Hermione Granger:

  Quando pensei que havia conseguido fugir dele, eis que o próprio me surpreende chegando por trás sem que eu notasse. Sinto seus braços me rodearem, ao mesmo tempo que seu hálito quente em meu pescoço, me causa um delicioso arrepio; ainda que não o saiba o que pensei.

— Por que foges de mim Granger? O que tanto teme que eu descubra? - sussurrou em meu ouvido.

   Acredito que meu coração possa ser ouvido a quilômetros de distância, pelo silêncio perturbador da noite, e se observasse bem, notariam o meu leve ofegar, quando ele suspirou em minha nuca. Eu me sentia tão entregue a ele que estava pronta para me entregar- me a ele, novamente; e desta vez estaria sóbria. Mesmo que eu me arrependesse no dia seguinte.
   Suas mãos estavam em minha cintura, e pouco a pouco ele se aproximava mais, como se quisesse nos fundir. Chegamos ao ponto de estarmos tão colados que eu não tinha mais por onde tentar ir, ( o que seria em vão). Presa ali tentei ao menos me virar para que pudesse encará-lo de frente, mas quando consegui, tínhamos nossas testas coladas uma à outra, podíamos sentir igualmente nossas respirações rápidas.
   Estiquei as mãos, e elas acabaram por tocar em seu peito; eu podia sentir seus músculos definidos, por baixo do seu uniforme. Com as pontas dos dedos eu sem pensar os delineava, meio que constatando por mim mesma o quão perfeito ele podia ser, ou mesmo, chegar a ser. Uma de suas mãos foi retirada de minha cintura e realocada em minha nuca, levantei o rosto levemente; nossos rostos muito próximos um do outro, ao encontrar seu olhar, me vi presa de suas atos.
  Não conseguia sair, mas não sei se realmente o queria fazer, naquele momento, seus lábios rasparam nos meus delicadamente, apenas um roçar de lábios, enquanto, me encontrava perdida em meio à indecisão. Consequentemente entreabri meus lábios, e quando pensei que novamente sentiria o seu gosto maravilhoso, que ainda me assombra em algumas noites, escutamos o barulho da porta e os passos de alguém meio trôpego nas escadas.
 Logo nos separamos de um pulo, pelo súbito susto de quase termos sido pegos, e tão rápido quanto, nós voltamos a ser apresentáveis. No entanto, o clima mágico em que estávamos envolvidos, não existia mais; apenas ficamos a no encarar e à espera de quem quer que fosse a pessoa.

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