Obscure Grace escrita por Ahelin


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Hey, pudim! Como vão as coisas na Terra?

CHEGUEI
Olha, esse foi difícil de terminar no prazo, hein? Mas eu estou aqui, pra alegria de uns e tristeza de outros fslksks

Ah, são tantos avisos importantes...
E agora eu esqueci todos SOCORRO
Hm, esse é mais um capítulo sobre o Liam, espero de verdade que gostem.

LEMBREI FSLKSKS
Bom, seguinte: pouco tempo atrás, recebi minha crítica de um projeto dos Betas do site, que foi super ultra mega blaster incrível! A moça me deu umas dicas SUPER ÓTIMAS de como fazer Obscure Grace se tornar melhor :3
Por isso, estarei editando os capítulos 1 (Prólogo) a 9 (Capítulo 8). Hoje, edito o Prólogo, e aviso toda vez que editar mais um.
SÃO PEQUENAS MUDANÇAS, SEM ALTERAÇÃO NENHUMA NA HISTÓRIA, então não precisa ler se não quiser.

Só isso :v
Até lá embaixo o/



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Tudo começou com o calor.

Era semelhante a um dia de verão muito quente, daqueles que fazem o corpo todo ficar pontilhado por gotículas de suor. Então, ficou mais intenso: Liam conseguia sentir cada centímetro de sua pele formigar, se aquecendo de forma lenta e torturante. Logo, deixou de parecer um dia de verão e passou a ser mais como um inferno particular. Suas roupas incendiaram, e ele sentiu algo parecido com um choque elétrico percorrer seu peito. O coração, que batia descompassado devido ao desespero, parecia pedir por socorro dentro dele.

Sufocou um grito de dor, conforme as sensações aumentavam numa enorme tortura. Não daria àqueles sanguinários outro motivo para comemorarem. Cerrou os dentes tão forte que sua mandíbula doeu, mas essa dor nem chegava perto de se comparar às chamas que o consumiam pouco a pouco.

Não demorou muito a se tornar insuportável. Fechou os olhos, contou até três, inalou o cheiro de fumaça que impregnava o ar e voltou a abri-los. Tudo que conseguiu foi ter um último vislumbre do intenso olhar da moça que amava, e lágrimas escorriam por sobre suas bochechas.

— Liv... — tentou murmurar, mas o resultado foi um sussurro rouco e quase inaudível. Apenas uma fração de segundo depois, o mundo à sua volta ficou tão escuro quanto a negra fumaça que obstruía sua visão.

Acordou de relance, num quarto sem luz. A cama, percebeu, se parecia muito com a sua. Além disso, alguém roçava um lenço úmido suavemente em sua testa.

— Conseguimos, tesoro — disse Edlyn, sorrindo para o filho. — Como você está?

— Inteiro — riu entre as palavras, de alívio. Toda a dor tinha passado. Olhou para seus braços, procurando por algo que mostrasse o que tinha acontecido com ele, mas estavam completamente intactos. E, incrivelmente, ele sabia o que estava acontecendo e onde se encontravam: céu. Essa palavra nunca tinha soado tão familiar em sua mente, mas tudo lhe estava claro como água. Parecia que ali ele estava em seu lugar, e cada pedacinho de seu corpo gritava de alívio com isso enquanto inúmeros segredos eram solucionados nas profundezas de seu ser.

— Eu sei — sussurrou para ele. — É incrível, não é? Está no seu sangue, meu amor — completou, colocando a palma de sua mão contra a bochecha de Liam. — Você faz parte de tudo isso, está no seu sangue. Se o seu pai não fosse um perfeito cazzo, ficaria orgulhoso. Mas você, querido... Você tem os olhos dele, que foi o que fez com que eu me apaixonasse, e não é nenhum... Como é mesmo a outra expressão?

Coglione, mamma — lembrou, com o bom humor voltando em grande parte pelos xingamentos em italiano que a mãe adorava.

— Isso, isso mesmo. E não saia por aí dizendo essas palavras, são feias — completou, com uma piscadela. — Então levante! — Ela deu uma batidinha suave no rosto do filho com o lenço, brincando. — Ainda temos muito a fazer, você precisa sair daqui.

Os próximos dias naquele lugar estranho e ao mesmo tempo familiar escorreram como água das mãos. Graças às conversas angelicais que a mãe ouvia e aos conhecimentos que fluíam naturalmente, os dois aprenderam bem rápido a escapar de cada estágio, juntos. A cada dia, uma nova luta, ainda mais difícil que a anterior. Encontravam as portas secretas sem muito esforço, e comemoravam a cada pequena vitória. Liam pensava, sobretudo, na doce jovem de olhos castanhos que sonhava em ver novamente a cada vez que piscava os seus.

Porém, a onda de sorte deles não demorou a chegar ao fim. Estavam prestes a escapar do oitavo estágio, e Edlyn sentia que estavam quase no fim, quando de repente ela caiu de joelhos no chão. Estavam no meio de uma memória da infância de Liam, em sua casa, quando a mulher caiu de joelhos e levou as mãos até a cabeça, gritando de dor.

— Mamma! — Ele se ajoelhou, passando o braço em volta dos ombros da mãe, que agora gritava sem parar.

— Ora, ora, ora — disse uma voz grave e penetrante, que pertencia ao homem que tinha acabado de se materializar na frente deles. Alisou para trás o cabelo curto e grisalho, depois tirou um fio branco do ombro do terno risca-de-giz. — Vejam só o que temos aqui.

Liam não precisava de apresentações para reconhecê-lo: era ele. Sentia uma ligação forte com o homem, que não era física, mas sim sobrenatural. Ou, talvez, de sangue.

— Raziel — cuspiu. Então aquele era seu avô.

— A aberração e sua cria — despejou Raziel, com o mesmo nojo transbordando de sua voz. — E tentando escapar, quem diria? Mas não tenham esperanças, vocês são nossa propriedade agora.

Nesse momento, Edlyn silenciou. Tirando as mãos das têmporas, levantou-se com dignidade e olhou nos olhos do anjo.

— Gosta do que vê, pai? — disse, sem desviar o olhar. Uma tensão quase palpável estava ali, presente. — Por sua causa estou aqui, e não é você quem vai me impedir de sair.

— Está errada pensando assim — disse Raziel, cruzando os braços e erguendo o queixo de forma imponente. — Você está aqui porque é uma aberração, e os aldeões foram espertos reconhecendo isso. E, ao contrário do que pensa, eu vou te impedir de sair.

As mãos dela, paradas dos lados do quadril, tremiam um pouco, e seus lábios estavam secos. O nervosismo começava a tomar conta de seu interior, mas ela sabiamente escondeu isso no fundo de si.

— Você não me assusta. — Fechou a mandíbula com força, demonstrando raiva em vez de medo.

— Acho que não entendeu as regras. — Ele deu uma risada de escárnio. — Você não tem pra onde ir. Poderia até tentar voltar se tivesse um corpo, mas o seu acaba de ser queimado. Boa sorte, filha.

— Chega. — Liam se colocou na frente da mãe. Não ia deixar que mais nada acontecesse a ela, fosse qual fosse o preço disso. — Não podem nos prender para sempre.

— Você não diz o que eu posso fazer, filhote de humano. — Raziel bateu no rosto dele com as costas da mão, jogando-o do outro lado da sala. Estava visivelmente alterado, o que era raro de se ver. Um trovão soou bem longe, mas não era tão feroz quanto os olhos do anjo. — Ninguém diz o que eu posso fazer.

— Agora eu digo. — Edlyn ergueu sua mão na direção de seu pai e fechou os olhos, concentrando toda a sua energia. Em segundos, este ficou de joelhos, atordoado. Ela caminhou em frente até que sua palma estivesse a apenas alguns centímetros de distância da testa dele. — Não toque no meu filho.

O rosto de Raziel se contorceu de dor por cerca de dez segundos, mas de repente mudou. Um sorriso atravessou seus lábios finos e pálidos, demonstrando ironia.

— Bom, muito bom — disse. — Mas você ainda não aprendeu tudo. — Depois, com um olhar seu, ela foi lançada na parede do cômodo e ocasionou um estrondo. A frágil madeira da parede rangeu com o baque. Logo, o corpo se ergueu a meio metro do chão e ela levou as mãos até a garganta, sufocando.

— Solte-a — ordenou Liam num grito, passando um braço em volta do pescoço de seu avô. A energia sobrenatural voltava a correr por suas veias, e por um momento ele deixou o imortal sem ação. — Eu mandei soltar! — Apertou a chave de braço com mais força, cheio de raiva.

Isso arrancou uma seca risada do fundo de sua garganta, que mais parecia um rosnado. Em um estalar de dedos, Edlyn estava novamente no chão, ofegante. Em outro, ele se livrou com facilidade do golpe de Liam.

— Não deviam ter feito isso. Agora, os dois vão sofrer as consequências. — bradou Raziel. Os olhares da mãe e do filho se encontraram, e ele entendeu o que ela pretendia. Com um aceno de cabeça, consentiu, murmurando um "vá" sem fazer som. Ela, acenando de volta, disse da mesma forma um "eu te amo" e, no instante seguinte, não estava mais lá. — Mas o que...

— Ela se foi — respondeu Liam com arrogância. — E você não vai voltar a vê-la.

— Que seja. De qualquer forma, ela não pode fugir pra sempre. Mas você, jovem, não terá a mesma sorte. — A fala veio acompanhada de um sorriso desdenhoso que torceu as feições de seu rosto. — A partir de agora, vai sentir de novo a dor da sua morte todos os dias, pela eternidade. E, acredite, isso é um longo tempo... Mais ou menos para sempre. Não vai mais ser um residente do céu, em vez disso será forçado a buscar as almas de quem falece. Um ceifeiro, a criatura mais desprezível que existe, subordinada e até escrava dos anjos.

Mais um trovão, dessa vez muito mais perto, mas a tempestade que ele parecia anunciar não veio. Outro grito subiu a garganta de Liam, mas ele não conseguiu sufocá-lo dessa vez. Em seus braços surgiram enormes bolhas avermelhadas, as tão conhecidas cicatrizes de queimadura que marcavam o corpo das bruxas depois da fogueira. Caiu de joelhos no chão, desejando perder a consciência mais uma vez. Seu pescoço e ombros pareciam estar se partindo em mil. Depois, como se não fosse suficiente, sentiu a pele de suas costas se rasgando dos dois lados. Um peso se instalou ali, e ele custou a ver as enormes asas brancas que tinham surgido em seu corpo.

— Você nunca mais terá os prazeres de estar vivo — continuou Raziel. — E trabalhará como escravo pela eternidade. Esse é seu destino, William Grace. Faça jus a ele. Ah, e a cada vez que tentar outra gracinha... — Um último grito de dor atravessou a sala, e Will fechou os punhos em silêncio. Sim, tinha entendido o recado.


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Notas finais do capítulo

Hey hey de novo!
Obrigada por ler até aqui :3 que tal me dizer o que achou? Eu vou amar e te responder com muito carinho.

Sim, esse é o fim da parte II. O próximo capítulo será o começo da terceira e última parte da fic, mais longa que essa, prometo!

E, ah, antes que eu esqueça!
Obrigada, Lira Pevensie, pela linda recomendação. Obrigada, Felipe Pequeno, por ser incrível!
Sério, vocês são demais. Me abracem sz

No próximo capítulo...
"— Grace? — Ri, e ao ouvir isso os olhos dele pareceram brilhar. — Isso é sério?
— Sim, é bem sério.
— Seu sobrenome é muito irônico, Will.
— Oliviera — chamou, e o olhar que lançou pra mim foi um pouco estranho... Quase como se eu já o tivesse visto antes. — Me conte algo bom."

E era isso. Só mais uma coisa... Amo vocês, pessoal.
Beijinhos ♡