As Desventuras do Caos escrita por Reet


Capítulo 9
CAPÍTULO IX — NICOTINA


Notas iniciais do capítulo

ADIVINHA QUEM ATRASOU A POSTAGEM DO CAPÍTULO?

Quero agradecer a todos que me desejaram um feliz aniversário! Vocês são maravilhosos e o meu maior presente sempre é receber seus comentários!!!

Esse é o primeiro capítulo com trecho de música, justamente por eu ter inspirado o nome e algumas frases nela! Estão ansiosos para conhecer um pouco do Little Shine/Frango?

Betagem feita por Ladybug (ID: 693356).
Apelido "Buffet" e "sirva-se" feito por BlackieWoulf (ID: 631711) no comentário do capítulo 8! Amei, demais. ♥



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Eu te provei em meus lábios
E não consigo me livrar de você
Então eu digo "dane-se o seu
beijo e as coisas horríveis que
você provoca!"
Sim, você é pior que nicotina.
NICOTINE, PANIC! AT THE DISCO

 

Desloquei-me pelo elevador escuro, desviando de um Shannon enfurecido que surtava a cada cinco minutos e se jogava contra a porta de ferro fechada, tentando abri-la, em vão. Ele xingava e urrava de raiva como um neandertal, o que me faria rir em qualquer outra ocasião, menos nessa. Ao contrário disso, eu só conseguia ficar mais e mais aflita, constatando que eu estava presa com aquele imbecil há quase uma hora. Eu sentia minhas mãos vibrarem de fúria. Se não fosse considerado homicídio, eu já teria estrangulado o cara umas três vezes.

Eu contava meus passos, um, dois, três; um, dois, três, e era tudo que eu podia fazer de uma ponta a outra do elevador, tentando não me deixar levar pelo desgosto e ira que me restava, também em vão.

E para piorar, Shannon não calava a boca e soltava aqueles grunhidos de dor e frustração que estavam me tirando do sério num momento que eu só queria silêncio e paz para tentar descobrir uma forma de sair de dentro da caixa.

— Vai ficar aí olhando sem fazer nada? — vociferou de repente com aquele tom irritante de cinismo.

Encostei a cabeça contra a parede de metal e apertei os olhos, trincando os dentes. Como era aquele exercício de yoga que ensinaram na aula de debate e relações públicas? Porque eu juro que surto se ele fizer mais um comentário dispensável como aquele, pensei.

— Quanto tempo vai levar até você se dar conta de que abrir a porta agora não vai adiantar de nada? — retruquei, contendo a vontade de bater o lindo rostinho dele contra a parede.

Seus ombros abaixaram como se o peso da realidade tivesse caído sobre ele. Eu fiquei satisfeita ao constatar que suas expressões indicavam claramente que ele se deu conta do erro, mesmo que não fosse admitir. Ele se jogou no chão de carpete velho do elevador e bateu fortemente a cabeça contra o metal, repetindo o movimento várias vezes até que a frequência de batidas se tornasse o som mais harmônico que eu ouvi desde que fiquei trancada naquela caixa.

Também era o som do desespero, mas eu não tinha tempo para lidar com o desespero alheio, já que mal estava conseguindo lidar com o meu.

— Pare com isso, céus — murmurei. — Alguma hora vão nos procurar.

— Fale por você mesma, bufê — aconselhou, cerrando os punhos e mirando um ponto fixo na parede com os dentes trincados.

— Do que você me chamou?

— Você prefere banquete? — Virou o rosto na minha direção desfazendo a raiva em sarcasmo com uma sobrancelha arqueada. — Por que não faz algo de útil e liga para Cold? Meu celular está sem serviço.

— Provavelmente porque estamos dentro de uma caixa de metal, idiota. — Revirei os olhos, incrédula. Não era possível que o sósia de Cold fosse tão inconveniente e irritante. Virei-me para a parede e encostei a testa na superfície fresca, embora a temperatura do ambiente parecesse esquentar mais a cada minuto. — Que droga de calor!

— O ar-condicionado parou de funcionar — explicou Shannon como se não fosse algo óbvio. Eu revirei os olhos mais uma vez, mas evitei que ele percebesse. Não aguentava mais o som daquela voz.

Estava quase escorregando pela parede quando Shannon quebrou o agradável silêncio e sugeriu:

— Por que não tentamos empurrar a brecha do teto?

— Eu não acho que você alcançaria o teto do elevador — resmunguei, fazendo pouco caso. Por que ele não consegue calar a boca e esperar alguém?

— Anda! — Ele se ergueu e estendeu a mão para mim. — Você senta nos meus ombros e empurra.

— O quê? Eu?

Ele confirmou com a cabeça. Eu balancei o dedo indicador na frente da sua cara.

Nem morta que eu faria isso.

 

Depois de alguns minutos de insistência e recusas, eu me encontrava tentando empurrar a portinhola do teto do elevador, com os braços de Shannon em torno das minhas coxas.

Se não pela desconcertante sensação do rosto do loiro estar colado à minha pele, com as mãos firmes segurando meu corpo, talvez eu estivesse alcançando êxito ao tentar empurrar a brecha. Eu estava claramente desorientada. E não tinha coragem de admitir o motivo.

Tudo bem, no desespero as pessoas fazem loucuras. Pensam loucuras. Alucinam. Talvez fosse isso, alucinações. Não era normal refletir sobre aqueles braços tensionados e fortes, com algumas veias destacadas, em torno do meu corpo. E tinha aquele pequeno detalhe que teimava em voltar à cabeça a cada segundo:

Aqueles braços possivelmente foram usados para segurar o enfermeiro enquanto estocava dentro do rapaz. Ou teria sido o contrário?

— Dá para você se concentrar no que está fazendo? — ordenou acompanhado de um suspiro impaciente.

Até o presente momento, “a união faz a força” não era algo que eu esperava vindo de Shannon Lane. Ele provavelmente escolheria me esmurrar a me pegar no colo em qualquer outra situação. Eu balancei a cabeça. Estava misturando os gêmeos. Grande erro.

— Achei que você me odiasse — eu disse, empurrando a porta com mais esforço.

— E odeio — respondeu com a voz abafada. — Isso é puramente necessário. Se o futuro da humanidade dependesse de um coito reprodutivo entre mim e você, não existiria futuro da humanidade.

— Se você estivesse pegando fogo — respondi calmamente enquanto enfiava os dedos na brecha da portinhola quadrada no teto do elevador — e eu tivesse um copo de água, eu beberia o copo de água.

— Eu prefiro reproduzir com uma capivara — retrucou.

— Prefiro masturbar um cavalo. — Fiz mais força para empurrar a portinha e repentinamente senti nojo: estava cheio de poeira! — Aliás. — Tossi alto. — Prefiro enfiar a mão na sujeira de um elevador velho do que confiar meu peso nos seus braços.

Shannon balançou a cabeça para entender melhor o que eu estava dizendo e fez uma careta de desagrado.

— Você é assim tão fresca? — Eu bati as mãos uma contra a outra para que poeira caísse em sua cabeça, mas ele simplesmente não se importou e isso me deixou ainda mais irritada. — O que está vendo aí?

Após empurrar a brecha até ela se tornar um espaço suficiente para alguém passar, me ergui e olhei em volta. Além de toda a poeira, o elevador estava parado entre um andar e outro, e a porta de passagem do andar superior era mais acima; a próxima deveria estar, mais ou menos, em frente à caixa de metal. Sem falar que os cabos que sustentavam a caixa de metal pareciam extremamente frágeis ou corroídos.

— Estou vendo que isso não adiantou de nada — respondi. — A porta é muito mais em cima e esses cabos não parecem os mais firmes do mundo.

— Droga. — Shannon soltou minhas pernas sem nenhum aviso e eu soltei um grito, escorregando pelo seu corpo.

 E então lá estava Shannon e eu. Ele, com as mãos na minha cintura, torcendo os lábios em um sorriso sarcástico bem próximo do meu rosto, pois havia acabado de propositalmente me deixar cair. E eu, ofegante e suada, no meio de seus braços. Se eu não estivesse certa de que aquele era o nojento do Shannon, o arrepio que havia percorrido o meu corpo, ligeiramente incomodado com a distância entre seu rosto e o meu, faria algum sentido. Mas aquele não era Cold, céus, não mesmo.

— Parece que vamos ter que esperar que o príncipe venha atrás do bufê — soltou em um murmúrio rente a minha face. Eu senti meu rosto esquentando, só não seria capaz de admitir o motivo.

— Dá para parar de me chamar assim? — grunhi e me afastei de Shannon com alguns passos para trás, acabando por bater as costas contra a parede do elevador. Um sorriso sarcástico brincou com seus lábios.

— O quê? — disse com os dentes cerrados. — É difícil de engolir que você é o self-service do Cold? Nada mais que a verdade.

— Qual é o seu problema? — gritei, visivelmente irritada. — Cold e eu não temos nada, há três dias eu não fazia ideia da existência de vocês dois!

— É o que todas dizem. — Soltou uma risada sarcástica e deu as costas. — Você parecia no mínimo racional, mas não passa de uma idiota iludida. Outro passatempo.

De repente, tudo parecia se encaixar. Eu cruzei os braços com um ar de presunção.

— Então é disso que se trata. Você tem inveja do Cold. — Shannon virou o rosto com os lábios entreabertos. — A atenção que ele recebe, você morre por receber. Você está tão concentrado em ser um babaca que afasta os outros, que nem se dá conta de que o problema não é ele, é você.

Em um movimento rápido, Shannon encurtou o espaço entre nós e desferiu um soco na parede do elevador, logo percebi que aquilo faria um estrago na minha cara. Ele ofegou. Seus punhos estavam cerrados e o rosto bem próximo do meu. Eu podia sentir o hálito de sua boca e o calor de sua pele.

— Você não faz ideia de metade do que está dizendo — grunhiu.

— Eu sei o suficiente — respondi. — Você é covarde. Arranjou briga com um cara bêbado. Deixou seu irmão ser levado pelos policiais. É suficiente.

— Isso não é nada. — Ele soltou uma risada fraca.

— Se isso não é nada, eu não quero saber o que é. Eu não tenho nada a ver com o seu problema com seu irmão. Mantenha-me fora disso.

— É verdade, você não tem nada a ver com o problema — resmungou com um tom irônico. — Você é o próximo problema, Firewood.

Shannon encostou a cabeça no metal, fechando os olhos como se tivesse dado a discussão por encerrada. Eu me esquivei de seu corpo e me desloquei até o outro lado do elevador, escorregando pela parede até alcançar o chão de carpete gasto.

Tudo aquilo havia me deixado suada. Eu estava escorrendo, derretendo. Sabe o quanto isso é nojento? Numa escala de 1 a 10, no mínimo, 9,5. Eu odiava suor e quanto mais eu pensava, mais meu corpo esquentava. Comecei a me abanar com os braços, mas aquilo não adiantava em nada.

 Eu olhei para minha blusa e fiquei pensando se tirava ou não. Estava com muito calor depois de tudo aquilo, mas ficar seminua naquele momento seria ridículo. E como se Shannon tivesse lido meus pensamentos, ele disse:

— Pode tirar a blusa, se quiser. — Deu de ombros e voltou a se sentar no chão do elevador, de frente para a porta. — Eu não iria querer ver nada aí nem se tivesse luz.

Meu rosto esquentou e não era vergonha. Puxei a blusa, fazendo-a sair pela cabeça e joguei no chão. Naquele momento, a falta de luz no elevador era de grande utilidade para disfarçar as rendas do meu sutiã, agradeci mentalmente por isso.

— Mas é claro — respondi com muita ironia e sarcasmo, eu queria que ele sentisse o áspero da minha voz. — Afinal, você tem um namorado.

O silêncio cortante se instalou novamente. Era como se aquele fosse o Voldemort dos assuntos, aquele-que-não-deve-ser-comentado. E no momento seguinte em que eu me arrependi de ter dito, Shannon suspirou com raiva.

Ex-namorado — disse entredentes, rangendo-os. — Caso queira saber.

— Então é por isso que você detesta as garotas do Cold? — indaguei com as sobrancelhas franzidas. — Porque você é gay?! Isso não é um pouco misógino da sua parte?

Shannon piscou algumas vezes com incredulidade no olhar.

— Todas as garotas do Cold, assim como você, passam por aquela porta com uma placa escrito “sirva-se” colada à testa — disse com desinteresse. — E eu não sou gay! — brandiu Shannon, visivelmente irritado. — Sou bissexual.

Eu fiquei um pouco atormentada. Não era como se bissexuais estivessem na mesma categoria que Papai Noel e Fada do Dente, e eu até entenderia perfeitamente se Shannon fosse uma mulher como Gail era — e ela era bi —, mas aquela era a típica desculpa esfarrapada que gays diziam quando ainda estavam dentro do armário. Quem ele pensava que estava enganando?

— E eu sou o Coelho da Páscoa.

Shannon bufou e socou a parede do elevador. A caixa de metal estremeceu e, por conta disso, um arrepio subiu pela minha espinha alertando-me de que algo que não estava certo.

— Quer que eu te mostre?

Meu rosto esquentou novamente, mas Shannon não precisava saber disso.

— Vou deixar essa para a próxima — respondi, forçando um sorriso sarcástico.

— É melhor que deixe.

Então, Shannon tirou do bolso da calça uma caixa, mas eu só soube o que era quando a chama de um isqueiro foi acesa. O cheiro de Camel logo subiu no ar e eu fiquei realmente fora de controle.

— Você não está pensando que vai fumar dentro de um elevador fechado, vai? — gritei com Shannon e ele me encarou como se eu tivesse sido diagnosticada com esquizofrenia.

— Eu estou trancado em uma caixa de metal escura e quente com uma das garotas estúpidas do meu irmão idiota por tempo indeterminado. O que você espera que eu faça?

— Tem uma placa proibindo cigarro! — Apontei para a parede do elevador onde se encontrava o aviso. — Eu não sou obrigada a aturar esse extrato de nicotina só porque um viciado está trancado comigo.

— Acredite, preciso aturar coisas piores que nicotina.

Ele acendeu o cigarro.

Imediatamente, eu puxei o objeto antes que ele levasse à boca, apagando a chama com a ponta dos dedos. Recolhi a caixa de Camel de sua outra mão e voltei a me sentar onde eu estava. Shannon suspirou profundamente irritado e bateu a cabeça mais algumas vezes na parede, fazendo um rouco som arranhar sua garganta, claro sinal de inquietação.

Eu fechei os olhos e tentei respirar fundo para que a ansiedade fosse embora, mentalizando um exercício qualquer de yoga. Eu estava com fome. Raiva. Calor. E estava com Shannon. Não havia uma descrição melhor para inferno que isso.

Após alguns minutos, o resto de mutação genética quebrou o silêncio com um pigarro forçado. Ele esfregou as mãos nos lábios, encarando a parede oposta, como se estivesse se preparando para dizer alguma coisa difícil.

— De tantos lugares, como você veio parar justo no meu apartamento? — indagou em um murmúrio quase inaudível.

É isso mesmo que escutei? Franzi a testa. Só podia ser brincadeira. Ele falava como se eu estivesse invadindo a propriedade, quando deveria estar me agradecendo por limpar a bagunça que havia feito.

— De tantas perguntas, por que essa? — retruquei com uma sobrancelha arqueada, o rosto levemente inclinado em sua direção, mas sem realmente encará-lo nos olhos.

Talvez eu não estivesse preparada para falar sobre a sequência de tragédias que haviam me levado até o apartamento dos gêmeos, ou talvez eu simplesmente não quisesse falar com ele. A segunda opção era a mais provável.

— Porque... — Shannon abriu a boca várias vezes com a testa franzida até trocar um olhar indignado comigo. Ele revirou os olhos. — Esquece.

Eu passei a mão no cabelo e soltei um suspiro. Quanto tempo teria que ficar trancada com aquele cara? Alguma hora teriam que vir nos procurar. Eu estava à beira de um ataque de nervos e não sabia mais o que fazer para me distrair. Parecia que só havia uma opção e era a pior delas: falar com ele.

— Problemas fraternais — resmunguei. Shannon me olhou de soslaio e permaneceu em silêncio por um longo minuto.

— De qual tipo? — perguntou.

— Do tipo de escassez de atenção, onde o progenitor em questão a direciona para a pessoa errada. — Cerrei os dentes. Eu estava adiando esse assunto o máximo possível. Não queria trazer à tona todos os sentimentos que eu havia retido, principalmente porque se tratava do meu pai e eu queria enterrá-lo em minha memória, assim como ele havia feito com minha mãe.

— Que coincidência — completou Lane de forma que sua resposta passou despercebida.

Bati o pé seguidas vezes enquanto remoía o que se passava em minha cabeça. A culpa de tudo aquilo estar acontecendo era inteiramente de William Firewood.

 

Não sabia dizer por quanto tempo adormeci com a cabeça encostada na parede, pois foi tudo extremamente rápido. Em um momento, eu estava relaxada, mas a sensação de calmaria antes da tempestade ainda me acompanhava.

As luzes piscaram por um instante e eu pensei que o elevador tivesse voltado a funcionar. O sentimento de felicidade foi destroçado por um barulho de ranger metálico, como se algo estivesse prestes a se partir, e imediatamente me lembrei dos cabos corroídos do elevador.

Então eu vi Shannon, desesperado, se jogar na minha direção.

Ele me agarrou com os dois braços e me puxou, de forma que ficasse deitado no chão e seu corpo envolvesse o meu em um aperto forte. Eu escondi meu rosto no seu perto. Em seguida, tudo aconteceu.

O elevador despencou. Eu, juntamente com Shannon, fui arremessada, sentindo meu corpo muito mais leve e o frio na barriga semelhante à queda de uma montanha-russa alertava-me de que aquela não seria nem um pouco divertida. O barulho estrondoso da cabine de metal arranhando as paredes do poço deixava claro que estávamos prestes a sofrer um impacto.

E. Iria. Doer.

Mas foi Shannon quem bateu com tudo e amorteceu todo o impacto. Ele gritou no exato momento da batida e seus braços me soltaram instintivamente. Rolei pelo elevador, que ainda estremecia. Shannon estava jogado, com o rosto contorcido em uma careta de dor, ao mesmo tempo em que segurava o ombro direito com força.


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Notas finais do capítulo

Wow. Às vezes Frango age como um babaca, mas às vezes age como herói. Assim fica difícil de entendê-lo. Será que o que ele diz é realmente verdade? Dawn é o buffet do Cold? Ele é mesmo bissexual ou Dawn só está sendo bifóbica?

✺. Novo trailer! https://youtu.be/czmmL7GTZhI

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Obrigada por estar acompanhando! Espero que esteja gostando. ♡