Por Esparta, até a morte. escrita por Manu


Capítulo 5
Artemísia




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Artemísia se aproximava do palácio a cavalo, vindo de uma guerra que havia durado dois meses. Em suas mãos trazia a cabeça do rei derrotado. Ao descer do cavalo, os servos a recolheram e ela entrou para falar com Xerxes.

—Vitória. Ela disse se aproximando do grande trono de ouro e erguendo a cabeça do cadáver.

—Temos um assunto mais urgente, Artemísia.

—Dê a ordem. Ela disse jogando a cabeça perto do trono.

—Sua irmã desapareceu.

—O quê? Simplesmente desapareceu?

—Ela fugiu.

—Há quanto tempo?

—Há três ou quatro dias.

—E você não fez nada? Onde ela está? Ela gritou.

—Eu ainda não sei. Mas vou descobrir.

—Estou saindo da Pérsia, volto daqui alguns dias.

—Você não vai, Artemísia! É minha comandante naval, e não sairá daqui sem que eu ordene.

—Ela é minha irmã!

—Já ordenei que legiões de servos a procurem. Agora... Sua voz mudou para um tom ameaçador. -Você jura pelos deuses que não faz idéia de onde a Emma está? Artemísia sorriu como se quisesse enfiar a espada em sua garganta.

—Acha mesmo que eu deixaria minha irmã se aventurar por aí sem rumo?

—Eu espero que não. Afinal, não quero que nada de mau aconteça a minha futura rainha. Artemísia revirou os olhos.

—Permita-lhe relembrar que ela NÃO deseja subir ao trono, e graças a seu assédio contínuo ela fugiu. Xerxes bateu no rosto de Artemísia.

—Isso não muda os fatos. Não se esqueça quem colocou a coroa em sua cabeça infantil. "Meu rei". Ela andou até a porta.

—Onde você pensa que vai?

—Encontrar minha irmã.

Emma serviu o jantar para Dilios, e sentou-se a frente dele.

—Você mencionou que tinha uma irmã. Dilios tentou um assunto que não pudesse trazer reações negativas.

—Sim.

—Como ela é?

—Ah... Ela é linda. Incrivelmente linda, eu sinto muito que sua beleza apenas rivalize com a devoção à Xerxes. Ela falou como se o próprio nome a machucasse.

—Você nasceu no palácio?

—Não, não tenho sangue real. Pelo que minha irmã me contou nós vivíamos em um vilarejo modesto, até que um dia... Eles vieram. Soldados gregos,Assassinaram minha família, mas com as mulheres, eles demoraram um pouco mais. Eu tinha saído para brincar com minha irmã longe dali, quando chegamos vimos o fogo, consumindo nossa casa e a vila. Ela mandou que eu esperasse, e me escondeu para que ninguém me visse. Nossa mãe não resistiu à eles, e fizeram pouco caso, mas eles levaram a minha irmã para longe, para machucarem ela. Dilios escutava com atenção.

—Eu não conseguia gritar quando a levaram, eu só chorava, estava sozinha, fiquei na rua, andando sem rumo. Até que um dia ela me encontrou. Seus olhos se encheram de lágrimas.

—Ela me salvou de novo. Mas eu não imaginava que tinha sido por um preço tão grande.

—Tudo bem se não quiser falar sobre isso. Dilios apertou sua mão em sinal de apoio.

—Todo aquele tempo, ela foi mantida em um navio de escravos grego. Quando estava muito machucada, a jogaram no meio da rua no momento que atracaram o navio.

—E como sobreviveu? Embora quisesse a poupar da dor da lembrança, ele queria saber o que havia acontecido.

—Um persa a salvou, ele curou seus machucados,lhe deu água, comida. E queria levá-la ao palácio, mas ela se recusou a ir sem mim. Ela sabia que eu estava viva, e me procurou até me encontrar. Depois disso, nunca mais nos separamos.Isso desde o momento em que eu fugi,me sinto uma traidora.

—Se me permite perguntar,por que não aceitou ser a rainha?

—Ele tem um harém.

—Assim como todos os reis.

—O rei Leônidas não tem.

—É diferente, ele realmente ama a rainha Margo.

—Não quero me casar com um homem, mesmo um que se ache um deus-rei, que fosse me trocar por qualquer outra.

—Então quer um que seja exclusivamente seu? Ele perguntou sorrindo.

—Apenas meu. Ela retribuiu o sorriso. Dilios a admirou demoradamente, examinando cada ponto de seu rosto, seus cabelos incrivelmente lindos, que reduziam como o fogo que dava luz ao cômodo que estavam.

Emma olhou para baixo e suas bochechas ganharam a cor vermelha.

—Não faz isso, por favor.

—Eu só estou te olhando... ele examinou seu corpo de cima a baixo.

—Não posso te olhar?

—Não, Dilios. Não pode. Bom... Não desse jeito. Ela levantou-se levando os pratos ao lugar onde eram lavados. Dilios a seguiu e virou seu corpo de frente para o dele.

—Que jeito? Ele mostrou seu sorriso.

—Assim. Você está me deixando...

—Me diz. Diz o que eu provoco em você. Sua boca estava a um centímetro da de Emma

—Está tarde Dilios. Melhor eu me deitar. Tenha uma boa noite. Ele a impediu, segurando seu braço.

—Você também. Artemísia preparou metade de sua armada pessoal para procurar sua irmã. Ao primeiro raio de sol, os cavalos partiram percorrendo o deserto. Emma despertou pela manhã suando frio, a angústia lhe percorria. Ela colocou um vestido fino, com um decote não muito grande, vestiu seu manto e foi tomar um pouco de ar puro. Não precisou andar muito para encontrar a arena onde Dilios treinava. Quando chegou, ele tinha acabado de vencer um soldado, e o ajudava a levantar do chão enquanto Leônidas o parabenizava pela vitória. Emma sentou-se entre as colunas perto dali, no mesmo lugar onde o rei estava quando ela entrou pelos portões de Esparta. Não demorou para Dilios perceber sua presença.

—Com licença, meu rei. Ele falou antes de sair da arena. O rei o observou se distanciar.

—Dilios! Me desculpe,eu não queria lhe atrapalhar.

—Não há problema. Você está bem? Aconteceu alguma coisa?


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