Até que a Morte nos Una escrita por Nuwandah


Capítulo 6
Um desastre chamado Goukon


Notas iniciais do capítulo

Lembrando que os primeiros capítulos desta fanfic foram escritos há muito tempo e não foram totalmente revisados. (Sorry~ ;-; )



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Já estava cansado de esperar. Encostei-me a uma parede ao lado da máquina de bebidas, cruzei os braços e fechei os olhos. Logo, comecei a pensar no que aprendera depois que vim morar em Tokyo.

A primeira coisa foi que aprendi é que não existe atividade pior do que lavar a louça. Itachi gosta de coisas simples, então, não contrata uma empregada para manter as coisas em ordem, ou seja, me põe para trabalhar em casa.

A segunda foi que pessoas podem ser hostis e desagradáveis com você sem nenhum motivo quando se acaba de conhecê-las.

E a mais importante e intrigante: O Gasparzinho é real. Não exatamente ele mas fantasmas em geral. Desde aquela Sexta-feira 13, eu tenho me perguntado quantas histórias de seres sobrenaturais que ouço são mais do que meros contos de fadas.

Dei um longo suspiro entediado e olhei ao meu redor á procura das minhas “babás”. Naruto e Kiba ainda falavam com as meninas de algum colégio feminino de Shibuya.

Percebi que Naruto falava com elas e apontava para a minha direção. Elas olharam para mim e assentiram. Aquilo não me pareceu boa coisa...

Após alguns segundos, eles vieram ao meu encontro. Naruto estava com um enorme sorriso estampado na cara boba de sempre, e Kiba pegou o celular e ligou para alguém.

Hesitei em perguntar o que eles falavam com aquelas meninas, estava com medo do que eles tramavam dessa vez. Mas, por fim, minha curiosidade foi maior, e acabei perguntando.

— O que vocês estavam falando que demoraram tanto?

— Estávamos marcando uma coisinha. – Naruto disse, ainda entre sorrisos. Ele olhou para Kiba, talvez esperando que ele já estivesse acabando de falar com quem quer que estivesse falando. Mas ele levantou a mão, pedindo um pouco mais de tempo.

— Que “coisinha”? – Perguntei, já meio impaciente.

— Depois das aulas de hoje, nós seis iremos a um Goukon com umas garotas do Colégio Senka! Bem, nós seis, não... Nós cinco. Suigetsu tem um compromisso com a família dele hoje e não vai poder ir.

Por estudar em um colégio masculino – lê-se “aglomeração de garotos com muita falta” -, eu já tinha ouvido falar sobre as garotas desse lugar. Eram conhecidas por serem muito inteligentes e bonitas.

Parei repentinamente com o meu primeiro pensamento. Percebi que “nós cinco” me incluía.

— Ei, se estão pensando que vou com vocês nesse Goukon, podem esquecer. – Falei o mais seco e firme possível, para que pudesse deixar bem explícito que eu não estava disposto a perder meu tempo em uma palhaçada dessas.

— Ok! Missão cumprida! – Kiba comemorou ao fechar o celular.

Naruto deu um sorriso maior ainda, e virou-se para mim, triunfante.

— Ah, é mesmo? Poxa, é realmente uma pena... – Ele fez um falso drama – Já que o Itachi-nii-chan disse que adorou a ideia de te levarmos para sair um pouco.

Engoli seco ao ouvir aquilo.

— O quê? Quem Kiba estava falando agora no celular era o meu irmão? – Kiba assentiu, dando um sorriso malandro. – Como conseguiram o número dele? E que intimidade é essa para chamá-lo de nii-chan?

— Uuuh! Alguém ficou com ciúmes! – Kiba disse em tom implicante. Naruto disfarçadamente pisou no seu pé, repreendendo-o. – Aai!

 - Bem, digamos que não é muito difícil conseguir o número do herdeiro da Fan’s Eletronic. – Naruto começou, finalmente respondendo às minhas perguntas – E, se você tem um irmão, nós o consideramos como “da família”.

— Pouco me importo com o que vocês consideram ou deixam de considerar. Apenas quero que não o chamem assim. – Disse ríspido – E, mesmo que tenham ligado pra ele dizendo que eu iria para esse Goukon idiota com vocês, eu não vou e ponto final.

— É mesmo? Sabe, eu tenho pena do Itachi-nii-chan... – Serrei os punhos diante aos sufixos citados novamente. – Ele ficou bastante feliz quando o dissemos que você ia sair com os amigos da escola... Imagina só: Ele vai chegar hoje em casa todo animado e perguntar como foi o passeio, e você vai dizer que não foi só porque não tava a fim. – Foram apenas palavras, mas senti como se tivesse levado um soco no meio do peito – Ele vai ficar frustrado, não acha?

— M- Mas... – Tentei contestar, mas não encontrava palavras para fazê-lo. Naruto tinha previsto exatamente a reação de Itachi se eu não fosse ao Goukon. Ele já teve que lidar com os problemas que a morte de nossos pais trouxe a ele. Não queria mais dar trabalho a ele deixando de agir como antigamente. Era apenas um Goukon. Eu não morreria por isso. Era só ir com eles, ficar sentado olhando-os cantar no karaokê e ficar dando cantadas idiotas nas garotas. Abaixei a cabeça, derrotado. – Tudo bem, eu vou com vocês.

Acho que nesses dois meses que os conhecia nunca os tinha visto dar um sorriso tão irradiante e satisfeito antes.

Naruto e Kiba enrolaram um de seus braços no meu pescoço, um de cada lado, e saíram me arrastando para a saída do metrô cantado vitória. Suigetsu ia com Shikamaru e Neji atrás, que não demonstravam muita animação diante o Goukon.

Kiba e Naruto eram extremamente escandalosos. Várias pessoas que passavam por nós ficavam olhando. Eu tentava me soltar deles ou fazê-los, ao menos, calarem a boca. Mas era em vão.

Afe... O que será que eu ia ter de aturar essa tarde?

Até o sinal-final tocar, eu não ouvia nada que vinha da boca das pragas além de “Goukon, Goukon, Goukon, Goukon”... Quando saímos da escola e fomos para Shibuya, eu já estava quase desistindo.

Quando – o desenformado – Neji soube que sua preciosa prima estava sendo arrastada para o Goukon também, ele deu uma tremenda crise de irmão-protetor que só foi resolvida quando lhe disseram que ela estava indo por que uma tal de Mitsashi insistiu muito.

Para mim, ficou tão óbvio que ele gostava dessa garota, que acho que até mesmo Naruto perceberia – ou não. Ele ficou olhando Neji com uma cara de desentendido quando ele de repente afirmou que a priminha já era independente para escolher o que quisesse fazer.

Fomos buscar as garotas no colégio delas mesmo. De lá, fomos direto para o karaoke. A caminhada até lá foi meio árdua, não devido à distância, e, sim, à duas garotas do quinteto que cismaram em puxar conversa comigo. Eu respondia somente o necessário e com o mínimo de palavras possíveis. Mesmo assim, elas não sacavam que estavam sendo um incomodo para mim.

Já no karaoke, entramos na sala que a recepcionista nos indicara.

Mal entramos na sala, e Kiba começou a fazer todos se sentarem intercalando os sexos. “Para nos conhecermos melhor”, ele disse.

Até aí, tudo bem. Mas não me conformei de eu ter que ficar sentado justamente no meio das duas garotas que estavam me enchendo o saco antes. Claro que eu não poderia dizer que não queria sentar perto delas, por isso, me fiz de indiferente e aceitei sentar no lugar que escolheram.

Após todos sentarem, os garotos pediram chá “para ir entrando no clima”. Depois de alguns goles e músicas ensurdecedoras no karaokê, Kiba tirou alguns palitos da mochila e estendeu-os no ar para eu todos vissem. Não... tudo menos esse jogo...

— Certo, gente! Aproveitando que e negócio começou a esquentar, vamos para o próximo nível! Vamos brincar de Rei!

Todos ficaram animados. Eu era o único sem vontade de jogar. Nada de bom para mim poderia acontecer nessa brincadeira clichê...

Kiba fechou a mão em volta da parte de baixo dos palitos, de modo que os números de 1 á 9 e a marca vermelha ficassem escondidos.

— Quem pegar o vermelho é o Rei!

Cada um pegou um palito e o mostrou. O palito com a marca vermelha estava na mão de Kiba.

— Ei! Você trapaceou! – Naruto o acusou, emanando uma aura negra.

— Ca- calma aí, Naruto! Eu não trapaceei! Olha, vou dar uma ordem... A ordem do Rei é absoluta! – Ele tentou desviar a atenção de Naruto pro jogo. O que funcionou. – O número 4 vai ter que sentar no colo do Rei!

Nossa. Essa era ousada... e burra também. Se o número 4 fosse um homem...

— Hm... – Olhei para Neji. Ele estava nervoso. Será que... Sim, ele era o número 4. Acho que fiquei com um pouco de pena dele...

Para não perdermos nosso tempo restante, ele foi logo sentar no colo de Kiba, que também não estava nem um pouco contente.

— Tá divertido aí, Kiba? – Shikamaru ria escancaradamente.

— É... realmente, você não trapaceou... Foi mal... – Naruto disse.

Depois de toda aquela cena, fomos para a segunda rodada.

— Quem é o Rei?

Dessa vez, eu tinha pegado o palito com a marca vermelha na ponta.

— Eu. – Pronunciei.

— Opa! Qual a sua ordem, Rei?

Pensei em alguma coisa que não fosse idiota, como a última ordem. Lembrei que tinha gente ali que nutria sentimentos por outro presente. Isso poderia ser uma boa. Pensei nos possíveis casais, e resolvi ajudar a coitada da prima do Neji. Era fácil ver que ela gostava do Naruto, mas ele era tão idiota... Quem sabe se eu desse um empurrãozinho as coisas não andariam.

Disfarçadamente, olhei os números que cada um havia pegado.

— O número 7 vai ter que dar um beijo no rosto do número 8. – Eu não poderia ter mandado eles se beijarem na boca. Isso já seria demais. Não somos iguais aos ocidentais, que se beijam sem estarem namorando.

Vi Naruto e a prima de Neji ficarem vermelhos ao mesmo tempo, sendo que a garota ficou pior ainda, podendo ser comparada a um tomate.

— Ei, um momento. Troca essa ordem aí, Sasuke. – Neji ficou meio irritado. Dei um sorriso de canto malicioso.

— Nem pensar. A ordem do Rei é absoluta.

— T- tudo bem... Neji-kun... – Olhei para a dona da voz. Era a prima do ser.

— Tem certeza, Hinata? Você não é obrigada a fazer isso.

— T- tenho certeza, sim... A- Afinal... é só um jogo... – Nunca vi uma pessoa tão envergonhada como ela.

Tremendo sob o olhar mortal de Neji, Naruto pediu permissão à Hinata para beijá-la. Ela assentiu, e, de um modo meio envergonhado, ele lhe deu um rápido beijo na bochecha. Quem diria, Naruto com vergonha.

Ela pareceu que ia ter um ataque cardíaco. Ó Deus, por favor, não leve essa garota daqui.

O alvoroço foi geral, tanto da parte masculina, quanto da feminina.

— Naruto, seu garanhão! – Kiba lhe deu um tapa amigável no ombro.

De repente, senti um peso cair sobre o meu braço, olhei para ver o que era. Logo reconheci a cabeleira loira de uma das garotas que estavam pegando no meu pé apoiada no meu ombro. Que folgada.

— O que foi?

— Nada. Só queria ficar mais perto e você. – Ela deu um leve sorriso.

— Dá licença?

Emburrada e, um tanto constrangida, ela se afastou de mim. O telefone de parede atrás de mim tocou. Como estava mais perto, atendi.

— Aqui é da recepção. Faltam cinco minutos para terminar o tempo de vocês.

— Tudo bem. – Pus o fone de volta no gancho. – Temos mais cinco minutos. – Anunciei.

— Já? Então, a próxima rodada será a última.

Peguei o meu palito, era o número 5. O Rei foi a única garota que não era do colégio Senka, e, sim, da universidade. O que ela estava fazendo ali? Não fazia mínima ideia.

— Vai, Temari-senpai! Qual a sua ordem?

— Hm... Já que essa é a última rodada, vou fechar com chave de ouro! O númeor 6 vai ter que dar um beijo na boca do número 5!

Merda! Eu era o 5...! Quem era o 6? Não podia acontecer comigo a mesma infelicidade que aconteceu com Kiba e Neji. Procurei o número no palito de cada um, mas o que eu procurava estava bem ao meu lado.

Engoli seco. Ela corou. Seu rosto desapareceu em meio ao cabelo ruivo.

— Kyaaah! Viu só? Eu que dei essa ordem! – A Temari comemorou com as garotas.

— E... Espera aí! Muda isso aí. É errado obrigar uma menina a beijar um garoto sem que namorem. – Tentei argumentar, mas parecia que ninguém estava disposto a me apoiar.

— Anda logo! E não vale no rosto.

— Mas... – A garota tocou no meu ombro para chamar minha atenção.

— Sa- Sasuke... Eu não ligo! – A garota disse, ajeitando os óculos e ficando mais vermelha ainda.

Eu fui o único que a achou muito oferecia? Imaginei.

De repente, ela se inclinou sobre mim – tive que apoiar uma mão na mesa e outra no encosto do sofá para que não caísse por cima da outra garota – e se aproximou perigosamente de meu rosto. Tentei desviar, mas ela tinha segurado minha cabeça.

— Ei... Calma aí.

Não adiantava mais, nossos lábios já estavam muito próximos. Então, teve-se o barulho de algo batendo na mesa de madeira. Assustada, a garota recuou imediatamente. Ao olhar para suas pernas, ela voltou-se para mim raivosa, e jogou a mão contra o meu rosto.

— O que deu em você?! – Perguntei, revoltado e desentendido, enquanto massageava meu rosto, tentando tirar a ardência do tapa. A dor era pior ainda por ela star usando um anel.

— Se você não queria me beijar, era só dizer e pronto! Não precisava jogar chá encima de mim!

Ainda sem entender nada, olhei para a mesa. O meu copo de chá, quase que intocado, estava caído na beira da mesa. O restante do líquido escorria pela mesa, mas a maioria dele estava sobre a garota ruiva. Notei que a mão que eu tinha usado para me apoiar na mesa para não cair estava bem perto dele, o que fazia parecer que eu havia derramado o chá. Recuei a mão.

— Eu não joguei chá em você. – Disse a ela, mas ela parecia não querer acreditar em mim.

— Ah, Karin-chan! Que horror! – A Mitsashi disse ao ver o quanto ela estava molhada de chá.

— Eu sei! E agora? Como vou voltar para casa assim? Que grosseria! – A tal da Karin disse revoltada.

Parecia até que eles ignoraram o que eu disse. Isso me irritou um pouco. Sabia que aquele Goukon não era boa ideia, eu sabia. Então, decidi fazer o que tinha de ter feito antes: Ir para casa.

— Com licença. – Disse ao me levantar. – Vou para casa. – Tirei minha carteira da mochila e peguei algumas notas. – Tá aí a minha parte. – Coloquei as notas na mesa, em frente a um dos garotos.

— Ei, Sasuke, peraí. – Ouvi Naruto dizer atrás de mim, mas o ignorei e saí da sala.

Eu tinha certeza que eles iriam atrás de mim, então decidi não pegar o metrô e ir para casa já, logo de cara. Eu já estava em Shibuya, não tinha lugar melhor para passar o tempo enquanto as “babás” iam à minha procura no metrô. Eu podia esperar até um tempo que consideraria que eles já tivessem desistido de me achar e realmente ir para casa.

Fui para um lugar que eles jamais pensariam que eu estivesse: No fliperama. Eu até que o achava divertido, mas não gosto de aglomerações.

Fui para o que mais me agradou de vista. Entrei, procurei algum jogo que me interessasse... Talvez o clássico Street Fighter fosse uma boa opção.

Eu já tinha perdido a conta de quantas partidas havia jogando quando me lembrei de verificar a hora. Um tanto exasperado, o fiz. Droga, já se passavam das 19:00h! Dessa vez, eu tinha exagerado. Itachi não ia gostar de não me ver em casa quando chegasse.

Peguei logo a minha mochila, jogada ao lado da máquina, e saí do fliperama andando com pressa, rumo ao metrô.

Ao passar para a linha de embarque, tive que me parabenizar. Tinha conseguido chegar alguns minutos antes do metrô chegar.

— Ora, ora. Quer dizer que o Uchiha pode passear sem ser acompanhado pelas suas amiguinhas. – Reconheci a voz imediatamente, vindo acompanhada de risadas debochadas ao fundo. Virei-me com desagrado para encarar seu dono. – Ou será que ele está sozinho por ter saído com a minha namorada, tentado beijá-la e, quando ela se negou, a humilhou, jogando chá nela?

— ... Toya.

Continua...


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