Sos, presente! escrita por beckyfiuza


Capítulo 3
O primeiro


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!! Tudo bem com vocês, pessoas? Queria agradecer aos leitores maravilhosos que mandaram reviews e estão acompanhando a fic (vocês são maravilhosos). Enfim, gente, curtam o capítulo!



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ERICK (EIKKO)

Ele estava atrasado. Era a primeira vez que alguém chegava atrasado em uma refeição desde o início da Seleção, mas Kile definitivamente gosta de ser o primeiro em tudo. Fora o primeiro a conhecer Eadlyn, a sair com ela e a beijá-la. Fazia sentido que ele fosse o primeiro a se atrasar também. E, para a infelicidade dele, não sou o único que notou isso. Henri já me perguntara duas vezes sobre o paradeiro do amigo, Hale olhou algumas vezes malicioso para a porta como se soubesse a encrenca que Kile havia se metido e Eadlyn alternava sua atenção entre ouvir madame Marlee e olhar para a cadeira vazia ao meu lado, usualmente ocupada por seu “amigo” de infância.

Mas o mais preocupante era que o rei havia notado. Oh, sim, vi atentamente sua expressão de confusão ao passar pela nossa mesa e ver a cadeira desocupada. Kile teria problemas.

— Onde poder estar ele? – desnecessário dizer quem é o meu interlocutor.

— Não sei, Henri. – respondi pela terceira vez.

Podia ver a preocupação no rosto do meu amigo, ele torcia por Kile e temia pela estadia dele ali talvez até tanto quanto pela sua própria. Parece triste e irônico, mas Henri sempre soube que nunca teria chance com ela. Mesmo que ele fosse inteligente, gentil, honesto e completamente apaixonado por Eadlyn; ele nunca poderia demonstrar isso sozinho, sempre precisaria de mim e isso limita bastante as coisas. Então, ele escolheu alguém que pudesse a fazer feliz e se encaixar nos moldes de príncipe para apoiar, e esse alguém foi Kile. De certo modo, minha situação não é muito diferente da de Henri, também não tenho nenhuma chance - talvez tenha até menos chances que ele, se isso for possível- e, apesar de ter vontade de conquistá-la tanto quanto qualquer concorrente oficial, meu maior desejo é que ela seja feliz, como eu sei que ela não poderá ser comigo.

O simples fato de Henri o ter escolhido antes da própria Eadlyn já era motivo suficiente para eu tê-lo como favorito, mas o jeito como ele a olha – quase do mesmo jeito que eu e Henri – foi o que realmente me convenceu.

Henri suspirou baixinho, aliviado. Uma cabeleira loira e despenteada passava pela porta.

— Majestade... Mil perdões... Eu precisei... Resolver alguns problemas sobre um dos meus projetos... E levou mais tempo que o previsto. – disse Kile, fazendo pausas para tentar controlar a respiração ofegante.

O rei Maxon observou o garoto como quem lia um livro de mistério, sua curiosidade era palpável. As bochechas vermelhas e o ofegar revelavam que tinham corrido até ali e o rosto sério tentava esconder um leve medo, o que denunciava sua ansiedade.

— Meu jovem, essa não é a primeira vez que se atrasa para uma refeição, mas é a primeira vez que se desculpa por isso. Vejo que obteve um progresso. – Kile riu levemente, relaxando. – Sente-se, criança.

— Obrigado, majestade.

Kile se aproximou e se sentou.

— Escapou, hein?

— Às vezes, é bom ser amigo da família real.

Henri gargalhou gostosamente.

— Às vezes? – perguntou ele, o sotaque pesado misturando-se com a ironia.

— Vai por mim, não é tão fácil assim conviver com as traquinagens de Osten e Eadlyn era mais... Estressada, digamos assim.

Foi minha vez de unir minha risada a de Henri. Kile havia contado algumas histórias sobre a infância dele no castelo e a convivência dos dois; na realidade, “estressada” era um eufemismo bem gentil se tratando do humor da Eadlyn. Felizmente, ela passou a ser mais gentil e amigável, o que deu espaço para que conhecêssemos um lado dela que não sabíamos da existência. E também foi assim que nos apaixonamos por ela. Não ao mesmo tempo, claro. Na verdade, eu acho que Kile ainda não notou o que sente por Eadlyn, mas uma hora ele vai descobrir.

— Afinal, o que fez com que você se atrasasse? – perguntei, me recuperando da crise de risos.

— Resolvendo umas coisinhas para o aniversário da Eadlyn.

— Comprar seu presente? – Henri visivelmente melhorara na compreensão do inglês, mas, com certeza, ele ainda não descobrira a flexão verbal.

— Ainda não, Henri. Mas tenho que pensar nisso também. – disse ele, enquanto se levantava. Os serventes limpavam os pratos e a família real já havia se retirado. O almoço tinha acabado.

— Não vai ficar para jogar sinuca? – perguntei ligeiramente desapontado enquanto ele se afastava, ele é um ótimo oponente.

Ele deu de ombros displicentemente, como quem se desculpa, e gritou já próximo a porta.

— Prioridades, Erick. Prioridades.

Esse daí é impossível. Mas se tem alguém mais impossível que ele num sentido totalmente oposto é a pessoa que se aproximava de nós. Hale. O sorriso simpático podia até convencer Henri, mas não a mim.

— E aí, Henri? Como vai?

Henri estava confuso, Hale nunca falara com ele.

— Bem...

— Então, sabe... O aniversário da Eadlyn é na próxima semana e alguns de nós tínhamos pensado em dar alguma coisa para ela durante o Jornal Oficial.

— Alguns? Quem? – eu sei que eu devia ficar calado, mas eu não consigo.

— Eu, Fox, Ean e Leeland.

— Que quarteto improvável.

— O que disse, tradutor? – ele se virou para mim, hostil.

— Nada.

— Então, Henri...Pensamos que você poderia fazer um bolo bem grande para a princesa Eadlyn. O que acha?  Topa?

Henri, que não entendera muita coisa além de “bolo bem grande para a princesa Eadlyn” e não notara a raiva de Hale ao se dirigir a mim, aceitou a proposta. Ele já pensava em fazer alguma coisa para ela, Hale apenas simplificou a sua vida.

Mesmo assim, enquanto aquele ser frio incrivelmente bem vestido se afastava, não pude deixar de me sentir um pouco ofendido e temeroso sobre as consequências desse acordo.


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Notas finais do capítulo

Então, galera, por hoje é só! Até semana que vem!



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