P.O.V Cebola Menezes

— Obrigado por aceitar quebrar um galho para nós, Jessica. – Digo com um sorriso e ela retribui, Jessica havia aceitado tocar baixo já que o Cascão está ainda se remoendo pelo acidente.

— De nada, não tinha nada para fazer mesmo. – Ri.

— Vamos do começo, então? – Pergunta Do Contra, que pelo incrível que pareça está mais legal comigo, e tipo, as vezes acho que nossa inimizade era tudo por causa da Mônica, mas enfim, voltando ao ensaio.

Depois de ensaiarmos umas duas músicas, com solos fodões do Castiel, e com a cantoria show do Lysandre, uma loira entra animada junto com uma garota de cabelo branco.

— Gente, vocês não vão acreditar. – Grita entusiasmada a loira.

— É algo incrível. – Completa a outra.

— Falem logo. – Diz Castiel revirando os olhos, a loira apenas manda um dedo do meio para o ruivo que tenta não rir.

— Meu pai conseguiu que vocês entrem para o Show de Rock da cidade vizinha, e todos sabem que os vencedores ficam famosos, então... – Antes dela terminar, Castiel e Do Contra comemoram como se fosse a melhor coisa da vida.

— Rosa, você é incrível. – Diz Do Contra a abraçando no ar.

— Sossegue moço, tenho namorado. – Diz ela brincando e todos riem.

— Mas serio, isso é incrível, muito obrigado Rosa. – Diz o Castiel com o maior sorriso, confesso que essa noticia é incrível, mas duvido ganharmos, quer dizer somos bons, mas acabamos de criar a nossa banda, Winged Skull.

— É semana que vem a competição? – Pergunto e ela concorda.

— E na outra, é a competição na escola. – Completa Monique animada.

— E é bom vocês arrasarem nas duas, pois pretendo ser produtora de vocês. – Fala Rosa e todos riem.

— Acho que não temos como negar, você conseguiu uma coisa difícil. – Castiel diz e todos concordam.

— Eba. – Comemora rindo.

— Agora vamos voltar aos ensaios, temos muito a treinar. – Diz Lysandre e voltamos a ensaiar, com Monique e Rosa nos assistindo.

P.O.V Selene Schlüter

Eu não entendo como um pirralho conseguiu ser tão forte, sei que faz tempo que eu me encontrei com ele, mas aquela força, aquela aura, não pode ser dele, algo está errado muito errado.

Mudando o assunto, a Dona Morte me disse que algo vai acontecer daqui uns meses e que o melhor é eu fugir, mas eu não posso, não sem o Dimitry, se for para fugir para se esconder, tem que ser com ele, mas ele me odeia, ainda mais agora que ele fica de papo com aquela mundana Melissa.

Poderia matá-la, mas ele saberia que teria sido eu e me odiaria muito mais, se é possível. Ele apenas me odeia por ter demorado para eu o transformá-lo, eu sabia que ele queria voltar para a noiva dele, mas a partir do momento que eu o vi, eu o quis. Droga, eu nem demorei tanto, a culpa não é minha se aquela bruaca foi fraca ao ponto de morrer, mas também se tivesse sobrevivido, eu nunca poderia ter o Dimi.

Quanta contradição!

— Gabryll, venha logo, estou com fome seu escravo lerdo. – Grito e logo ele aparece, confesso que ele continua lindo sendo um subjulgado, com seus músculos, cabelo preto, olhos verdes. Mas nunca conseguiu meu coração, mesmo sabendo que eu não o amaria, ele quis se tornar meu subjulgado para me servir de todas as maneiras que eu quisesse.

— Madame, estou aqui. – Diz se ajoelhando na minha frente, parecia fraco, mais fraco que o normal, algum sentimento humanitário apareceu, bem de leve, e eu deixei que ele sobrevivesse.

Gabryll me ama e eu não o amo, assim como acontece e já aconteceu comigo, sei como dói, não posso tratá-lo tão mal, ele sempre esteve comigo me servindo, me protegendo...

— Que bom que veio. – Digo com um sorriso feliz e ele me olha com amor, o que separa ele dos outros subjulgados, é que o amor dele é verdadeiro e não parte da aliança.

Me alimento dele e depois o dou o carinho que ele tanto espera por ter, sempre o retribuo com isso, me chame do que quiser, vadia, má, sem coração. Mas se há uma coisa que eu faço, é retribuir favores que me fazem, do melhor jeito e do jeito que cada um quer.

— Eu te amo... – Sussurra e acaba por desmaiar, aquilo foi estranho, dentre todos os anos juntos, ele nunca desmaiou.

— Gabryll. – O chamo e nada. Resolvo por fim dar meu sangue e a água que cura ferimentos e outras coisas que não se curam com as propriedades do sangue de vampiro.

Ele ficou um dia inteiro desmaiado, e quando despertou, parecia que tinha visto um fantasma. Ele senta e pega nos meus ombros, parecia assustado e temendo o pior.

— Madame, você precisa sair desse lugar, ir para o mais longe, não é seguro. – Diz e eu compreendo o porque do desmaio. Meu mestre o chamou para que ele me alertasse.

— Quanto tempo ele me deu para que eu possa sair? – Pergunto e Gabryll me olha triste, ele sabia que eu pedi para tentar convencer o Dimitry.

— Um mês. – Sussurra.

— Não vou te esquecer, você vem junto, mesmo se o Dimitry aceitar. Você é o meu único amigo e sempre me protegeu. – Falo olhando para o lado com vergonha, sei que parece mentira, mas nunca o deixaria, ele está comigo a metade de minha vida de vampiro.

— Se você diz, eu acredito. – Fala e eu o abraço, mas depois o solto e mando ele ir descansar. Não posso parecer fraca, ainda mais na frente dele. Não sou uma menininha, sou uma vampira manipuladora e cruel.

P.O.V Monique Lockwood

Estou caminhando pelo parque para ir na cafeteria do outro bairro que abriu, quando olho um garoto com o cabelo amarelo como o milho em forma meio estranho, espera aí, é o Xaveco.

Vejo que ele anda para um lado afastado dos outros, parecia disfarçado, querendo que ninguém o veja, resolvo o seguir e ainda bem que o segui. Que porra ele está fazendo com um dos capangas da máfia de drogas?

Sei que eu não devia me meter, por eu mal conhecer o Xaveco, mas ele não parece ser alguém que saiba no que está se metendo e que fica se drogando.

— Xaveco. – O chamo e ele me olha surpreso e envergonhado.

— Monique?! – Exclama. – O que faz aqui? – Tenta disfarçar.

— Agora, tentando ajudar um amigo que não sabe no que está se metendo. – Falo e logo olho para o trouxa do lado de Xaveco. – Me escuta bem, nunca mais venda nada para ele, pois se você vender algo, eu vou te caçar e você ficará que nem o seu ex-colega.

O cara sai e Xaveco me olha com raiva, aposto que falaram merda para ele sobre o produto, pode ser verdade sobre as ervas e tal, mas na prática, o processo é uma nojeira por isso faz mal as pessoas e elas ficam viciadas.

— Por que fez isso? Você mal me conhece, só estragou minha felicidade, eu até estou melhor com a Denise. – Solta as palavras e eu reviro os olhos.

— Não nos conhecemos muito, mas eu conheço esses caras, e sei que você está entrando em algo sem volta, algo que vai estragar sua vida, e só estou te alertando que é uma viagem sem volta, que tirará todos e tudo de você. – Alerto e ele parece não ligar e nem acreditar no que eu digo.

— Só me deixa em paz. – Diz e vai embora, algo me diz que ele não vai parar.

Vou precisar de ajuda, mas quem? Espera ele mencionou uma garota não era? A Demi, Delise, Damilia, Denise, isso Denise, é claro, como fui burra, era óbvio que é ela, e também é óbvio que ele vai a escutar, preciso falar com ela, preciso que ela mude a idéia dele, afinal ele gosta dela e é mais fácil dele desistir se for ela o alertando.

Não vou desistir, não pode acontecer o que já aconteceu com meu irmão, Xaveco não irá cair num buraco sem saída.