Até que a Morte nos Una escrita por Nuwandah


Capítulo 11
Conforme seus passos


Notas iniciais do capítulo

~~LEIAM~~
Hoje vai ter notinha porque vocês estão precisando de um puxão de orelha u_u
Seria muito bom vocês participarem mais com reviews, galeris. É uma das poucas formas de interação leitor-autor, além dessa ser a forma que vocês me motivam a continuar me dedicando. Já tem uma certa quantidade de pessoas acompanhando, mas tenho apenas UMA leitora que comenta em todos os capítulos. Poxa, gente, em cada capítulo é um tempo miserável que gastei fazendo planejamento, rascunho e cortando os pulsos para escrever algo de descente para vocês - ah, e revisão também, não tenho beta e me viro como posso, tudo sozinha. Com o passar dos capítulos, vocês vão acabar notando a evolução da minha escrita, isso tudo se deve exclusivamente à minha dedicação a essa história e o quanto estudei e li para melhorá-la. O lado de vocês é bem mais fácil, só comentar o que acharam do capítulo e pronto, fico muito satisfeita só com isso mesmo. Tenho muita consideração pelos meus leitores, tanto que, mesmo devagar, continuo andando com a fanfic. Queria mesmo uma retribuição maior de vocês por isso ;-;



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O que eu tinha acabado de ouvir? Devia estar com algum problema de audição ou imaginando coisas. Mesmo eu tendo repetido o que a professora disse por incredulidade, não conseguia me convencer de que aquilo fora um mal-entendido.

— Valsa? Mas isso se dança com um par. – Um dos alunos pronunciou-se. Então, era valsa, mesmo... Que desgraça. – Esqueceram que nesse colégio só tem garotos? Vão fazer o quê? Fantasiar metade de nós de garotas?

Gelei com aquela possibilidade. Mas aquilo já seria bizarrice demais, até mesmo para o diretor. Seria impossível, não é? Esperava sinceramente que sim.

— Isso já foi pensado. – A professora Kurenai começou. – Vocês irão juntar-se com um colégio feminino ao qual foi entregue o mesmo tema. Todos saem ganhando.

Os outros garotos se entreolharam e trocaram alguns cochichos excitados.

Ah, não. Mesmo com aquela solução, valsa estava incluída na minha lista de coisas que jamais faria na vida. Dei meia-volta e a abri a porta devagar e com cuidado para que ninguém notasse a minha fuga, e sai de lá silenciosamente.

Mas é claro que Sakura me notou – mesmo estando observando a professora com certo fascínio – e foi atrás de mim protestando.

— Você prometeu que, ao menos, ia pensar na possibilidade de dançar. Mas nem isso você está fazendo! Está desistindo de cara!

— Não importa o quanto eu pense, jamais irei apresentar uma dança dessas. – Falei enquanto dava passadas rápidas para sair do colégio antes que dessem minha falta. – Amanhã vou falar com o vice-diretor e informá-lo de que não farei essa loucura.

— Mas a valsa é linda, e dançar faz bem pro corpo e pra mente. Sem contar que é divertida!

Olhei para ela irritado. Ela iria ficar me enchendo mesmo?

— Trato é trato. Eu voltei e ouvi qual seria a dança. Agora, você faça sua parte e cale a boca. – Ralhei com ela de uma vez.

Sakura abriu a boca para dizer algo, mas mudou de ideia. Então, ela apenas me lançou um olhar com raiva contida.

Voltei para casa satisfeito por dois motivos: o primeiro, é que eu estava voltado para casa sem a “escolta” e, segundo, teria o silêncio de Sakura o resto do dia.

Doce ilusão.

— Você não vai mesmo dançar? – Sakura perguntou quando liguei o computador para fazer algumas pesquisas. Não sei o porquê, mas tive a impressão de que as mãos apoiadas na cintura e os lábios formando um bico me davam a impressão de que ela não estava fazendo uma pergunta e, sim, me ameaçando de uma certa forma.

— Esqueceu o que combinamos? Bico fechado.

— Eu disse que ficaria um dia sem falar, mas não disse qual dia seria. – Ela disse triunfante, erguendo as partes inferiores das sobrancelhas desafiadoramente.

Virei o acento da cadeira de rodinhas para a direção dela e a encarei. Senti uma pequena vontade de apertar aquele pescoço fino e intocável.

— Como é? Agora vai dar uma de desonesta?

— E você? Vai dar uma de covarde? – Sakura rebateu sem dó, desfazendo o bico e deixando a boca sem emoção em seu traço.

Fuzilei-a em pensamento, o que acabou sendo refletido no olhar. Sakura não se abalou com o modo que eu a fitava, continuou como uma estátua imponente na minha frente. Percebi que ela estava disposta a uma discussão. Uma discussão bem longa... Mas sabia que aquilo aconteceria apenas se eu deixasse.

Quando um não quer, dois não brigam, pensei enquanto virava a cadeira de frente para o computador novamente. Torcia para que aquela frase estivesse certa, nem que fosse só naquele momento.

Ao ver que eu a ignoraria, Sakura bufou de raiva e andou com passos fortes para perto da janela. Finalmente, uma vitória minha. Sorri, satisfeito comigo mesmo.

Eu não estava nem no meio da minha pesquisa quando ouvi a voz de Sakura atrás de mim, fazendo um leve choque percorrer minha espinha com o susto. Aquela garota...

— É dever de casa?

Ela realmente não iria cumprir nosso acordo, né? Como você foi ingênuo, Sasuke...

— Sim. - Respondi com tanta vontade, que minha voz quase não saiu.

— Ah... – Ela soltou desanimada.

Por um milagre, Sakura permaneceu quieta ao meu lado enquanto eu fazia o resto do dever de casa.

Durante toda a pesquisa, não sei por que, mas senti um pequeno incômodo. Por que aquela garota estava tão calada? Desde quando ela não fazia nem um comentário sobre algo? Quando terminei o que tinha de fazer, girei novamente a cadeira em direção a Sakura, xingando-me internamente pelo que estava prestes a fazer.

— Qual o seu sobrenome? – Eu tinha que fazer aquilo de qualquer jeito se quisesse que Sakura partisse logo. E se fosse para ela ir embora, que fosse o mais rápido possível.

Ela arqueou as sobrancelhas em surpresa.

— P... Por quê? – Ela pareceu apreensiva.

— Você não se lembra da maioria das coisas sobre si mesma, certo? Acho que podemos descobrir algo do porquê de você ainda estar aqui. Se soubermos de sua vida, creio que possamos encontrar um jeito de você partir.

— E o que pretende fazer usando o meu sobrenome? – Sakura ainda não havia entendido a minha intenção.

Com o pé, empurrei a cadeira para o lado, tirando o meu corpo de frente do computador e o deixando sugestivamente visível para Sakura.

— Nada melhor do que a internet para se saber da vida de alguém, certo?

 - Aah... Sim. – Sakura desviou seu olhar para os cantos do quarto, mais precisamente, olhava para qualquer coisa que não fosse eu.

— O que foi? – Ela deu uma leve coçada na cabeça, desconfortada.

— Desculpa.

— Pelo quê?

— Desculpa... Eu não me lembro do meu sobrenome.

Esfreguei a mão no rosto e suspirei pesadamente, tamanho o cansaço que me atingira naquela hora.

— Sério mesmo?

— É...

— Ah, esquece. Depois a gente vê isso.

Já tinha me irritado o suficiente por um dia só. Primeiro, a droga da dança e, segundo, Sakura não conseguia lembrar-se de nada que pudesse me ajudar fazê-la ir para o Outro Mundo.

Não tinha mais nenhuma vontade de ajudar Sakura naquele dia, então, tirei o restante do tempo para fazer tudo da escola que tinha pendente.

Quando finalmente terminei tudo, já estava na hora do jantar, que foi a mesma coisa de sempre: silencioso, com algumas tentativas de Itachi puxar conversa fracassadas.

Eu estava até um pouco mais distraído do que o normal, já que planejava argumentos para trocar no dia seguinte.

— Kurenai-sensei. – Chamei a mulher quando finalmente a avistei no momento em que ela chegava, quando as aulas já tinham acabado.

— Oh, Uchiha-san. O senhor sumiu na aula de ontem, fiquei preocupada.

Sakura me lançou um olhar debochado e virou-se para Kurenai sem olhá-la.

— Eu tentei impedi-lo, mas ele é um teimoso!

Respondi Sakura com um rápido olhar que a metralhava.

— Era sobre isso que eu queria falar. Não estou disposto a dançar.

Ela arqueou as sobrancelhas em uma surpresa momentânea.

— O senhor já falou com o vice-diretor?

— Não.

— Terá que falar com ele, pois não me é permitido dispensar ou não da dança qualquer aluno. Sinto não poder ajudá-lo.

Meu semblante perdeu qualquer resquício de ânimo que tinha. Com uma reverência mínima como agradecimento, me retirei da frente daquela professora.

— Não, de jeito nenhum. – O vice-diretor me cortou de imediato quando comecei a dar minhas explicações de não querer dançar. – Esse festival equivale a um terço da sua nota final. Está ciente de que, se o senhor não fizer a tarefa que lhe foi incumbida, ficará com sua nota abaixo da média?

Aquilo me chocou de tal forma que me calou. Um terço da nota final? Eu não poderia perder aquela nota de jeito nenhum. Não dava para deixar de dançar. Aah, mas que desgraça! Não conseguia mais pensar em outro jeito de me livrar daquilo, teria que pensar com mais calma.

Saí daquela sala e caminhei para casa.

— Ei, você vai ter que dançar, por que não está indo para a aula? – Sakura perguntou indignada enquanto eu colocava meu tênis para sair da escola.

Ignorei-a e me dirigi para a saída da escola.

— Eeei!! – Ela me chamou, quase gritando.

De dentes trincados e olhando reto, dei minha resposta final:

— Vou dar um jeito de me livrar disso.

Eu devia estar com algum bloqueio mental, não era possível! Eu já estava em casa há quase duas horas sem conseguir pensar em nada que servisse. Estava frustrado e cada vez mais cansado. Sakura apenas me observava encostada ao lado da janela. Todo o tempo, ela permanecia de braços cruzados e uma expressão que passou de reprovadora para irritada. Ela só estava lá comigo apenas porque eu podia ajudá-la e nada mais, por que ela ainda queria que eu fizesse o que ela achava que era certo?

Sentei na beira da cama com força. Minha mente já estava chegando ao limite diário e uma leve enxaqueca começava a me assombrar.

— Aah... – Esfreguei minha mão pelo meu rosto e acabei falando ao invés de apenas pensar: - O que resta eu tentar fazer pra sair dessa?

— Suicídio. – Sakura me respondeu. Olhei para ela, surpreso, até, com aquela resposta. Seus olhos tinham um brilho feroz de visível irritação.

Aquela garota... Não consegui nem pensar em algo na hora que se encaixasse nela naquele momento. O que ela tinha dito não era nada mal... Na verdade, naquela situação, era perfeito.

— Acho que isso serve.

— Hm?

Levantei da cama num pulo, e abri a parte mais alta do meu armário, tirei algumas caixas de papelão da frente até enxergar ao fundo uma pequena caixa de veludo preto. Ela nunca saía dali, estava sempre escondida de Itachi, já que ele uma vez já pedira para eu jogar aquilo fora. Peguei a caixa e a abri. De relance, vi os olhos de Sakura triplicarem de tamanho ao ver seu conteúdo: uma pistola 9 mm.

— Você está levando a sério o que eu disse?! – Ela perguntou exasperada, correndo em minha direção.

Levantei a arma até encostar sua ponta em minha têmpora direita. Um arrepio percorreu minha espinha com aquele toque, mas tinha que continuar, sentia uma imensa vontade fazer aquilo naquele instante.

— Para com isso! Para!! – Sakura tentava dar tapas na arma, numa tentativa inútil de arrancá-la de minha mão.

Lancei para ela um olhar zombeteiro.

— É realmente uma pena, né? Agora, você vai ter que achar outra pessoa que te veja para ficar amolando. – Disse ainda sorrindo e, então, apertei o gatilho.

— Nããããoo!!! – Ouvi-a gritar loucamente de olhos bem fechados e as mãos elevadas, em nervosismo, até a altura do rosto.

Seu grito era agudo, mas parou quando viu que eu ainda estava de pé a sua frente. Então, incrédula, ela desviou o olhar para a arma, onde finalmente percebeu o adesivo que constava que ela não era nada além de uma inofensiva arma de coleção.

Ri dela com deboche.

— Agora, vê se aprende a controlar essa sua língua! – E continuei rindo, mas parei imediatamente. Seus olhos, agora, estavam com um outro tipo de brilho.

O brilho de lágrimas.

Ela trincou os dentes quando as lágrimas vieram com mais intensidade.

— Seu idiota! Desprezível!! Não teve graça alguma! – Ela jogou sem dó os punhos serrados contra o meu peito, querendo me bater, mas seus braços passaram direto por mim sem resistência. – Idiota! Idiota! – Sakura parou com os golpes, deixou seus braços caírem sem força e trêmulos. – Ainda bem... que não era verdade... – Ela sussurrou, tirando as lágrimas que escorriam seu rosto avermelhado com as costas da mão.

O que era aquilo? Raiva e alívio misturados? Ela ficou naquele estado porque pensou que eu ia morrer?

Aquela garota... Ela realmente se preocupava comigo?

Saí de meus devaneios e fitei aquele pequeno corpo em minha frente. Ela já conseguia controlar o choro, mas continuava com a cabeça abaixada e uma mão sobre a parte inferior do olho, contendo uma lágrima teimosa que queria ganhar sua face.

Senti meu coração apertar com aquela cena. O que eu estava pensando? Fiz uma garota chorar.

— Sakura. – Chamei-a. Ela virou seus olhos para mim devagar, ainda soluçando. – O que eu fiz foi uma idiotice. Desculpa.

De início, Sakura ficou estática, depois, mais duas lágrimas rolaram e ela abaixou a cabeça e tapou o rosto com uma das mãos de novo.

— Droga... Você me assustou... Não faça mais isso... Por favor... – Ela pediu entre soluços.

Nem a respondi. Dentro de mim, estava certo de que nunca mais faria aquilo.

Espere, o que eu estava pensando? Estava amolecendo com aquela menina. Eu realmente não faria mais aquilo por questão de princípios, mas, principalmente, seria porque ela iria desaparecer da minha vida em breve.

Voltei logo com a minha postura e meu olhar duro.

— Apenas pare de chorar. Garotas ficam feias assim.

Então dei meia-volta para fazer qualquer coisa. Era apenas um pretexto para não encará-la mais naquele estado.

— A culpa é sua... – Ouvi-a dizer baixo, atrás de mim.

Trinquei os dentes, numa tentativa de vetar qualquer reação ou sentimento que sentiria naquele momento. Continuei andando para um canto qualquer fazer algo qualquer. Naquela noite, olhar para Sakura foi o que mais me abalava e foi, também, o que mais tentei evitar.

Não tinha mais escapatória possível ou sã para aquilo. Eu teria realmente que dar a mão à palmatória e dançar...

Abri a porta da sala destinada ao treino da dança, e me surpreendi com os alunos atrás da mesma. Um deles estava com a mão levantada à altura da maçaneta, iria abrir a porta no instante que eu o fiz.

— Oh, olha quem resolveu dar as caras. – O garoto a minha frente comentou para a professora.

— Uchiha-san, que bom que chegou na hora. Estávamos de saída. – Kurenai pôs-se na frente do aluno e falou.

— De saída?

— Sim, estamos indo para o Colégio Kaede para treinar com as meninas. – Meu coração pifou por uma fração de segundos.

— Mas já?

— Claro, já tivemos duas aulas. O que é preciso aprender agora será feito junto com as parceiras de dança. Como o senhor perdeu essas aulas, terá um pouco mais de dificuldade. – E, com um sorriso, ela completou: - Mas eu sei que o senhor vai conseguir pegar rápido.

Enquanto ela falava isso, eu pensava no quanto estava ferrado.

Assim, acompanhei Kurenai e os outros até a outra escola. Ela era bem próxima, então, pudemos ir a pé, mesmo. No caminho, alheio a todas as conversas animadas sobre as garotas do colégio, uma aura negra pairava sobre a minha cabeça.

Sakura, que, aparentemente, já tinha me perdoado pela noite anterior, observava-me animada. De vez em quando, dava-me umas palavras de entusiasmo e ria com a careta que fazia para ela. Isso, quando eu não a ignorava.

Chegamos ao Kaede e logo fomos recebidos pelas garotas e a professora de dança delas. Fomos todos apresentados devidamente e caminhamos para uma sala própria para dança que, diferente da nossa escola, lá havia uma. Andar até lá foi meio incômodo devido a olhares alheios e comentários de garotas que passavam por nós: “Que gracinha”, “O colégio deles devia ser misto, então eu iria para lá”, “Não imaginava que eles eram tão bonitos...”.

Talvez seja porque eu vi apenas de relance, mas tive a leve impressão de ter visto Sakura olhá-las como se fosse arrancar-lhes as cabeças, um lado que nunca tinha visto dela. Não entendi o porquê daquilo.

Finalmente, chegamos à sala de dança. Ela era ampla, com um espelho cobrindo por completo a maior parede, e havia, também, longos corrimões de metal por toda a sala.

As professoras nos deixaram juntos, em uma pequena confraternização, enquanto conversavam sobre quais seriam os pares.

Depois de praticamente uns dez minutos, elas nos enfileiraram e, à medida que foram anunciando os nomes dos casais, juntavam a dupla escolhida.

— Uchiha Sasuke e... Yoshizumi Maya.

Quando meu nome e o da garota que dançaria comigo foram pronunciados, procurei entre os rostos femininos algum que se alterasse com a pronúncia do nome, e encontrei sem nenhum esforço. A própria garota comentou com a da frente “Ah, sou eu!”.

Olhei diretamente para a garota e ela, ao me procurar também, nossos olhares acabaram se encontrando. Ela corou levemente e voltou a olhar bruscamente para frente.

O olhar, os olhos dela... Eram de um negro intenso, porém, era meigo, até doce. O cabelo dela era dividido no meio, de corte levemente desfiado e curto, que quase batia no final do pescoço, a franja longa, um pouco mais curta que o resto do cabelo, escorria pelas laterais de seu rosto, quase se confundindo com o resto do cabelo, no qual era da mesma tonalidade que os olhos.

Senti meu sangue gelar ao ver a garota. Aqueles olhos, aquele cabelo... De onde eu os conhecia?

Meu rosto formigava enquanto pensava sobre isso. A garota... Ela tinha algo que mexeu comigo.

— Sasuke-kun, algum problema? – Sakura perguntou ao meu lado.

— Maya-chan, por favor, vá para o lado do seu par. – A professora das garotas, Hotaru, pediu.

— Sim, sensei... – Ela andou lentamente em minha direção, mas só me toquei que ela estava ao meu lado quando ela me cumprimentou:

— B- boa tarde...

— Boa tarde. – Olhei-a mais uma vez nos olhos. Sim, eles eram atormentadores... Ao menos, para mim, que não conseguia lembrar-me de onde os tinha visto. – Já nos conhecemos? – Não pude resistir, eu realmente precisava saber daquilo.

— Hã? – Sakura estranhou a minha ação.

A garota parou em uma rápida reflexão. Uma mão posta sobre a boca enquanto pensava.

— Hm... Você também não me é estranho... – Ela se lembrava de mim? Fui tomado por uma pequena porção de esperança. Ela tirou a mão da boca quando sua expressão mudou. Ela virou para mim com um sorriso simpático. – Você já apareceu na TV? – Senti uma pontada de decepção com aquilo.

Se ela só tivesse me visto na TV, então, ela nunca me vira pessoalmente, mas de onde eu a conhecia?

— Você deve ter me visto nos noticiários. – Disse a ela, relembrando do porquê de eu estar nos noticiários.

A garota se sobressaltou, depois arregalou os olhos. Devia ter se lembrado de quem exatamente eu era, afinal, graças à imprensa, o Japão inteiro me conhecia depois do polêmico assassinato dos donos da Fan’s Eletronic e da milagrosa sobrevivência do filho caçula deles.

— Ah, me desculpe! Eu não o reconheci...

— Não tem problema. – Interrompi-a antes que dissesse qualquer outra coisa desnecessária.

 - Então, pessoal, vamos dançar? – Hotaru disse sorrindo, fazendo com que todos parassem de conversar e tomassem suas posições, as quais eu desconhecia.

Enquanto eu olhava distraído para as outras duplas, tentando encontrar algum lugar provável para mim, senti meu braço sendo puxado por Maya. Ela deve ter percebido a minha confusão e me guiou para o nosso devido lugar: no canto direito, na fila da frente. Justamente a da frente.

— Está perdido? – Ela brincou sorrindo leve, falando baixo para que sua voz não sobressaísse o solo do violino.

Maya levantou uma mão e repousou outra sobre o meu ombro direito. Olhei para a mão que me tocava e depois para os olhos dela, estranhando sua rápida proximidade.

— Ande, segure a minha mão. – Maya disse urgente e em um ton baixo novamente.

Fiz o que ela disse, afinal, eu não sabia nada daquela dança. Calmo, segurei a mão dela. Ela ficou um pouco vermelha.

— O que foi?

— ... A cintura também.

Levei a minha mão livre até o meio da cintura dela, um tanto constrangido. Aquela dança me pareceu mais perigosa do que nunca.

Então, levemente, ela se moveu para o lado e a acompanhei, olhando atentamente para seus pés. Os passos iam de um lado para o outro e para frente e para trás ao mesmo tempo, fazendo-me pensar que era a Terra, fazendo os movimentos de rotação e translação. Mas que raio de dança era aquela?

No segundo “movimento de rotação”, meus pés se perderam, e um deles foi parar justamente em cima do pé da garota.

— Ai! – Ela reclamou com a pisada.

— Desculpa. – Disse, sem graça.

Continuamos com a dança logo, mas, então, pisei no outro pé de Maya.

— Aai! – Foi um grito abafado, mas acabou sendo alto o suficiente para atrair os olhares de alguns.

— Desculpa. – Disse a ela novamente. Ela assentiu.

— Tudo bem, mas tente tomar mais cuidado, por favor.

Retomamos os passos. Tomei o maior cuidado possível para não pisar naquela garota novamente, mas, durante os seis minutos de música, pisei no pé dela mais umas três vezes.

Com desgosto, eu tive que admitir a mim mesmo que parte daqueles erros acontecia por eu tirar meus olhos dos nossos pés e direcioná-los ao rosto da garota condenada a ser minha parceira de dança. Aquele rosto ainda me intrigava, era familiar demais.

Quando Maya se separou de mim quando a música acabou, gemendo com a dor nos pés e eu me desculpei com ela de novo, com um fio de preocupação na voz, ela virou-se para mim sorrindo, e disse que estava tudo bem e que a dor passaria logo.

Fiquei congelado ao ver aquele sorriso. A imagem de um rosto mais do que conhecido saltou da minha mente, de um lugar que estava escondido da minha memória, que forcei a mim mesmo a não pensar mais nele.

Ela era igual a minha mãe.

O desenho do rosto, os olhos, o sorriso, o cabelo... Até o penteado eram iguais, só mudavam em questão de tamanho. Como eu não reconheci minha mãe logo que a vira?

Continuei a olhá-la, petrificado.

— Sasuke-san? – Ouvi a voz de Maya chamar-me. Pisquei duas vezes até notar que não esboçava nenhuma reação e ela já estava ficando preocupada.

— Ah, sim? – Perguntei, ainda nervoso pelo reconhecimento que acabara de fazer.

— Você ficou estranho de repente... Aconteceu alguma coisa? – Maya perguntou, sem medo de mostrar que estava preocupada.

— Nada aconteceu. Estava apenas me lembrando... – E acrescentei, com o olhar levemente baixo. – de uma coisa.

— Vamos de novo, gente? – Hotaru nos chamou para a dança novamente. Estava “adorando” o dom daquela mulher de nos interromper nos momentos mais propícios.

Voltamos, então, para a sessão de tortura de Maya.

Além de pisar no pé dela várias vezes, eu não sabia os passos, não sabia a hora que rodava a garota ou o momento em que fazíamos passos mais diferenciados. Sem contar que duas vezes batemos em outro casal, que, desavisado, quase caiu conosco no chão.

Em mais meia hora de treino, eu devo ter pisado naquele pé – de Maya – consideravelmente menor do que o meu, vezes suficientes para deixá-lo com alguns hematomas.

Um completo desastre.

— Uchiha-san. – Kurenai me chamou quando estava prestes a ir embora. Andei até ela pacientemente, sendo seguido por Sakura. – Seria bom o senhor praticasse um pouco em casa... Pelo bem da Maya-san.

Automaticamente, meu olhar se desviou minimamente para a garota sentada em uma das cadeiras presentes na sala, massageando o pé e sendo amparada pelas amigas, que estavam ao seu redor. Ela fala com todas com um sorriso constrangido. Parecia estar me defendendo das aparentes palavras cortantes que as garotas diziam contra mim, pois pude ouvir um “bruto” vindo de uma delas.

— Tentarei não causar mais nenhum dano a ela. – Disse a Kurenai, convicto o suficiente para tranquilizá-la e arrancar-lhe um sorriso de satisfação.

— É bom saber que irá se esforçar. – Ela ajeitou a bolsa que carregava no ombro e andou para fora, acenando. – Até amanhã.

Voltei para casa desanimado, mas quem disse que Sakura iria me acompanhar nessa?

— Ppf! – Ela tentou segurar a risada que veio de surpresa para mim.

Olhei para ela interrogativamente, enquanto apertava o número do andar desejado no elevador.

— Ah, é que foi muito engraçado ver você dançando hoje.  – Ela explicou o motivo de estar quase rindo.

— Hunf. – Fiz para ela, irritado.

— Olhe pelo lado bom: você está em uma situação melhor do que a madrasta da Branca de Neve (N/A; Nesta parte, Sakura faz referência ao conto “original” de A

Branca de Neve, o dos Irmãos Green).

— Preferiria dançar em sapatos de ferro flamejantes até a morte do que isso. – Disse, fazendo bico.

Sakura não aguentou com esse meu último comentário, soltou uma longa risada de pura diversão.

— Não vejo a graça.

— Ah, Sasuke-kun! Você pode não achar, mas você é muito divertido. – Ela disse ainda rindo, tirando uma lágrima pendurada no canto do olho com o dedo indicador.

Ergui uma sobrancelha e estreitei os olhos com o que ela disse. Divertido? Eu? Não fazia mais nada para contribuir com o divertimento alheio há muito tempo. Especialmente no caso de Sakura.

Um sinal curto e agudo espalhou-se pelo elevador. O andar havia chegado e a porta estava se abrindo.

Sakura realmente era diferente. Ela estava se divertindo e rindo tanto de mim... Parecia até que ela tinha se esquecido do que eu havia feito na noite anterior.

Andei até o apartamento de Itachi envolto a isso. Apenas pensei em qualquer outra coisa quando abri a porta da residência de e me deparei com o dono da mesma.

— Chegou tarde. – Itachi comentou enquanto eu passava por ele.

— Festival da escola. – Justifiquei de imediato, mal o olhando nos olhos de Itachi e fui direto para o meu quarto, antes que ele falasse mais alguma coisa.

Fiz o “ritual” de sempre: pendurei minha mochila na cabeceira da cama e tirei a blusa preta do uniforme, ficando apenas com a costumeira blusa branca que usava por baixo.

Suspirei pesado e liguei o computador, logo colocando para carregar uma vídeo-aula de valsa. Observei os passos ensinados. Mas o que era aquilo? Tudo parecia muito mais difícil do que na aula que eu acabara de ter. Como eu iria aprender aquilo? Era impossível, e ainda mais sem um par.

— Isso é fisicamente impossível. – Disse abismado com aquela dança.

— Hm... – Sakura soltou.

Tirei a atenção da tela do computador e olhei para a garota atrás de mim, que fazia um bico naquele momento.

— Vou te ensinar a dançar. – Ela falou quando percebeu meu olhar sobre ela.

— O quê? – Perguntei automaticamente.

— O melhor jeito de aprender algo é fazendo-o na prática, certo? Dance comigo.

Virei-me para Sakura, ainda não estava acreditando naquela proposta absurda.

— Você tem noção do que está falando?

— Tenho.

— Tá brincando, né?

— Não, por quê? – Ela perguntou ingenuamente.

Revirei os olhos e suspirei.

— Dançar com você seria a mesma coisa que nada. – Disse a ela o óbvio.

Sakura estreitou os olhos e pôs as mãos sobre a cintura.

— Mas é claro que não! Eu sou muito bem capacitada para conseguir te ensinar uma dança! Até qualquer outra coisa!

— Esqueceu que não dá para eu encostar em você? Essa dança inclui contato físico.

Sakura levantou o dedo indicador na altura do rosto, chamando a minha atenção. Ela sorriu.

— E é pra isso que serve a imaginação! Finja que me sente, e eu faço a mesma coisa! – Estreitei o espaço entre minhas sobrancelhas imediatamente, em uma expressão de estranhamento. – Se você praticar mais e seguir o que eu disser, vai conseguir dançar muito bem! – Ela fez uma pausa breve, então, deu uma pequena risada, que foi logo contida por sua mão. – A melhor parte é que você não vai precisar se preocupar se vai machucar o meu pé com as suas pisadas. – Revirei os olhos com a última parte.

— Você, ao menos, está se ouvindo? Essa ideia é uma loucura.

— É loucura, mas pode dar certo. Além do mais, não é olhando vídeo que você vai aprender a dançar.

Fitei-a por um tempo. Não custava nada tentar aquela ideia tão desprovida de sanidade, afinal, eu tinha que aprender logo como se dançava aquilo, caso contrário, eu deixaria minha própria parceira impossibilitada de dançar.

— Afe... Tudo bem, eu topo. – Disse a Sakura, causando-a, automaticamente, um sorriso satisfeito.

Levantei-me da cadeira, meu corpo pareceu ter o dobro do peso naquele momento. Andei até a frente de Sakura e encarei aqueles olhos verdes brilhantes. Ainda com um sorriso nos lábios, ela levantou a mão direita.

— Segure a minha mão com delicadeza, mas tem que ser firme o suficiente para me dar confiança de que, se eu cair, você vai me segurar.

Levantei a mão esquerda e encaixei na mão erguida de Sakura. Aquilo era completamente anormal. Eu estava segurando a mão dela, mas não sentia nada, apenas o ar. Era o mesmo que tocar um holograma, podia apenas ver, mas não sentir.

— Segure a minha cintura do mesmo jeito, bem em cima. – Sakura falou, em um tom instrucional.

Fiz o que ela pediu, com um pouco de constrangimento ainda. (N/A: Não se esqueçam que ele é japonês, ok, minna?) Sakura “apoiou” a mão no meu ombro e levantou o rosto para me encarar.

— Na dança, é o homem que conduz, mas, como você não sabe dançar ainda, eu vou te conduzir primeiro, ok? – Apenas assenti, em silêncio.

Ela deu o primeiro passo para o lado, mas me movi muito tarde, e nossas mãos se desencaixaram.

— Você não está imaginando. – Sakura me acusou. – Vamos, esforce-se um pouco.

Puxei o máximo de ar para dentro dos meus pulmões e soltei devagar. Eu precisava levar aquilo a sério, nunca faria algo mal feito, mesmo que fosse algo que eu não quisesse. Fechei os olhos e me concentrei, inspirei e respirei novamente.

Quando abri os olhos, Sakura encarava-me com agrado.

— Está pronto?

Levantei minha mão esquerda como resposta. Pude perceber os olhos de Sakura brilharem mais quando ela viu minha mão estendida para cima, convidando-a para dançar. Ela aceitou o convite, segurando a minha mão.

Esforcei-me para imaginar uma outra pele me tocar e, para a minha felicidade, consegui, mas não esperava que, ao fazer isso, sentiria um leve arrepio e que minha nuca e meu rosto formigassem. Estranhei tal acontecimento, mas achei melhor ignorar e continuar imaginando Sakura com um corpo maciço.

Novamente, ela começou com o passo para o lado, acompanhei-a atentamente, dessa vez, acertando o movimento. Demos uma parada que levou menos de meio segundo e nos movemos para o outro lado, girando levemente.

— Dobre um pouco os joelhos. Tem que se mover com mais suavidade. – Sakura disse enquanto observava cada movimento.

Segui as orientações dela quando repetimos o movimento mais algumas vezes.

— Preste atenção onde põe os seus pés. – A garota disse quando meu pé passou por dentro do dela pela segunda vez. – Eles têm que seguir os meus.

Erro após erro, Sakura me corrigia, dizendo, de modo simples, o que eu devia fazer. Depois de várias e várias tentativas, eu acabava conseguindo fazer com que as falhas fossem corrigidas.

— Quando se sentir seguro o suficiente para me acompanhar sem olhar para os meus pés, dance olhando para os meus olhos.

Ainda não conseguia aquilo, mas sabia que o momento em que eu conseguiria olhar para cima e, até mesmo guiar, estava próximo.

Continuamos, então, naquela dança repetitiva, que consistia apenas em movimentos para os lados que nos fazia girar.

Quando Sakura percebeu que eu já pegara o jeito naquele passo, ela resolveu avançar:

— Consegue me girar?

— Sim.

Soltei o braço da cintura de Sakura e ergui a mão que segurava a dela. Imediatamente, ela se afastou e deu uma volta completa, para, em seguida, voltar à posição inicial.

— Meus parabéns! Acertou de primeira! – Ela parabenizou, dando um sorriso.

Mas eu sabia que aquilo fora apenas sorte.

— De novo. – Sakura pediu.

Repeti o movimento com sucesso, conseguindo trazer Sakura graciosamente de volta para os meus braços, o que me deixou extremamente surpreso.

Dançar com Sakura estava realmente dando certo. Não pude conter um leve sorriso de satisfação que se formou em minha boca. E é claro que Sakura o notou, e sorriu também.

— Vamos com a música agora, ok? – Assenti para ela e andei até o computador para baixar alguma música de valsa.

Coloquei para tocar Voices of Spring, de Johann Strauss II, e me dirigi novamente até Sakura.

Convidei-a novamente para a dança, mas, dessa vez, imitei o homem que vi no vídeo-aula. Dançaríamos sério dessa vez, mesmo que eu não soubesse muitos passos.

Começamos a dançar. Sakura parecia flutuar, fiz o máximo de esforço para acompanhá-la. Todas as passadas, os giros...

Tudo conforme os passos dela.

Mais de uma hora de puro treino depois, eu mesmo já estava me parabenizando por estar conseguindo fazer os passos certos e, o mais importante, sem “pisar” nos pés de Sakura. Fiquei contente, apensar de muito cansaço, já que, no dia seguinte, conseguiria dançar sem nenhum outro erro exorbitante.

 

— Treinou ontem? – Kurenai me perguntou enquanto andávamos até o Kaede.

— Sim.

— Conseguiu aprender algo?

— Sim, ontem treinei bastante. – Disse, arrancando um sorriso aprovador da professora temporária.

Senti até um pouco de remorso por ficar com todo o crédito pelo esforço de Sakura.

No caminho até chegar ao colégio feminino, pensei um pouco apreensivo sobre minha tentativa de dançar pela manhã sozinho, no banheiro, enquanto relembrava os passos. Algo que não deu muito certo, pois eu fiquei desorientado e não tinha uma exata noção do que fazer, igual tinha sido no meu primeiro e desastroso treino. Mas era claro que, depois daquele treino com Sakura, eu só não conseguira dançar depois por não ter uma parceira comigo, tranquilizei-me ao pensar naquela resposta.

Fomos direto para a sala de dança, onde as garotas já nos esperavam. Cumprimentamo-nos e assumimos nossos devidos lugares.

Maya e eu começamos a dançar seguindo a música. Eu estava indo bem no início, e Maya, certamente, notou isso. Girei a garota e ela voltou suavemente para a posição inicial e partimos para o passo mais comum, que era andar para os lados girando levemente.

Mas, para a minha surpresa, ao ir para esse passo, meu pé parou em cima do de Maya novamente.

— Uh...! – Ela gemeu de dor.

— D- desculpa. – Pedi, nervosamente. O que estava acontecendo?

Olhei para Sakura interrogativamente. Ela já me olhava, também surpresa com o que acabara de acontecer.

— Continue. – Ela disse. Assenti.

Voltei para os passos, mas logo me perdi no ritmo e fiz o meu pé e o de Maya baterem, o que quase nos jogou no chão.

Mas o que era aquilo? Não conseguia entender. Eu estava dançando muito bem na noite passada... com Sakura. Aquele pequeno detalhe me chamou a atenção.

Com Sakura.

Eu estava louco, só podia... Mas tudo fazia sentido: de manhã e naquele momento, com Maya, eu não conseguia dançar, mas, com Sakura, eu executava os passos perfeitamente, por que aquilo? Era estranho, além do mais, eu nem sentia de verdade o corpo dela durante a dança. Tudo o que eu sentia era nada além de obra da minha imaginação.

Mas, então, por quê? Por que eu só conseguia dançar com a Sakura?

Continua...


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