Agora e Sempre escrita por CielandMar


Capítulo 1
O Encontro


Notas iniciais do capítulo

Oi, tudo bem?

Essa é minha primeira fic Naruto, bem, não exatamente... Enfim, essa fic é baseada em um livro, eu tentei adaptar a historia o melhor possível para dentro do enredo de Naruto, mas foi necessário alterar alguns "detalhes".

Naruto e Hinata já eram dois dos meus personagens preferidos no Naruto clássico, depois de assistir o Shippuden, virou paixão, e depois de The Last amor.

Erros encontrados pelo caminho, relevem por favorzinho!
Apreciaria muito se pudessem deixar sua opinião, para que eu desista ou continue.

Beijos, cheiros e abraços!
Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/673493/chapter/1

Hinata olhou-se no espelho que mostrava seu corpo inteiro, o vestido que usava era em um tom de topázio, não era "decotado" demais ou muito "frívolo" e os sapatos eram baixos e largos, adequados para a posição de Hinata como a herdeira Hyuuga. Seus cabelos estavam presos em um coque alto, sugestão de sua irmã que a convencera a prendê-lo dessa forma.

— Hinata - seu pai a chamou entrando no seu quarto, seus olhos a inspecionaram dos pés à cabeça se detendo um pouco mais que o necessário em seu penteado que deixava seu pescoço e nuca a mostra.

— O que fez com seu cabelo?

— Resolvi prende-los em um coque já que o tempo está ameno pai.

— Prefiro o modo como você sempre se penteia Hinata - ele disse lançando um olhar de desagrado em direção a filha. Hinata sempre mantinha o cabelo solto com a franja quase cobrindo seus olhos ou preso em uma longa trança.

— Sim pai - ela respondeu desfazendo o lindo penteado que sua irmã se empenhara tanto em fazer. Hinata odiava desapontar ou aborrecer seu pai, ele a fazia se sentir a responsável pelo fracasso do seu dia ou pelo seu mal humor.

Com um sorriso satisfeito Hiashi balançou a cabeça com a imagem da filha.

— Termine de aprontar-se, sairemos dentro de 20 minutos.

Hinata voltou a se olhar no espelho. Não era bonita, era baixa demais, seu cabelo que já passava do seu quadril era de um tom desinteressante de azul, e não queria nem começa a pensar em seus olhos, que para muitos era o motivo de grandeza de sua família, para ela era apenas mais um lembrete da família a que pertencia, e que nunca conseguiria alcançar as expectativas do seu pai.

E o que muitos consideravam sorte, ter nascido em tão prestigiada família, para Hinata a cada dia era um fardo que ficava mais pesado. Não havia ninguém em quem pudesse confiar, não tinha nenhum amigo, estava completamente desajustada e sozinha e temia que sempre estivesse.

Hinata respirou fundo quando sentiu as lágrimas se aproximarem, erguendo seu queixo o máximo que pode deus as costas ao espelho, pronta para agir com a perfeição que apenas os Hyuugas poderiam ostentar.

—-------------------

Naruto parou a velha caminhonete em frente ao toldo do grande clube de Konoha onde uma fila de limusines já se formava, com um suspiro entediado manobrou até uma rua mais afastada onde pudesse estacionar, lançado um olhar distraindo ao relógio em seu pulso exclamou um palavrão ao perceber que estava atrasado, pulou da caminhonete e correu em direção ao clube.

Detestava quando sua missão era ser segurança de figurões como esses, a elite de Konoha, as famílias mais ricas estariam nessa festa uma espécie de jantar dançante, ou seja lá o que isso significasse, da senhora Shigime esposa de um bilionário que até onde Naruto sabia fazia investimentos gigantescos em Konoha.

Seria uma noite longa.

Seus companheiros de missão já o esperavam e lhe lançaram olhares que iam desde o divertimento a irritação, se jogou na cadeira mais próxima e fechou os olhos esperando que área seria atribuída a ele para patrulhar. Quase caiu da cadeira quando um chute o despertou

— O que?! - perguntou sonolento, risadinhas o fizeram desperta completamente - Do que vocês estão rindo?

— Uzumaki! - Naruto virou-se para encara Ibiki, o homem de aspecto duro o encarou sem nenhuma emoção - Você ficará responsável pela área sul do jardim, e tente não se meter em confusão.

Naruto bufou, dando de ombros em desinteresse, passou pelo grupo que estava dando risadinhas, não era que gostasse de se meter em confusão, mas era um imã para elas, mas essa noite seria diferente, tinha prometido ao velho que colocaria todo o seu empenho para passar completamente desapercebido nessa festa. E todos sabiam que Uzumaki Naruto nunca voltava atrás em sua palavra.

—----------

Hinata se encolheu ao colocar os pés no grande salão, seu pai segurava seu braço com mais força do que o necessário, o que deveria lhe oferecer segurança apenas a deixava mais apreensiva. Colocando o seu melhor sorriso cumprimentou pessoas que havia visto raramente, os mais velhos sorriam gentilmente, os que tinham a idade do seu pai a olhavam com um velado interesse, mas era os olhares dos que tinham a sua idade que a faziam querer afundar, as meninas usavam vestidos de cores reluzentes usando joias que lançavam pontos de luz pelo salão, assim como sua maquiagem acentuavam o que consideravam mais bonito e escondiam o que as desagradavam as deixando completamente perfeitas.

Os rapazes em seus smokings eram como príncipes das histórias que contava a Hanabi, uma grande pista de dança estava disponível para quem quisesse dança, alguns casais já se aventuravam embalados pela orquestra no palco ao lado da pista.

Para horror de Hinata seu pai foi arrastado para uma mesa onde o terceiro hokage e mais algumas das famílias mais influentes de Konoha se encontravam, se fica ao lado do seu pai era horrível com ele longe era aterrorizante. Todas as pessoas que se aproximaram eram para saudá-lo, e sempre que encontravam seus olhos desviavam rapidamente preferindo olhar para qualquer outro lugar, os poucos que eram capazes de encara-la por um tempo mais longo, logo recebiam um olhar duro de seu pai, sorriam constrangidos e se afastavam o mais rápido que podiam.

Hinata se conteve de pressionar seus dedos indicadores, podia sentir os olhares sobre ela, sempre que ficava sozinha isso acontecia, os olhares depreciativos em sua grande maioria vindo das mulheres, e outros que não conseguia nomear, mas que só podiam se de pena e zombaria.

O salão começou a sufoca-la, com um sorriso colado em seu rosto forçou suas pernas a se moverem, andou sem rumo por um momento retribuindo acenos, foi com alivio que atravessou as grandes portas francesas que levavam ao jardim, uma brisa morna a alcançou fazendo seus cabelos balançarem em suas costas.

O jardim estava iluminado por milhares de pequenas luzes, para não chama a atenção começou a atravessar o gramado como se estivesse indo em direção a algum dos grupos de jovens que conversavam animadamente, na primeira oportunidade virou à esquerda se escondendo entre alguns canteiros de rosas e outras flores.

Se odiou por fazer isso, queria tanto se igual as outras garotas, até mesmo sua irmãzinha tinha mais confiança que Hinata. Continuou andando enquanto as lágrimas a cegava deixando tudo a sua frente como um borrão, a música estava cada vez mais longe. Precisava se recompor se alguém a visse nesse estado seria pior, se apoio a uma grande arvore, mas ao dar mais um passo tropeçou na grosa raiz, fechou os olhos esperando a dor quando seu corpo se chocasse contra o chão, mas a dor não veio, apenas uma leve pressão em seus braços, sua cabeça foi de encontro a algo firme, sua respiração se deteve.

— Você está bem?

Hinata tentou se afastar, mas as mãos que a seguravam não permitiu a mantendo no lugar.

— M.me..me so..sol..tar.

Um. Dois. Três. Quatro. Cinco segundos foi o tempo que levou para as mãos a libertarem. Um, dois, três segundos, foi o tempo que levou para as mesmas mãos a segurarem novamente quando ao tentar recuar voltou a tropeça. Hinata fechou os olhos com força, como podia ser tão estupida.

— Você precisa abrir os olhos se não quiser tropeçar de novo - o estranho disse não escondendo a diversão.

Hinata suspirou abrindo os olhos, o primeiro que viu foram suas pernas, ele usava calça azul marinho que terminavam dentro de botas de combate pretas o que a fez querer recuar novamente já que nenhum dos convidados usaria esse tipo de roupa para uma festa tão elegante, então lembrou-se que essa era geralmente as vestimentas padrão dos ninjas em serviço, alivio e vergonha a inundarão quando seus olhos encontraram o colete verde.

— Des..desculpa - sussurrou ainda com os olhos presos no colete.

— O que você disse?

Hinata se forçou a levantar a cabeça e encontra os olhos do estranho. O ar fugiu dos seus pulmões enquanto se perdia naquela imensidão de azul, não ajudou muito quando ele abriu o sorriso mais brilhante que já tinha visto. Tentou articular alguma palavra, mas apenas grunhidos escaparam por entre seus lábios, sentindo suas bochechas corarem apertou seus lábios com força, provavelmente ele devia considera-la uma idiota.

— De...des...culpa - repetiu se odiando por não consegui controlar sua gagueira.

Ele piscou e se era possível seu sorriso se alargou mais ainda.

— Você está bem?

Tudo que Hinata pode fazer foi confirmar com a cabeça, o que a fez perceber o quão próximos ainda estavam, ele ainda mantinha as mãos sobre seus ombros. Dessa vez com mais cuidado recuou, seus olhos presos na grama. O silencio caiu sobre eles, tomada por um impulso levantou seus olhos, ele mantinha os olhos fixos nela curiosidade brilhando neles.

Hinata tentou pensar em algo divertido ou inteligente para explicar o motivo de estar se escondendo e chorando, mas desistiu antes de tentar, tudo que conseguiria seria se envergonha.

— Você devia voltar para a festa.

Hinata olhou por sobre seus ombros as luzes brilhantes que vinha do salão de festa, podia vislumbrar silhuetas se movendo, algo dentro do seu peito começou a murchar.

— Sim - disse, mas não se moveu.

— Sabe, eu não entendo o fascínio que algumas pessoas têm por essas festas, minha vizinha tem um álbum com todos esses recortes de jornal que ela guarda como se fosse um tesouro precioso, amanhã ela vai correr para comprar todos os jornais e revistas que falarem dessa festa.

Hinata sorriu e ele correspondeu o sorriso.

— Naruto Uzumaki - ele se apresentou estendendo a mão.

— Hinata Hyuuga - ela disse segurando a mão estendida, sua voz sairá tão baixa como antes, mas dessa vez não gaguejara.

Depois desse primeiro momento conversaram sobre coisas sem importância, como o tempo e a música ruim que os alcançava, Hinata não conseguia se lembrar se alguma vez sentiu-se tão confortável conversando com alguém, Naruto a tratava como se estivesse conversando com um velho amigo.

— Eu preciso fazer a rondar no jardim - ele disse depois de um tempo olhando o céu cheio de estrelas as mãos cruzadas atrás do pescoço, com um sorriso encontrou seus olhos - É só dar a voltar no jardim, confirmar que está tudo certo, quer ir comigo?

Hinata hesitou por um segundo, mas entre ficar com Naruto e voltar para o salão só havia uma resposta.

— Quero.

Andaram pelo gramado em silencio, mas Hinata podia sentir uma mudança distinta na atmosfera entre os dois.

— Você vem sempre aqui? - ele perguntou repentinamente sua voz soando seria pela primeira vez.

Hinata contou que vinha com certa regularidade, sempre acompanhada por seu pai. Naruto começou a fazer perguntas sobre ela, e Hinata contou que foi educada em casa, que falava três línguas, a próxima pergunta foi sobre seus planos profissionais, o que não soube o que responde, desde de sempre foi educada para se casar com alguém que estivesse à altura de uma Hyuuga, então nunca lhe passara pela cabeça ter uma profissão, vasculhou sua mente a procura de uma profissão que desejasse exercer, mas nada surgiu, foi com amargura e tristeza que percebeu que fora criada para ser um assessório, algo que seu marido poderia ostentar com orgulho em público.

Naruto lhe ofereceu um sorriso gentil, e disse que o que ela decidisse fazer faria incrivelmente bem, que podia afirmar isso apenas a olhando, então mudou de assunto perguntando qual era sua comida preferida. Não foi surpresa para Hinata como a conversar fluiu com surpreendente facilidade, pulando de um assunto para outro. Descobriu que Naruto tinha 18 anos, de sua paixão por lamen, que ele morava na periferia de Konoha, e que dentro de dois dias sairia em uma missão, mas o que mais a cativou foi a maneira como ele a ouvia como se nada no mundo fosse mais importante, era lisonjeiro, mas também desconcertante. Naruto era como uma lufada de vento em um dia quente, a falta de polimento em suas maneiras e sua sutil aspereza, a atraiam e a repeliam ao mesmo tempo, tão diferente dos Hyuugas e da maioria das pessoas do seu círculo social.

Pararam por um momento sobre uma velha arvore no gramado ainda rindo de uma piada que ele contara, quando seu sorriso morreu em seus lábios, seu pai vinha em sua direção a raiva evidente em seus passos largos e apressados.

Hinata virou-se para Naruto pronta para pedir que ele fosse embora, mas antes que formulasse a pergunta a resposta estava nos olhos dele, ele não iria embora e a deixaria sozinha para enfrentar a fúria do seu pai. Hiashi os alcançou e sem lançar um olhar a Naruto agarrou Hinata com força pelo braço, mas antes que conseguisse dar um passo outra mão forte a segurou, Hinata se viu presa entre os dois homens, seu pai sempre com uma expressão neutra tinha o rosto retorcido de cólera.

— Por favor Naruto - Hinata conseguiu dizer, podia ouvir passos se aproximando, não podia permitir que isso se tornasse uma cena que seria comentado por toda Konoha no dia seguinte - ele não fará nada - sussurrou implorando.

Lentamente ele a deixou ir, seu pai a puxou a obrigando a acompanhar seus passos, por cima do ombro viu com os olhos cheios de lagrimas Naruto desaparecer na escuridão.

 ------------

Hinata fixou seu olhar em seu reflexo na janela do carro, apertando a pequena bolsa em seu colo, as lágrimas escorriam por seu rosto livremente. Assim que chegaram ao salão de festas já não havia vestígio de lagrimas em seu rosto, era uma regra imutável que os Hyuugas não faziam cenas em público.

Seu pai a guiou até a saída, onde dois membros da família secundaria os esperava, sem dizer nenhuma palavra abriu a porta do carro e a soltou como se estivesse com nojo de toca-la, o ouviu dizer para os levarem para casa, Hinata podia sentir a raiva emanando de seu pai a sufocando. 

Hinata sempre se curvava diante da vontade de seu pai para não desgostá-lo, mesmo quando ele usava de rigidez desnecessária sempre o desculpava, refletindo que ele fazia isso por que a amava e que não queria que nada de ruim lhe acontecesse, quando era brusco dizia a si mesma que suas responsabilidades com o clã eram grandes e o deixavam exausto.

O clã.

Quando era muito pequena, aprenderá que o primogênita da família principal herdaria o controle do clã, os Hyuugas eram uma família de grande poder e honra. Durante gerações o filho mais velho herdava o controle do clã, Hinata seria a exceção. Temia que seu pai acreditasse que se ocupasse o cargo seria ridicularizada por sua incompetência ou sua falta de mérito.

Hinata lembrou da conversa com Naruto, de suas palavras, que o que ela escolhesse para fazer faria incrivelmente bem. Será que ela podia acreditar? Uma pequena chama cresceu em seu peito, se colocasse empenho e tentasse com todas as suas forças, poderia mostrar seu valor, mostrar a seu pai que poderia assumir o clã, e ser uma boa líder. Havia muito a ser feito, mas seu pai preso a velhos conceitos não conseguia ver, a principal delas era o selo do pássaro, que provocava calafrios e raiva em Hinata, ser se tornasse a cabeça da família lutaria com todas as forças para extinguir essa aberração que pairava sobre os Hyuugas.

O barulho do grande portão que levava ao complexo Hyuuga sendo aberto a arrancou de seus pensamentos. Seu pai saiu do carro sem olha-la, Hinata após alguns segundos o seguiu. O encontrou na sala com um copo de sake nas mãos, foram poucas as vezes que vira seu pai beber pensou com culpa.

— Pai - chamou, ele encontrou seus olhos com uma expressão que fez seu estomago doer.

— Isso nunca mais se repetirá Hinata.

— O..oq..que?

— O que aconteceu essa noite, entre você é aquele rapaz.

Hinata piscou e apertou sua bolsa até seus dedos doerem, como se o objeto pudesse lhe emprestar força e coragem. O que aconteceu essa noite? Pela primeira vez em muito tempo riu e se sentiu feliz, o que havia de errado, o que tinha feito de errado?

— Não estávamos fazendo nada de errado, apenas conversando.

— Eu conheço tipos como esse, e o que eles querem. E você é tola o suficiente para se deixar enganar e joga nosso nome na lama, Hinata recuou atônita, ele não estava preocupado com ela, e sim com a possibilidade de um escândalo, com a possibilidade que se envolvesse com alguém inferior aos Hyuugas o que quase a fez gargalhar com o pensamento que entre ela e Naruto a única inferior era ela - E se for preciso tranca-la em seu quarto, torna-la uma prisioneira dentro dessa casa, não duvide que farei isso, antes que seu nome esteja na boca de toda Konoha - ele sentenciou.

Hinata sentia seu coração se partir, ao perceber que já era prisioneira dessa casa a dezoito anos e que seu pai não conseguia enxergar, a percepção de que para seu pai não passava de algo que poderia vender a quem pagasse o melhor preço foi como um soco no estomago a sufocando, precisava de ar, se continuasse o olhando por mais um instante morreria sufocada.

— Volte aqui! - seu pai gritou quando a viu se afasta em direção a saida, Hinata o ignorou, e correu o mais rápido que suas pernas podiam sem em nenhum momento olhar para trás.

—---

Andando pelas ruas desertas de Konoha, com a visão prejudicada pelas lágrimas, Hinata não sabia onde estava, estava andando a esmo pelo que ela acreditava ser horas.

Uma velha caminhonete a ultrapassou, seu coração deu um salto quando a caminhonete retrocedeu parando ao seu lado e foi com alivio que viu Naruto, ele se inclinou na janela para vê-la melhor.

— Você está bem?

— Estou - ele viu as lágrimas represadas em seus olhos, estendeu a mão e acariciou seu rosto com os dedos calejados, ninguém nunca a tocara assim de forma tão gentil, o que a fez se sentir segura.

— Estou indo para casa quer que te deixe em algum lugar?

Hinata sacudiu a cabeça, não havia nenhum lugar para onde queria ir, ou pudesse ir. Não tinha ninguém. Após um minuto de silencio Naruto empurrou a porta do passageiro

— Entra - ele sussurrou sem desviar os olhos dos delas.

Hinata duvidou por um instante e subiu no carro, o silencio voltou a cair sobre eles enquanto Naruto colocava o carro em movimento.

— Lamento pelo que aconteceu - disse por fim olhando as mãos dele no volante - Por meu pai.

— Era ele quem devia se desculpa não você - ele disse com um sorriso lento.

Não demorou para entrarem em uma área mais pobre de Konoha, Naruto estacionou em frente a um pequeno prédio quase caindo aos pedaços.

— Aquela é minha casa! - ele informou, mostrando uma pequena varando no último andar.

— Parece agradável - ela disse enquanto desciam do carro.

Naruto gargalhou.

— É uma pocilga, mas eu tenho planos para esse lugar no futuro.

Hinata o olhou esperando uma explicação a sua resposta, mas ele apenas deu de ombros e caminhou em direção ao prédio, subiram alguns lances de escada até pararem em frente a uma porta, que Naruto abriu rapidamente, deixando-a aberta para que Hinata passasse.

O apartamento estava na mais completa escuridão, um segundo depois as luzes se acederam. Hinata mordeu os lábios tentando não sorrir quando Naruto correu pelo cômodo recolhendo peças de roupas espalhadas pelo chão, cama e moveis.

— Desculpa a bagunça - ele disse envergonhado, com os braços cheios de roupa - Eu vou... - ele olhou em volta então abriu uma porta do que deveria ser um armário e começou a joga as roupas dentro, o que deu tempo para Hinata olhar em voltar.

O apartamento era menor do que aparentava por fora, um quarto interligado com uma pequena cozinha, uma porta entreaberta que deveria ser o banheiro, seu quarto era maior que o apartamento inteiro de Naruto, o pensamento a fez se sentir vil e não ajudou que ele parecia ter lido seu pensamento quando encontrou seus olhos.

— Está com fome? - ele perguntou não demonstrando está ofendido - tenho que avisar que só tenho lamen.

— Lamen é perfeito - disse com um sorriso grato.

Naruto foi até a cozinha pegou dois copos do macarrão instantâneo no armário e colocou sobre a mesa, Hinata chegou a cozinha quando ele enchia uma chaleira com agua, mas antes que ele pudesse ligar o fogo o barulho estridente do seu celular soou de dentro da sua bolsa.

Hinata correu até o quarto onde havia deixado sua bolsa, com um movimento brusco abriu a bolsa e pegou o aparelho e atendeu, ouvindo a voz de seu pai gelada como o inverno.

— Hinata o que você pensar que está fazendo? Volte para casa imediatamente! Como eu pude pensar que você merecia minha confiança, você é uma decepção. Hinata onde você está? Com quem está? Se você fizer algo que suje o nosso sobrenome...

Foi o suficiente, com as mãos tremendo Hinata desligou o telefone seu coração latejava dolorosamente em seu peito, sentiu mais do que viu Naruto se aproximando, ele colocou as mãos em seus ombros.

— Hinata? - ele chamou preocupado - O que foi? O que aconteceu?

Hinata acreditava que não tinha mais lágrimas para chorar, mas elas começaram a se derramar como o estouro de uma barragem, sons estrangulados escapavam por sua garganta. Naruto a abraçou a puxando contra seu corpo, sua cabeça firmemente apoiada contra o peito dele.

Após um tempo tudo se acalmou, Hinata continuou apoiada a Naruto sentindo o calor do corpo dele. Mas por mais que tentasse as palavras de seu pai ainda ecoavam em sua cabeça, durante anos se esforçara para ser a filha que seu pai desejava, um ressentimento selvagem ferveu em seu íntimo entrando em erupção, ainda com os olhos molhados e movida por um objetivo inconsciente jogou os braços pelo pescoço de Naruto e pressionou seu corpo contra o dele.

— O que diabos você está fazendo?

— Eu sei o que estou fazendo - murmurou e antes que Naruto pudesse reagir chocou sua boca contra a dele.

Naruto não se moveu por um segundo em choque, então seus lábios se moveram, suas mãos deslizaram por suas costas a puxando para mais perto. Hinata nunca tinha beijado ninguém, e se perguntou se estivesse beijando outra pessoa sentiria esse turbilhoes de emoções, mas o pensamento se perdeu quando Naruto passou a língua por seus lábios induzindo-os a se abrirem, quando isso aconteceu ele invadiu sua boca e foi como se um interruptor tivesse sido ligado.

Ele a apertou em seus braços, o desejo dele pressionando sua barriga o que causou uma corrida entre o medo e a excitação, as mãos dele ser perderam em seu cabelo, enquanto a beijava ferozmente. Desajeitadamente segurou a camisa dele e a levantou o que interrompeu o beijo quando passou pela cabeça dele. Com os olhos fechados levou suas mãos as suas costas tentando abrir o zíper do vestido.

— Hinata - a voz rouca a fez abrir os olhos, mas não teve coragem de olha-lo.

Isso era tão injusto pensou derrotada.

Ainda sem olha-lo encostou sua cabeça no peito dele, inconscientemente deslizou seus dedos pela pele bronzeada tão diferente da sua que era tão pálida, podia sentir os músculos dele se tensa onde o tocava e foi com surpresa e orgulho que percebeu que ele estava reagindo ao seu toque.

Eu quero. Eu mereço, pensou com ferocidade.

— Naruto - sussurrou encontrando os olhos dele, ofegou com o que viu, uma tempestade naquela imensidão de azul, ele a segurou pela nuca e a beijou, sua outra mão deslizou por sua coluna e foi quando percebeu que ele havia puxado o zíper, o vestido afrouxando-se em seu corpo.

Hinata ficou um pouco tensa, quando ele interrompeu o beijo deslizando seus lábios por seu pescoço enquanto suas mãos puxavam o vestido por seus braços até formarem um monte de tecido aos seus pés, ninguém nunca a tocara com esse tipo de intimidade, mas por uma razão que nada no mundo poderia explicar pressionou seu corpo contra o dele sentindo a pele dele contra a sua.

Um gemido escapou de seus lábios, e ele voltou a beija-la gemendo contra sua boca. Então, de repente não estava mais no controle do seu corpo, não percebia nada além das sensações das mãos dele sobre seu corpo. Tudo girou e quando percebeu estava sobre a cama seus corpos nus pressionados um contra o outro.

A vertigem passou e Hinata encontrou-se em um mundo agradável, onde só existia as mãos e a boca de Naruto correndo por sua carne. Então ele parou, ela abriu os olhos e o viu apoiado em um cotovelo observando seu rosto.

— O que estava fazendo? - perguntou com uma voz que não parecia a dela.

— Olhando você - ele respondeu deixando seu olhar descer para os seios, a cintura, as coxas e as pernas femininas.

Hinata cobriu os seios com os braços sentindo seu rosto queimando.

— Não... não sou muito boa nisso - confessou desviando o olhar e afundando mais na cama.

— Você é linda - Naruto enterrou os dedos em seu cabelo - seu cabelo é lindo, você inteira é linda.

Ele inclinou a cabeça e a beijou quase com rudeza, o que deixou seu corpo em chamas, a língua forçando os lábios a se abrirem penetrando, explorando.

Meio deitado sobre ela, Naruto a beijou até ouvi-la gemer baixinho, então sugou-lhe os seios provocando um prazer que era quase doloroso, enquanto as mãos corriam, atormentando-a, fazendo-a arquear o corpo em um oferecimento mudo. Ele se moveu, deitando-se sobre ela, pressionando-a com os quadris, a beijou nas faces e no pescoço.

Novamente a beijou na boca, colocando suas pernas entre as dela, suas coxas se abrindo para ele. O tempo todo a beijando. Então se deteve novamente.

— Olha para mim - pediu acariciando o rosto de Hinata entre suas mãos.

Ela conseguiu sair do nevoeiro em que se encontrava e abriu os olhos, encontrando os dele, ardentes e em um tom de azul que nunca tinha visto antes. Nesse momento Naruto a penetrou com uma força que a fez soltar um grito abafado e arquear seu corpo. Ele percebera que tirara sua virgindade em um átimo de segundo, confusão brilhou em seus olhos por um instante.

Ele ficou imóvel, fechou os olhos, os ombros e braços tensos, permanecendo dentro dela.

— Por que? - perguntou em um cochicho áspero. Ela estremeceu ao imaginar que ele a acusava.

— Por que nunca fiz isso antes - respondeu, compreendendo mal a pergunta.

Naruto abriu os olhos, e o que viu não foi acusação ou desapontamento, mas suavidade e tristeza.

— Por que não me disse Hinata, eu teria sido mais delicado.

— Mas você foi - respondeu sem pensar - É perfeito - afirmou passando os dedos no rosto dele.

Ouviu Naruto gemer, antes de beija-la novamente com infinita gentileza, enquanto começava a se mover dentro dela, saindo quase completamente, e tornando a entrar profundamente, aumentando as invertidas até que Hinata julgou que iria enlouquecer. Ela cravou as unhas nas costas e nos quadris dele, puxando-o, quando a exaltação em seu íntimo cresceu até finalmente explodir em longas erupções de intenso prazer que pareciam destruir sua alma. A envolvendo em seus braços, Naruto entrelaçou os dedos em seus cabelos, a beijando com uma urgência ardente, mergulhou dentro dela mais uma vez. O beijo profundo e faminto, o liquido que escorria do corpo dele para o dela, fizeram Hinata se agarra a ele e gemer dominada pela deliciosa sensação.

Com o coração batendo freneticamente, Naruto rolou para o lado a puxando com ele. Abraçada a ele com a cabeça apoiada em seu peito.

— Faz ideia de como você é excitante, de como reage prontamente? - ele murmurou com a voz tremula encostando os lábios no topo da cabeça dela.

Hinata não respondeu, primeiro por que tudo era muito novo para ela, depois por que começava a tomar consciência do que fizera e não queria enfrenta a realidade. Ainda não. Nada devia estraga esse momento. Fechou os olhos e continuou a ouvir as coisas maravilhosas que Naruto dizia enquanto deslizava seus dedos por seu braço em uma caricia deliciosa.

Então ele fez uma pergunta que necessitava de uma resposta, a magia esvaneceu-se fugindo dela.

— Por que fez isso hoje, e comigo Hinata?

Ela ficou tensa, pois essa era uma pergunta difícil, suspirou sobre o peso de uma sensação de perda e saiu dos braços dele, envolveu-se em uma coberta dobrada na ponta da cama. Ela já aprenderá teoricamente sobre a intimidade do sexo, mas ninguém lhe falara daquele "depois" estranho e desconfortável. Sentiu-se emocionalmente nua, exposta, indefesa, sem saber o que fazer.

Apertando o coberto contra seu corpo, Hinata deixou as lágrimas caírem.

— Por toda a minha vida meu pai me tratou como uma inútil, alguém sem nenhum valor, que teve a sorte de nascer com o sobrenome Hyuuga, quando ele me ligou e disse coisas horríveis, eu lembrei do tempo que passamos juntos, e de como eu me sentir bem. Desde eu nem me lembro quando eu não me sentir miserável, então alguma coisa arrebentou dentro de mim, eu não merecia passar por isso, então eu tive essa ideia insana que eu poderia castigar meu pai.

Seguiram-se longos segundos de incomodo silencio.

— Você poderia ter me contado antes que seu pai era um tirano desprezível.

Hinata olhou para ele, imaginando se a raiva fora a única razão que a instigara a fazer o que fizera ou se ela usara essa raiva como desculpa para se entrega a ele. O fato era que, de uma maneira estranha, ela se sentia culpada por ter usado Naruto de quem gostara tanto como instrumento de retaliação contra o pai.

No prolongado silencio Naruto pareceu estar avaliando o que ela dissera e também o que não dissera, tentando adivinhar seus pensamentos. Fosse qual fosse a conclusão que chegou, era óbvio que não o agradou muito.

Ele pulou da cama sem nenhum pudor, abriu uma gaveta e tirou algumas peças de roupas e vestiu-se rapidamente.

— Vou leva você para casa, espero você no carro - ele disse sem olha-la e saiu deixando-a sozinha no pequeno apartamento.

—---

Os primeiros raios de sol começavam a nascer quando Naruto parou a caminhonete na esquina da mansão Hyuuga, haviam feito o percurso no mais completo silencio.

— Obrigada pela carona - Hinata sussurrou olhando suas mãos em seu colo.

— De nada.

Não havia mais nada a ser dito, Hinata abriu a porta e saiu. Naruto a olhou por alguns instantes apertou a direção com força e tentou sorrir.

— Não acredite nem por um segundo no que seu pai diz, você é forte e corajosas, não deixe que ninguém decida o que você é ou quem você, não esqueça disso Hinata.

Hinata não teve tempo de responde-lo, pois quando saiu do estupor que suas palavras causaram ele já dirigia para longe. Ainda com os olhos arregalados acompanhou a caminhonete até ela virar uma esquina e desaparecer.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que quem tenha lido tenha gostado.

Eu voltei a ler/ver Naruto no fim do ano passado, depois de ter abandonado o manga/anime ainda no clássico, não me perguntem o por que, por que eu não saberia responder. Mais de sete anos depois reencontro Naruto, e quase tenho uma overdose, vendo o anime, relendo e lendo o manga, vendo os filmes. Foi uma experiência interessante, pois personagens que eu gostava muito a anos atrás, agora já não gosto tanto, e alguns que eu detestava agora eu amo!

Bem, o que acontece é que eu tive uma ideia para uma fic Naruto, mas quando comecei a escreve sentir que os personagens estavam muito diferentes, isso é muito frustrante, então resolvi pegar uma historia "pronta" e tentar adaptar, como um teste.

Eu não sei se ficou bom, vocês me dizem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Agora e Sempre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.