Dangerous escrita por americafanfiction


Capítulo 4
Castle


Notas iniciais do capítulo

hello to aqui com o capítulo duplo que prometi em alguns comentáriosssss
Por que capitulo duplo?
TÁ é pq da primeira vez que eu escrevi, eram dois capitulos separados, mas eu juntei e blablabla
comentem, lembrem-se que sem cometário n tem capítulo novo semana que vem xx



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Ouvi três batidas na porta, quase ofuscadas pela alta risada de Rachel que invadia meus ouvidos. Pensei em levantar, mas achei melhor apenas gritar para quem fosse que estivesse na porta apenas entrasse.

—O que diabos vocês estão fazendo? –perguntou Juniper, que tinha colocado apenas a cabeça com seus cabelos verdes para dentro do quarto.

—Aproveitando a vida. –Disse Rachel, em um tom meio alto. –Quer se juntar a nós?

—Não, obrigado. –ela respondeu. –Deus sabe o que pode acontecer comigo, na verdade conosco, se nos descobrirem.

—É, mas Deus não existe então ninguém sabe. –eu disse, com uma risada para acompanhar.

—Ah, Deus existe sim. –Juniper disse, e começou a falar sobre coisas ligadas à religião, as quais eu não me importava.

—Juniper, ninguém se importa. –eu disse por final, colocando um fim naquela discussão.

Ela fez que ia falar algo, mas então ficou quieta e bateu a porta, deixando apenas nós sozinhas no quarto novamente.

—Por que você foi assim com ela? –Rachel me perguntou, na inocência.

—Por que você se importa com isso? –eu respondi. –E não ache que só porque eu e você fumamos maconha juntas que seremos amigas.

Ela ficou surpresa com minha resposta, murmurou algumas palavras que eu não consegui entender antes de me levantar, pegar meu celular e ir para o banheiro. Quando cheguei, tranquei a porta e senti meu celular vibrar.

“você não pode simplesmente me mandar mensagens depois de ter ficado 1 ano sem falar com nenhuma de nós. Você poderia ter nos avisado. Caralho, por onde você andou? Mostrei a mensagem que você enviou para todas as pessoas que pude, as quais ficaram tão surpresa quanto eu. Espero que você responda isso, e não suma novamente. Zoe.”

A mensagem que Zoe me mandou me surpreendeu. Eu até mesmo tinha me esquecido que tinha a enviado essa mensagem, três dias atrás, no dia que cheguei à escola. Pensei em responder logo, mas iria demorar um pouco para digitar, pois ainda estava um pouco alterada com o efeito da droga. Despi-me e entrei no chuveiro, abrindo-o e sentindo a água quente tocando cada parte de meu corpo.

Fiquei alguns minutos viajando e pensando em coisas aleatórias no banho enquanto esperava minha mente voltar ao normal. Quando desliguei o chuveiro, ouvi batidas fortes na porta, seguidas por gritos de reclamação da garota ruiva.

—Finalmente! –ela gritou. –Você está ai dentro já faz mais de uma hora, e amanhã nós temos aula cedo e eu realmente não quero chegar atrasada só porque fui dormir tarde!

Soltei um muxoxo. Eu nem sequer tinha percebido o tempo passar, e agora tinha que me apressar para me arrumar.

Percebi que não tinha trazido roupa alguma para o banheiro, então simplesmente me enrolei na toalha e sai do banheiro, sem nem olhar na cara da ruiva furiosa que estava ao lado da porta. Fui até o closet, que ficava do outro lado do quarto, e coloquei uma roupa para dormir.

Decidi ir dormir, já que não tinha mais nada para fazer, pois o toque de recolher provavelmente já tinha soado e eu não queria aguentar Rachel falando todos os tipos de merda para mim por causa do meu banho.

Deitei-me na cama, peguei o meu celular para responder a mensagem de Zoe.

“Desculpe. Eu posso explicar tudo, se você quiser. Estou em NY de novo, se quiser me encontrar sábado na cafeteria que costumávamos ir, me avise. E, desculpa novamente. Não quis ir embora. A”.

A resposta veio em menos de um minuto depois.

“Sábado, ás duas, no mesmo lugar de sempre. Vou levar Lucy comigo. Se você não aparecer, nunca mais respondo a nenhuma mensagem, e você pode se considerar morta para mim. Beijos, Zoe.”

Sorri com a astúcia da garota. Zoe sempre teve uma personalidade forte e fora orgulhosa demais, e era bom saber que pelo menos isso não tinha mudado. Mas estava com medo de todo o resto ter, estava com medo de todo mundo estar diferente e eu me sentir deslocada, como sempre.

Virei para o lado e fechei os olhos, conseguindo dormir quase imediatamente.

Meet Thalia Grace

Ela acendeu seu cigarro e tragou.

—Onde você pensa que vai? –disse para Jason.

—Eu estou indo buscar a minha namorada, porra. –Ele respondeu.

Ela sorriu. Jake e Michael se prepararam para assistir a mesma briga novamente.

—Você não está indo para lugar algum antes de terminar esta merda de ensaio, Jason. –respondeu.

Ele riu sarcasticamente.

—Eu vou para onde eu quiser na hora que eu quiser, maninha. –Jason disse. –E você não vai me impedir de porra nenhuma.

—Eu estou cansada disso, sabe? –a garota falou enquanto tragava novamente seu cigarro importado. –Eu tento de tudo para conseguir esses ensaios, e vocês sabem o quanto eu me importo com essa banda então vocês podem me fazer um favor e ter um pouquinho de consideração e se importar também?

—Ah, você acha que eu não me importo com essa banda? Essa banda seria na verdade perfeita se você definitivamente fosse embora, porque tudo o que você sabe fazer é reclamar e dizer que significa tudo, mas na verdade é só mais um de seus hobbies, porque você não volta a rebaixar as pessoas e se manda daqui? –Jason explodiu.

Ela se surpreendeu. Jason era seu irmão mais novo, eles tinham apenas 10 meses de diferença, mas ele nunca tinha explodido desse jeito quando eles estavam discutindo. Ela obviamente já tinha o visto explodir com outras pessoas, pois no passado ele já tivera vários problemas relacionados a controle e raiva, mas nunca com ela.

Mas como Thalia era orgulhosa, não ia o deixar sair por cima.

—Saiba que eu vou sair mesmo dessa merda de banda, mas é por que eu quero, e não porque você enlouqueceu e resolveu simplesmente me chamar de inútil. Eu estou saindo porque vocês todos são uns merdas.

Thalia continuou a tragar seu Davidoff, um cigarro excepcional suíço, enquanto observava Jason, Michael e Jake a olharem, totalmente confusos.

—Eu estou indo. –Jason disse, não para ela. –Não me esperem.

Ele saiu da antiga sala que usavam como estúdio, que ficava na parte de trás da escola. A garota desceu da mesa em que estava sentada e foi até Jake.

—Bom, como eu não estou mais nessa merda de banda, significa que nós... –ela apontou para ele e para si mesma, enquanto inalava sua pequena mina de ouro tóxica –... terminamos. –falou, e soltou a fumaça em direção a seu rosto.

Ela pegou sua mochila e saiu do estúdio também, jogando seu cigarro ainda aceso em direção à grama e indo para o seu dormitório.

Meet Piper Mclean

Piper deu risada com a reação do namorado ao ver que em duas semanas longe dele, na praia, ela tinha voltado com seu lindo cabelo castanho, que ia até a cintura, com dreads. Os olhos azuis de Jason secavam o corpo de Piper. Ele havia ido buscar ela na rodoviária, e ela estava mais gostosa do que duas semanas antes, se é que isso era possível. A garota sorriu e abraçou-o, pois havia ficado um tempo sem vê-lo. Jason retribuiu o abraço, levantando-a no ar e girando.

—Senti sua falta. –Ele sussurrou em seu ouvido, fazendo-a estremecer.

—Senti sua falta também. –Ela disse, e o puxou para um beijo longo e demorado.

As duas semanas longe de Jason foram maravilhosas. Não por estar longe dele, e sim por se sentir livre. Ela não conhecia ninguém da cidade onde ficou, e aproveitou isso do melhor jeito. Ficou com vários garotos em festas, transou com alguns. Não que ela fosse uma vadia, mas depois de três anos namorando o mesmo cara, ela queria um escape. E nada melhor que alguns dias de diversão, usando seu corpo e conhecendo novos prazeres que nunca pensou que pudesse sentir. Mas os garotos eram o que menos importava. Ela havia ficado com uma garota que não conseguia tirar da cabeça. Não parava de pensar em seus cabelos ruivos, em seus olhos verdes inesquecíveis. Fora de fato uma boa experiência, mas ela tinha de esquecê-la. Afinal, ela era hetero, tinha um namorado e nunca mais veria a garota novamente. Pelo menos era isso que ela pensava.

—Esse vai ser o melhor ano de nossas vidas. –Jason disse, e Piper assentiu, olhando para o outro lado. Percebeu o olhar sonhador de Jason, e seu tom de voz animado.

Pela primeira vez em duas semanas, realmente sentiu-se culpada por ter ficado com outros.

Annabeth

Estava a caminho da primeira aula, distraída, quando senti um corpo bater contra o meu.

—Olhe para onde anda, babaca. –eu disse para o garoto que me tirou da minha distração.

Olhei para ele, que estava encolhido. Ele tinha o cabelo preto um pouco comprido, usava roupas escuras e olhava para o chão. Acompanhei o olhar dele e vi que o mesmo tinha derrubado seus livros no chão. O garoto abaixou-se para juntar, e eu fiz algo por impulso. Empurrei o garoto com meu pé, e ele caiu de cara no chão, fazendo os livros caírem no chão novamente.

—Porque você fez isso? –ele balbuciou.

—Para você aprender que qualquer um que se coloca no meu caminho, acaba por baixo.

Falando isso, continuei meu trajeto até a sala de aula, como se nada tivesse acontecido.

Chegando à sala, sentei-me na penúltima carteira, prestando atenção apenas a meus movimentos e pensando no que acabara de fazer. Meu único objetivo ao chegar nessa escola tinha sido não fazer as coisas que eu fazia antes, queria mudar totalmente, mas depois do que fizera, já era tarde demais. Percebi alguém sentando na carteira atrás de mim, mas não prestei atenção para ver quem.

—Bem feito, Chase. –Alguém sussurrou no meu ouvido. –Agora só falta achar suas cachorrinhas para voltar a ser exatamente quem eu sempre destruí.

Virei para trás, dando de cara com Thalia, que estava sorrindo ironicamente para mim.

—Oh, Thalia. –Falei, com uma falsa animação. –Se você ao menos pensar em falar para alguém qualquer coisa, eu vou fazer de sua vida um inferno.

A professora de literatura entrou na sala, já mandando todos abrirem seus livros. Thalia deu uma risada baixa.

—Vou adorar ver você tentar. –Ela disse. –Mas eu estou de bom humor hoje, Annabeth Grey. Ouvi dizer que esse é seu nome por aqui. Não, não, não, querida. Mudar seu nome não vai mudar sua reputação, mas como já disse, adoraria ver você tentar. Vamos ver por quanto tempo você vai conseguir manter essa fama de quieta e anjinho. –Eu engoli em seco. –Já vi que você deu um deslize hoje com o novato, mas poucas pessoas viram. Quando eles conhecerem a verdadeira Annabeth, ah, eu pago pra ver.

Fui tentar revidar, mas a professora mandou todos ficarem quietos e olharem para ela. Não tinha percebido, mas minhas mãos estavam suando. Percebi que o moreno ao meu lado, Percy, prestara atenção em tudo em que Thalia me disse. Ótimo, mais uma pessoa nesse buraco que já sabe. Não duvidava que com o tempo a lista só aumentasse, e daqui a pouco pessoas aleatórias com mentes curiosas tentariam saber os boatos sobre Annabeth Grey, e eu passaria por todo o inferno de novo.

Mas talvez eu apenas estivesse me precipitando.

—Você, garota loira ai do fundo, responda a minha pergunta. –a professora disse.

—Desculpe, o que? –perguntei.

—Preste atenção na aula, garota. –ela disse, e voltou a falar sobre o conteúdo.

—É, Annabeth. –Thalia falou baixo, mas alto o suficiente para eu ouvir. –você não quer perder outro ano, quer?

Engoli em seco, já cansada cheio das implicações da garota. Percebi que ao ouvir o que Thalia disse, o moreno arqueou as sobrancelhas. Ele ainda estava ouvindo pensei. Não sei por que estava me importando com o que ele ouvia ou não, o moreno deveria ser um completo idiota.

Resolvi enfim prestar atenção na aula.

Eu estava no intervalo do almoço, sentada sozinha em uma das mesas do pátio, quando duas garotas sentaram ao meu lado me surpreendendo.

—Oi, ouvi dizer que você é a Annabeth. –A morena disse. –Eu sou Reyna, e ela é a Drew. –ela apontou para a garota com mechas loiras. –Nós vimos o que você fez com Nico hoje no corredor.

—Desculpa, quem é Nico? –perguntei. –E como vocês sabem meu nome?

—O garoto que você humilhou só um pouquinho no corredor hoje, antes da primeira aula. –ela sorriu. –E eu Drew vimos tudo. E sabemos seu nome porque é praticamente impossível não reparar em você, Annabeth. Ah, e perguntamos para a maluquinha.

—Juniper? –perguntei e elas assentiram.

—Eu e Drew queremos saber se você quer alguma coisa. –Reyna disse.

—E Drew não sabe falar? –perguntei.

—Sei sim, Annie. –Ela respondeu.

Estremeci.

—Primeiro, nunca me chame de Annie. E segundo, eu realmente quero um iogurte. Você pode pegar um para mim, Drew? –disse, inocentemente.

—Claro.

Ela levantou-se da mesa, e andou alguns passos, onde uma garota com ascendente chinês estava passando sozinha com um iogurte na mão.

—Eu vou pegar isso. –Ouvi ela dizer para a garota.

—Não, é meu, vá comprar um para você! –a chinesa disse.

—Eu não acho que você entendeu. –Drew repetiu, falando calma e amorosamente, mas dava para perceber de longe que ela estava sendo falsa. –Você vai me dar esse iogurte e vai até lá sozinha e vai pegar outro se não quer que a escola inteira saiba que você não é tão santinha quanto parece só porque é japinha.

—Eu não sou japinha e não sei do que você está falando. –a garota disse.

—Ah, você sabe muito bem do que eu estou falando. E, se quiser que ninguém saiba, melhor me dar isso. –Ela pegou o iogurte da mão da garota, que ficou boquiaberta com o movimento de Drew.

A loira voltou até onde eu e Reyna estávamos e me entregou o iogurte na mão.

—Então, o que a japinha fez que você disse saber? –Reyna perguntou, animada.

—Ah, eu estava apenas jogando verde, sempre funciona. Mas se ela caiu, deve ser mais uma das muitas vagabundas da nossa querida Meriwheter HS. –Drew respondeu, orgulhosa do seu mais novo feito.

Abri o pequeno iogurte e tomei um gole.

—Obrigado, Drew. –disse.

—Sempre que precisar, Annie. –ela respondeu com um sorriso.

Sorri. Finalmente uma coisa boa tinha acontecido nessa escola.

shut


Semanas depois...

Todos daquela maldita escola já estavam sabendo da mais nova atração da semana: Thalia Grace daria uma festa no antigo prédio da escola, com o consentimento da direção escolar, mas alguma coisa me dizia que o querido pai de Thalia tinha um dedo nessa coisa toda.

Particularmente, meu subconsciente dizia para eu não ir nessa festa, mas meu anjo e meu demônio de ombro, mais conhecidos como Reyna e Drew, me diziam que eu definitivamente deveria aproveitar essa oportunidade.

O sol invadia o céu de Nova York, depois de vários dias dublados sem resquícios de raios solares naquele inferno de cidade, finalmente o tempo ruim deu uma folga e era óbvio que Thalia Grace iria aproveitar isso do melhor jeito. Naquele momento eu estava na sala de Física, ouvindo o professor tagarelar sobre telefones nos anos noventa, uma coisa que realmente não tinha nada a ver com Cosmologia, que era o assunto que ele deveria estar falando. Como eu não estava nem um pouco a fim de ouvir meu professor ser um babaca e dizer que “sabe de tudo”, eu apenas virei para a janela, que ficava ao lado da minha classe, eu observei o dia. A festa de Thalia seria às onze da noite do mesmo dia, e tinha sido o único assunto que todos os alunos da Meriwheter tinham falado durante os últimos três dias.

Como as árvores fazendo movimentos aleatórios por causa do vento estava muito mais interessante do que a aula de Física, continuei a observar o exterior da sala, assim fazendo o professor chamar minha atenção várias vezes.

—Annabeth, eu terei que pedir para você se retirar da sala. –Ele disse, tentando parecer educado e um bom professor, mas obviamente falhando.

—Com todo prazer. –Eu disse enquanto recolhia meus materiais, que eu nem sequer tinha aberto, de cima da mesa, mas não foi alto o suficiente para que ele ouvisse.

Enquanto eu estava me levantando, vi que Reyna e Drew tinham se levantado junto comigo e já tinhas suas bolsas fechadas e penduradas em seus ombros, apenas me esperando para sair da sala.

—Srta. Tanaka e Srta. Ramirez, eu não autorizei a saída das duas. –O professor alertou as garotas.

—Você é novo na escola, ainda não entendeu que não tem autoridade alguma nas nossas vontades. –Reyna respondeu, fazendo o professor a olhar surpreso.

Ele ficou sem palavras e eu aproveitei para atravessar a sala, sabendo que as duas estariam logo atrás de mim.

Eu estava sentada em um dos bancos do telhado de um dos prédios das salas de aula, que ficava atrás da cobertura feita para o elevador, que dava vista para toda a parte verde florestal da escola. O céu já tinha retornado ao típico cinza que eu já estava acostumada. Eu estava na escola há menos de três semanas, mas aquele já tinha virado meu porto seguro. Ficava ali, observando quase tudo e ao mesmo tempo não prestando atenção em nada, por um bom tempo e praticamente todos os dias eu subia ali para esfriar a cabeça.

Levei um pequeno susto quando vi uma pessoa sentar-se ao meu lado no banco, mas não virei para ver quem era, apenas continuei em minha tarefa de relaxar.

Ouvi o barulho de um isqueiro sendo aceso e logo depois o cheiro de cigarro invadiu minhas narinas. Olhei para o lado para ver o rosto da pessoa, mas internamente eu já sabia que era Percy Jackson.

—Você está me seguindo, por acaso? –perguntei.

—O que te faz pensar isso? –ele falou indiferente enquanto tragava o cigarro para depois soltar, lentamente, a fumaça.

—Na semana passada. –eu disse, e ele me olhou confuso. –Você estava ouvindo a minha conversa com Thalia, eu percebi. Sem contar das inúmeras vezes que eu te flagro me encarando. E agora você está aqui.

Ele deu um riso fraco e tragou seu cigarro novamente, e depois me ofereceu e eu aceitei. Ficamos um tempo em silêncio, e ele pegou outro cigarro da carteira, provavelmente percebendo que eu não iria devolver o que ele me dera.

—Você ainda é nova nessa escola, o que te faz pensar que esse é seu lugar? –ele disse com o cigarro ainda não aceso entre os dentes.

Arqueei as sobrancelhas, mas não respondi sua pergunta. Voltei a fitar o horizonte e fumar o cigarro que “roubara” dele, apenas desejando que ele fosse embora e me deixasse sozinha.

—Então, Chase, porque você está aqui? –ele disse, dando ênfase no meu sobrenome.

—Não sou Chase, sou Annabeth Grey. –respondi ríspida.

—Loira, eu não vou fingir que não ouvi a conversa que você teve com Thalia. –Ele falou. –Mas se você quiser, eu te chamo de Grey.

—Annie. –eu disse. –Me chame de Annie, não de Grey.

—Então, Annie, o que você fez para estar aqui?

—Como assim? –perguntei.

Ele soltou uma risada fraca e ajustou o gorro cinza que dava um pequeno contraste nos seus olhos verdes, tragou seu cigarro novamente e respondeu.

—Todo mundo que está nessa escola fez alguma coisa para estar aqui. –Ele disse, e eu o lancei um olhar de confusão. –Por fora, todos acham que Meriwheter é uma escola para quem tem pais podres de ricos e é como uma elite de Nova York, mas mal eles sabem que é como uma escola de castigo para filhos mal-educados que não dão boa impressão na mídia para os queridos papais.

—Eu definitivamente não sabia disso. –Respondi apenas.

Ele sorriu e olhou para minha bolsa, que estava aberta ao meu lado, e pegou um folheto que estava lá dentro que eu nem sabia mais sobre o que se tratava.

—Trazemos a pessoa amada de volta em três dias. –ele disse enquanto ria. Eu tentei pegar o folheto dele e ele não deixou. –Sinceramente, Annabeth, não adivinhava que você era esse tipo de pessoa. –Ele disse, ainda rindo. Sua risada sendo o único som presente no terraço, além de meus gritos baixos para que ele me devolvesse o folheto.

—Eu nem sei o que é isso, Jackson, me devolva! –eu disse rindo, e depois de muito tentar consegui pegar o folheto dele.

Meu sangue gelou e eu parei de rir na hora, lendo as palavras do folheto que eu tinha esquecido da existência.

—Chase, você está bem? –ele perguntou.

Você por acaso está se sentindo necessitado? Está com problemas com sua mulher ou namorada? Ou apenas quer ter um pouco de diversão? Não é difícil.”

—Não me chame disso, já falei. –disse, enquanto engolia em seco.

Ela é a solução perfeita. Nova, curvas abundantes, inesquecível. Venha ao nosso estabelecimento e consiga a loira mais desejada de Vancouver!”

—Me desculpe, Grey. –Ele disse, dando uma risada nasalada depois. –Mas o que houve? Viu um fantasma?

—Cale a boca. –Eu disse. –Por acaso você leu o que estava escrito aqui?

—Li sim, essa tal de loira de Vancouver parece ser a garota dos meus sonhos. – ele disse, com um sorriso bobo.

—Você é ridículo. Ela é uma prostituta, por que seria a garota dos seus sonhos? –falei, e tentei disfarçar as lágrimas que brotavam nos meus olhos.

—Foi apenas uma brincadeira, Annie. –ele disse assustado.

—Algumas brincadeiras não são tão engraçadas, talvez sejam para você, que é um garoto estúpido com ideais idiotas, mas não para mim. –eu falei com rancor.

Seu olhar de surpresa também causou um efeito de surpresa em mim. Por que eu tinha dito aquilo para ele? Ele não tinha feito nada demais, e se fez não foi de propósito. Já arrependida com as palavras que saíram da minha boca, peguei minha bolsa e fui embora, com o folheto em mãos.

Dei uma olhada nele, para então finalmente deixar as lágrimas descerem. O folheto tinha uma foto de uma garota loira de costas, apenas com uma calcinha fio dental e segurando-se em um poste de strip, suas cascatas de cabelo loiro caindo até metade das costas.

Tudo estaria perfeitamente bem, se a loira no caso não fosse eu.

Aquele papel aparecera debaixo da porta de meu dormitório, alguns dias antes, e eu tinha certeza de quem tinha um dedo de Thalia por trás disso tudo.

Amassei o papel e o joguei longe, tentando esquecer-me do que minha mente não parava de tentar me fazer lembrar.


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Notas finais do capítulo

EAIIII O QUE ACHARAM
A naja suprema apareceu (obviamente, to falando da Thalia, Annabeth é naja amadora)
PIPER VAGABUNDAAAAAAAAAAAAAAAaaAaAaAA
e os anjinhos e demonios ah eu odeio escrever sobre elas mas né tem q ter
E O PERCY LINDO ANJO AMO MT E VCS
sem comentário, sem capítulo
love u, kisses meri



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