Até que a Morte nos Una escrita por Nuwandah


Capítulo 8
Proposta


Notas iniciais do capítulo

Vish... Pelo visto esqueci de postar o capítulo da semana passada. Sinto muito, gente! >.< Essa semana foi uma loucura na faculdade, participei de uma Jornada de Estudos que durou a semana toda e já na quinta-feira embarquei para um congresso em outra cidade. Resultado: a besta aqui esqueceu de programar o capítulo. Tentarei não fazer essa burrada de novo ;-;



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— D- desculpa! Eu não queria te assustar! – Ela começou a andar apressada em minha direção. Ao perceber a intenção dela de se aproximar, joguei a mão para frente, em gesto para que ela parasse.

        - Não chegue perto de mim! – Logo depois, me perguntei por que tinha dito aquilo. Eu não tinha medo dela... talvez fosse instinto.

        - Sasuke, o que foi?! – Pensei que Itachi ia arrancar a porta, de tão forte que a abriu. Ele me viu no chão, andou rápido até mim, cruzando metade do quarto e passando por Sakura, então ofereceu a mão para me ajudar a levantar. – O que aconteceu?

        Aceitei a ajuda um pouco sem vontade. Não conseguia acreditar que Itachi tinha passado tão perto de Sakura e não a viu. A não ser que...

        Fiquei encarando-a, como se ela fosse me dar a resposta da pergunta que não tinha feito. Itachi notou a minha distração e seguiu o meu olhar.

        - O que você está olhando? – Ele indagou.

        O encarei duvidoso.

        Tão rápido quanto olhei, tirei os olhos de Sakura. Então, eu estava certo: Itachi não conseguia vê-la.

        - Não aconteceu nada de mais. – Respondi a primeira pergunta que ele me fez. – Eu só fiquei distraído e... acabei tropeçando. – Dessa vez, até que era verdade.

        - Você nunca foi de cair fácil. Já é a segunda vez no mesmo dia. – Ele estava pensativo, então se ressaltou, como se tivesse encontrado a resposta do que queria. – Será que é por causa aquilo...? – Ele aproximou a mão levemente da minha cabeça.

        A última coisa que ele disse e a aproximação sugestiva de sua mão me trouxeram lembranças odiáveis, as quais eu gostaria de esquecer. Ok, não estava mais com saco para ouvir Itachi dizendo besteiras. Afastei a mão dele com um tapa e andei para a saída do meu quarto.

        - Não tem nada a ver com isso. Quer fazer o favor de me deixar em paz? – Falei segurando a maçaneta da porta aberta, convidando-o para sair.

        Itachi hesitou, abriu e fechou a boca algumas vezes. Talvez planejasse me dar um sermão, mas, no fim, ele caminhou para fora do quarto.

        Logo que ele saiu, fechei a porta e a tranquei. Estava prestes a ter uma conversa um tanto diferente da tradicional – com alguém que, até onde saiba, estava morto e só eu conseguia ver – e não estava a fim de ser interrompido.

        - O que está fazendo aqui? – Perguntei a Sakura quando encontrei seus olhos ao me virar de frente para ela.

        - É que... hm... – Ela parecia não saber como começar.

        - Caso ainda não saiba, o meu dia não foi dos melhores e, graças a isso, não estou de bom humor. Então, se você veio fazer o mesmo que da última vez, sugiro que volte para aquele hospital e continue espantando quem o invadir. – Disse-a de uma vez. A última coisa que queria naquela noite era conversar.

        - Eu sei que o seu dia não foi nada bom. Até porque... – Ela olhou para baixo, levou os dedos ao lábio inferior, pensando se deveria continuar o que dizia.

        - “Até porque...”? – Incentivei-a a continuar. Ela corou.

        - A... Até porque eu estava do seu lado o dia todo. – Arqueei as sobrancelhas. Ela levantou o olhar.

        - O dia todo? – Comecei, automaticamente, a fazer teorias internamente. – E você interferiu em alguma coisa durante a sua “excursão”?

        Ela corou mais ainda. Seus olhos voltaram a vagar pelas tábuas de madeira no chão.

        - Pode ser que sim... Talvez eu tenha te ajudado em uma ou duas coisas...

        - E quais foram? – Perguntei, mesmo já sabendo a resposta. Na verdade, eu só queria a confirmação dela.

        - A primeira... A primeira vez foi no Goukon... – Ela olhou para mim. – Desculpa, mas quando eu vi o anel de compromisso daquela garota e percebi que ela tinha um namorado... Sabia que você estaria em encrenca se a beijasse... – Ela pareceu incomodada com a última frase.

        - ... Então, você derrubou o meu chá encima dela. – Completei-a.

        Sakura balançou a cabeça positivamente.

        - E a segunda vez... no metrô.

        - Você soltou a minha blusa dos trilhos. – Eu devia agradecê-la, mas estava ocupado demais pensando em como ela tinha conseguido desprender a minha blusa, já que aquilo tinha sido impossível para mim.

        - É.

        - Você estava me seguindo para se redimir daquela vez que tentou me matar?

        - Não é isso. Eu te salvei porque não queria que você morresse, e te segui hoje porque queria falar contigo... Mas você nunca estava sozinho.

        - Falar sobre o quê?

        - Eu quero te fazer uma proposta. – Agora, ela já não estava com tanta vergonha, falava com mais firmeza. – Quero te fazer companhia. – Hm? Agora, sim, essa garota agora bateu o recorde de pedidos estranhos que já me fizeram.

        - Me fazer companhia? E não seria melhor que você ficasse com seus pais ou alguém da sua família? Você tinha uma, né?

— Sim, mas nenhum deles consegue me ver. – Ela disse, com um ar desanimado.

— Então por que só eu consigo? – Ela balançou a cabeça negativamente.

— Não faço ideia.

— E só por isso você quer ficar comigo? – Ela deu uma leve corada.

        - Por aí... Pense como se fosse um anjo da guarda! – Sakura disse animada.

        - E pra que eu preciso disso? – Disse. Ela me olhou acusadoramente, já fazendo lembrar-me do que havia passado aquela tarde e até de antes dela. – Só porque eu tenho a vida um pouco agitada, não quer dizer que precise de uma garota me defendendo. – Isso já seria demais para o meu orgulho.

        - Por favor! Não acha estranho você ser o único que pode me ver?! Tem algo por trás disso que podemos descobrir o que é! – Ela disse exasperada.

        Trinquei os dentes. Era verdade que era estranho eu ser o único que a via. Talvez seria melhor mesmo se descobrisse o porquê disso...       E, possivelmente, eu realmente fosse precisar da ajuda dela para saber algo sobre isso.

        - Está bem, então. Só não fique me importunando. – Ela arregalou os olhos de felicidade e deixou escapar um largo sorriso.

        - Obrigada! Pode deixar que vou me comportar! – Ela ergueu o dedo mínimo, em sinal de promessa.

        Será mesmo?, perguntei-a em pensamento. Dei um leve suspiro.

        - Vou tomar banho, então, não faça nada, ok? – Me virei para o banheiro antes de ouvi-la bufar. Parece que ela não gostou de eu tratá-la como se fosse mesmo fazer algo que não prestasse.

        Dei uma leve risada dela e fechei a porta atrás de mim. Puxei o ar para dentro dos meus pulmões e o soltei. Acabei lembrando que ainda precisava olhar meus machucados.

Andei até a frente da pia, onde ficava o espelho. Encarei meu rosto, estava visivelmente cansado. Desabotoei o seirafuku (N/A: É o nome do uniforme tradicional no Japão. Sabe, aquele todo preto e de botões que vão até a gola, que fica bem justa no pescoço. Parece até roupa de padre, eu acho...) e o coloquei no cesto de roupas sujas.

Pelo espelho, fitei a blusa social branca que restava. Aquela peça por pouco não foi a causadora da minha morte... Era fácil achar a parte que ficara presa nos trilhos. Tinha uma cor mais escura e com um formato arredondado nítido e marcado.

Desta, desabotoei apenas os primeiros botões e a tirei, passando pela cabeça. Não queria mais sentir aquela blusa em mim. Ela me dava, agora, uma sensação estranha. Talvez fosse uma amostra gratuita do que eu senti naqueles trilhos.

Já sem nenhuma blusa, virei de costas para o espelho, girei a cabeça por sobre o ombro e, pelo espelho, consegui ver os cortes. Bem, não eram cortes. Havia também o princípio de um hematoma em forma retangular. Devia ser de quando caí da plataforma para cima dos trilhos...

Os ferimentos não eram sérios. Não passavam de arranhões, uns maiores que ou outros e alguns mais profundos...

Entrei no box e liguei o chuveiro. Quando a água quente bateu em minhas costas, tive que apertar os dentes para que não tivesse uma reação audível à dor.

Fiz questão de não demorar muito no banho, pois, além de que ele estava sendo uma tortura e eu estar cansado, havia alguém me esperando. Que irritante... Como é que seria minha vida agora com uma alma penada na cola?

Eu até pensei em dizer a Sakura para que ela ficasse perto de mim apenas quando quisesse ou até mesmo se fizesse invisível. Mas seria maldade demais pedir para que ela fosse inexistente para a única pessoa que conseguia vê-la, certo?

De um modo meio lento, saí do banheiro. Sakura não tinha notado o meu retorno, ainda estava perto da janela olhando algo no alto. Como se seu sexto sentido a avisasse de minha presença, ela olhou para trás e deu um leve sorriso e, então, voltou sua atenção à paisagem novamente.

— Não é triste olhar para o céu à noite e não encontrar nenhuma estrela? – Não a respondi nada. Apenas deixei o silêncio pairar para ela continuar falando o que queria. – Por isso eu nunca gostei muito de Tokyo... Quando morava em algum lugar menos urbanizado, ficava acordada boa parte da noite só para poder ver as estrelas.

— Por que essa fixação pelas estrelas? Elas são apenas esferas gigantes de plasma.

Ela virou-se para mim, sua expressão séria era quebrada por um sorriso leve.

— Porque, para mim, elas simbolizam a luz que brilha forte em meio a mais densa das trevas. – Ah, claro, tinha que ter um significado filosófico. Não podia ser apenas um “acho que elas são bonitas”.

Deslizei o olhar para o criado-mudo do lado esquerdo da minha cama, onde ficava despertador. Não estava muito tarde ainda, era pouco além de 21:00h. Estava estressado demais para querer comer algo, mas o suficiente para ter um sono mais logo aquela noite...

— Vou dormir. – Desliguei a luz e, antes que deitasse na cama, parei e olhei para ela. – Não sei muito do que os espíritos fazem, então... Você dorme? – Sakura balançou a cabeça negativamente.

— Não tenho mais corpo para poder ficar cansada.

— Claro. – Bem, essa era até que óbvia. – Então, tenha uma boa noite.

 Mesmo incomodado com ter que ir dormir com ela me olhando, – e, provavelmente, ela ficaria assim o resto da noite – ajeitei-me na cama e puxei o edredom para que ele tapasse mais do meu corpo. Não demorou muito, e o sono já me alcançara. Acolhi-o com gosto.

Mas se eu soubesse o que iria sonhar naquela noite, não teria nem fechado os olhos.

O lugar onde eu estava era escuro e desagradável, salvo por alguns momentos que era rapidamente iluminado por uns postes de iluminação. Estava dentro de um carro.

Estava sentado no meio do banco de passageiros entre duas pessoas. Minha visão estava embaçada e não escutava quase nada. Sentia uma aflição terrível e não conseguia me mexer, meu corpo estava paralisado de medo. A pessoa sentada á minha esquerda estava encostando em mim algo gelado. Imediatamente identifiquei a arma. Meu coração falseou. Queria chorar, dizer para que aquela pessoa parasse. Queria reagir, mas não conseguia. Estava amedrontado demais para conseguir, sequer, respirar o que era normal.

A arma deslizou pelo meu rosto, gelada, mortal. Espremi meu corpo contra o encosto do banco, tentando livrar-me dela. A pessoa dizia alguma coisa enquanto distanciava um pouco a arma de mim, mas eu não entendia nada, apenas sentia mais medo. A arma aproximou-se de novo, agora cutucando a minha testa. Lágrimas de desespero invadiram meus olhos.

De repente, a arma se moveu bruscamente para o lado, longe do meu alcance. A pessoa que estava á direita, que tinha cabelos longos, estava debruçada um pouco sobre mim, exaltada com a pessoa da esquerda.

Com a visão confusa, só me restou ouvir a única coisa nítida que conseguira até o momento: O som do disparo de uma arma de fogo. Em desespero, gritei pela pessoa atingida.

— Okaa-san!

Meus olhos abriram-se rapidamente enquanto eu ainda cravava as unhas fortemente no travesseiro. Estava assustado. Meus membros tremiam com o meu nervosismo, meu corpo inteiro estava enrijecido, mas, quando me convenci de que aquilo fora um sonho e já acabara, fui voltando ao meu estado normal.

        Virei de costas para a cama e fitei o teto. Ergui a mão esquerda até a cabeça e toquei a pequena cicatriz em meio aos milhares de fios do meu couro cabeludo. Não esperava ter aquele sonho de novo... As malditas lembranças do dia em que meus pais morreram.

        Não conseguia lembrar com exatidão o que acontecera graças àquele ferimento que ganhei naquela noite. Só me restavam alguns poucos fragmentos que, de vez em quando, me visitavam durante o sono ou até mesmo vinham em horas inesperadas, mas eram poucas coisas. De qualquer forma, não queria me lembrar de mais coisas daquele inferno. Queria parar de sonhar aquelas coisas.

        Olhei ao redor. Pela janela, vi que ainda estava escuro lá fora e notei que Sakura não estava mais lá. Ela deveria ter saído para me dar alguma privacidade.

Pensei em voltar a dormir, mas não sentia mais sono algum. Maldito sonho...

Deixei, então, minha mente solta. Mas no que acabava pensando era o sonho, no que eu sentia nele, cada detalhe sórdido daquele pequeno fragmento.

— Tsc.

Fechei os olhos e apertei-os bem, tentando, agora, tirar qualquer coisa da minha cabeça, seja ela boa ou ruim, e permaneci assim por um bom tempo...

Quando abri os olhos novamente, a luz do sol já transpassava a janela. Olhei o relógio digital – que recebi de Itachi depois de ele voltar de uma viagem de Nova York que não pude ir junto por causa da escola – ao meu lado. 5:47 AM... Estava apenas alguns minutos adiantado do meu horário normal de acordar, mas já dava para eu começar a me arrumar. Não estava cansado, eu devia ter dormido sem perceber...

Levantei-me sem custo nenhum da cama e me dirigi ao meu banho matinal. Mais uma vez, meus machucados arderam diante à água quente. Da minha cabeça, não saíam as cenas do meu pesadelo. Sequei-me, enrolei a toalha úmida em torno do quadril e fui buscar meu uniforme em uma das gavetas do armário.

Calmamente, abri a porta do banheiro, só que não esperava que Sakura estivesse já dentro do meu quarto novamente e, agora, olhando para mim. O rosto dela ficou mais vermelho que tomate. Ela tapou os olhos apressadamente e gritou.

— Kyaaah!

Com a reação dela, acabei ficando constrangido também. Voltei rápido para dentro do banheiro e fechei a porta. Tinha que admitir, meu rosto estava um pouco avermelhado.

— S... S- Sinto muito, Sasuke-kun! Devia ter avisado que tinha chegado. – Ouvi a voz de Sakura por trás da porta.

Abri a porta um pouco e pus a cabeça à mostra, apenas o suficiente para que eu conseguisse ver Sakura. Mas que porcaria era essa? Agora eu não podia mais andar do jeito que quisesse no meu próprio quarto?

— Se você não quer me ver seminu, vire de costas. – Disse já um pouco emburrado.

— T- tá bom... – Ela falou, voltando a ficar tão vermelha quanto antes e virando de costas.

Saí do banheiro ainda sem pressa, andei até o guarda-roupa olhando para Sakura e notando o quanto ela estava sem jeito. Virei minha atenção para uma das gavetas – a primeira, para ser mais exato – para pegar meu uniforme, e, quando me voltei novamente para trás, – onde a garota estava – Sakura não estava mais lá. Um leve arrepio correu pela minha espinha, mas, então, lembrei que ela não fazia mesmo som ao sair de algum lugar, já que não possuía um corpo sólido.

Mesmo ela não estando mais no meu quarto, troquei de roupa no banheiro. Não queria dar de cara com ela de novo daquele jeito. Ou até pior...

Saí do quarto e fui para a cozinha. Itachi ainda estava lá, terminando de fazer o café da manhã.

— Oh, acordou mais cedo hoje? – Ele comentou ao me ver. Não estava com vontade de responder, como de costume. Então, apenas sentei-me à mesa e o esperei acabar de preparar os pratos.

Pouco tempo depois, Itachi colocou o café da manhã na mesa e comemos em silêncio. No início, eu pensava para onde Sakura havia ido, mas depois que minha mente se esvaziou, foi tomada novamente pelo sonho. Não queria mais aquelas cenas na minha cabeça. Levantei irritado, lavei as tigelas e os hashis que usei e fui escovar os dentes. Depois fui para a sala, onde ficava a porta de saída do apartamento.

— Itterashai. – Itachi disse antes de eu passar pela porta. Era sempre assim. Mesmo eu não dizendo mais ittekimasu antes de sair, Itachi sempre me dizia itterashai.

Peguei o metrô normalmente, o único diferencial foi um arrepio na espinha muito leve quando cheguei à linha de embarque. Já estava na rua da escola quando uma voz me fez ter um pequeno sobre-salto de susto.

— Pooxa! Faz tanto tempo que não venho à escola!

Olhei para Sakura, que andava quase saltitando ao meu lado. Eu realmente não tinha me acostumado com ela ainda.

— Quer fazer o favor de não aparecer assim, do nada?

Ela mudou a expressão, talvez se tocando de que quase nada do que ela fazia era normal para mim.

— Ah, claro... Desculpa, Sasuke-kun. Vou tomar mais cuidado. – Ela disse sorrindo para mim.

De repente, senti alguém se jogando contra mim. Já sabia até quem era. É, esse era o seu “bom dia”...

— Eeei! Tava falando com quem? – Naruto me perguntou falando, como sempre, mais alto do que o necessário.

Só então que eu percebi que estava falando com Sakura como se estivesse falando com qualquer um. Que vacilo...

— Não estava falando com ninguém. – Disse sério.

Naruto me olhou com uma cara indagadora enquanto os outros nos alcançavam, mas não perguntou nada.

— São os mesmos garotos daquele dia! – Sakura comentou ao meu lado. – Ooii! Desculpa ter assustado vocês da última vez. – Ela acenou para eles sorrindo amigavelmente.

Ergui uma sobrancelha com a ação dela e disse bem baixo e movendo o mínimo possível os lábios para que não me notassem falando.

 - Você sabe que eles não podem te ouvir nem te ver, né? – A perguntei já pensando que ela não era muito certa da cabeça.

Ela forçou, sem muito sucesso, uma expressão emburrada, cruzou os braços e virou o rosto para o outro lado e fez bico.

— A culpa é sua, Sasuke-kun! Você praticamente não fala comigo! Então, eu tenho que improvisar. – É... eu estava certo, ela é insana.

Segui com os outros para a sala da nossa turma. A primeira aula era de história.

— Muito bem, classe. Como as provas estão chegando, vou dar para vocês umas folhas com revisão. – O sensei disse uns minutos depois que a aula começou. Ótimo, mais uma aula entediante repleta de exercícios... Pelo menos eu fazia tudo bem rápido.

Os alunos foram passando as várias folhas grampeadas que o sensei deu para os outros. Peguei os exercícios e dei uma examinada. As duas primeiras folhas eram História Geral.

— Oh! Eu era muito boa em História Geral! – Sakura quase gritou de tanta animação.

— Quer fazer o favor de ficar quieta? – Sussurrei para ela, trincando os dentes, já sem muita paciência.

— Ah, Sasuke-kun...! Deixe que eu vá te dando as respostas! Eu sou... quero dizer, era muito inteligente! Pode deixar que eu não vou te dar resposta errada!

— Não precisa. Eu sei tudo isso. Apenas fique quieta no seu canto.

— Por favooor!

— Já disse que não, Sakura.

— Então, só uma questãozinha!

— Você está me irritando.

— Mas eu...

— Eu já disse para você calar a boca! – Praticamente gritei com ela. Não aguentava mais ouvir aquela voz irritante.

Oh, não...

Só depois que eu me toquei que tinha falado alto demais. Todos da sala estavam olhando para mim assustados. Que droga... Acabei ficando constrangido com a situação, mas não demonstrei.

— A... Algum problema, Uchiha-san? – O sensei me perguntou.

— Nenhum, sensei. Desculpa. – Falei logo e fingi voltar minha atenção ao exercício. Os outros alunos também foram voltando à normalidade após inconvenientes comentários ao meu respeito.

— Opa... – Sakura soltou. É... “opa” mesmo.

Que saco... O que mais eu iria passar agora com essa garota ao meu lado?

Continua...


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