Dangerous escrita por americafanfiction


Capítulo 5
Meet Annabeth Chase




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Cheguei ao meu dormitório falando com Reyna ao celular, ela estava fazendo todo um planejamento para aquela festa enquanto eu estava era pouco me fodendo para tudo aquilo, a única coisa que queria saber eraquem colocara aquele folheto de Vancouver dentro de minha bolsa.

Depois de ouvir todo um bla bla bla de Reyna, dizendo o que eu devia e não devia fazer na festa de Thalia, eu desliguei o celular e peguei uma toalha para ir tomar banho, vendo Rachel desgrudar os olhos do livro que estava lendo para ver o que eu estava fazendo. Entrei no banheiro, ignorando-a e indo para debaixo do chuveiro.

Depois da tentativa falha de tomar um banho relaxante, enrolei-me na toalha e saí do banheiro, passando rapidamente pelo quarto até chegar à porta do closet, do outro lado do ambiente. Procurei dentre as diversas prateleiras uma roupa que se encaixasse na ocasião da festa de hoje, mas não achei nada. As roupas novas que Daelly comprara para mim eram trajes mais chiques, ou casuais demais para ir a uma festa. Frustrada, bufei alto e desisti da procura, virando-me e dando de cara com Rachel apoiada no batente da porta.

—Precisa de alguma ajuda? –ela perguntou, e eu fiz uma careta.

—Eu não tenho nenhuma roupa decente para ir à festa de Thalia. Digo, eu até tenho, mas é decente demais. –Disse, com ênfase nas últimas palavras.

  –Talvez eu tenha exatamente o que você precisa. –ela disse, e adentrou o closet com determinação.

Depois de remexer em algumas roupas das prateleiras dela, ela puxou uma saia de cós alto vermelha e uma camiseta listrada preta e branca. Achei a combinação meio estranha de primeira, mas depois de vê-la em meu corpo, eu não tive dúvidas de que estava perfeito.

  –Rachel, ficou lindo! –eu disse para ela, que corou.

  –Eu meio que quero cursar design de moda na faculdade. –ela disse apenas.

Eu já tinha observado-a, e podia dizer que seu gosto para roupas era questionável, se não esquisito. Naquele exato momento ela usava uma calça pantalona com uma estampa estranha e uma regata amarela. Mas eu não tinha duvida alguma que ela fazia milagres quando colocava as mãos à obra. Não era a primeira vez que eu a via escolhendo roupas para alguém, porque várias garotas já tinham pedido ajuda para ela para consultar roupas em apenas três semanas em que eu estava ali.

— “meio que quer”? –repeti. –Como assim?

  –São meus pais. Eles não tiram da cabeça que eu vou cursar faculdade de medicina, não se importam com o que eu realmente quero. –ela bufou. –Eles acham que me colocando aqui vão curar a tremenda “Zé droguinha” que eu sou.

Eu senti pena por ela. Sei o que é ter um dos pais enchendo o saco e se intrometendo no meu futuro, mas ela tinha os dois pais presentes e pegando no pé dela. Imediatamente, senti uma simpatia pela garota.

 –Eu acho que você tem que fazer design, não importa o que seus pais digam. –eu falei. –Até porque você leva jeito nisso, Rach.

Os olhos delas brilharam. Não sei se foi pelo motivo de eu ter elogiado ela ou se foi por causa do jeito que eu estava tratando ela. Rachel era muito boa no que fazia, devia ganhar vários elogios, então optei por achar que era a segunda opção. Desde que cheguei nessa escola, três semanas atrás, tudo o que venho fazendo é maltratar a garota e, pela primeira vez, estava demonstrando um pouco de simpatia por ela.

  –Sim! –ela disse animada, e depois riu. –Que se foda os meus pais, eu vou ser uma porra de uma Zé droguinha por quanto tempo eu quiser!

Eu ri para acompanhar ela, devia admitir que Rachel era realmente interessante, apesar das circunstâncias.

—Você precisa de alguns acessórios para acompanhar essa roupa. –ela disse, depois de um curto intervalo de tempo. –Apenas isso não vai ficar perfeito.

—Eu não gosto de usar acessórios. –Falei, enquanto olhava-me na pequena penteadeira que ficava dentro do closet. —Espere, acho que uma coisinha no cabelo não vai fazer mal.

Eu fui até a penteadeira e avistei uma faixa vermelha, mais conhecida como headband. Amarrei-a aos meus longos fios loiros e lisos e fui à procura de um sapato, na parte de baixo das minhas prateleiras.

Peguei a primeira botinha aparente e calcei, logo depois me levantando e testando o salto da bota, para depois fazer uma pequena dança digna em frente à Rachel. Depois do rápido teste inútil que fiz, pedi para Rachel alcançar-me meu sobretudo, pois o inverno estava congelando a cidade de Nova York.

Olhei-me no espelho, admirando o incrível visual que Rachel criara. Eu com certeza estava pronta para a festa, mas estranhei que Rachel não tinha nem procurado uma roupa ainda.

—Você não vai à festa? –perguntei.

—Eu não sei –ela disse –, não irá ter nada para mim lá.

—Claro que irá! –eu respondi. –irão ter vários garotos lindos que morreriam para ter uma chance com você.

Ela riu, e virou-se para o espelho, olhando-me através do mesmo.

  –Annabeth, eu sou lésbica. –ela disse.

As palavras fluíram tão sutilmente pela boca dela que eu nem cheguei a ficar impressionada com a revelação.

 -Ah, então irão ter várias garotas lindas que morreriam para ter uma chance com você. –falei, meio sem jeito.

  –Não importa, eu só quero uma e ela não está aqui. –ela disse apenas, encerrando o assunto. –Ei, você falou para eu não me importar com o que meus pais dizem, né? –ela perguntou, e eu assenti. –Então, você acha que eu ficaria bem de dreads?

Ela estava mexendo no seu cabelo, tentando demonstrar a ideia de ter dreads para mim. Eu ri, e ela também.

  –Acho que você definitivamente deveria fazer dreads, Rach. –eu falei.

Ela pulou de alegria.

Eu já pude sentir a musica pulsando antes mesmo de conseguir ouvi-la. Reyna e Drew estavam ao meu lado, carregando uma sacola com bebidas e outros tipos de meios de diversão, que eu sinceramente não sabia de onde elas tinham conseguido.  Enquanto caminhávamos em direção à festa, conseguíamos ouvir os gritos e os barulhos de água.

  –Então parece que o papaizinho rico de Thalia conseguiu convencer a escola deixa-la usar até a piscina? –Drew falou, ironicamente. –Que fofo.

Reyna riu, e eu esbocei um sorriso. Eu claramente não considerava as duas como amigas, mas elas eram o mais próximo disso que eu tinha nessa escola. Eu sempre deixei a parecer que odiava Rachel, mas foi para o melhor. Porém, depois de hoje, eu não sabia se conseguiria ser grossa com ela novamente.

Quando enfim chegamos aos antigos prédios da escola, a movimentação era grande. Uma grande parte da escola, se não toda, estava ali. As luzes coloridas que saíam de dentro do prédio ofuscaram minha visão por um segundo enquanto passávamos por um grupo de garotos, mas tive um belo vislumbre de Percy Jackson no meio de seus amigos e, como de costume, fumando um cigarro.

Continuamos até chegar ao prédio, a música estava tão alto que eu não conseguia nem ouvir minha própria voz. Uma fração da festa já estava sobre efeitos do álcool, e eu mal esperava a hora de ficar também.  Avistei um pessoal que eu conhecia apenas de vista e um garoto de cabelos loiros que eu conhecia mais que bem.

Jason Grace e eu tivemos um caso de anos, desde pequenos gostávamos um do outro. Ficamos pela primeira vez quando nós dois tínhamos doze anos e até o primeiro ano da escola tínhamos uma relação aberta.

Eu não fazia ideia de que ele frequentava essa escola até vê-lo passeando pelo corredor na semana anterior, mas eu esperava que ele não me notasse. Ele era irmão de Thalia, e desde que ela decidiu que não era mais minha amiga e que iria fazer minha vida um inferno, foi impossível de Jason e eu se encontrarmos. Ultima vez em que ficamos juntos foram dois anos antes, e ele já estava com Piper, sua atual namorada.

Eu percebi que estava continuamente olhando para ele, e já era tarde demais para desviar depois que ele olhou em minha direção. Ficamos nos encarando por pouquíssimos segundos, que pareceram horas, até Drew me puxar para beber.

A mesa de bebidas estava rodeada de pessoas, e Reyna se meteu no meio de todo mundo para conseguir pegar um copo com gelo dentro.

—Ei Reyna, pra que copo, –eu disse. –se nós podemos tomar direto?

Assim que terminei de falar, tomei vários goles seguidos de vodka no bico, sentindo o liquido arder enquanto descia pela minha garganta. Drew deu um grito em comemoração e abriu a garrafa que estava em suas mãos, imitando meu gesto e logo Reyna fez o mesmo.

Eu ainda estava sobre controle do meu próprio corpo, mas admito que estava perdendo um pouco disso a cada gole que eu dava na bebida. Eu já estava na festa fazia duas horas, e tinha perdido Reyna desde o inicio.

  –Ugh, provavelmente ela deve estar transando com um cara qualquer em um dos quartos improvisados que Thalia criou. –Drew disse.

Estremeci. A palavra “transando com um cara qualquer” ainda me aterrorizava.

  – Qual é o problema disso? –uma voz masculina, que veio de trás de mim, disse. –O corpo é dela e ela pode fazer o que ela quiser com ele.

A voz do garoto mostrava que ele estava embriagado, e logo depois de falar isso ele se colocou entre Drew e eu, e pude ver que era Percy Jackson, um pouco mais bêbado que eu.

Ele olhou nos meus olhos e piscou, dando uma alta risada depois.

  –Pers, você está sóbrio? –Drew falou, se inclinando em direção a ele.

  – Eu acho que ‘tá meio claro, não? –eu respondi.

  –Eu acho que eu estou falando com o Percy, não é Pers? –ela disse depois de arrumar seu decote, e quando terminou de falar, jogou seus braços ao redor do pescoço dele.

Ele ligeiramente a empurrou para longe e bebericou uma latinha de cerveja que estava em sua mão, que até então eu não tinha percebido.

  –Eu acho que, sóbrio ou não sóbrio, eu nunca vou ficar com você. –ele disse e depois riu, indo embora logo em seguida.

Eu olhei chocada para Drew, com uma extrema vontade de soltar uma longa risada, mas fiquei com pena dela. Ela baixou a cabeça e me virou às costas, e eu a perdi no meio da multidão.

Ótimo, eu estava sozinha em uma festa em que eu não conhecia quase ninguém. Então, como se alguma força maior tivesse ouvido meus pensamentos, Rachel apareceu.

Eu fiquei chocada com a beleza dela. Rachel sempre fora bonita, mas essa noite ela estava espetacular. O jeito estranho de misturar roupas e joias dela caiu perfeitamente em seu corpo naquela noite, fazendo com que ela parecesse ser mais bonita do que já era.

Ela estava usando uma saia de cós alto tribal, azul e branca, uma camiseta preta que era de ombro caído e acabava um pouco encima do umbigo. Ela estava usando vários colares e pulseiras, e estava sem maquiagem e com seu cabelo solto natural. E o que ela estava usando no pé era um... All Star Azul? Eu realmente não a entendi às vezes.

  –Greeeeeeeeey –ouvi ela gritar, se referindo à mim. –Finalmente achei você!

Ela estava alegre demais, e eu estranhei.

  –Rachel, você está bem? –perguntei.

  –Eu estou ótima! –Ela disse. –Aquele garoto estranho, Nico, me deu ecstasy!

Arregalei meus olhos, espantada. Ela realmente tinha falado aquilo alto e ninguém tinha se importado?

  –Rachel, você está maluca? –perguntei. –é uma festa escolar, você não pode ficar loucona.

  –Ah, Annabeth, quantas vezes todo mundo vai ter que te dizer? –ela falou, sorrindo. –Você é nova aqui, não sabe nada sobre o que pode ou não pode nessa escola.

Eu não a respondi. Olhei para o chão e pude ver a sacola que Reyna trouxera consigo e abaixei-me para juntá-la, para ver se ela tinha deixado algum tipo de diversão ali dentro.

Acertei na mosca.

Um pequeno pacote com um conteúdo verde dentro deixou minha noite mais iluminada. Junto com o pacote, uma caixinha com seda. Fiquei feliz de cara e fui logo arrumar um jeito de fumar.

  –Me espere aqui? –Perguntei para Rachel, e ela concordou.

Fui até o banheiro mais próximo, que consequentemente ficava na rua.

Depois de alguns minutos, voltei para o lugar onde pedi para Rachel me esperar, mas não a achei ali. Dei giros e mais giros pelo local para ver se achava algum vestígio dela, mas nada. Já sentia a maconha desacelerando meu corpo, e a cada passo que eu dava em busca de Rachel, mais vontade eu tinha de apenas desistir e ir dançar. Justamente quando decido fazer isso, a achei na pista de dança improvisada que Thalia fez. Ela, junto com várias outras pessoas, estava dançando de uma maneira muito engraçada que me fez querer rir muito.

Eu ri, porém o som estava tão alto que não escutei minha própria voz, então ri mais ainda por isso. Empurrei várias pessoas que estavam entre mim e Rachel e a puxei, rindo da reação assustada que ela teve.

  –O que você está fazendo? –ela disse triste. –Eu estava me divertindo, todo mundo falou que eu danço muito bem.

  –Rachel, você estava parecendo uma lacraia tendo um ataque epiléptico. –Eu falei enquanto ria dela.

  –Mas todo mundo...

  –Todos lá estão drogados, Rachel, agora vamos sair daqui. –eu disse, e a puxei.

Depois de caminharmos por um tempo pelo prédio, finalmente achei quem eu queria.

  –Percy! –eu disse. –Aleluia, eu te achei. Escuta...

  –Annabeth, agora não, ok? Eu estou um pouco ocupado. –Ele disse e então apontou para Reyna, que eu não via desde o inicio da festa.

  –Você é um idiota. –eu disse, e fui para um canto perto da escadaria.

Eu estava muito animada e não queria apenas ficar parada, então juntei-me com um pessoal amontoado e comecei a dançar no ritmo deles. A música que estava tocando fez com que meu corpo se mexesse sozinho conforme a batida, e as pessoas que estavam dançando ao meu lado estavam na mesma situação, porém talvez mais ainda. Conseguia ver as expressões perdidas que eles carregavam, e imaginei o quão drogado cada um estava. Depois de um tempo dançando, vi Reyna puxando Percy pela mão, levando-o para um canto onde várias portas amontoadas se encontravam. Podia imaginar muito bem o que eles iriam fazer.

Eu estava cansada de dançar, e a música que tocava no momento, uma do Skrillex, estava me dando um teto ruim. Novamente, como se uma força maior ouvisse meus pensamentos, a música trocou para Lean On, uma das minhas musicas favoritas do momento. Fui para um canto mais calmo, onde várias pessoas conversavam.

  –Anns? –eu ouço uma voz conhecida me chamando. –É realmente você?

Eu me virei para Jason, dando o melhor sorriso que podia.

 –Jason... –fui interrompida por seus braços, que me envolveram de um jeito tão aconchegante que eu estava tão acostumada que chegou a ser reconfortante.

Fechei meus olhos depois de abraçá-lo também, sentindo meu corpo viajar no ritmo da música. Pude sentir meu coração pulsando em todos os meus cantos e sorri, gostando do sentimento. Depois de alguns segundos, com meu corpo colado no de Jason, senti tudo formigando e de repente não senti mais nada. Tinha a sensação de estar totalmente leve, e a música foi ficando cada vez mais lenta e distante. Acho que só não desmaiei naquele exato momento porque o pigarreio de alguém fez um eco tão grande nos meus tímpanos que me fez acordar de todos os meus devaneios, assim me fazendo levar um susto.

 –Quem é essa? –depois de soltar-me de Jason, ouvi uma garota falando isso. Demorei um pouco para decifrar o rosto dela, para depois perceber que era Piper. A expressão dela foi de brava, para confusa e depois para surpresa. –Annabeth? –ela disse enquanto ria, vindo em minha direção. –O que você está fazendo aqui?

  –Piper! –gritei, e agarrei-me nela.

Ela sabia que, enquanto ela estava no começo do seu relacionamento, Jason e eu ainda mantínhamos uma relação, mas era mais carnal do que amorosa. Não sei bem como ela aceitou no inicio, mas no ano seguinte nós viramos bem amigas, até o dia em que eu fugi sem avisar ninguém.

Ficamos pouco tempo abraçadas. Por um momento eu pude ouvir, não sei como, um suspiro profundo vindo de Rachel. Soltei-me de Piper e virei para Rachel, ficando tonta no exato momento e vacilando na hora de me fixar no chão, assim caindo por cima da mesma.

  –Você está bem? –Rachel me perguntou.

  –Você está bem? –eu perguntei de volta, rindo.

—Não estou achando graça. –ela disse, e minha expressão mudou. –Eu estou bem sim, porque não estaria?

Pude ver naquele momento que, de um jeito muito estranho, todo o efeito da droga que Rachel ingerira já tinha sumido, deixando-a então sóbria. Ela olhava tensamente para um lugar fixo e eu acompanhei o olhar dela, para dar de cara com Piper, que também olhava fixamente nos olhos de Rachel. Senti no exato momento que alguma coisa estava errada ali.

  –Eu já volto. –Piper disse, dando um selinho em Jason e sumindo na multidão de pessoas.

Eu mal tinha percebido que todo o suposto grupo “popular” da escola estava em volta de nós, provavelmente por causa de Jason. Eles conversavam normalmente entre si, e logo me puxaram para a conversa.

  –Hey, você é Annabeth, certo? –um garoto alto de cabelos e olhos castanhos me perguntou.

  –Eu mesma, por quê?

  –Nada, só que tem muitas pessoas falando sobre você ultimamente.

Meu sangue gelou. Será que todo mundo sabia?

  –Falando o que sobre mim? –perguntei atônita.

  –Falando qualquer coisa. –ele respondeu. –Poxa vida, não é todo dia que uma garota linda e gostosa como você, ainda por cima loira, entra nessa escola do nada.

Eu ri daquilo. Eu já estava pensando as piores coisas, e descubro que estão falando por ai que eu sou gostosa? Minha noite só estava melhorando.

  –Meu amigo Frank defecando pela boca, como sempre. Ele se enrola e fala logo o que pensa sem de fato pensar antes de falar. –Jason disse, rindo.

  –Frank sempre foi assim, desde que eu o conheço. –Uma garota morena falou.

Mas que raios me importava como o tal de Frank é ou deixa de ser? Eu queria mandar todos eles à merda, mas não estava no clima de ser rude. Peguei uma bebida que estava na mão de Rachel, que desde a situação com Piper não tinha falado nem sequer uma palavra, e comecei a beber.

—Mas então, Annabeth, como vai sua virgindade? –Jason falou, me fazendo rir e quase babar a bebida que estava tomando.

  –Já se foi há muito tempo, e você sabe muito bem disso. –respondi, sem nenhuma alteração na voz que demonstrasse nervosismo, e eu de fato não estava nem um pouco nervosa, muito pelo contrário, estava normal.

Sim, eu havia perdido minha virgindade com Jason, aos catorze anos.

  –Só queria saber se você ainda lembrava. –ele disse, piscando um olho para mim.

Quem estava envolta riu, e eu dei um meio sorriso.

Continuamos ali por uns minutos, bebendo e conversando, até que Piper voltou.

  –Então, Annabeth, vai nos dizer ou não o motivo do seu sumiço repentino de um ano? –ela disse.

Meu sangue gelou novamente. Eu já poderia sentir o efeito da droga indo embora, e como eu já não queria falar sobre o assunto enquanto estava bêbada/chapada, queria menos ainda falar enquanto estava ficando sóbria.

—E-eu acho que vi Reyna me chamando, tenho que ir. –eu disse sem jeito, mas Jason cortou-me.

  –Impossível. –ele disse, rindo. –Reyna está em um desses quartos tendo a melhor foda de sua vida com Percy.

Fiz uma careta. Obviamente não por Reyna e Percy, porque eu não me importava, mas sim por minha desculpa esfarrapada ter dado errado.

—Então foi Drew, eu ainda sou nova aqui, confundo uma com a outra o tempo todo. –lembrei-me do que todo mundo costumava dizer sobre ser novo na escola e usei ao meu favor.

Pude ouvir Piper dizer algo do tipo “elas nem são parecidas”, mas naquela altura eu já estava longe dali para que ela me impedisse de alguma coisa.

Quando eu estava à caminho de resolver meu atual problema, indo buscar mais bebida, ouvi a voz de Thalia explodido em meus ouvidos, e provavelmente no de todos presentes naquela festa.

  –Ei, pessoal. –ela disse, e bateu no microfone para testá-lo. Ela estava em cima do palco recentemente construído, com uma garrafa de cerveja na mão. –Vocês todos conseguem enxergar aquela loira ali? –ela disse, apontando para mim.

Eu senti meu sangue ferver. No momento em que Thalia parou de falar, vi Percy saindo de uma porta, o que era provavelmente um quarto, junto com Reyna. Já bastava Thalia ter subido e pego um microfone para falar sobre mim, mas agora o moreno iria ouvir todos os detalhes sobre qualquer fosse a coisa sobre qual Thalia falaria.

  –Isso, aquele pimentão com cabelo loiro oxigenado que vocês estão olhando mesmo. –ela falou, e só então fui perceber que todos estavam olhando em minha direção.

  –Vocês sabem que ela não é quem diz ser, certo? –ela continuou, e pareceu se lembrar de algo. –Ah, vocês conhecem Atena Chase? A mulher mais rica da América do Norte?

O pessoal concordou. Acho que quase todos já estavam no processo de ficar sóbrios, mas no momento de revelação de Thalia, ninguém pareceu se preocupar com isso.

  –Então, conheçam Annabeth Chase. Qualquer semelhança é mera coincidência. –Ela disse, e lançou-me um sorriso irônico.

Todos começaram a murmurar. Até esse momento, a música tinha apenas diminuído, mas logo se extinguiu. Pude ouvir murmúrios, tais como “ela é Annabeth Chase? Faz todo o sentido”. O cu deles que faz sentido. Nunca dirigiram uma palavra a mim e agora vem dizer que faz sentido eu ser filha de Atena Chase.

  –Então, se vocês já ouviram falar dela, sabem muito bem que ela desapareceu por um ano, não é? –o pessoal concordou. Eu já estava ficando irritada, mas estava com medo do que ela falaria. –E veio aparecer logo aqui, na Meriwheter High School, o lugar que os pais ricos mandam seus filhos quando não querem mais que eles encham o saco na mídia. Isso me faz pensar, o que uma vagabunda do nível de Annabeth Chase fez durante esse ano?

Minha respiração estava falha. Vi Jason olhar-me, e insinuou algo do tipo “cuidado com o que vai fazer”, mas eu ignorei. Percy Jackson estava me encarando, mas eu não via uma expressão de surpresa em seu rosto. Para falar a verdade, eu não consegui decifrar a expressão que seu rosto obtinha.

   –Ouvi dizer que ela estava em Vancouver. –Thalia continuou a espalhar seu veneno através do microfone. –Mas, vagabunda do jeito que ela é, não sei o que ela estaria fazendo sozinha em Vancouver durante um ano, sem amigos e sem nem o dinheiro da mamãezinha para pagar sua comida e moradia.

  –Já é o sufuciente. –eu disse baixo, mas as pessoas que estavam ao meu redor ouviram.

Empurrei os poucos que ainda estavam entre eu e o palco, e subi os três degraus que separavam o chão da pequena elevação que o palco era.

  –Oh, Annie, veio mentir para todo mundo e dizer que é santinha? Pois sabemos muito bem que você não é quem diz ser.

  –Em primeiro lugar, eu não sou loira oxigenada, é mais natural do que essa gororoga que você chama de cabelo. –eu disse um pouco mais alto do que costumava falar. –E, em segundo lugar...

 Não sei como, nem da onde veio essa vontade repentina. Mas, antes que eu pudesse pensar duas vezes ou até mesmo controlar meu corpo, minha mão fechou-se e foi em direção a Thalia. Pude ver em câmera lenta na minha mente a expressão de surpresa que o rosto dela teve um pouco antes de meu soco atingir em cheio a parte esquerda do seu rosto.

Thalia caiu no chão, e eu não sei da onde tirei tanta força. Mas posso admitir que, ver ela sem reação enquanto segurava sua mão junto ao seu rosto, seu corpo estirado no chão, foi uma coisa ótima.

Talvez a melhor coisa que me aconteceu desde que cheguei aqui.


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Notas finais do capítulo

HI GUYSSS
Então, como demorei, tem surpresinha: capitulo bônus na sexta feira ou no sábado, depende da quantidade de comentários/acompanhamentos.
ENTONNN, O QUE ACHARAM DO CAPITULOOOOO? eu gosto muito desse capitulo pq aparece um pouco de todo mundo, né não? E tem TRETA NO FINAL AHHHH mas vcs só vão saber do resto da treta no próximo capítulo.
E A FREYA NO FINAL, AHHH



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