acabou Hinata virou-se de lado, lânguida, úmida e saciada, sentindo as pernas dele comprimidas na parte de trás das dela. Flutuou num cochilo, enquanto Naruto passava o braço por cima de seu corpo e pousava a mão em um seio, num gesto possessivo. Seu último pensamento antes de adormecer sorrindo era que por fim encontrara sua felicidade.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Ate o próximo capitulo!



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