Sos, presente! escrita por beckyfiuza


Capítulo 8
Histórias tristes


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem com vocês? Enfim, demorei um pouquinho pra escrever esse capítulo, porque enfim tiveram horas que eu chorei no teclado (não tá tão triste assim eu que sou chorona mesmo), de qualquer modo aproveitem!



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LEELAND

Já haviam algumas horas que Kile estava no portão dos fundos, falando com alguns empregados e recebendo encomendas, e, desde que ele estivera ali, eu estou espiando.

Peço que não pensem tão mal assim de mim, normalmente, eu não me submeteria à uma situação tão embaraçosa e indigna como essa, mas devido as atuais circunstâncias bisbilhotar

tornou-se uma opção. Não que eu me orgulhe disso, eu não era assim.

Há alguns meses, eu era um garoto normal e completamente comum até que, de repente, a minha vida deu uma guinada de 180 graus; minha mãe foi diagnosticada com uma doença degenerativa daquelas bem desconhecidas que ninguém sabe bem ao certo como vai se desenvolver, e meu pai, poucos dias depois de saber da situação da minha mãe, nos deixou. Apavorados, sozinhos, incapazes e com uma dívida de plano saúde bem maior do que eu e meus irmãos – duas crianças de 12 e 8 anos de idade - poderíamos pagar. Para piorar a situação, minha mãe ficou tão devastada com a notícia que acabou entrando em crise e desde o acontecimento ela só anda de cadeira de rodas. Então, apareceu a seleção, sem um pingo de esperança, me inscrevi e, por coincidência ou sorte, fui sorteado.

No começo, quis desistir, pensava em minha mãe na cadeira de rodas sozinha e em meus irmãos tendo pesadelos a noite sem ninguém para consolá-los e queria voltar para casa imediatamente. No dia do “massacre” da princesa Eadlyn, percebi o quão frágil era minha estadia aqui e no que isso significaria para minha família e chorei horrores sem me importar com os outros, mas, no final do mês, chegou o pagamento dos selecionados, então fui capaz de contratar uma enfermeira para minha mãe e comprar alimento suficiente para meses – coisa que não tinha conseguido fazer trabalhando 3 turnos. Foi quando decidi que, não importava o que acontecesse, eu precisava continuar na seleção e isso me leva de volta ao Kile.

Estava espionando ele, porque – de acordo com Ean e Hale – ele é extremamente ameaçador para minha situação, não sei bem o que pensar sobre isso, mas posso dizer com clareza que não me sentia bem fazendo aquilo e não estava entendendo absolutamente nada do que ele estava falando, então eu não estava entendendo o que estava acontecendo.

Consigo entender que Kile está agradecendo quando dois homens se unem ao próprio Kile para levar os carrinhos de mão de jardim cheios de sacos aparentemente de adubo para algum lugar, eles passam próximo a mim, mas não me veem e eu espero alguns minutos antes de segui-los. Eles levam os carrinhos até o último andar do castelo e sobem, com uma certa dificuldade, a pequena escada que leva até a sala da abóbada de vidro.

Não os segui, já tinha informação suficiente, o trabalho sujo ficaria com Ean e Hale, bastava avisar a eles.

—X-

KADEN

— Então deixa eu ver se entendemos direito. Você estava fazendo um jardim incrível no salão da abóbada para a Eadlyn, mas alguém entrou e estragou todo o trabalho que você tinha feito?

— Exatamente.

— E você não tem a menor ideia de quem possa ter feito isso? – perguntou Osten

— Ter, eu tenho, eu encontrei isso lá, deve ter caído quando rasgaram as sacas de adubo e reviraram as plantas. – dito isto, Kile nos mostrou um anel de prata com uma rubi.

— Um anel? Você sabe de quem é? – eu questionei.

— Bom...Não, eu só sei que é de um selecionado.

— Como sabe disso? – disse eu surpreso.

— Por favor, Kaden, obviamente é um anel masculino, não é nosso, como sabe, e papai é rei, nunca usaria prata, Ahren levou tudo com ele, só pode ser de um selecionado.

— Como VOCÊ  sabe disso, Osten?

— Eu já te disse minha mente é voltada para o crime! De qualquer maneira, o que nós temos com isso?

Kile suspirou algumas vezes, ele estava bem cansado e acho que frustrado também, ele teve todo o trabalho de arrumar dois presentes para a Eadlyn para, no final, acabar se dando mal.

— Eu... – começou ele hesitantemente – Vim pedir ajuda. Eu não vou conseguir arrumar tudo sozinho, preciso de vocês, eu faço qualquer coisa.

— Qualquer coisa? – perguntou meu irmão Osten levantando uma sobrancelha.

— Provavelmente vou me arrepender disso, mas sim, qualquer coisa.

— Daria um minuto para nós?

— Claro.

Osten me puxou para o outro lado do quarto e virou as costas para o Kile.

— O que vamos pedir? – sussurrei.

— Eu tenho uma ideia, tudo bem se eu agir sozinho?

— Você teve duas ótimas ideias quando precisamos, então acho que sim.

Ele sorriu e se virou para o Kile como se fosse fazer um grande pedido.

— Bom, Kile, como sabe Ahren foi para a França e – a voz de Osten marejou um pouco e eu acho que vi uma lágrima – nós sentimos falta de um irmão mais velho, sabe? Você pode jogar baseball com a gente um dia desses?

Kile ficou meio sem reação por uns segundos, acho que ele nunca imaginou que Osten baixaria a guarda desse jeito, na realidade, eu também, mas eu sei como ele se sente. Muita coisa acontecendo em um curto período de tempo com Ahren fora, o ataque cardíaco da mamãe e a seleção de Eadlyn foi como se, de repente, tivessem puxado o tapete para nós dois. Nossa irmã não podia nos dar atenção, nosso irmão fugiu para a França e nossa mãe quase morreu.

— É claro. – balbuciou Kile – Eu jogo com vocês. – e então ele inesperadamente abraçou Osten - Sempre que quiserem, ok?

 Osten apenas balançou a cabeça e Kile me puxou também para dentro do abraço e alguma coisa nova se formou ali e mais do que nunca eu quis que ele ganhasse a seleção.

— Então, vamos ao trabalho?


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Notas finais do capítulo

E é só, queridos e queridas! Espero que tenham gostado até próxima sexta!



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