P.O.V Denise Gomes

— Girls, mas onde vamos fazer esta festa do pijama? – Pergunto para todas as garotas presentes ao redor da mesa do refeitório.

— Sei lá, somos em muitas, tem que ser em um lugar grande. – Diz Mônica e todas concordam.

— Na minha casa é bem grande. – Diz Carmen com um sorriso orgulhoso e Rosa revira os olhos.

— A minha também é grande. – Diz Rosa e Carmen dá um sorriso falso.

— É só votarmos em que casa vocês preferem, é fácil. – Propõem Carmen convencida de que irá ganhar nessa votação.

— Perfeito, vamos votar. – Diz Maga e todas concordam.

— Quem prefere na casa da Carmen levanta a mão. – Digo e Carmen, Mônica, Magali, e eu erguemos a mão. – Agora quem prefere na casa da Rosa, levanta a mão. – Monique, Rosa, Jessica, Maria, Laura, e Melissa levantam as mãos.

— Então está feito, vai ser na casa da Rosa. – Diz Monique com um sorriso irônico e Carmen ignora olhá-la.

— Entramos em contato, Rosa, aí organizamos tudo para sábado à noite. – Digo e ela concorda.

Logo todas se dividiram em seus grupos de costume, e eu fiquei com a Carmen para conversarmos. A festa que iríamos fazer era apenas para meninas, será feita para nos divertirmos, fofocar, conhecermos uma a outra melhor, enfim, aquela coisa normal de uma festa de pijama.

 — Não acredito que escolheram a casa daquela garota. Com certeza a casa dela não é tão grande quanto a minha. – Diz Carmen e eu rio do seu jeito, eu amo a Cacá de paixão, mas ela as vezes cansa com essas frescuras e tal, não sei quando ela vai ter juízo, essa daí não sabe mesmo como se controlar.

— É só para passarmos a noite, não para morarmos lá, Cacá. – Digo e ela revira os olhos.

— Eu sei, mas preferia meu quarto, ele é enorme. – Diz ela e eu concordo, mas logo minha atenção vai para um garoto de cabelos loiros enrolados, Xaveco. Não entendo como posso sentir-me pelo menos um pouco atraída por ele, é serio, olhando para ele não a nada demais, ele é tão normal, fraco, mas... Eu não sei, sabe quando você não entende o porquê de amar uma pessoa que você jura ser a ultima a você querer? Então, é assim que eu estou. – Dê? Está olhando para que boy magia para estar tão hipnotizada? – Pergunta Carmen e eu disfarço, ela nunca entenderia meus sentimentos por ele, Carmen é uma das garotas que liga para aparência a cima de tudo, eu até já fui uma vez assim, mas agora, não tanto.

— Para ninguém, “migah”. – Digo com um sorriso disfarçado e ela dá de ombros voltando a falar sobre o pijama que ela vai usar para a festa.

P.O.V Marco Antônio (Toni)

— Mas mano, por que não pego ela? – Pergunto para o Titi indignado.

— Sei lá mano, quando eu ia finalmente agarrar ela, a amiga dela surgiu, e como eu já peguei a amiga dela ia dar treta, para falar a verdade amizade entre mulher é tudo falso, pois a amiga dela que cheio está gostando de mim, mas a outra me quer mesmo assim, são um bando de piranha mesmo. – Diz e eu rio.

— Verdade, elas só querem ficar, e depois falam que nós não valemos nada porque ficamos com elas, vai entender. – Digo e o Titi concorda.

— Olha, é a garota tímida. – Diz o Titi rindo quando Laura passa por nós indo para a biblioteca da escola.

— Ela deve ser a única que não se joga para cima dos caras. – Digo e o Titi me encara perverso.

— Aposto duzentos reais que você não pega ela em duas semanas. – Diz rindo e eu o olho travesso.

— Aposta aceita, já perdeu essa. – Digo e bem no fundo acho que aquela aposta não era certa para se fazer com aquela garota.

P.O.V Castiel Salvatore

Aquele momento em que fui com a Monique buscar as coisas dela na casa da tia, não me saiu da cabeça. A tia dela foi tão escrota que quase perdi meu controle, todas aquelas palavras que ela disse, a Mo não merece elas.

“Você realmente é como sua mãe. Só sabe usar esse rabo para dar e aí ficar com o cara, tomara que quando você engravidar ele te deixe, assim você para de ser tão trouxa e acreditar nessas histórias.”

“Eu não devia ter aceitado te deixar morar comigo, vadia que nem você deveria é ficar sem teto onde morar.”

“Para que pegar esses trapos? Você só vai parar de quatro para ele.”

“Seu pai realmente te criou para ser uma vadia manipuladora.”

Foram tantas frases, depois de ter tirado a Mo daquele lugar horrível, ela estava tão estranha, tão... Triste. Desde aquele dia ela apenas sorri falso, ou será que ela sempre sorriu falso, mas enganava a todos? Eu não entendo como alguém pode ter a vida tão ferrada, eu quero ajudá-la e estou tentando, mas ela não me deixa chegar perto, eu dou um passo para encontro dela e ela recue uns dez, sua voz são como vidro me cortando, eu sei que não é culpa dela estar me magoando e afastando, quando olho em seus olhos tudo o que vejo é medo e tristeza. Não gosto de vê-la assim, eu não quero vê-la assim...

— Licença? – Pergunta Monique corada em minha frente.

— Claro. – Sussurro e ela senta do meu lado no banco perto da árvore da escola.

— Sei que sou difícil de lidar, sei que sou chata e teimosa, sei tudo o que sou. – Sussurra depois de um tempo. – Mas, por favor, tente entender. – Diz ela revirando os olhos tentando não chorar. – Nada, nunca deu certo na minha vida, e você não é o cara mais certo do mundo, sei que em algum momento entraremos em caminhos perigosos, não quero me machucar mais, não quero sofrer.

— Não vai sofrer, porra. Eu quero te fazer feliz, sei que sou um péssimo cara, sei que você merece coisa melhor, mas porra, eu te amo, e quero te fazer feliz nem que isso me faça parar no inferno. – Lanço as palavras e ela ri, bipolar ela? Imagina.

— Desculpa, mas é que eu tive um sonho que você falava mais ou menos essas palavras para um cara sobre mim, não lembro quem, mas você disse. – Confessa e eu ergo uma sobrancelha e malicio.

— Estava sonhando comigo? – Pergunto e ela ri mais ainda, e que risada formidável.

— Sim, mas não me lembro do resto, parecia que você estava pronto para me perder e disse aquilo para que eu não sumisse, loucura eu sei. – Confessa ainda rindo e eu sorrio.

— Loucura ou não, cada palavra que você diz me interessa bem mais que mil guitarras para eu poder tocar. – Digo e ela volta a rir.

— Exagerado, guitarras são melhores. – Diz e eu rio, que garota doidinha.

— Só nunca mais fale essas coisas, nós dois sabemos que não adianta as circunstancias estaremos juntos, vamos apenas pensar em nós, nossos planos e na nossa felicidade, chega de problemas, okay? – Falo e ela concorda.

— Agora estamos juntos? – Pergunta ela com duvidas depois de um tempo.

— Sim, não está me vendo do seu lado? – Brinco e ela ri me dando um soco no braço.

— Eu quis dizer... – A interrompo antes dela completar a frase.

— Namorando? Sim, estamos. – Digo dando de ombros e ela ri.

— Você nem pediu. – Exclama e eu rio.

— Você não precisa, eu sei da sua resposta. – Falo sorrindo e ela sorri.

O celular dela toca e ela o pega para vê-lo, seu sorriso logo some e eu percebo que uma expressão preocupada estava estampada em seu rosto. Olho para ela e ela para mim, ela com os olhos arregalados e eu preocupado.

— O chefe da máfia quer falar comigo. – Diz ela com a voz fraca e eu fico sem saber o que fazer.

— Eu vou com você. – Digo por fim e ela fica com um olhar distante, tento não demonstrar minha preocupação com o que pode acontecer com ela apenas para deixá-la mais calma, mas não adianta muito, aquilo estava lhe angustiando.