Por Esparta, até a morte. escrita por Manu


Capítulo 8
Lembranças




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Dilios a seguiu.

—Emma! Ele a alcançou e a segurou com força para que não corresse. -Eu... Não gostaria que esta fosse sua reação.

—Não deveríamos ter feito isto. Emma falou ainda chorando.

—Deveríamos sim. Nada nos impede.

—Você está com Aurora.

—Não estou, não tenho nenhuma relação com ela, e também não tenho nenhum sentimento.

—Me solta, por favor...

—Me diga. Dilios deslizou o polegar sobre o rosto dela.

—Você não confia em minhas palavras? Acha que estou com ela ou você não quer que exista nada entre nós?

—O que o Fandral falou, deu a parecer que vocês estão juntos.

— Eu quero você, Emma. Dilios a segurava, mas ela de livre vontade se aproximou dele, para sussurrar em seu ouvido.

—Eu também quero você. Dilios livrou seus braços do aperto, e a puxou pela cintura em direção a ele para beijá-la novamente. Seus lábios se encontram, mais demoradamente desta vez. Emma parou.

—Mas não podemos fazer isto.

—Não faça isso comigo, Emma.

—Não posso...

—Você não quer.

— Não pense que é isto.

—Não existe outra coisa a se pensar. Perdoe-me pelo atrevimento, não vou lhe perturbar mais. Dilios foi para o quarto, embora sua vontade fosse forçá-la, ter ela para si, o beijo transmitiu que também era o que ela queria, mas em seguida, o havia rejeitado. Ele estava por um fio para voltar para perto dela, mas sabia que não iria se conter, e não poderia a magoar desta maneira.Emma sentou no chão e alisou seus cabelos, os puxando com um pouco de força, tentando entender o que tinha feito, ele a queria também. Por que não se deu uma chance de ser feliz? O que faria com todo aquele desejo que estava sentindo naquele instante? Naquela noite, Dilios não conseguiu dormir, todo seu corpo estava quente. Nem a pior das febres que tivera se comparava ao que sentia naquele momento. Ele tirou suas roupas, e se tocou tentando aplacar um pouco tudo que estava sofrendo. Quando terminou, ainda estava duro. Dilios estava inquieto, vestiu suas roupas novamente e não sabia mais o que fazer, ela havia o rejeitado. Emma foi para seu quarto mais tarde, e diferente de Dilios, dormiu o mais rápido possível, se pensasse nele demais, acabaria enlouquecendo.

No dia seguinte Dilios não foi ao treinamento, O rei Leônidas lutava com os guerreiros normalmente, até que Fandral o chamou em particular.

—Dilios não compareceu hoje.

—Verdade. Ele nunca falta.

—Provavelmente tem uma boa razão não?

—O que quer dizer, soldado?

—Uma bela moça está morando em sua casa, parece um motivo bom o suficiente.

—Não deveria insinuar nada, talvez ele esteja doente.

—Com todo respeito meu rei, o senhor sabe que não. O rei sorriu.

—Mas que interesse é este nas ocupações pessoais de Dilios?

—Ah meu rei, aquela moça é a mais bela de todas.

—Se me lembro bem você não queria matá-la?

—Não é bem isso que estou desejando atualmente.

—Esqueça. O rei falou.

—Acho que o destino deles já é certo.

— Então o senhor não me conhece? Quando eu quero alguma coisa, eu consigo.

—Vejo que você não conhece Dilios. Mas venha, vamos continuar com o treinamento.

Ao voltar para a Pérsia, Artemísia se aproximou do trono de ouro, onde Xerxes jazia adornado de diversas jóias e vangloriava-se do seu império. Quando ficou de frente para ele, o homem a quem chamavam de deus-rei se levantou, marchando para baixo por todos os enormes degraus. Ela se ajoelhou mesmo contra a sua vontade, mas sentiu-se levantar por apenas uma mão que apertava seu pescoço.

—Eu ordenei que não deixasse a Pérsia. Sua voz grossa se fez ouvir.

—Eu pr-ecisava..procurar minha irmã. Ela falou enquanto o ar ameaçava deixar seus pulmões.

—Onde ela está? Ele apertou ainda mais forte o seu pescoço. Artemísia tossiu com força, não podia mais falar, o ar se ausentou por completo. Xerxes a largou no chão. Com o choque do baque ela inspirou fortemente, tentando se recuperar.

—ONDE ELA ESTÁ?

Artemísia afastou seus longos e corredios cabelos pretos de sua face, levantou-se do chão e o encarou.

—Fomos atacados por um grupo de bárbaros, não podíamos continuar, mas eu vou encontrá-la.

Xerxes gritou de ódio. -Sim, ela será encontrada. Ele se virou de costas.

—Mas não por você. -O que quer dizer?

—Imortais! Acorrentem! Artemísia se viu arrastada para uma lacuna de pedra, e sendo acorrentada no mesmo momento.

—O que significa isto? Ela gritou para Xerxes

—Pela desobediência, 10 chicotadas, e me considere complacente.

—Você... Não ousem.

—Nunca mais contrarie as minhas ordens, ou não será mais o chicote, mas a espada. Viraram-na de costas, e rasgaram a parte de trás de seu longo vestido preto, deixando à mostra a porcelana de suas costas. Um dos imortais puxou o chicote, o arrastando pelo chão e o posicionando para estralar.

Na primeira vez, ela sentiu o chicote lhe rasgar a pele.

Na segunda, o ardor demonstrava a consequência de suas ações.

Na terceira, o sangue lhe escorria enfeitando o vestido preto com rastros de vermelho vívido.

Na quarta, a dor de ranger os dentes se mostrava como uma companhia insuportável.

Na quinta, sua cabeça girou, a tontura estava a dominando.

Na sexta, veio a sua mente o momento em que a separaram de Emma.

Na sétima, todo o percurso naquele maldito navio foi como se acontecesse novamente.

Na oitava, a visão de ser acorrentada e violada durante vários anos no navio a fez querer chorar, mas as lágrimas não vieram. A memória do dono do barco rasgando suas roupas e a tomando para si era a lembrança mais asquerosa.

Na nona, sua família completamente destruída tomou suas lembranças.

Quando o chicote estalou pela décima vez, um grito ensurdecedor se ouviu. As lembranças se apagaram, e sua visão escureceu.


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