P.O.V Maria Fernanda

Estava passando pelas salas até que escuto uma música vindo da sala de música, a sala estava encostada então eu esperei um pouco escutando pelo lado de fora da sala, a linda cantoria, antes de entrar.

When there's madness,
When there's poison in your head
When the sadness leaves you broken in your bed
I will hold you in the depths of your despair
And it's all in the name of love

Entro sorrateiramente sem que a garota que estava cantando perceba, ela estava de costas mexendo no seu laptop, mas sem perder o ritmo da canção, ela estava cantando In The Name Of Love de Martin Garrix & Bebe Rexha, não conseguia ver quem era a dona da voz, só sabia que ela era loira, e estava usando um vestido preto rodado, com uma bota de couro também preta, sabe aquelas botas tipo rockeira ou gótica, não tenho certeza, mas acho que é de algum desses tipos.

Quando a música acaba, ela ainda continua virada de costa, acabo por ir até ela e tocar no seu ombro, não é que a garota dá um pulo mega alto com a mão no coração.

— Que susto poh. – Diz Monique e eu rio tanto que sai lagrimas dos meus olhos, a cara dela e o pulo foram muito engraçados.

— Calma, não consigo respirar. – Digo me apoiando no piano da sala de músicas/palco. A loira me dá um tapa no braço de brincadeira e faz careta.

— Bocó, respeita a mais alta. – Diz se gabando e eu mostro a língua.

— Chata. – Rio e logo pergunto. – Por que não disse que cantava bem?

— Não canto bem. – Diz corando e eu reviro os olhos.

— Canta sim, e que feio me fez ter que ir cantar. – Cruzo os braços e ela ri.

— Prefiro tocar guitarra, cantar só para mim mesmo. – Dá de ombros.

— Quem sabe você não canta comigo. – Digo ingênua e ela cora.

— Não nasci para ser centro das atenções, quer dizer apenas na pintura me sinto bem, mas deixa para lá. – Pintura? Não sabia que ela pintava.

— Ata. Mas então vamos para a sala? – Pergunto e ela concorda.

— Então... – Começa e eu sinto a malicia. – Como vai você e o DC?

— Somos amigos, nada demais. – Coro e ela ri.

— Não é isso que o Cast conta. – Aaaa Do Contra, eu te mato.

— O que o Dc disse? – Exclamo meio furiosa, mas quando vejo a cara da Monique começo a rir descontroladamente, cara, essa menina fez a cara mais engraçada do mundo, uma mistura de se segurando para não rir com uma cara de malicia forçada.

— Nada demais, só que vocês se dão super bem, que você o faz mais feliz do que quando estava com a Mônica, e também que você topa qualquer parada estranha que ele sugere. – Ri e eu acompanho.

— Confesso, é cada coisa estranha que eu topo, mas é divertido coisas diferentes. – Dou de ombros e ela concorda.

— Verdade, desde que eu comecei a namorar com o Cast, vou a cada lugar sinistro, já fiz um piquenique no cemitério acredita? – Ela exclama rindo e eu não sei se rio ou acho sinistro.

— Cemitério? Esse aí ganhou de todos os diferentões.

— Aham.

Assim que chegamos a sala, cada uma foi sentar em seu lugar. Ela perto da Rosa sua melhor amiga e eu atrás da Denise.

— Oi De. Tudo bem? – Pergunto assim que vejo ela com uma cara determinada.

— Claro Mah. Por que? – Pergunta sorrindo.

— Nada. – Dou de ombros, o professor logo entra na sala e começa a passar sua matéria, não estava muito afim de prestar a atenção, mas como essa matéria era difícil e iria ter avaliação, resolvi prestar atenção.

P.O.V Lysandre Maddox

Não acredito que mudaram a data do festival de música da escola, pelo menos o encerramento vai ser legal com o festival, mas mesmo assim vai demorar.

— Também está com raiva de terem mudado a data? – Pergunta Mel se sentando do meu lado na árvore.

— É, mas fazer o que. – Dou de ombros e ela ri. – Você vai participar?

— Ah, sim, vou tocar violão e a Mônica vai cantar, como meio que a excluíram da formação da banda das meninas, ela me pediu para tocar. – Dá de ombros.

— Legal, vou estar torcendo por você. – Digo com um sorriso sincero e ela cora.

— Obrigada, mas só vou tocar. – Ri e eu concordo.

— Mas o que seria de uma cantora sem seus músicos?

— Não sei, estou por fora disso. – Suspira.

— Mas então melhorou, depois daquele ocorrido? – Pergunto sério me referindo ao vampiro.

— Ah sim, fazer o que, a vida segue. – Ri fracamente.

— Você vai encontrar alguém que a faça feliz, as vezes até esse alguém, esteja perto só esperando uma chance. – Sim, eu meio que soltei uma indireta, mas ela nem percebeu. Sou um fracasso para tentar algo com ela.

— Talvez, mas não estou com cabeça para tentar amar de novo, vou focar nos estudos e no que me faz feliz, chega de problema amoroso. – Ri, aquelas palavras foram como facas rasgando meu peito, mas o que posso fazer, ela não sente nada por mim além de amizade.

— Ah, está certa, deve aproveitar e se dedicar aos estudos mesmo. – Digo com um sorriso falso.

— Mas e você? Já falou com a garota que gosta? – Dou de ombros. – Falando nisso, você não me disse quem é, anda fala.

— Ela.... – Antes que termine minha desculpa de que a garota não é da nossa sala e que a Mel não a conhece, o sinal toca para me salvar.

— Deixa para depois, é educação física. – Diz empolgada e logo corre para a sala.

— Como eu queria que você se tocasse. – Suspiro e começo a andar para a sala.

P.O.V Denise Gomes

O sinal tinha acabado de bater, e a loucura de pessoas correndo para sair da escola era incrível, peguei minhas coisas e me direcionei para a saída.

— Xaveco. – Sussurro assim que o vejo olhar para os lados como que tentando ver se não estavam o seguindo, antes dele me ver me escondo atrás do muro da escola.

Quando vejo que ele parou de olhar para os lados e começou a seguir seu caminho nada natural, já que ele sempre ia por outro caminho. Como eu sei? Queridos, eu sou a diva que sabe de tudo, Denise Gomes, se não sei, descubro. E é isso que eu vou fazer, descobrir.

O sigo bem discreta até que vejo ele entrar em um beco perto do parquinho. Ele continua adentrando o beco até parar num homem, eles conversam sobre algo que eu não consigo ouvir e depois o cara entrega uma sacola para o Xaveco.

Espero o Xaveco na esquina que provavelmente ele iria cruzar para ir para sua casa. Depois de alguns minutos, dito e feito, o garoto a cruza.

— Denise?! – Exclama assim que me vê e tenta esconder a sacola.

— O que estava fazendo com aquele homem? – Pergunto retirando a sacola de suas mãos, vejo ele começar a suar e eu entendo o porquê, eram drogas.

— Não é o que você está pensando. – Começa gaguejando e eu o olho com raiva.

— Por que? Isso faz mal! – O confronto, os olhos dele começam a lacrimejar.

— Não queria que você tivesse visto. – Sussurra e logo vejo ele ficar com raiva. – Foi a Monique que te disse e...

— Sim foi ela, mas ela fez um bem danado, Xaveco, não há motivos para você ter comprado e... Você já usou? – Pergunto confusa e com raiva.

— Eu só queria me soltar mais, você é social e eu sempre o tímido, só... Queria que gostasse de mim como eu gosto de você. – Diz dando de ombros.

— Xaveco, meu pudinzinho, meu amigo do coração, eu gosto de você seu bobo, não precisa disso para chamar minha atenção, agora você pode... – Antes que eu termine de falar, Xaveco começa a ir apressadamente quase que correndo na direção de sua casa. – Ixi, o que será que deu nele? Será que deu vontade de fazer o número dois?

Espera, eu estou com a sacola de drogas, o que eu faço? Antes que eu pense em algo, um garoto que eu nunca vi na minha vida rouba a sacola e corre em direção ao parque. Está bem então, não vou de atrás. Não quero drogas e nem preciso, isso só estraga a pessoa. Agora é melhor eu ir para minha casa, e postar algum vídeo no meu canal, faz um dia que não posto, meus fãs devem quererem me esganar. E sobre o Xaveco, só espero que ele pare de tentar usar ou comprar essa porcaria, não quero ver meu amigo indo para um caminho que só tem a decair.