P.O.V Mônica Souza

Após alguns dias que resgatamos a Melissa das mãos do Dimitry, tudo vem ocorrendo normalmente. A Mel voltou a jogar futsal e suas cicatrizes a mordida desapareceram totalmente, como se nada tivesse acontecido. Agora eu e o resto do pessoal estamos esperando o professor Licurgo aqui na classe. Sem ele aqui, a sala fica uma bagunça total.

— Esses meninos não tem jeito mesmo, parecem um bando de crianças. - Magali diz pegando um dos aviõezinhos de papel grudados em seu cabelo.

— Você só está assim por causa que o Cascão tá lá junto, admita Maga. - Digo rindo.

— Ele poderia ser um pouco menos infantil de vez em quando também né. - Minha amiga diz enquanto suspira.

Após o professor chegar, toda sala fica omitida, como se não estivessem fazendo nada. Só que os rabiscos na lousa e os papéis embrulhados no chão denunciam a zoeira que a sala estava fazendo.

— Bonito, hein? - Professor Licurgo diz enquanto pega uma bolinha de papel do chão.

— Obrigado, professor. - Fala Titi, lá do fundão da sala. Toda sala vaia ele.

— Zero em português, Timóteo Silva.

— Ah, qualé? Não se pode nem mais brincar?

Toda sala dá risada do acontecimento. Bem feito, o Titi se acha demais.

— Ahem. Bem, gostaria de avisar que o acampamento foi adiantado para Quarta-Feira, ou seja, depois de amanhã.

Após ouvir o recado, toda sala ficou em murmúrios, isso pois ninguém achava que esse evento fosse adiante. Nossa escola planejava vários passeios e eventos, mas quase nunca - para não dizer nunca - fazíamos algo diferente.

— E por qual razão isso foi adiado?

— Bem, de início planejamos levar toda a escola, porém percebemos que a floresta que vamos é muito pequena para levar cerca de 400 pessoas. Então, após um sorteio, sua sala foi privilegiada como a primeira a ir nesse acampamento.

— Agradeça a mim, descobri desse sorteio e fiz algumas trapaças para irmos logo. - João me diz, cochichando no meu ouvido.

— Ai ai, só você mesmo viu?

P.O.V Cebola Menezes

Esse acampamento... acho que essa seria uma ótima oportunidade para tentar algo com a Mônica, pelo menos uma última vez. Mas, será que devo? Já faz mais de um mês desde que dei aquele beijo nela, e ela quase nem deu algum retorno, ao contrário, ela agora só anda com aquele João e parece que ele está muito a minha frente de ter a Mô. Apesar de eu já ter dito desistir dela e ir atrás de outras garotas, ainda sim penso nela... O que será que de fato devo fazer???

P.O.V João Santos

Atualmente tudo corre as mil maravilhas para mim. Tenho super poderes, a garota que gosto está começando a olhar para mim de maneira mais diferente de "amigo", e cada dia mais me enturmo com o pessoal. Ainda assim tenho esses sonhos bizarros que cada vez tem sido mais frequente. Até tentei fazer um bloqueio mental, mas é inútil. Sangue, gente sofrendo, mortes, torturas, violência... é tudo normal nesses pesadelos que tenho. O que será que está acontecendo para ter algo assim?

P.O.V Denise Gomes

— Denise, eu tenho mesmo que fazer isso?

— Claro né, amor? Namorado meu não tem que ser mole não!!!

Coloquei meu novo namorado, Xaveco Lorota, para correr no bairro por 40 minutos. Depois que ele teve alta, e começamos a namorar, resolvi fazer uma série de coisas para que ele não fique parado e sedentário como costumava ser. Admito que só quero mudar a saúde física do Xavequinho, a personalidade quero deixar totalmente intacta, ele é muito fofo.

*****

— Xaveco, muito bem. Hoje você correu mais do que ontem.

— Bem que você podia pegar leve né? E mais, pra que toda essa obsessão em querer que eu fique em forma?

— É para o seu bem queridinho, além do mais, aposto que você quer ficar bombadão, bonitão e saudável para arrasar na praia enquanto surfa, não é?

— Peraí, como você sabe que eu quero ficar malhadão, hein?

— Eu sei de absolutamente tudo, querido. - Digo enquanto solto uma piscadela pro meu loiro.

— Hum, sei... Aliás, sua mãe deixou você ir pro acampamento??

— Já, mas ainda falta arrumar minhas coisas. Tô levando muito material pro documentário.

— Quê? Documentário?

— Sim. Nesses eventos raros, sempre ocorre algum tipo de babado. Óbvio que agora não vai ser diferente.

P.O.V Laura Styles

Será que devo entrar? Algo me diz que depois de tudo que ele fez, eu seria a última pessoa que deveria querer vê-lo, mas ainda assim algo me diz que tenho que entrar, que sou a última esperança dele.

*****

Entrei dentro do presídio, e lá vejo muitas celas, praticamente todas lotadas. Um fedor inimaginável e condições bastante desagradáveis para qualquer tipo de ser humano. Um policial me aponta a cela onde ele estava, que era no fim do corredor. Peço para o policial me deixar ir sozinha, e por alguma razão, ele deixa eu ir até lá. Talvez ele tenha confiado em mim, sei lá. Ao chegar na cela, ele está sozinho, virado para o muro.

— Toni??

— Hum? Laura?