Some Nights escrita por RafaelaJ


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Gente, bem vindos. Essa é a minha fanfic de Jogos Vorazes e espero que gostem. Já peço desculpas antecipados caso encontrarem algum erro tanto de grafia quanto na história, e se acharem algo me avisem, em. Eu tentei manter a personalidade dos personagens, principalmente da Katniss, parecida com a do livro e me desculpem se não consegui. Esse capítulo está um pouco mais romantico do que deveria, mas eu não consegui me segurar hahaha.
Nos vemos lá em baixo.



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Posso sentir o medo me invadindo. É como se a cada passo que desse uma nova onda me atingi-se. Eu não sei de onde vem, ou a causa, eu só sei que me apavora. E a única coisa que me impede de parar. De cessar meus passos e morrer ali mesmo, naquele chão terroso o qual desconheço, é a adrenalina injetada em minhas veias a cada nova batida do meu coração. E eu sei, que mais do que tudo, tenho medo de morrer.

A visão a minha frente muda completamente. E como se a cena voltasse ao início, posso ver a mina em que meu pai trabalhava explodir. Corpos voando para todos os lados. Vidas perdidas. Mas dessa vez eu não estou em minha casa quando posso ouvir a explosão. Não, é muito mais cruel, eu estou na mina. Sou uma telespectadora. Observando a cena perto do elevador central. Eu grito. Grito o mais alto que posso, mas minha voz parece perdida e sou obrigada a ver a cena sem poder fazer nada. Sem poder impedir.

Eu nem tenho tempo de deixar a tristeza me invadir quando o cenário muda novamente. Arvores me cercam por todos os lados, mas não estou na floresta no Distrito 12, não, eu conheço muito bem esse lugar, eu estou na primeira arena. Meu primeiro pensamento volta-se para Peeta. Tenho que encontrá-lo. Mas a pequena garota a minha frente segura, com toda a força que suas pequenas mãos conseguem reunir, a barra de minha blusa. Ela me impede de andar, e depois de olhar em seus olhos eu nem tenho mais essa vontade. Seus olhos antes brilhantes, agora estão petrificados eu um único ponto. E eu não tenho tempo o suficiente para salva-la de morte iminente. E, assim a vejo morrer em meus braços. Sem nem mesmo poder cantar para acalmá-la.

A última visão é a mais cruel. As arvores agora são consumidas pelas chamas. Ardentes, e com uma enorme vontade de acabar com tudo. A destruição me cerca. E quero fugir, quero correr daquele cenário horroroso. Quero Peeta e seus braços reconfortantes. Mas a imponência me atinge novamente. É como se algo, uma força que desconheço, me obrigasse a ver a cena. E novamente eu assisto Prim morrer, queimando. E antes que seu corpo esteja completamente consumido pelas chamas, eu ouço uma voz. Aquela voz que me atormenta a cada dia da minha vida. Tento tampar os ouvidos, mas não adianta nada. E, então, sou obrigada a ouvir sua voz fria e imponente ecoar pelo local.

— Eu te avisei senhorita Everdeen. São as coisas que mais amamos que nos destroem.

Eu acordo sobressaltada. Ofegante e banhada em suor. Eu não sei por quanto tempo permaneci no pesadelo, mas com certeza foi o suficiente para me abalar por completo. Eu passo a mão pela testa tentando retirar os fios de cabelo grudados no suor. Eu ainda permaneço na mesma posição que dormi. O que me leva a crer que não devo ter me mexido ou gritado durante o sonho.

Continuou ainda sem mexer por alguns minutos tentando acalmar minha respiração. E, com sorte, a mim mesma. Não era real, não era real, repito em minha cabeça até estar segura o suficiente disso. Olho para o teto de meu quarto, completamente branco, tentando fixar em minha mente que estou em casa, estou no meu quarto, e estou segura. Peeta está comigo.

Mas a ultima sentença é completamente refutada quando passo minhas mãos pelo outro lado da cama e sinto os lençóis vazios e frios. Apavorada eu me viro só para confirmar o que já sei: Peeta não está comigo.

— Peeta – chamo. Minha voz que não passa de um sussurro está repleta de pavor. Talvez, eu não tenha acordado. Talvez, ainda esteja no sonho e essa seja a pior parte. – Peeta.

Eu o chamo mais algumas vezes. Minha voz aumentando gradualmente. E eu já estou sentada na cama, completamente desesperada, quando a porta é aberta levemente.

Um Peeta com as feições preocupadas me encara. Eu só tenho um segundo antes de o sentimento de satisfação me invadir. Ele está aqui. E agora posso afirmar para mim mesma, com total certeza, que está tudo bem. E se não está, com certeza ficará.

— Onde você estava? – pergunto com voz um tanto acusadora. Sei que não tenho esse direito, mas não consigo evitar.

— Desculpe – diz ele, a voz suave que sempre usa para me acalmar dos pesadelos. A passos lentos ele se aproxima da cama se sentando ao meu lado. Eu o encaro. Seu rosto, apesar de calmo, demonstra apreensão. E eu posso perceber um resquício sofrimento. Não por mim, mas por ele. Olhando para suas mãos posso notar, por mais que ele tenha tentado limpar, varias cores diferentes. Tinta, e até mesmo um pouco de sangue. Ele estava pintando. O que significa que ele teve um flashback. E enquanto eu, completamente egoísta, cobro por sua presença, ele estava sofrendo na sala ao lado sem querer me incomodar. – Não achei que fosse precisar de mim esta noite.

Um sentimento de afeto se apossa de mim. Aprumo meu corpo e encaro seus olhos. Passo a mão suavemente por seu rosto. Por mais que eu ainda esteja abalada a vontade de ajudá-lo é maior do que qualquer medo que eu possa sentir. E pela primeira vez, quero poder retribuir tudo o que ele tem feito por mim. Quero consolá-lo.

— Eu sempre preciso de você.

E me aproximando bem devagar pressiono meus lábios contra os dele. Primeiro em um pequeno roçar, mas que logo se aprofunda. E, como muitas vezes antes, sinto aquele fogo me consumir. Mas não como as chamas do pesadelo, não, inteiramente diferente. É como se pequenas fagulhas pousassem em minha pela, aquecendo-a. É uma sensação boa. Que logo me leva a querer mais.

Enquanto nos beijamos, passo a mão por entre os cabelos loiros de Peeta puxando-os levemente. Minha outra mão pousa em seu peito, mas logo desce, como se tivesse vida própria, e adentra sua camisa. Peeta, que sempre foi muito contido nesse aspecto físico desde que voltou ao 12, talvez por pensar que eu ainda não estivesse pronta ou simplesmente por me respeitar, também avança. Uma de suas mãos em sua nuca me puxando ainda para mais perto dele se é que isso é possível, e a outra em minha cintura. E por um minuto imagino se esse fogo também não o consome.

Eu me afasto, o mínimo possível, para conseguir tirar sua camisa. Parece que todo e qualquer contato que estou tendo com ele não me é o suficiente. Eu quero mais. Não sei se quero apagar esse fogo que me habita, ou se quero incendiar a tudo. Só sei que não quero parar.

Peeta parecendo ter sentido minha decisão se afasta e me encara. E eu posso ver em seus olhos o mesmo brilho que deve estar estampando nos meus.

— Katniss, você tem certeza? É isso o que você quer? Não faça nada por...

Não deixo que ele termine a fala, pois sei exatamente o que ele irá dizer. E eu não quero ouvir. Não quero ouvir a voz da razão porque tudo o que eu quero no momento é sentir. Me sentir dele.

— Eu quero você – respondo e me surpreendo com a necessidade que está estampada em minha voz. E, então, posso perceber o quanto preciso de Peeta. O quanto o quero, não só fisicamente, mas ao meu lado para o resto da vida. E finalmente compreendo o que Gale quis dizer naquela noite. “Ela escolherá aquele sem o qual não consegue sobreviver”. E é verdade. Porque sem Peeta eu não sobrevivo. E, ainda mais, sem Peeta eu não vivo.

Avanço sobre ele novamente comprovando minhas palavras, mas dessa vez não deixarei que ele pare. Seus beijos se alastram desde minha boca ate minha clavícula. Passando por cada pedacinho ele me provoca. Com beijos e pequenas mordidas que só me fazem desejá-lo ainda mais. Ele tira minha blusa e a joga sobre qualquer quanto do quarto. Ele não se importa mínima com isso no momento, e nem eu. Passando a mão por minhas costas ele encontra o feixe do meu sutiã. Coro um pouco ao perceber que estou usando um sutiã básico azul. Creio que a situação exigiria algo mais sensual, mas como nunca pensei muito nisso, agora não há nada o que se fazer. Ele tira a peça me deixando nua da cintura para cima e, como um instinto, tento cobrir meus seios com as mãos. Peeta me impede antes que possa fazer qualquer movimento. As cicatrizes que antes nunca me incomodaram realmente, agora parecem pulsar em minha pele, como se quisessem ser notadas. Ele me olha intensamente e por um segundo me sinto vulnerável, mas é somente o tempo até que eu possa ver seus olhos que agora estão em um azul profundo, banhados em desejo.

Ele me deita na cama e tira todas as suas outras peças de roupa antes de se erguer acima de mim. Agora, eu não estou mais como na primeira arena, inocente e acanhada, claro que ainda existe um pouco nisso em mim, mas é uma parte tão pequena que não consegue me dominar, e sendo assim o encaro completamente. Ele termina de tirar minhas roupas em uma rapidez surpreendente. E distribui pequenos beijos por todo meu corpo. Entre meus seios e em cada um deles. E até mesmo alguns no interior da minha coxa, o que me deixa excitada.

Nunca pensei que pudesse me sentir assim. E aquela chama anterior – que agora parece tão pequena aos meus olhos – não pode ser em nada comparada ao que sinto agora. È totalmente diferente. A intensidade com que sinto cada toque dele, por mais suave que seja, me abala. E em uma necessidade incontrolável eu o puxo novamente para minha boca. E, agora, o apelido que deram a tanto tempo na capital finalmente assume um sentido real. A garota em chamas.

E enquanto encaro seus olhos percebo que só tenho uma única certeza em minha vida. Não sei como será amanhã quando acordarmos. Não sei se ele ainda estará aqui na próxima crise que eu tiver. Não sei se algum dia me curarei dos pesadelos. E, não sei se algum dia serei capaz de abandonar o passado. Mas eu sei, com uma certeza que parece tão velha como o próprio mundo, que eu preciso dele. E que quero que Peeta esteja aqui, não importa a situação. Sempre vou quere seus braços a minha volta, suas palavras de carinho e finalmente seus beijos. E como uma necessidade que nunca senti antes, quero que ele afirme isso para mim. Quero poder viver, pelo menos esta noite, com essa certeza.

— Fica comigo?

E como se ele percebesse todos os medos que se passam pela minha cabeça ele se abaixa e cola nossos lábios em um selinho. E com uma voz banhada em amor e devoção, ele responde:

— Sempre.

E, então, eu sei que esta noite será apenas uma de muitas.

Com todo o cuidado, como se eu fosse frágil, Peeta me penetra. No primeiro momento, um incomodo me invade. Não chega a ser uma dor, mas não é nada agradável. Solto um gemido e Peeta me consola dizendo que vai passar. E ele está certo. Depois de alguns poucos minutos o incomodo desaparece por completo sendo substituído pelo prazer. Peeta é extremante cuidadoso comigo, atento a cada sinal que dou. No entanto, quando tudo o passa a sair de minha boca são gemidos e palavras incoerentes ele se solta um pouco. Ele aumenta velocidade e passo a arranhar suas costas e, mesmo sabendo que minhas unhas deixaram marcas em sua pele pela manhã, eu não me importo. Não me importo com nada que não sejam nossos corpos colados.

Depois de algum tempo eu atinjo o ápice em um grito repleto de prazer. Eu me sinto como em uma nuvem. Leve e satisfeita. E, mais do que satisfeita, me sinto completa. Alguns segundos depois Peeta também atinge seu ápice e se deita ao meu lado, mas sem separar nossos corpos. O que me agrada, já que acho que não lidaria muito bem com o vazio que me atingiria.

Finalmente, depois de nos acalmarmos e nossas respirações voltarem ao normal, e nos separa. No entanto, logo me puxa para seu peito, do modo usual em que dormimos. Eu apoio minha cabeça em seu peito e, sem motivo algum, me alegro em ouvir as batidas do seu coração. Me lembro quando ele parou de bater, na senda arena, mas nem isso é capaz de tirar o sorriso do meu rosto. Porque sei que agora ele está comigo. E se depender de mim estará sempre.

—Peeta – eu chamo. Ele logo me encara, seus olhos azuis com agora o amor substituindo o desejo. – Eu te amo.

Posso ver seus olhos assumindo a perplexidade e logo depois a admiração. É verdade que quando ele me perguntou se eu o amava eu respondi que sim, mas agora é uma situação diferente. Eu nunca havia afirmado meus sentimentos assim. Por livre e espontânea vontade. Mas agora, após esse momento de intimidade que acabamos de compartilhar, fui invadida por uma súbita vontade de me declarar. De dizer essas três pequenas palavras que significam tanto. E, principalmente, de fazê-lo sentir-se amado como eu me sinto.

— Eu sei – ele responde simplesmente. Mas pelo seu sorriso sei que isso significou muito mais para ele do que aparenta.

E, pela primeira vez, eu me deixo convencer da certeza de que um dia me curarei. Não por remédios ou terapia. Não, mas sim por ter Peeta ao meu lado. Nós somos o melhor remédio um para o outro. E com essa compreensão me apossando, me aninho mais em seu peito e logo sinto seus braços em torno de mim. E, então, pela primeira vez em muitas noites, derivo rumo a sonhos calmos.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a quem leu e chegou até aqui, um beijo para todos vocês. Olha, essa é a primeira vez que escrevo algo assim, mais caliente, então me deem um desconto por favor hahaha. Comente se não gostaram e se gostaram também, isso é muito importante para mim.No inicio estava pensando em fazer mais uma coletânea de capítulos independentes. E, se quiserem pedir por um momento especial sintam-se a vontade, vou fazer o máximo possível para agrada-los. Essa fanfic possui um continuação chamada Tomorrow Will Be Kinder quem quiser dar uma passadinha lá eu vou adorar!
Beijos e até mais!Rafa.