Dangerous escrita por americafanfiction


Capítulo 1
Prólogo




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O ar frio da noite gelava todo o meu corpo. O sistema de calefação desse motel era terrível, ainda pior que o da noite anterior. Estremeci. Senti um movimento no lado esquerdo da cama e me obriguei a virar para ver o que era. O homem estava dormindo, e eu não fazia a mínima ideia do que eu ainda estava fazendo ali. Devia ter caído no sono, depois as semanas exaustivas que estava tendo. Trabalho extra, indo só nos bairros ricos da cidade. A linda Vancouver tem seus lados sombrios, até onde menos se espera. Mas ali era exatamente onde eu devia estar. Os homens eram mais ricos naquele lugar, consequentemente pagavam melhor pela noite.

Levantei, tentando ao máximo não fazer barulho para não acordar o senhor que dormia ao meu lado, que eu nem tinha tido o trabalho de saber o nome. Eu não precisava saber, só precisava fazer o que eles mandassem e receber meu pagamento, como usual. Mas dessa vez fui mais teimosa. Suas calças estavam no chão ao lado da cama, e nos bolsos externos estavam sua carteira e seu celular. Abri sua carteira e tive uma surpresa: o homem carregava muito dinheiro, cartões e, pelo visto, cocaína. Pessoas ricas gostam de estragar suas vidas com drogas, nunca entenderei isso.

Retirei meros cinquenta dólares de dentro da carteira e o saquinho que continha a droga. Coloquei minhas calças, minha regata e um sobretudo. Peguei o dinheiro que o homem havia pagado pela noite, junto com meu telefone e a cocaína. Olhei na tela do Iphone do senhor, e eram quatro horas da manhã, e a cidade estava dormindo. Saí do quarto do hotel em silêncio, e como as portas davam para a rua, já me via com frio. O vento do inverno ricocheteou meus cabelos enquanto eu caminhava em direção à avenida para pegar um táxi. Não fazia ideia de que Dezembro era tão frio assim no Canadá, pois era nascida da Califórnia. Assoprei minhas mãos, em busca de esquentá–las, sem sucesso.

Quando um táxi finalmente apareceu, fui direto para meu apartamento, na zona negra da cidade. O aluguel não era caro, então com o dinheiro que eu ganhava por noite, era fácil manter. Quando cheguei lá, deitei no sofá da sala, um dos únicos móveis do ambiente, e tentei relaxar.

Depois de pouco tempo, peguei do bolso de meu casaco o pacote que continha cocaína e o abri em cima da mesa. O pó branco não chegou a se espalhar, fazendo um pequeno montinho que parecia sal. Talvez pudesse ser. Talvez, se um dia eu saísse dessa vida, eu poderia falar para todo mundo que era na verdade sal, e que eu nunca usaria nenhum tipo de droga. Mas infelizmente, isso não era verdade. As vezes eu sentia saudade de quando eu não era inocente, de quando não precisava desse tipo de coisa para viver. Sentia saudade de viver meu dia sem me preocupar com quantos caras eu iria transar a noite para poder almoçar em um restaurante mais caro no dia seguinte. Apenas saudade de não ter essa vida de merda que eu tenho agora. Mas por incrível que pareça, eu prefiro viver essa vida miserável que ter agora, do que voltar para a vida que eu tinha antes.

Peguei o pequeno canudo cortado que eu costumava usar e fiz uma fileira com o pó. Antes mesmo de conseguir fazer alguma coisa, ouvi uma batida na porta. Não fazia a mínima ideia de quem fosse. Um cliente, talvez. Coloquei meu casaco por cima do pó e me olhei no espelho da sala. Minha cara estava horrível, minha maquiagem borrada e eu, acabada. Mesmo assim, ajeitei meus seios dentro do sutiã e fiz com que eles parecessem maiores. Meu cabelo loiro estava uma verdadeira palha, e eu me sentia um lixo. Mas mesmo assim, andei em direção a porta e a abri.

E, para minha surpresa, a porta–voz de quem eu menos esperava estava na minha frente.

–Como você me achou? –perguntei, assustada.

–Annabeth, quanto tempo. –ela sorriu, ignororando minha pergunta. –Hora de acertarmos algumas coisas.

Aquele sorriso me deu vontade de estrangular a mulher. Como eu a odiava. Odiava ela e para quem ela trabalhava.

–O que você quer comigo? –falei seca. –São quatro da manhã, eu poderia estar dormindo.

–Mas não está. –ela falou. –Eu tenho uma proposta dela.

Ela. A mulher que eu mais detestava no mundo todo.

–Fale logo e dê o fora daqui.

–Então... –Ela começou. –Soube por informações privadas que agora você é uma prostituta. –Ela disse e meu rosto começou a ferver. –Acalme–se, eu estou apenas começando. Sua mãe está disposta a dar–lhe mais uma chance e, dessa vez, você sabe que sua vida pode acabar se você recusar.

–Se vocês acham que vou voltar a morar com ela, podem ir esquecendo. Prefiro morrer a isso. –Respondi.

–Ninguém disse nada sobre morar com ninguém. É o seguinte. –ela respirou fundo e voltou a falar. –Tem esse colégio, Meriwheter High School, que está disposto a te aceitar, mesmo sabendo o que você faz e , acima de tudo, sabendo que, no entanto, você tem a capacidade de ser a melhor aluna daquela escola.

–Tudo bem, agora me diga> onde morarei? –perguntei. –Já disse que me recuso a ficar no mesmo ambiente que aquela mulher.

–Ai é que está: Você não vai nem precisar olhar na cara daquela mulher. Ela sabe muito bem que você não voltaria a morar com ela nem por um milhão de dólares. –Ela disse, sendo óbvia. –Mas a escola é interna. Tem suas regras, que se aplicam igualmente a todos os alunos. Seu pai estudou lá quando tinha sua idade, e é uma boa escola. Boa para seu futuro.

–Onde fica? –perguntei, interessada.

–Nova York. –ela disse, baixando a cabeça.

–Tem certeza que não é perto da casa nova de minha mãe? –perguntei novamento.

–Absolluta. –ela assentiu.

Pensei por um momento. Ir para uma escola paga, retomar minha vida de onde parei, não ter que olhar na cara daquela mulher e ainda ter a chance de mudar meu futuro. Claro, nunca poderei esquecer o que fiz em Vancouver, isso ficará marcado em mim para sempre. Mas continuar sendo uma prostituta depois dessa proposta parecia algo irracional.

–Pense direito. –a mulher falou. –Essa pode ser sua última chance. É agora ou nunca, pegar ou largar.

Olhei para as minhas unhas, que já estavam roídas ao extremo, e tentei achar algo nelas que me inspirasse. Olhei nos olhos verdes da mulher, que me encarava com esperança.

–Tudo bem. –respondi. –Mas com uma condição.

–Prossiga.

–Atena fará o que eu quiser com o dinheiro de sobra que ela tem.

Ela deu um sorriso de canto e me entregou uma bolsa média, que até o momento eu não tinha percebido que ela carregava.

–Pegue seus pertences mais especiais e coloque aqui dentro. Partiremos em dez minutos, não mais do que isso. Não aguento passar nem mais um minuto dentro desse muquifo.

Virei para o apartamento, respirei fundo e peguei meu casaco de cima da mesa, vendo a droga se espalhar um pouco sobre a mesma. Sorri. Eu não precisaria mais daquilo.

–Não preciso de mais nada daqui. Essa fase já passou. –Falei. –Vamos embora, mal posso esperar para a volta das férias de inverno.

E quem eu sou?

Sou Annabeth Chase. Filha de Atena Chase, a mulher mais rica da América do Norte. A garota que pode ter tudo o que quiser em suas mãos. A garota que levava a vida mais perfeita por causa do dinheiro.

Pois é. Pessoas ricas gostam de estragar suas vidas com drogas. Nunca entenderei isso.


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Notas finais do capítulo

eai pessoal, não demorei pra voltar, né???
Queria agradecer ao Bleh, que me ajudou e me apoiou a não desistir da fic e repostar. Amo vcs guys ♥
Espero que tenham gostado do prólogo adaptado (sim, eu mudei algumas coisas). Dessa vez eu prometo pra vocês que não vai existir demora.
Comentem plssss, mesmo que já tenham lido.
Kisses, meri.



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